Tuesday, September 13, 2011

Aulas (1.º período)

Aula 1 (15 ou 16/set) [A aula começou com informações práticas, esclarecimentos sobre programas, critérios de avaliação, materiais, manual, etc. — veja-se a Apresentação]

Ponho a seguir vários parágrafos sobre escritores de que há textos no manual do décimo ano, Expressões. Lê essas afirmações e assinala à esquerda de cada uma se são V(erdadeiras) ou F(alsas).
Terás de decidir por simples conjectura, em função do que aches verosímil. Seguindo o índice de autores na p. 7, poderias procurar o que há no manual sobre os vários escritores, mas não creio que isso ajudasse. Centra-te nos parágrafos em si.

1. Luís de Camões perdeu o olho direito e também se discutiu muito se os seus ossos eram verdadeiros.
2. Bocage celebrou os seus amores por mulheres com os nomes de Jónia, Nise, Emira, Urgelina, Anarda, Armia.
3. Mário de Sá-Carneiro matou-se a 26 de Abril de 1916, num quarto de hotel, em Paris, ingerindo cinco frascos de arseniato de estricnina, depois de nos dias anteriores ter escrito várias vezes a Fernando Pessoa a anunciar o suicídio.
4. Em 1919, Carlos Drummond de Andrade — um dos grandes poetas brasileiros do século passado — foi expulso da escola em consequência de um desentendimento com o professor de Português.
5. Há cerca de noventa anos Fernando Pessoa chegou a viver numa casa algures na Avenida Gomes Pereira, a cerca de quinhentos metros da nossa escola. No seu quarto, o poeta tinha sempre um garrafão com aguardente, embora nunca ninguém o tivesse visto embriagado.
6. Fernando Pessoa, por vezes, parava na rua e equilibrava-se numa perna com uma mão para a frente e outra para trás, para significar o bico e a cauda de um íbis, e ficava assim, o que surpreendia os transeuntes.
7. Numa noite chuvosa de Dezembro de 1934, a escritora brasileira Cecília Meireles esteve duas horas à espera de Fernando Pessoa num café em Lisboa (tinham combinado o encontro mas, por causa de cálculos astrológicos, Pessoa resolveu não comparecer).
8. Ricardo Reis, médico, nasceu em 1887, no Porto, e, em 1919, por ser monárquico, expatriou-se para o Brasil; foi educado no Colégio São João de Brito.
9. Almada Negreiros, escritor e pintor, aparece completamente nu num dos seus mais conhecidos retratos e teve uma longa e célebre conversa com Carlos Cruz, julgado depois no caso Casa Pia.
10. Em 1942, António Botto foi exonerado da Função Pública por «comportamento indecoroso». Mandou então imprimir cartões de visita em que se vangloriava de ser o primeiro homossexual português com direito a reconhecimento oficial.
11. Quando, sozinho, partiu para o Brasil para trabalhar, Miguel Torga tinha a altura de 1,46 m; a professora Clara Rocha, relativamente alta, é sua filha e da também professora Andrée Crabbé, que tinha estatura meã.
12. Vinicius de Moraes, diplomata, boémio, poeta, decisivo no surgimento da música brasileira como a reconhecemos hoje, casou dez vezes.
13. O filho da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen é o jornalista Miguel de Sousa Tavares, que aliás já foi casado com Laurinda Alves, outra jornalista que também subscreve um texto do nosso manual.
14. Numa das suas fotografias mais conhecidas, o poeta Alexandre O'Neill usava uma bicicleta no lugar dos óculos.
15. O dramaturgo Luís de Sttau Monteiro, autor do Auto da Barca do Motor Fora da Borda, foi também piloto de Fórmula 2 e especialista em gastronomia (escreveu as crónicas «A Melga no Prato»; criou um pitéu — o doce do Sttau —cujo ingrediente principal era cocó de cão).
16. Pai de Raul Hestnes Ferreira, o arquiteto da nossa escola, avô de Pedro Hestnes, ator falecido recentemente, José Gomes Ferreira relata numa crónica as suas experiências de nudista na Fonte da Telha.
17. António Lobo Antunes teve mais cinco irmãos, todos rapazes, viveu em Benfica e jogou no Fó-Fó.
18. O cronista Luís Fernando Veríssimo é filho de Érico Veríssimo, escritor brasileiro, autor de Clarissa, por exemplo. Ambos escreveram sempre todos os seus nomes sem acentos.
19. José Luis Peixoto usa um piercing na sobrancelha, fez-se tatuar nos braços e concedeu uma interessante entrevista a Bruno Aleixo e Busto.
20. O escritor Manuel Alegre, ex-candidato à Presidência da República, é um benfiquista ferrenho, pelo que terá ficado dececionado com o resultado que teve ontem o Glorioso («Glorioso» é aqui uma figura de estilo chamada ‘antonomásia’ e, quanto a mim, inadequada ao clube em causa).

[Procedeu-se à correção — veja-se a Apresentação]

Cria três parágrafos como os que fiz acerca dos escritores, mas sobre ti. Entre eles haverá pelo menos uma afirmação verdadeira. Independentemente da veracidade de cada parágrafo, espera-se que sejam referidos factos curiosos.
Assume que o objetivo seria dificultar a vida a quem tentasse distinguir relatos verdadeiros e falsos. Procura incluir pormenores, que servirão para dificultar o reconhecimento da factualidade dos trechos. O estilo deverá ser até um pouco mais elaborado do que o meu (enfim, menos seco do que o dos parágrafos mais curtos). Usa a 3.ª pessoa e o teu primeiro nome.
Ao lado de cada uma das três afirmações, põe V(erdadeira) ou F(alsa). Dentro de parênteses rectos podes acrescentar algum esclarecimento que aches necessário.


TPC — Dá uma vista de olhos a Gaveta de Nuvens (o suficiente para relanceares critérios de avaliação, resumo do programa e perceberes como irei reportando o que se for fazendo em aula).

Aula 2 (16, 19 ou 21/set) Na p. 323 do manual trata-se dos Princípios reguladores da interação discursiva (a interação discursiva é, no fundo, a conversação). A área do funcionamento da língua a que pertence este assunto é a pragmática.
A pragmática estuda o modo como a língua é usada pelo falante para atingir os seus objectivos comunicativos. (Dentro da linguística há outras _____, aliás mais conhecidas de anos anteriores: a morfologia estuda a estrutura das palavras; a sintaxe estuda a combinação das palavras em frases; a fonologia estuda os _____ das palavras; a semântica estuda o significado das palavras. Enquanto estas áreas se ocupam mais da língua enquanto sistema, a pragmática preocupa-se com o que as pessoas pretendem fazer quando usam esse sistema.)
A página 323 apresenta-nos os princípios que regem a conversação:

Princípio de cooperação

Cada participante deve fazer com que a sua contribuição para a conversa seja apropriada ao propósito desta. Desdobra-se em quatro máximas conversacionais:

máxima de _____ Tenta que a tua contribuição seja verdadeira.
máxima de _____ Sê claro.
máxima de _____ Dá tanta informação quanto o necessário.
máxima de _____ Dá informação pertinente.

Princípio de _________ (ou de delicadeza)

Cada participante na conversa deve usar estratégias adequadas a preservar uma boa relação com o seu interlocutor. Por exemplo, usará formas de tratamento («tu», «você», «o senhor», «o Luís», etc.) que respeitem a distância social; ao dar ordens, evitará ser demasiado directo («Aquele brigadeiro tem ótimo ______», em vez de «Dê-me lá o brigadeiro»); em certos casos, recorrerá a eufemismos («não creio que tenha sido assim», por «estás a ______»); lítotes («a minha fome não é pouca», em vez de «tenho ______ fome»), perífrases [estas três figuras de estilo estão exemplificadas nas pp. 334-335, mas não é obrigatório ir ler as suas definições agora].

Nos sketches que vamos ver (Gato Fedorento, Série Lopes da Silva), pelo menos um dos intervenientes infringe uma das máximas conversacionais ou o princípio da cortesia. A comunicação poderia ficar em risco. (É claro que, neste caso, as infrações ao princípio da cooperação e à cortesia servem para criar situações cómicas.) Para completar o quadro, usarás quantidade, qualidade, relação, modo, princípio de cortesia.

Inspector que não sabe fazer perguntas
As perguntas do inspector não têm relação com a informação anterior, não são pertinentes, não se cumprindo por isso a máxima de _______.

Falta por motivos profissionais
No início, a intervenção do funcionário preguiçoso é insuficiente em termos de informação («Passa-se isto assim, assim»), falhando a máxima de __________. Há depois expressões ambíguas («Não posso vir ao emprego por motivos profissionais»), o que corresponde a quebra da máxima de _________. No final, enquanto o patrão, ao dar os pêsames ao segundo funcionário, cumpre o _________, o funcionário preguiçoso infringe-o («Arranjam cada uma para não trabalhar!» é um comentário contra o que está convencionado numa situação daquelas).

O que eu gosto do meu Anselmo!
Quando Anselmo diz que a mulher nem gosta assim tanto dele — mentindo, para que não se conclua que... —, infringe a máxima de ________.

Bode expiatório
O empregado que arca com as culpas de todas as incompetências no escritório repete «A culpa foi minha. Não há desculpa para o que fiz. Se alguém deve ser responsabilizado, sou eu. É impressionante a minha irresponsabilidade!». Poderíamos reconhecer aqui uma infração à máxima de ________, se considerássemos que houvera excesso de informação. No entanto, provavelmente, até foi mais a máxima de ________ que falhou, já que ser claro inclui ser breve.

Filho do homem a quem parece que aconteceu não sei quê [e genérico do episódio]
Tanto o pai como o filho, ao «pronominalizarem» muito, omitindo palavras com referentes percetíveis, tornam a comunicação inviável, por falta de clareza (falha a máxima de __________, embora se possa pensar que o que falta é mesmo a informação). No genérico final, também falha a máxima de __________, mas por demasiadas repetições (poder-se-ia pensar que a infração é à máxima da quantidade, por excesso de informação).

Dia em que se pode chamar nomes aos colegas
Os vocativos desagradáveis permitidos à quinta-feira e as expressões grosseiras nos minutos para assédio seriam infrações ao ________. A singularidade da situação vem de essas inconveniências serem autorizadas, e até estimuladas, pelas regras do escritório.

Chamada por engano
Na conversa entre jornalista e senhora da Venda Nova falha sobretudo a máxima de _______, na medida em que a interlocutora insiste em fazer pedidos («dispensava-me o seu bidé?») que não servem o objetivo do telefonema (falar do Iraque). No final, a mesma senhora disfarça uma infração ao ___________ («meu cabeça de porco»).

A tua camisa é feia
Os epítetos deselegantes que cada uma das interlocutoras dirige à outra constituiriam infrações ao __________; no entanto, elas não parecem senti-los como ofensivos (só é tomada como indelicadeza a referência à camisa feia).

Conversa na esplanada
Os vários amigos não se interessam pela história do indivíduo que tem uma alface de estimação: desviam-se para outro assunto («É o Edmundo?»; «São 4h34») ou não percebem o que está a ser defendido pelo amigo («há alfaces tenrinhas»; «se fosse uma alface lisa»). Infringem a máxima de _______.

Matarruano sonhador
O filósofo matarruano desvia-se do tema da pergunta que lhe era feita: não coopera com o jornalista que o entrevista por não cumprir a máxima de ________, já que a informação a que chega invariavelmente não é pertinente para o objectivo da conversa.

Bomba a bordo
O insólito resulta de comissário e comandante agirem como se não detivessem um saber comum (‘bombas não são desejáveis’), o que viabiliza a interacção com o bombista.

Vamos situar-nos na p. 109 do manual, a segunda da secção «Espelhos do eu», dedicada aos textos de caráter autobiográfico. (Estou a usar a nova ortografia, embora «caráter», por haver quem pronuncie o cê (cará[k]ter]), mesmo na nova grafia mantenha a alternativa «carácter».) Está aí uma crónica de Miguel Sousa Tavares, uma das que foram coligidas no livro __________. Diga-se que a referência do texto não ficou perfeita, já que falta o nome da crónica. Devia estar assim:
Tavares, Miguel Sousa (2001), «______________», Não te deixarei morrer, David Crockett, 8.ª ed., Lisboa, Oficina do Livro.

Vai lendo a crónica e, à medida que surgirem os parágrafos, escreve o que for pedindo.

«Ao longo do caminho»
Cria outro título para a crónica: ____________

1.º parágrafo
Faz um texto teu, a partir da mesma frase das duas linhas iniciais (e em estilo semelhante). Haverá um relato desse momento mais distante de que te lembres, acompanhado da descrição de elementos fixados para sempre.

É a primeira imagem da minha existência, a coisa mais antiga de que me lembro.
_______________________
.........................................................

2.º parágrafo (1.ª metade)
Imagina mais elementos — só três, mas bem escolhidos — que pudessem integrar a lista de noções com que o narrador diz massacrar o filho (para o fazer conhecer e ter memórias):

com o nome das árvores, com a identificação do canto dos pássaros,
com ______________
__________________
__________________
2.º parágrafo (2.ª metade)
Lê os dois períodos que começam por «Lembra-se». Faz também frases introduzidas por «Lembro-me que», que reportem um episódio, um simples incidente, bom ou mau, possivelmente insignificante, mas que ficou registado para sempre na tua memória. (Em baixo, copiei frases de Luís Maio — de crónica na Fugas —, no estilo que pretendo.)

Lembro-me que ___________
Lembro-me que ___________
Lembro-me que ___________

Lê agora os parágrafos da coluna direita do texto de Miguel Sousa Tavares.

Vejamos a explicação para o título do livro, que reproduzo do prefácio-dedicatória (pp. 12-13):

Quando era pequeno — muito pequeno, talvez oito ou nove anos — lembro-me de estar deitado na banheira, em casa dos meus pais, a ler um livro de quadradinhos. [...] Nessa história, o David Crockett era emboscado por um grupo de índios, levava com um machado na cabeça, ficava insconsciente e era levado prisioneiro para o acampamento índio. Aí, dentro de uma tenda, havia uma índia muito bonita [...] que cuidava dele, dia e noite, molhando-lhe a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma. E, a certa altura, ela murmurava para o seu prostrado e inconsciente guerreiro: «não te deixarei morrer, David Crockett!».

No mesmo estilo, pensa num título para um teu livro de memórias:
________________



TPC — Escreve um «Alfabeto pessoal». (Repara no exemplo a seguir, feito há cerca de sete anos. Em alguns dos parágrafos não me revejo, mas mantenho o que então escrevi e me parece agora um pouco artificial.) Evita que as frases sirvam apenas para declarar aquilo de que gostas ou de que não gostas. Boa solução é não te limitares a qualificar o que escolhes («é bom», «mau», «gosto de», etc.) e usares antes uma redacção «de comentário» aos temas que destaques no alfabeto.
Repara também que a palavra que é escolhida pode nem ser o exacto assunto, servindo afinal como pretexto para se aludir ao tema que importa mesmo.
Podes ir alternando letras tratadas em algumas linhas (3 ou 4) com outras que desenvolvas apenas numa frase. Não escrevas texto maior do que o que serve de exemplo. E talvez possas contemplar o k, w, y (não o fiz eu na tentativa que se segue, porque o alfabeto pré-acordo não obrigava à sua inclusão).

A, de Automóvel. Irrita-me a importância que em Portugal se dá aos automóveis, sempre prejudicando quem usa os transportes públicos (e os passeios, paisagens, etc.).
B, de Benfica. Foi em 1983 a primeira vez que dei aulas na Secundária de Benfica. Antes de a escola ser construída havia aqui uma quinta e a casa dos meus pais era do outro lado do muro.
C, de Capitu. Capitu é o hipocorístico de Capitolina, personagem de Dom Casmurro, de Machado de Assis, um dos meus livros preferidos.
[o resto do exemplo pode ver-se em Sumários e tepecês.]


Aula 3 (22 ou 23/set) Lê o texto «A memória» (pp. 120-121). Nos itens que se seguem, circunda a letra que introduz a melhor alínea.

«AJ» e «EP» (linhas 1-8) correspondem a
a) iniciais dos nomes de uma auxiliar administrativa e de um técnico de laboratório aposentado.
b) códigos atribuídos para efeitos de um trabalho científico.
c) siglas de Audrey Jackson e de Edward Palin.
d) hipocorísticos de Ângela e Epaminondas.

Em «Ela terá possivelmente a melhor memória do mundo» (ll. 7-8), «melhor» equivale a ‘a mais
a) agradável’.
b) adequada’.
c) exaustiva’.
d) compensadora’.

Em «Ele, uma das piores» (8), a vírgula
a) é lapso.
b) visa tornar o texto chamativo.
c) substitui «lembra-se».
d) deve-se à ausência do verbo.

A referência ao perfeito penteado de risca ao lado (10-11) pretende
a) indicar a originalidade de EP.
b) acentuar a pacatez, a normalidade, de EP.
c) evidenciar a falta de gosto de EP.
d) valorizar a importância de cuidados capilares frequentes.

Em «devorando-o como se fosse uma maçã» (14), o pronome «o» corresponde a
a) ‘o seu cérebro’.
b) ‘o vírus Herpes simplex’.
c) ‘o avô ideal’.
d) ‘um manjar confecionado com cocó de cão’.

«O ataque desferido pelo vírus teve uma precisão inusitada» (15-16) significa, em termos objectivos, que
a) houve um ataque desferido por um vírus.
b) se deu uma batalha como estratégia para uma vitória na guerra em curso.
c) a doença de EP avançou com consequências bastante concretas.
d) o vírus foi absolutamente eficaz no ataque que engendrou.

O hipocampo (16-29)
a) não tem relevância fulcral na capacidade de recordarmos.
b) designa um recinto com pista e bancadas, preparado para corridas de cavalos.
c) é essencial para recordarmos.
d) é uma câmara de vídeo com a cabeça avariada.

«E os seus casos ilustram de maneira mais eloquente do que uma TAC cerebral em que medida as nossas memórias fazem de nós aquilo que somos» (31-34) significa que
a) os seus cérebros são mais precisos do que uma TAC.
b) as suas patologias permitem explicar como funciona o cérebro.
c) os seus casos sabem exprimir-se bem.
d) os seus casos são dois extremos da memória humana.

«Este quilo e trezentos gramas de matéria enrugada» (34-35) reporta-se
a) ao cérebro de EP.
b) ao cérebro, visando realçar o seu peso considerável.
c) ao cérebro, contrastando-se a sua aparente insignificância e o seu poder.
d) a um estupendo cocó de cão ainda visível perto do portão da ESJGF.

Em «Se quiser uma comparação» (50-51)
a) há decerto uma gralha.
b) o enunciador dirige-se-nos (= «se [você, o leitor] quiser»).
c) o enunciador dirige-se a EP.
d) o enunciador dirige-se a AJ.

As memórias declarativas (62-87) serão mais úteis nas aprendizagens de
a) Educação Física.
b) Português.
c) Desenho.
d) Biologia.

A memória implica (88-107)
a) precisão (como acontece com a fotografia, imagens no espelho, gravações).
b) transcrição meticulosa das experiências.
c) diversidade na eficácia dos novos registos.
d) a utilidade prática do que arquivamos.

Segundo o penúltimo parágrafo do texto (88-107), entre o que o cérebro retém e a sua importância funcional
a) haveria bastante coerência e proporcionalidade.
b) não haveria nenhuma relação.
c) haveria até uma relação de oposição.
d) haveria uma absoluta aleatoriedade.

O último parágrafo do texto (108-123) procura mostrar que
a) receber muita informação é contraproducente.
b) talvez agíssemos de outro modo, se pudéssemos tudo arquivar na memória.
c) estar exposto a muita informação torna o ser humano mais esperto.
d) a cultura submerge-nos com informação desnecessária.

Depois de leres o trecho de Conta-Corrente, de Vergílio Ferreira, que está na p. 116 do manual, completa as quadrículas vagas ou as lacunas do quadro seguinte (mas apenas as das colunas do meio, já que a coluna da direita só a faremos mais tarde):



«A minha adolescência tem sido um céu baixo e pesado, em que existem, por vezes, pequenas abertas».

Aproveita esta frase num texto diarístico. Podes fazer os fragmentos de um, dois ou três dias. O trecho (ou cada um dos trechos) começará pela data, como faz Vergílio Ferreira. A frase que pus em cima tem de surgir em algum ponto do teu texto.
O narrador é de 1.ª pessoa, claro, mas isso não te vincula obrigatoriamente ao que estejas a relatar ou a opinar: o narrador não tem de corresponder sempre ao autor.
(Poderias relancear o que se diz sobre o género «diário» na p. 117, ou olhar de novo a página de Vergílio Ferreira, mas talvez seja mais prático centrares-te já no teu próprio texto.)
____________________

Vamos ver o início do filme A história da minha vida (Mensonges et trahisons), o relato autobiográfico de um autor de autobiografias. Nele se articulam duas autobiografias: a de Kevin, escrita afinal por Raphaël, e a que é narrada em off, que é a do próprio Raphaël.

Segundo Raphaël, Muriel tem uma característica muito distintiva, a de ser sempre _______. Se quisermos pensar no efeito que esta idiossincrasia pode ter nas conversas em que Muriel participa, diremos que, ao cumprir tão à letra a máxima conversacional de _______, ela acaba por infringir constantemente o princípio de _______.

TPC — Completar, melhorar, o texto diarístico começado em aula (trazendo-me a mesma folha). Ainda aceito o «Alfabeto Pessoal» (ver Sumários e tepecês, aula 2) na próxima aula.




Aula 4 (23, 26 ou 27/set) Entre o final da p. 323 e o início da p. 324 há uma explicação sobre formas de tratamento que te pedia lesses. Acrescentarei eu que: além de familiaridade/proximidade, o critério para se adoptar determinado tratamento inclui também a idade e o estatuto (em termos de hierarquia social e profissional); e que a forma de tratamento não é só o pronome ou nome que introduz o discurso, mas sobretudo a pessoa verbal que depois se usa (2.ª pessoa do singular, 3.ª pessoa, 2.ª pessoa do plural).

Lê as frases na tabela. Na coluna A-Q, vai pondo a letra que corresponda à sintaxe das frases (vê a lista de «Formas de tratamento», na outra folha); na coluna mais à direita, escreve o número que corresponde à situação (vê a lista de «Situações»).



Formas de tratamento

A — 2.ª pessoa do singular
B — 2.ª pessoa do plural
C — 3.ª pessoa do singular
D — você + 3.ª pessoa do singular
E — cê + 3.ª pessoa do singular
F — vossemecê + 3.ª pessoa do singular
G — artigo + nome + 3.ª pessoa do singular
H — O senhor + 3.ª pessoa do singular
I — O senhor + título profissional + 3.ª pessoa do singular
J — artigo + título profissional + 3.ª pessoa do singular
L — artigo + Dom/Dona + nome + 3.ª pessoa do singular
M — A menina + 3.ª pessoa do singular
N — Vossa Excelência + 3.ª pessoa do singular
O — Vossa Reverência + 3.ª pessoa do singular
P — 3.ª pessoa do plural
Q — vocês + 3.ª pessoa do plural

Situações

1 — Jogador de râguebi para os heróis portugueses (ao cantar o hino).
2 — Médico para doente.
3 — Criada para patrão.
4 — Aluno remelento da ESJGF para seu mestre.
5 — Brasileiro das classes populares para outro da mesma classe.
6 — Crente para Deus (em oração).
7 — Católico para o seu bispo ou para o seu padre.
8 — Professora para um colega que fora em tempos seu professor.
9 — Rapaz para mãe.
10 — Pai para filha.
11 — Professor para aluno.
12 — Alunos para professor da faculdade.
13 — Jovem para outro jovem.
14 — Professor para turma.
15 — Cliente para empregado(s) da oficina.
16 — Rosália para o seu pai, pequeno agricultor em Constantim (Trás-os-Montes).
17 — Patrão para empregado.
18 — Patrão para funcionário licenciado.
19 — Brasileiro para brasileiro (independentemente da classe social).
20 — Funcionário para outra funcionária, não licenciada e mais velha.
21 — Empregado de hotel para cliente.
22 — Sexagenária de Vila Nova de Gaia para a canalha.
23 — Professor para encarregado de educação.
24 — Empregado de restaurante para cliente.

Nos dois sketches (de Monty Python Flying Circus), mostram-se casos em que o princípio de ___________ não foi cumprido, porque as formas de tratamento escolhidas pelo locutor fazem o seu interlocutor «perder a face» — a face é a imagem pública de cada falante.
No primeiro, «Sir Edward Ross», o tratamento escolhido não é suficientemente formal para uma entrevista na televisão: em vez de «Sir Edward», o apresentador começa por usar ______ (o que era aceitável), mas depois passa a ________ (já descabido, mas que o interlocutor ainda suporta), até chegar a _______ (que desespera o realizador. O hipocorístico (nome de carinho) é, naquele contexto, ofensivo.
No segundo sketch («Arthur ‘Two Sheds’ Jackson»), o que faz que o compositor não possa preservar a face é a menção repetida da sua ______________, «Dois barracões».





TPC — O texto reproduzido em baixo pertence à secção «Pequenos Prazeres», uma coluna que havia no Jornal de Letras, Artes e Ideias. Nesta secção, intelectuais ou figuras públicas eram convidados a revelar situações de que gostavam.
Repara que os parágrafos variam bastante na extensão e estilo. (O primeiro, à esquerda, não é grande exemplo do que pretendo.) Nos segundo, terceiro e quarto, os do meio, temos linhas quase fílmicas, que tentam agarrar, por pinceladas, um dado ambiente de que se gosta ou uma sensação que se quer rememorar. Os parágrafos à direita são breves, em cada um se sintetizando um motivo de pequena felicidade (por vezes, o importante é um pormenor apenas). Escreve tu também alguns parágrafos assim, com os teus «Pequenos Prazeres».


Aula 5 (29 ou 30/set) Lê o texto «Realidade duríssima» (p. 124), trecho de As Pequenas Memórias, de José Saramago. Sem me inquirires sobre o seu significado, em cada item que se segue circunda uma das quatro palavras à direita, a que tenha o valor mais aproximado da palavra usada no texto (que pus a negro e à esquerda). Nota que fui buscar todas as quatro hipóteses a um Dicionário de Sinónimos, o que nos permite concluir que o significado de uma palavra está longe de ser fixo e não é aferível sem que se que tenha em conta o contexto em que surge.

duríssimas (linha 1) — barbitesas / firmes / obstinadas / amargas
propícios (l. 4) — prósperos / favoráveis / bonançosos / indulgentes
causas (6) — motivos / ideais / sementes / acontecimentos
olvidados (7) — defuntos / desaprendidos / omitidos / esquecidos
mesquinha (10) — vil / forra-gaitas / pobre / sovina
santa (10) — santificada / inocente / ingénua / eficaz
satisfação (13) — agrado / desculpa / cumprimento / peracumbé
culto (14) — cultura / religião / devoção / civilização
chamariz (15) — apito / chama / negaça / engodo
primitivos (24) — originais / grosseiros / toscos / antigos
safra (26) — colheita / novidade / seara / incude
esfolar (31) — arranhar / ferir / despelar / explorar
arrastei (40) — demorei / humilhei / retardei / conduzi
serventia (43) — abertura / gato-pingado / aplicação / acesso

A tabela seguinte compara o género ‘memórias’ com a ‘autobiografia’ e o ‘diário’. No eixo vertical aproveitam-se as características apontadas no enquadrado na p. 124 (sobre «Memorialismo»), que deves relancear. Na coluna para ‘Memórias’, escudamo-nos sobretudo no caso do texto de Saramago que estiveste a ler. Completa:


[ Incidentes/Anamneses ]

8 de julho, sete da tarde, Escola Secundária de Benfica — Inaugura-se o planetário do 7.º 3.ª. Todos estão contentes. A entrada na sala onde está o planetário faz-se por uma cortina preta (que me lembra a Feira Popular há muitos anos). Lá dentro, como tudo o que em nós é branco fica fosforescente, a sala parece povoada de esqueletos. Como todos olham em redor e se torcem para verem as galáxias, parecemos esqueletos num aquário.

Meados de agosto, domingo, à uma, no restaurante Colina, em Lisboa — Enquanto como um excelente bife do lombo à Colina, ouço conversas que parecem diferentes das habituais (mais contínuas e digressivas). Depois percebo: Lisboa está quase deserta e no restaurante estão sobretudo velhos. Habitualmente, predominam as famílias com as três (ou quatro) gerações a falarem, focadas num único assunto.

15 de setembro, seis da tarde, praia de Tróia — De repente, levanta-se a ventania costumada àquela hora. Um chapéu de sol viaja pela praia a grande velocidade. Percebemos que pertence a um casal de namorados, que nem se apercebeu de que o chapéu fugiu e, embatendo nas dunas, ficou estacionado a uns cinquenta metros. Hesitamos em avisar o par setubalense. Temos razão: largo tempo depois, levantam-se, olham em roda e acabam por descobrir o chapéu sozinhos.

No passo que vamos ver de A história da minha vida há um contraste entre os livros que Raphaël escreve para outros (apenas como tarefa profissional) e o livro que quer assinar como escritor (que ele pretende tenha valor literário).
Resume a opinião que cada uma das personagens tem acerca da biografia de Kevin encomendada a Raphaël e do romance — ou romances — com que Raphaël se quer estrear como escritor «ortónimo» (ou ‘escritor com o seu exacto nome’).

TPC — Prepara a leitura em voz alta dos seguintes textos (no fundo, incluo o que já lemos nesta secção 3 e os textos ensaísticos de apoio): «Espelho» (108); «Um jogo contínuo de espelhos» (108); «Ao longo do caminho» (109); toda a p. 114; página de diário de Vergílio Ferreira (116); «Diário» (117); «A memória» (120-121); «Realidade duríssima» (124); «Memórias» (124).




Aula 6 (30/set, 3 ou 7/out) Apuramento de classificações de leitura em voz alta para efeitos de futuro sorteio de Liga dos Campeões.

Os sketches que veremos servem-nos para tratar de questões de flexão de formas verbais (pessoa, tempo, modo). Vai completando.

Em «Instrutor que canta o yodle» (série Meireles) predominam as frases de tipo imperativo. Surgem formas verbais na 2.ª pessoa do singular do ______ («Entra», «Mete uma abaixo, homem», «Faz inversão de marcha», «Fica sabendo que em mais de vinte anos», «Está calado, pá»), mas também da 3.ª pessoa do singular do ______ do Conjuntivo («Fique sabendo que o yodle até ajuda»); da ___ pessoa do ______ do Presente do Conjuntivo («vamos lá a fazer essa inversão de marcha»); e da 2.ª pessoa do singular do ________ do Indicativo («vais começar»; «tiras o travão de mão»).
Ou seja: são vários os tempos que acabam por poder funcionar como Imperativo. Nas gramáticas mais tradicionais, o Imperativo surge só com duas pessoas (as segundas, do singular e do plural, para «tu» e «vós»). Mas, como já quase não usamos «vós» mas antes a terceira pessoa («você»), o imperativo acaba por se servir da 3.ª pessoa do Presente do _________, no singular e no plural: «fique», «fiquem». Para a 1.ª pessoa do plural, serve também o _______ do Conjuntivo: «fiquemos».
Na negativa, o Imperativo socorre-se sempre das formas do Presente do Conjuntivo. Passa para negativa:
Entra / _______; Mete / _______; Faz / ________; Está / ________.

Em «Apóstolo que corrige Jesus» (série Lopes da Silva), o protagonista, Jesus, engana-se frequentemente nas formas verbais. Completa o quadro.


TPC — Com as iniciais dos teus nomes, escreve formas verbais nas pessoas e tempos que indico a seguir (só escolhi tempos simples). Se, por teres um nome grande, a lista de tempos se esgotar, continua com infinitivos impessoais. No exemplo, usei o nome completo de Fernando Pessoa e só lancei os verbos para as três primeiras letras.
Escolhe sempre verbos diferentes e, de preferência, que tenham alguma coisa a ver contigo (ainda que saiba que será difícil cumprir sempre este critério). Faz o trabalho numa folha solta (deixarei de anunciar isto: assume-se que os tepecês se fazem sempre em folhas entregáveis).

F 3.ª pessoa do singular do Futuro do Indicativo // Fará
E 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo // Escrevo
R 2.ª pessoa do singular do Presente do Conjuntivo // Reajas
N 3.ª pessoa do plural do Imperfeito do Indicativo // N
A 2.ª pessoa do singular do Perfeito do Indicativo // A
N 1.ª pessoa do plural do Condicional // N
D 2.ª pessoa do plural do Perfeito do Indicativo // D
O 2.ª pessoa do plural do Imperativo // O

A 3.ª pessoa do plural do Mais-que-Perfeito do Indicativo
N 1.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo
T 2.ª pessoa do plural do Imperfeito do Conjuntivo
O 3.ª pessoa do singular do Imperfeito do Conjuntivo
N 3.ª pessoa do singular do Futuro do Conjuntivo
I 3.ª pessoa do singular do Condicional
O Gerúndio

N Particípio Passado
O 2.ª pessoa do plural do Infinitivo Pessoal
G Infinitivo Impessoal
U 1.ª pessoa do plural do Futuro do Indicativo
E 3.ª pessoa do plural do Presente do Indicativo
I 2.ª pessoa do singular do Imperativo
R 1.ª pessoa do plural do Imperfeito do Indicativo
A 1.ª pessoa do plural do Perfeito do Indicativo

P 3.ª pessoa do plural do Condicional
E 1.ª pessoa do plural do Futuro do Indicativo
S 2.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo
S 3.ª pessoa do plural do Presente do Conjuntivo
O 1.ª pessoa do plural do Imperfeito do Conjuntivo
A 1.ª pessoa do singular do Perfeito do Indicativo

Por exemplo, o meu tepecê ficaria assim:
L 3.ª pessoa do singular do Futuro do Indicativo // Lerá
U 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo // Ultra-romantizo
I 2.ª pessoa do singular do Presente do Conjuntivo // Impacientes
S 3.ª pessoa do plural do Imperfeito do Indicativo // Subscreviam

A 2.ª pessoa do singular do Perfeito do Indicativo // Agudizaste
N 1.ª pessoa do plural do Condicional // Nadaríamos
[o (An)tónio, meu segundo nome, prosseguiria deste modo; depois, viriam os apelidos — não desperdicei nenhuma das indicações de flexão, apesar de ter feito um espaço entre os dois nomes]





Aula 7 (6, 7, 12/out) Vai lendo o texto «Escrever um diário» (p. 115), trecho de um dos volumes de Cadernos de Lanzarote, o diário de Saramago. A exemplo do que fizemos há poucas aulas, em cada linha com quatro possíveis sinónimos de palavras de Saramago, circundarás o vocábulo que, no exacto contexto, é o único verdadeiro sinónimo (tanto quanto uma palavra pode ser sinónima de outra).

faltando (linha 1) — falhando / iludindo / falseando / mentindo
maliciosa (2) — esperta / maldosa /cautelosa / astuciosa
narcisismo (2) — ambição / altivez / imodéstia / bazófia
frio (2) — cru / gelado / arrefecido / lânguido
sumário (3) — simples / índice / compendioso / sucinto
juízo (3) — aviso / apreciação / caco / toutiço
ilustres (4) — célebres / respeitáveis / altivos / civilizados
particular (5) — privada / confidencial / peculiar / secreta
comprazimento (5) — condescendência / satisfação / agrado / complacência
confiança (6) — má-criação / esperança / atrevimento / segurança
adestrado (6) — ensinado / desasnado / governado / matinado
suportável (8) — fácil / compatível / sofrível / tolerável
personagem (9-10) — personalidade / figura / interlocutor / tipo
suscitado (10) — excitado / levantado / oposto / aparecido
sinceridade (11) — ingenuidade / verdade / cordialidade / lealdade

Regressando à flexão verbal:
Em «Castigadores da parvoíce» (série Meireles), uma das atitudes parvas castigadas é a má flexão de certas formas verbais. As formas que surgem mal conjugadas são da ____ pessoa do ____ do ______ dos verbos «chegar», «vir», «dizer», «fazer», «baldar-se». As personagens dizem, por exemplo, «ouvistes» (em vez de «ouviste»).
As formas em -stes («ouvistes», etc.) até podem ser correctas, se corresponderem à ___ pessoa do ___, que usaríamos se tratássemos alguém por «vós». Flexiona:
Eu cheguei; tu _____; ele _____; nós _____ [com acento, para distinguir do Presente]; vós _____; eles _____.


TPC — Faz a ficha sobre pontuação no Caderno de Actividades (pp. 4-6). (Não é preciso trazeres-ma; há correções no final do caderno.)



Aula 8 (7, 10, 14/out) Sem abrires o livro, completa o texto seguinte, a que retirei apenas as preposições. Depois, na tabela, põe um visto junto de cada preposição assim abonada. Finalmente, nestes parágrafos, circunda as contrações (preposição + determinante) que haja e copia exemplos para a tabela — uma contração por cada uma das preposições.

25 ___ Abril
FERIADO!
A setora ___ Português mandou-nos fazer entrevistas ___ gente da nossa idade _____ o que foi o 25 ___ Abril. Instalei-me ____ a Cátia e o Miguel junto à paragem das camionetas. Quase toda a malta jovem ia _____ a praia.
À nossa pergunta respondiam:
— Uma coisa histórica.
— Atiraram abaixo ____ um presidente chamado Salazar.
— Qual quê! O homem caiu ____ uma cadeira e morreu.
— Foi uma revolução qualquer, há muito tempo, ________ eu nascer.
— É um feriado. E basta.
Todos bateram palmas.
Pois ____ minha casa logo pela manhã a mãe espeta um cravo vermelho numa jarrinha. Dantes punha-o ao peito. E faz rodar um disco antigo do Zeca Afonso, que ___ acaso até é giro.
O meu pai levanta-se tarde, veste-se à balda ____ o almoço ___ confraternização ___ os seus companheiros do 25 ___ Abril. ___ uns arrancaram unhas, outro tem marcas ___ pontas ___ cigarro pelo corpo. A Maria das Dores esteve ___ fazer ___ estátua, que não é propriamente posar ____ um escultor mas estar ___ pé dias e noites ____ uma luz virada _____ os olhos. O meu pai não sofreu nada. A prisão deve ter sido a grande aventura da vida dele — esteve ____ assaltantes ___ quartéis, participou ___ fugas, trocava mensagens ___ pancadinhas na parede. Foi até na prisão que se casou.
Do seu tempo ___ revolucionário ficou esta sardinhada anual, regada ___ vinho tinto.
Pois vivam as revoluções que dão feriado! Infelizmente são só três: o 5 ___ Outubro, o 1.º ___ Dezembro e o 25 ___ Abril.



Além das preposições simples — as da tabela —, há muitas locuções prepositivas (resultantes da junção de preposições, nomes e, até, advérbios): abaixo de; acima de; ao lado de; além de; cerca de; em torno de; junto a; perto de; ao pé de; em vez de; antes de; diante de; depois de; longe de; através de; dentro de; a respeito de; para com; fora de; graças a; por causa de; em favor de; etc.

As preposições introduzem grupos (sintagmas) preposicionais. Muitos dos grupos preposicionais correspondem a funções sintáticas bastantes típicas: {Completa}

Frase (com grupo preposicional a negro) // função sintática do GP // Prep
Vou dar um trevo ao elefante. // Complemento __________ // a
Vi o programa do Bruno Aleixo. // Modificador restritivo (do nome) // ___
Nos próximos minutos, assistiremos a um sketch pornográfico. // Modificador (do grupo verbal) //___
O Busto foi desmentido pelo Bruno. // _________ // ___

No sketch «Fala correctamente o português. Ouvistes?» (série Zé Carlos), apontam-‑se duas modas linguísticas recentes. {Completa}

A primeira consiste em usar-se a _________, omitindo o restante grupo preposicional. Talvez porque, dado o contexto, fique muito implícito o que se quer dizer, o locutor pode dar-se ao luxo de suspender a frase logo depois de pronunciar a preposição. Ora realística ora caricaturalmente, o professor ________ (nota que o nome corresponde, efetivamente, àquele que se pode considerar o primeiro linguista português — contemporâneo, por exemplo, de Eça de Queirós) ou o apresentador dizem {circunda as preposições} «Podemos não ter chegado a»; «Mas estamos a caminhar para»; «Fiz uma tentativa de»; «Esperamos estar cá para».

A segunda é começar frases por _________, quando se esperaria o uso de outro tempo, com pessoa: «Em primeiro lugar, dizer que [...]»; «Antes de continuarmos, aplaudir [...]»; «Antes de mais, registar [...]». (Um pouco à margem deste tique, repara que nas frases fica claro um dos papéis que podem ter os grupos preposicionais, o de conectores: é o caso de «Em primeiro lugar», «Antes de continuarmos», «Antes de mais». Outras classes gramaticais que cumprem frequentemente esse papel de estabelecer relações entre segmentos textuais são a conjunção, o próprio advérbio.)

Os dois fenómenos caricaturados (suspensão da frase na preposição; começo da frase por um infinitivo) são talvez evoluções em curso na língua portuguesa, relativas a mudanças de ordem __________ {sintática / semântica / fonética / ortográfica / pragmática}.

No tal sketch chocante da série Barbosa, reflecte-se sobre um problema que, ao usarmos preposições, se nos põe muitas vezes, as exatas regências (ou regimes). Há até dicionários para prevenir estas dificuldades, os dicionários de regências.

É que, como elementos de relação, as preposições têm o seu significado muito associado ao nome que se lhes siga mas também dependem dos verbos que as precedam. A polivalência das preposições (e os matizes de sentido que os verbos, ao selecionarem-nas, podem ganhar) leva a que facilmente as troquemos. {Completa}


Na última linha, o erro não resulta propriamente de má escolha da preposição, mas de se flexionar mal a forma verbal. Como se faz uma analogia com outras segundas pessoas do singular, que terminam em –s, cria-se uma forma terminada em –s, amalgamando a preposição. É o mesmo processo que leva a que, por vezes, se use, para a terceira pessoa do plural, «hadem» (em vez da forma correcta «_____»).

Um erro ortográfico que tenho procurado advertir em redações vossas é a contração de preposições com os determinantes ou pronomes que se lhes seguem quando estes começam orações (infinitivas). Escreve as formas correctas (contraídas ou não):

Foi o facto de ele ter mentido que me agradou. // ____
Apesar de ela ser bonita, é muito feia. // ____
Diz a o polícia que morri. // ____
Gostava de os avisar de que a lontra adoeceu // ____


Miguel Esteves Cardoso (que aliás tem dois textos no nosso manual) escreve diariamente uma mini-crónica no Público, com o nome genérico «Ainda ontem». Muitos destes seus textos têm sido declarações de felicidade e de amor pela mulher (Maria João, antiga apresentadora de televisão, e que esteve, ou tem estado, doente). A do dia 2 de outubro versou «Um dia bem passado».
Ainda que com menos extensão (talvez com cerca de cento e cinquenta palavras), escreve uma nota de recordação de um dia, um momento, bem passado. Assume que o texto é de «ainda ontem».

TPC — Recorrendo, ou não, a um dicionário, encontra um verbo interessante (pouco usual, complicado, engraçado na sua sonoridade, extenso, etc. — enfim, um verbo que, por algum motivo, consideres simpático ou original). Escreve toda a sua flexão, incluindo tempos simples e compostos. Aproveita para veres bem a folha com um modelo de flexão («Fazer») dada na aula 6 e para te ires familiarizando com a conjugação dos verbos. Transcreve também o essencial do verbete do dicionário relativo ao verbo escolhido.




Aula 9 (13, 14, 19/out) Lê o texto «Duas ou três coisas que sei sobre mim» (p. 112). Nos itens que se seguem, circunda a letra que introduz a melhor alínea.

«Andava a Terra a correr os céus em torno do Sol à velocidade de trinta quilómetros por segundo» (ll. 1-3) pretende
a) ironizar sobre a real importância do facto que se refere depois.
b) mostrar que o facto que se enuncia depois ocorreu num momento excecional.
c) esclarecer que, naquela época, a velocidade da Terra era menor do que a de hoje.
d) situar no tempo, com precisão, o nascimento do narrador.

«um dos mais quentes desse ano» (5-6) é uma informação
a) figurada, que não deve ser tomada à letra.
b) decerto factual, portanto denotativa.
c) justificada por o autor ser um meteorologista famoso.
d) que não é, evidentemente, verdadeira.

«Abri os olhos para o mundo em plena hora da sesta» (6-7) significa que
a) o narrador, quando estava a fazer a sesta, viu o mundo.
b) o narrador viu o mundo à hora da sesta.
c) o narrador nasceu quando alguém, nas imediações, fazia a sesta.
d) o parto acabou ao começo da tarde.

O «prémio de bebé mais bonito nascido na maternidade naquela semana» (16-18) visa
a) indiciar que o bebé era normalíssimo.
b) indicar que o bebé era excecionalmente bonito.
c) informar que houvera um concurso para eleger o bebé mais bonito da semana.
d) esclarecer que a tradição dos Prémios Tia Albertina vem de longe.

Mme Kaufmann e Bertinha (20-22) seriam
a) proprietárias de creches.
b) professora e colega, respectivamente.
c) professoras.
d) colegas de Caraça.

«tive umas primeiras letras e uns primeiros números (bem como uns primeiros amores)» (22-24) faz referência
a) ao ensino da leitura e da escrita, da aritmética e da educação sexual.
b) à aprendizagem de leitura, escrita e aritmética, aludindo também aos namoricos infantis.
c) à letra da turma e ao número que tinha João Caraça.
d) a endividamentos e investimentos feitos por Caraça.

Nas linhas 26-28 faz-se a defesa
a) da importância da vontade de saber.
b) de que a curiosidade é uma arma perigosa.
c) de que a curiosidade é uma arma.
d) da aventura como meio para se chegar à sabedoria.

Rómulo de Carvalho (33) foi
a) professor de Matemática e de Físico-Químicas de Jaime Leote.
b) o poeta António Gedeão, mas não foi professor de João Caraça.
c) professor de Físico-Químicas de Caraça e autor do verso «à razão de trinta quilómetros por segundo».
d) professor de Matemática de João Caraça.

«entrei para o quadro da Junta de Energia Nuclear» (41-42) significa que João Caraça
a) passou a figurar no retrato anual dos funcionários da JEN.
b) passou a integrar a JEN.
c) foi retratado por pintor da JEN.
d) se iniciou na pintura, por essa época.

O período «O 25 de Abril apanhou-me no quartel de Paço de Arcos» (49-51) diz-nos que Caraça
a) foi preso na ocasião da revolução.
b) assaltou o quartel de Paço de Arcos no dia 25 de abril.
c) estava a fazer a tropa à época do 25 de abril de 74.
d) foi apanhado no quartel de Paço de Arcos por um colega cuja alcunha era «25 de Abril».

Ter adicionado à sua «profissão de fé nas ciências ‘duras’ o doce perfume de amante das ciências ‘moles’» (56-59) reporta que João Caraça
a) se tornou apreciador de fezes moles (vulgarmente: ‘cocós de cão diarreicos’).
b) detestava o cheiro dos cocós de cão.
c) evoluiu da biologia para a matemática.
d) se apercebeu de que as ciências humanas também eram gratificantes.

No último período (62-65), «em 1976» está isolado por vírgulas
a) indevidamente.
b) por ser um modificador.
c) por ser um vocativo.
d) por aludir a data relevante.

No último período (62-65), uma vírgula separa «Mariana» de «a minha mais perfeita e conseguida realização», porque
a) este último segmento é um modificador apositivo (uma explicação adicional).
b) Mariana era realmente uma perfeita realização.
c) o narrador não está convicto da afirmação.
d) o narrador quer vincar o que está a afirmar.


Simplificando o que terás já treinado no tepecê de há duas aulas (e aproveitando apenas o caso das vírgulas):

A(s) vírgula(s) pode(m) ser usada(s)

1. para assinalar a elisão de um elemento.
2. para separar os vocativos.
3. para separar modificadores (no início ou no meio da frase).
4. para separar elementos que desempenham a mesma função sintática.
5. para separar orações coordenadas assindéticas (e até sindéticas).
6. para separar alguns conectores.
7. para separar os modificadores apositivos.
8. para separar uma oração adverbial (principalmente, quando colocada antes ou no meio da subordinante).
9. para separar orações subordinadas adjectivas relativas explicativas.

Atribui às frases em baixo uma das explicações (1-9) do uso de vírgula(s) inventariadas em cima.

___ Postiga, o melhor avançado do mundo, falhou mais uma vez.
___ Comi uma alface, quando a conheci.
___ Stor, dê-me a fatia do bolo rançoso.
___ Bebi sangria, aguardente, bagaço, vinho tinto, chá.
___ Ela tem uma das melhores memórias; ele, uma das piores.
___ Ontem, comi uma alface de estimação.
___ Não voteis na lista Z, votai na lista de vinhos.
___ Não creio, contudo, que sejas parvo.
___ Combinava, por vezes, uns assaltos.
___ E, se tudo correr bem, encontramo-nos em Paris.
___ Porque estava frio, despi a camisola.
___ A iguana, que estava lindíssima, beijou o iguano.

Responde aqui ao exercício 1 de «Pós-leitura», na p. 113 do manual (usa as onze palavras que aí são indicadas):
Autobiografia

No sentido estrito da palavra, autobiografia será a ________ de alguém realizada pelo ________, de tal forma que o ________ e o objecto narrado sejam ________.
Em termos literários, a autobiografia assume algumas regras (sempre passíveis de transgressão) que poderemos reduzir ao seguinte: o autor assume a responsabilidade pessoal de _______ e de ______ do seu texto; o indivíduo revelado ao longo da organização textual é ________ ao referenciado; admite-se, portanto, a existência ______ desse indivíduo, de tal forma que essa existência pode ser ________ publicamente; aceita-se uma espécie de ______ autobiográfico, segundo o qual os acontecimentos relatados são tidos pelo ______ como verídicos. No romance autobiográfico, naturalmente que, em virtude das regras da ficcionalidade, essas normas admitem um nível maior de transgressão.

O filme cujo início vamos ver também é autobiográfico. Melhor, tem como personagem principal alguém que vai narrando a sua vida. Em rigor, para ser uma autobiografia mesmo, deveríamos ter como personagem e _________ uma figura correspondente ao próprio realizador.
Num livro, diríamos que o narrador é homodiegético (é também ________ da história que narra) ou autodiegético (já que é até a personagem ________, o herói). Porém, no filme, além de intervenções em off (na 1.ª pessoa, claro), também temos partes em que não há bem narração, como é o mais natural no cinema.
Aspecto talvez pouco usual é que o narrador, apesar de se situar já depois de percorrida a vida toda (a história parece ser relatada em flash back, ou seja, em _________), surge-nos com a voz da idade que teria à data dos acontecimentos narrados (e não como alguém já velhote que os relatasse a posteriori).
A etiqueta mais adequada ao género deste Jeux d’enfants [Amor ou consequência] seria ‘memórias de uma paixão’, mais do que ‘autobiografia’, ‘memórias’ ou ‘romance autobiográfico’. Note-se ainda que há saltos (de décadas) na biografia do casal, o que também é conveniente a filmes, já que se ultrapassa assim a necessidade fazer envelhecer as personagens paulatinamente.
Uma última nota: o objeto que serve de agregador das várias peripécias daria um excelente ‘prémio Tia Albertina’.

TPC — Ler nas páginas castanhas do manual uma série de definições, em revisão de matérias recentes: Preposição (p. 305); Grupo preposicional (306); Vocativo (308); Modificador [de frase] (307), [de verbo] (309), [apositivo de nome] (310); Orações assindéticas (311); Oração explicativa (312); Orações subordinadas adverbais (313).



Aula 10 (14, 17, 21/out) Tipologia textual

[Resumirei aqui o que no livro, pp. 330-332, está explicado mais desenvolvidamente.] Cada protótipo textual (ou tipo de texto) define-se por um determinado grupo de características, podendo algumas destas características ser constantes e outras variáveis. [...] A maior parte dos textos é constituída por numerosas sequências, as quais poderão atualizar diferentes protótipos textuais. De facto, num mesmo texto costumam ocorrer sequências de diferentes tipos (por exemplo, num texto narrativo é habitual surgirem sequências de tipo descritivo e sequências de tipo conversacional).

Existem múltiplas formas de atualização do protótipo textual narrativo: contos, fábulas, histórias, parábolas, reportagens, notícias e relatos de experiências pessoais. O texto narrativo centra-se na ação, no relato dos acontecimentos.

As sequências textuais que atualizam o protótipo descritivo são construídas em torno de um dado objeto, acerca do qual se predicam diversos atributos. Os textos descritivos são uma exposição de diversos aspetos que configuram o objeto sobre o qual incide a descrição. Tudo pode ser objeto de descrição, mas as descrições mais frequentes incidem sobre pessoas e personagens (quer traços físicos quer atributos psicológicos), espaços e situações atmosféricas.

O objetivo central dos textos/discursos que atualizam o protótipo textual argumentativo consiste em justificar ou refutar opiniões. As sequências textuais e os textos de tipo argumentativo são frequentes nas interações verbais do nosso dia-a-dia: na propaganda política, nos debates televisivos sobre questões polémicas e mesmo em situações informais de interação sobre aspetos práticos.

Estão associados ao protótipo textual expositivo (ou explicativo) os textos em que se apresentam análises e sínteses de representações conceptuais. Podemos encontrar este protótipo textual nos manuais das disciplinas científicas, em que se passa constantemente da exposição — sucessão de informações com o objectivo de dar a conhecer algo — à explicação — com o intuito de fazer compreender o «porquê» do problema e a sua resolução. Já agora: também as presentes definições de protótipos textuais se enquadram no protótipo expositivo.

Os textos que actualizam o protótipo instrucional (injuntivo ou directivo) têm subjacente o objetivo de controlar o comportamento dos seus destinatários. Este protótipo textual é atualizado numa grande diversidade de textos, desde enunciados simples (como «Proibido tirar fotografias») até às regras de utilização de um software. Todas as instruções (receitas de culinária, instruções de montagem, etc.) se incluem neste protótipo.

O protótipo conversacional, também designado «dialogal», é atualizado em textos produzidos por, pelo menos, dois interlocutores que tomam a palavra à vez. Este tipo textual manifesta-se, por exemplo, nas interações orais quotidianas, nas conversas telefónicas, nos debates e nas entrevistas.

O protótipo (ou tipo textual) preditivo informa sobre o futuro. Manifesta-se em boletins meteorológicos, horóscopos, profecias.

Dados os seguintes fragmentos, tenta identificar de que tipo de texto se trata:

1. Naquela noite o vento uivava, vadio. Os galhos dos castanheiros rumorejavam, nervosos, batidos pelo vendaval e pelos cocós de cão...

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _________.
2. Quando falamos de «tipos de texto», tentamos sistematizar, arrumar, organizar nuns poucos «gavetões» semânticos produtos discursivos que, apesar de em número infinito, apresentam características comuns que aproximam alguns deles entre si.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _________.

3. — Como se chama este cão?
— Cocó.
— Essa é boa! A um cão não se chama «Cocó»!
— Então?
— Um cão é «Ringo», «Faísca», «Rex», «Hermenegildo».

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo ________.

4. Crianças: devem tomar um comprimido, três vezes ao dia, antes das principais refeições. Adultos: dois comprimidos, três vezes ao dia, antes do principal cocó.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo ________.

5. Se a é igual a 1 e b é igual a 1, então a é igual a ⅞ de 2 + 74 ÷ 5 × 24 cocós de cão.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _______.

6. A boneca tem feições de marfim; pálidas, lisas, de veludo; e os seus cabelos são ondas de ouro, descendo, levemente, sobre os ombros...

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _______.

7. Fará bom tempo em toda a Península. Aguaceiros, porém, na zona de Benfica; e trovoada, com queda de blocos enormes de granizo, sobre a ESJGF, mormente na sala D9.

O texto de que foi retirado este trecho será do tipo _______.

[exercício de: Álvaro Gomes, Gramática pedagógica e cultural da língua portuguesa, 2006; definições adaptadas de glossário da TLEBS; cocós, granizo e Hermenegildos meus]


Veremos cinco sketches da série Barbosa. Poderíamos considerar que todos exemplificam o protótipo conversacional, já que mostram personagens em diálogo. Porém, abstraindo-nos dessa moldura geral, é possível descobrir em cada cena o protótipo, ou os protótipos, mais presentes.








Escreve, no máximo, sete curtos trechos que, supostamente, pertenceriam a textos maiores e são agora apresentados como se se tratasse de fragmentos de livros resgatados por sorte — pequenos pedaços de folhas arrancadas encontradas no lixo.
Esses fragmentos pertencerão a protótipos (tipos) de texto diferentes. Idealmente, haveria no final sete desses recortes, mas admito que não chegues a percorrer os sete tipos e fiquemos só com uns quatro ou cinco, dependendo do tempo que consigamos ter.
Haverá um tema agregador, comum a todos os fragmentos: tu mesmo/a.

TPC — No livro, pp. 330-332, lê as definições mais completas dos sete tipos textuais.



Aula 11 (20, 21 ou 26/out) Lê «História Incompleta» (p. 122). Vê as perguntas 3, 3.1, 3.2 do manual (p. 123). Já respondi a 3.1 e a 3.1.1; responde tu a 3.2:

3.1 O advérbio que corresponde ao tempo da história é «ontem» (l. 11); os advérbios que marcam o tempo da escrita são «agora» (l. 9) e «hoje» (10).
3.1.1 «Ontem» remete para um passado que, embora distante, está vivo nas recordações da narradora e que, por isso, parece ter acontecido no dia anterior.

3.2 _______________

Responde agora à pergunta 5 (p. 123): 1 = ____; 2 = ____; 3 = ____; 4 = ____; 5 = ____.

Passa a responder aos itens que ponho a seguir, em que aproveito o facto de ter comigo o texto completo desta autobiografia de Isabel Ruth, escrita para o Jornal de Letras, e te peço para conjecturares o que estava nesse texto integral.

Na linha 13, a pontuação «(…)» assinala uma supressão de texto. Qual destes segmentos estará nesse ponto do original e foi omitido no manual?

a) Regresso ao passado à velocidade de Flash Gordon.
b) Regresso ao passado, na Figueira.
c) Regresso ao passado, com saudade.
d) Regresso ao passado, com lentidão nostálgica.

Na l. 19, nova supressão, depois de «Buarcos.» Que estaria no texto efectivamente escrito por Isabel Ruth?

a) Há uma Nossa Senhora no nicho, na esquina da fachada, mesmo ao lado da janela do quarto dos meus pais. [E prossegue-se com descrição de Buarcos.]
b) Há um cartaz de Tony Carreira, que, disso não me esqueço, fora o meu grande ídolo de infância. [E prossegue-se com descrição de Buarcos.]
c) Há um cartaz de Tony Carreira, que, disso não me esqueço, fora o meu grande ídolo de infância. [E prossegue-se com o retrato de Carreira.]
Na autobiografia original saída no Jornal de Letras, o texto de Isabel Ruth continuava ainda para além de «labirintos.» (l. 28). Qual destes trechos se lhe seguia?

a) E esses labirintos são o âmago de mim, um caminho para o auto-conhecimento, um postigo para a minha alma.
b) Tenho uma imaginação que me assusta, conheço esse meu lado sem horizontes onde o nada é mesmo o nada e perco-me nesse infinito que eu sou.
c) Labirintos esses que foram, para sempre, a escuridão do meu sol, o brilho do meu negrume... Ah! Barquilhos de Buarcos que eu já não saborearei mais!...

Qual será o último período do original da autobiografia de Isabel Ruth tal como publicada na íntegra no Jornal de Letras?

a) Afinal de contas foram eles que substituíram as lojas dos trezentos, caramba!
b) E que bem que se estava na banheirinha, com água quente e montanhas de espuma!...
c) Enojavam-me todos aqueles labirintos de dejetos caninos, de que mal me conseguia desviar...
d) Esta é a minha história incompleta mas o tempo escasseia. Interessará a alguém a vida dos outros?

O texto de Isabel Ruth que acabámos de ler (p. 122), como o de Manoel de Oliveira (111) e o de João Caraça (112), destinava-se a uma secção do Jornal de Letras, Artes e Ideias em que era pedido a um intelectual que traçasse a sua biografia, numa única página do jornal.



Distribuirei a cada um uma dessas páginas, para que possam, após breve leitura, preencher o quadro seguinte:



TPC — Durante as próximas semanas, evitarei passar tepecês. Por um lado, devem aproveitar para, no imediato, rever conteúdos de gramática estudados (proximamente, faremos algum trabalho sobre essas matérias). Por outro lado, estas semanas sem tepecê também se justificam porque lhes quero pedir uma tarefa mais longa, fundamentalmente de expressão oral, a entregar daqui a um mês (ao longo de todo, ou quase todo, o novembro; definirei depois uma data limite, mas a mim até me convém que os trabalhos me vão sendo entregues logo que fiquem acabados [essa tarefa está explicada aqui: Instruções sobre microfilmes]). Finalmente, um pouco mais à frente, e sem um prazo definido (a poder começar em breve mas a aproveitar também as férias de Natal e a continuar depois), combinarei convosco a chamada «leitura contratual» (não gosto desta designação; no fundo será: ‘leitura de livros, mais ou menos ao gosto de cada um, ainda que com mínimo controlo pelo professor’).



Aula 12 (21, 24, 28/out) Hoje é que ouviremos o excerto da biografia de Manoel de Oliveira (p. 111), para selecionar as opções certas:

A vocação cinematográfica do realizador foi despertada por uma oferta dos pais/do pai: uma máquina de filmar e rolos de filme virgem. Dedicando-se raramente / frequentemente à escrita, Manoel de Oliveira destaca aspectos vivenciais que relata na primeira / terceira pessoa verbal, pelo que é possível afirmar que se expressa, no seu texto, um narrador heterodiegético / autodiegético. Assim sendo, e uma vez que o autor do relato é / não é o seu narrador, estamos perante um texto de natureza biográfica / autobiográfica.

E regressamos ao estudo da flexão verbal. Completa:

Um verbo é _______ {regular/irregular}, quando segue o modelo da sua conjugação (a primeira, de tema em a; a segunda, em ___; a terceira, em ___). Se o verbo apresentar modificações no radical (exemplo: «ouço», apesar de «ouvir») ou na flexão das pessoas («estou» [cfr. «cantas»]; «estás» [cfr. «cantas»]), é _________.
Verbos ________ {impessoais/unipessoais/defetivos} são os que, na sua flexão, não se apresentam em algumas pessoas ou tempos (por exemplo, os verbos «abolir» e «falir» não têm 1.ª pessoa do singular do ________ do Indicativo).
Há também verbos ____ {impessoais/unipessoais/defetivos} — exemplo: «chover», «haver», «amanhecer» —, que são os que não têm ____ {sujeito/pessoa/tempos}.
Há ainda os verbos _____ {impessoais/unipessoais/defetivos}, os que, dado o seu sentido, só se costumam usar na _____ pessoa (exemplo: «cacarejar», «grasnar»).
Por fim, pode igualmente aparecer o termo «verbo abundante», que designa os verbos que têm mais que uma forma possível (em geral, duas formas no _________ — «pago»/«pagado»; «aceite»/«aceitado» —, ou, mais raramente, em outros tempos: «ele ________»/«ele construi»; «comprazesse»/«comprouvesse»; «requere»/«requer»; «_____»/«dize»).

Liga dos Campeões — Sorteio

Nota importante — Alunos do mesmo país (carteira) não podem ficar no mesmo grupo.



Como se trata de fase em poule, a classificação de cada grupo resultará das pontuações de vários «jogos», incluindo leitura em voz alta de improviso, leitura em voz alta treinada antes, leitura mais ou menos expressiva. São apurados para a fase final os quatro primeiros de cada grupo, seguindo-se eliminatórias, segundo estrutura muito inteligente (A1 × B4; B1 × A4; ...).
Restantes clubes (isto é, alunos) ficam apurados para a Liga Europa. Este troféu será disputado logo em eliminatórias, definidas também segundo as classificações obtidas na fase preliminar da Liga dos Campeões. Os derrotados nos oitavos de final da Liga dos Campeões também se incorporarão numa eliminatória posterior da Liga Europa.

Completa, depois de veres os sketches da série Lopes da Silva:



Em «Debate sobre malbaratar», a estranheza de certas formas verbais não se deve apenas aos seus sons — como diz o comentador que, a dada altura, intervém —, antes se pode atribuir ao facto de se tratar de verbos que, na língua actual, se fossilizaram em poucas expressões _______ {idiomáticas/idiotas}, em fórmulas circunscritas a registos e contextos específicos («alijar responsabilidades»; «colmatar falhas»; «enveredar por maus ________ ou por uma carreira»; «untar as mãos»). Acabamos por estranhar a flexão desses verbos, sempre que surjam fora daquelas frases feitas e, ainda por cima, em diálogo (em registo literário, seria diferente). Sem as palavras que os costumam acompanhar, esses verbos parecem-nos quase _______ {agramaticais/correctos}.
Em «Não faleci nada», o caso é parecido. O verbo «falecer» não é defetivo (tem as várias pessoas e tempos), mas, utilizado como verbo intransitivo e em situação de conversa banal, a sua flexão na _____ e na _____ pessoas do Pretérito ______ do ______ («faleci», «faleceste») torna-se inverosímil.

Há vantagens em conhecer os três tempos ______ {primitivos/derivados}, uma vez que estes nos permitem chegar à flexão dos tempos ______ {primitivos/derivados}.
Nas tabelas seguintes, preenche as quadrículas vagas.




TPC — [Ver o que já pus no tepecê anterior.]



Aula 13 (27, 28/out ou 2/nov) Resolve o ponto 1 da p. 110 (se preciso, na p. 316 recorda a definição de campo lexical):
1. [palavras do campo lexical de «biografia» que aparecem no texto:] ____________
{basta uma meia-dúzia}

Repara nesta série de dez palavras, que criei a partir de outra palavra do título do texto — «medida».



«Medida» lembra «alfaiate» (que as tiram); «alfaiate» lembra «agulha» (por eles usada); «agulha» lembra «Beatriz Costa» (atriz que, no seu papel talvez mais conhecido, cantava um célebre «A minha agulha e o meu dedal»); «Beatriz Costa» ficou para sempre identificada com a «franja»; que me lembra o «Franjinhas», um cão de uns desenhos animados da minha infância; nesses desenhos, surgia também um «realejo»; que associo ainda ao livro «Sem Família», de Hector Malot (porque a trupe de artistas de rua em que se integrava o herói tinha, se bem me lembro, um realejo); «Sem Família» lembra-me os canais franceses, em que uma parte da história decorria; e «canais» a todos faz pensar em Veneza.

Faz tu uma série assim, mas a partir de «Biografia». Vê se há relação entre a primeira e a segunda palavras, entre a segunda e a terceira, etc., mas, ao mesmo tempo, tenta afastar-te cada vez mais do motivo inicial (é que não se trata de arranjar palavras todas da mesma área lexical!). Depois escreve uma outra série — também começada por «biografia» — que venha a ter como décimo elemento a mesma palavra que iniciou a lista.

Ao contrário dos textos que temos visto nesta secção 3 do manual, «Biografias por medida» não é um texto de carácter ______. Pertence aliás ao conjunto dos textos dos media (de, afinal, já vimos também crónicas e um artigo de divulgação científica): é uma notícia, quase reportagem, prevalecendo nela o tipo textual _______.
Acrescenta ao texto um último parágrafo — posterior, portanto, a «em todo o mundo’» —, com cerca de cem palavras, entre as quais, obrigatoriamente, estas: __________; ___________; ___________; ____________; ____________; _____________. Deves procurar que a notícia-reportagem se mantenha verosímil e adotar registo linguístico semelhante ao do resto do artigo. O ideal é que as seis palavras em causa não sejam sentidas como estranhas. (São interditas espertices do tipo «e fulano decidiu riscar as palavras tal, tal, tal, tal, tal e tal».)

Amor ou Consequência aproxima-se do fim. Na parte que veremos hoje, dá-se um salto de dez anos. Traduzindo: o tempo da história não é todo percorrido no discurso (ou não é dado proporcionalmente: os dez anos que percebemos terem decorrido na história são omitidos e resumidos pelo narrador-personagem numa rápida série de alusões). Também nos livros esta falta de estrita equivalência entre tempo da história e tempo do discurso pode acontecer. Num capítulo termina-se numa década e, no seguinte, já se está em outra, com ou sem anúncio pelo narrador.

TPC — Em Gaveta de Nuvens, toma conhecimento das Instruções sobre microfilme, trabalho a entregar lá para fins de novembro. Mais no imediato, revê assuntos gramaticais dados até agora. Passada esta fase, porei também informação sobre como organizaremos as leituras de livros.




Aula 14 (28, 31/out ou 4/nov) A hiperonímia é uma relação de hierarquia entre um termo subordinado (hipónimo) e um seu subordinante (hiperónimo): o hipónimo é um membro da espécie, da classe, que o hiperónimo designa.
Por exemplo, a palavra «crocodilo» é _________ de «animal». Entretanto, «animal» é ______ de «crocodilo». O hiperónimo «animal» tem aliás muitos outros seus hipónimos: «gato», «lesma», «Nuno Gomes», «caracol», _________. Estes termos subordinados a um mesmo hiperónimo são, entre si, co-hipónimos.

Dou-te pares de co-hipónimos. Encontra o seu hiperónimo:

Os co-hipónimos «cravo» e «piano» têm como hiperónimo «_______».
Os co-hipónimos «cravo» e «rosa» têm como hiperónimo «_______».
Os co-hipónimos «Camões» e «Fernando Pessoa» têm como hiperónimo «_______».

Nada impede que termos que são hipónimos de um outro termo mais geral que os subordina sejam, por sua vez, hiperónimos de termos mais específicos: «animal» é ______ de «mamífero»; «mamífero» é ______ de «cão»; «cão» é _______ de «cão de caça», «cão pisteiro», «rafeiro» (e estes termos são entre si _______).

Outra relação que estrutura o léxico é a de holonímia. Um termo representa o todo; e outro, a parte: «mesa» é holónimo de «tampo»; e «tampo» é merónimo de «mesa».
Mais exemplos: «ponteiro» é merónimo de _______; «espelho retrovisor» e «volante» são entre si co-merónimos (e sabemos que o seu holónimo é «_______»); «mão» é holónimo de «_________».

Completa com holónimo / merónimo / hiperónimo / hipónimo:

«cáfila» é __________ de «camelo».
«vaso sanguíneo» é _________ de «sistema circulatório».
«cocó» é __________ de «excremento».
«texto de carácter autobiográfico» é ________ de «memórias».

Preenche:

Merónimos // Holónimo
Castelo Branco, Lisboa, Faro // ________
______________________ // casa
Morfologia, Sintaxe, Fonética // ________
_____________________ // livro

Campo lexical é o conjunto de palavras ou expressões que abrangem um determinado campo conceptual. Já víramos que o campo lexical de ‘biografia’ inclui «vida», «histórico», «infância», etc.; e podemos dizer que o campo lexical da «__________» inclui «rir», «contente», «alegria», «bom humor».
Campo semântico é o conjunto dos diferentes sentidos que toma uma palavra. A palavra «braços» aparece a seguir com diferentes aceções: «fulano está a braços com vários problemas»; «o rio desagua em vários _______»; «os braços da cadeira estão carcomidos»; «tens os ________ arranhados». Estes significados — dependentes do contexto em que ocorre a palavra — integram o campo semântico de «________».
Quanto a família de palavras (ou palavras cognatas), é um termo que reúne as palavras que têm o mesmo étimo (tendo dele derivado por diversos processos de formação): «água-pé», «desaguar», «aguardente», «aguadilha» são da família de «_______».

Aproveitando o verbete «carta» do Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora, 2011), constitui parte do campo semântico de ‘carta’. Basta transcreveres três aceções:



Indica umas tantas palavras do campo lexical de ‘carta’: ______________

Quase todas as palavras seguintes são da família de ‘carta’. Circunda as quatro intrusas: «cartada», «cartão», «cartaz», «cartear», «cartel», «cartilha», «cartista», «carteiro», «postal», «cartabuxar», «cartucho», «descartar», «encarte», «CTT», «cartomante», «carta-cocó».

Lê «Na prisão escrevem-se cartas» (p. 127), para, no final, continuares o texto, num registo semelhante. Não podes, porém, usar palavras que tenham a letra A (o que decerto impõe que experimentes frequentemente, e escrutines, o que fores escrevendo, em espécie de controlo contínuo do que no teu texto fique inscrito). Neste segmento entre parênteses, eu próprio não usei nunca a letra A.
Não há limite de linhas, mas, é claro, não será provável que avances muito, se estiveres mesmo a conseguir uma sintaxe gramatical (e, idealmente, quase natural). A partir de certa altura — que assinalarás com um traço vertical —, o texto poderá prosseguir com a letra A, mas, em compensação, sem EE (é mais fácil, apesar de tudo).

Ultimamente trabalho nos teares, é um trabalho bonito que entretém imenso e as mãos ocupadas libertam o espírito para a minha insistente procura de memórias e explicações que pretendo dar a mim mesma.
__________________

Resolve a pergunta 7 da p. 128: _____



Aula 15 (3, 4, 9/nov) Circunda a letra da melhor alínea.

O tratamento de 2.ª pessoa do plural dirigido a um só indivíduo
a) ainda se usa no Alentejo e em alguns bairros de Lisboa.
b) só se mantém no norte (e por falantes bastante idosos).
c) deve ser usado sempre que se interpelem professores de Matemática.
d) só sobrevive nas orações, como tratamento para Deus.

O tratamento por «tu» é usado
a) entre pessoas que se conhecem mal, desde que adultas.
b) cada vez mais de pais para filhos e, generalizadamente, no Brasil.
c) entre jovens, e é mais informal do que o tratamento na 3.ª pessoa.
d) no norte, seguido da terceira pessoa verbal.

Se à pergunta «Como te chamas?» alguém responder «Bem, os meus pais pensavam dar-me o nome do fundador da nacionalidade. No entanto, depois de hesitarem, pensaram que devia ter antes o nome do rei que, em Alcácer Quibir, foi derrotado e ninguém mais encontrou. Chamo-me Sebastião», estará a infringir
a) a máxima de qualidade.
b) o princípio de cortesia.
c) a máxima de quantidade.
d) a máxima de modo indicativo.

No Brasil, o tratamento mais generalizado é
a) «tu» e segunda pessoa do singular.
b) «cê» e segunda pessoa do singular.
c) «você» e segunda pessoa do singular.
d) «você» e terceira pessoa do singular.

Em aula, apercebemo-nos de que uma evolução em curso (ou já confirmada, mesmo) era a de que os filhos
a) já tratam os pais por «vossemecê».
b) já pedem aos pais mais nenucos.
c) já tratam os pais mais por «tu» do que na 3.ª pessoa.
d) tratam os pais cada vez mais na 2.ª pessoa do plural.

Em Portugal, o tratamento por «você» (mais terceira pessoa) é
a) mais abrangente do que o tratamento por «você» no Brasil.
b) especialmente ofensivo no campo.
c) reservado aos interlocutores mais cultos.
d) sentido como mais distante, ou menos delicado, do que o tratamento por primeiro nome («o Luís») e terceira pessoa.

O tratamento de 2.ª pessoa do plural («ides») dirigido a vários indivíduos
a) já não se usa em lado nenhum.
b) ainda se usa no Norte, sobretudo por parte de falantes idosos.
c) ainda se usa no Brasil.
d) é o que deveriam usar os alunos em diálogo com um grupo de professores.

Quando, em vez de dizer «estudem até à página tal», um professor diz «pedia-lhes que estudassem até à página tal», está a usar uma estratégia que visa cumprir
a) a matéria do programa.
b) o princípio de cooperação.
c) o princípio de cortesia.
d) a máxima de modo.

A forma «tivestes» é
a) agramatical (um erro, portanto).
b) a 2.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito de «Estar».
c) a 2.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito de «Ter».
d) a 2.ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito de «Ter».

Além da tradicional 2.ª pessoa (no singular e no plural), o Imperativo socorre-se de formas do
a) Presente do Conjuntivo (1.ª pessoa do singular e do plural).
b) Presente do Conjuntivo, para a negativa ou para a 3.ª pessoa e a 1.ª pessoa do plural.
c) Presente do Indicativo (para a negativa) e do Presente do Conjuntivo (para «você», «vocês» e «nós»).
d) Presente do Indicativo (na afirmativa, na 3.ª pessoa e na 1.ª do plural) e do Presente do Conjuntivo (na negativa).

A primeira pessoa do singular Presente do Conjuntivo dos verbos da 1.ª conjugação (-AR) termina em
a) e.
b) a.
c) i.
d) o.

A terceira pessoa do plural do Futuro do Indicativo equivale a
a) Infinitivo Impessoal + ão.
b) Infinitivo Impessoal + am.
c) 1.ª pessoa do singular do Infinitivo Pessoal + am.
d) 3.ª pessoa do plural do Pretérito Mais-que-Perfeito menos desinência pessoal + ão.

Na 1.ª pessoa do plural, o Imperfeito do Indicativo termina em
a) ávamos (1.ª conjugação) e íamos (2.ª e 3.ª conjugações).
b) ávamos (1.ª e 2.ª conjugações) e íamos ( 3.ª conjugação).
c) ávamos (verbos de tema em A ou em E) e íamos (verbos de tema em I).
d) ámos (verbos de tema em A), emos (verbos de tema em E), imos (verbos de tema em I).

A sequência «Andarmos, Anda, Andasse» corresponde, por esta ordem, a
a) Futuro do Conjuntivo, Presente do Indicativo, Presente do Conjuntivo.
b) Futuro do Conjuntivo, Imperativo, Imperfeito do Conjuntivo.
c) Infinitivo Pessoal, Presente do Indicativo, Imperfeito do Indicativo.
d) Condicional, Imperativo, Futuro do Conjuntivo.

A sequência «Estiveram, Tenho feito, Fazia» corresponde, por esta ordem, a
a) Mais-que-perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Condicional.
b) Perfeito do Indicativo, Presente Composto, Imperfeito do Indicativo.
c) Perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Condicional.
d) Mais-que-perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Imperfeito do Indicativo.

A sequência «Falado, Olharias, Comeis» corresponde, por esta ordem, a
a) Gerúndio, Condicional, Imperativo.
b) Particípio Passado, Futuro do Indicativo, Perfeito do Indicativo.
c) Particípio Passado, Condicional, Presente do Indicativo.
d) Particípio Passado, Imperfeito do Indicativo, Imperativo.

A sequência «Ouvi, Visto, Caber» corresponde a
a) Perfeito do Indicativo, Particípio Passado, Futuro do Conjuntivo.
b) Imperfeito do Indicativo, Particípio Passado, Infinitivo Pessoal.
c) Imperativo, Particípio Passado, Infinitivo Pessoal.
d) Perfeito do Indicativo, Gerúndio, Infinitivo Impessoal.

Na frase «Dá-me Luís a espada.», faltam duas vírgulas, que serviriam para isolar o
a) modificador apositivo.
b) complemento directo.
c) sujeito.
d) vocativo.

A alínea que tem a pontuação correcta é
a) E, quando os ornitorrincos comem pizzas, a Helena, gentil iguana, ressona.
b) E quando os ornitorrincos comem pizzas, a Helena, gentil iguana, ressona.
c) E quando os ornitorrincos comem pizzas, a Helena gentil iguana, ressona.
d) E, quando os ornitorrincos comem pizzas a Helena, gentil iguana, ressona.

Em «Ontem, se nevasse, teria ido aos Himalaias», as vírgulas visam delimitar
a) uma oração subordinada adverbial condicional.
b) um vocativo.
c) uma oração subordinada adverbial temporal.
d) um modificador apositivo.

A alínea que tem a pontuação correcta é
a) A maioria dos sacanitas que tenho como alunos vai errar esta questão.
b) A maioria dos sacanitas, que tenho como alunos, vai errar, esta questão.
c) A maioria dos sacanitas, que tenho como alunos vai errar esta questão.
d) A maioria dos sacanitas que tenho como alunos, vai errar, esta questão.

Em «Os cadernos ficam sobre as mesas os telemóveis ficam dentro dos sacos», falta uma vírgula, que separaria
a) dois nomes.
b) modificador e vocativo.
c) duas orações.
d) verbo e complemento directo.

Num diário, podemos esperar encontrar sobretudo estas marcas:
a) 1.ª pessoa, Presente do Indicativo, Imperfeito do Indicativo.
b) 2.ª pessoa, Perfeito do Indicativo, Presente do Indicativo
c) 1.ª e 2.ª pessoas, Presente do Indicativo.
d) 1.ª pessoa, Perfeito do Indicativo, Presente do Indicativo.

O narrador de umas memórias autobiográficas é decerto um
a) narrador na 1.ª pessoa; e um narrador homodiegético.
b) narrador na 3.ª pessoa; e um narrador autodiegético.
c) narrador na 1.ª pessoa; e um narrador heterodiegético.
d) narrador na 2.ª pessoa; e um narrador omnisciente.

São elementos do campo semântico de «bolas»
a) ‘que chatice!’, ‘objectos esféricos de borracha’, ‘bolos doces fritos em óleo’.
b) bolinhas, bolita, carambola, rebolar.
c) basquetebol, voleibol, bolada, remate.
d) borracha, desportos, saltar, remate.

São da família de «bolsa»
a) ‘subsídio’, ‘oferta de’, ‘mala de mão’.
b) bola, bomba, bolseiro, reembolso.
c) moedas, dinheiro, roubar, rico.
d) desembolsar, bolsista, bolseiro, embolso.

Há uma sequência «merónimo, holónimo; hipónimo, hiperónimo» em
a) livro, objecto cultural; torneira, lavatório.
b) chão, casa; verde, cor.
c) prédio, andar; Porto, distrito.
d) atacador, ténis; literatura, Fernando Pessoa.

Há uma sequência de «hiperónimo, hipónimo; merónimo, holónimo» em
a) país, Portugal; deserto, areia.
b) piano, tecla; corda, harpa.
c) flor, rosa; bolso, casaco.
d) Lisboa, Jerónimos; braguilha, calças.

Integram o campo lexical de «deserto»
a) areia, sede, desabitado, cáfila.
b) ‘desejoso de’, ‘abandonado’, despovoado’.
c) desertar, desértico, desertor.
d) água, basquetebol, amor, ler.

As aceções em «fazer uma perninha», «isto tem pernas para andar», «és um perna de pau», «as pernas de Magdalena eram bonitas» integram
a) o campo semântico de «perna».
b) um pernil de porco.
c) o campo lexical de «perna».
d) a família de «perna».

A relação que há entre «gato» e «rato» é de
a) hiperónimo e hipónimo.
b) merónimo e holónimo.
c) co-hipónimos.
d) holónimo e merónimo.

Não há relação de hipónimo / hiperónimo em
a) casa de banho / divisão de casa.
b) limonada / bebida.
c) Filosofia / 10.º ano.
d) Amor ou Consequência / filme.

Há uma relação de holónimo / merónimo em
a) miolo / pão.
b) alimento / pão.
c) pão / côdea.
d) pão / trigo.

Nas frases «Sancha foi beijada pelo marido», «Sancho deu um doce ao dragão», «Em Elvas, comprámos azeitonas», as preposições introduzem, respectivamente,
a) complemento agente da passiva, complemento directo, complemento indirecto.
b) complemento agente da passiva, complemento indirecto, modificador.
c) complemento agente da passiva, modificador apositivo, complemento directo.
d) modificador, complemento directo, complemento indirecto.

A preposição a surge, contraída ou não, em todos os três segmentos da alínea
a) «Estou a dormir»; «O nascimento e a morte são tristes»; «Vou à feira».
b) «Ao caminhar, coxeava»; «Às armas, às armas!»; «Não bastavam os rebuçados a Zulmira».
c) «Há três minutos que não como cherne»; «Saiu-me o ás de copas»; «Escrevam um texto sem AA».
d) «Dei a prenda ao Honório»; «Bebamos ao Osório!»; «Cada vez mais linda a Ofélia...».

São contrações de preposição e artigo
a) pelo, como, à, dos.
b) no, pela, aos, de.
c) na, nu, nua, nus.
d) pelos, no, do, à.

A série de preposições/locuções prepositivas em que não há intrusos de outras classes é
a) a, com, por, antes de.
b) de, entre, contra, que.
c) e, em, durante, a.
d) mas, da, até, perante.

A sequência «Deve recolher as fezes do seu cão num invólucro de plástico. Deverá segurar o papel de apoio com a mão esquerda, enquanto deposita o cocó no referido saco. Para o efeito, procederá do seguinte modo: [...]» ilustra bem o tipo textual
a) instrucional.
b) expositivo-explicativo.
c) argumentativo.
d) conversacional.

A sequência «O texto argumentativo tem como objetivo interferir ou transformar o ponto de vista do leitor relativamente ao mundo que o rodeia. Esse ponto de vista assenta num conjunto de normas ou valores» é exemplo do tipo textual
a) argumentativo.
b) expositivo.
c) descritivo.
d) narrativo.

Na sequência «Arnaldo Antunes, natural de Bogotá, numa manhã de domingo, passeava pelo campo, quando ouviu o realejo do Franjinhas», predomina o tipo textual
a) expositivo.
b) descritivo.
c) narrativo.
d) argumentativo.


Abre o livro na p. 129. Lê o enquadrado relativo a «Carta» e atenta sobretudo em «Partes — sua disposição».
A carta que ponho em baixo foi escrita pelo rapaz que é o protagonista e narrador do filme que começaremos a ver daqui a pouco.
Renato, de doze anos e meio, está apaixonado por uma mulher, já casada, Malena («Malena» é um hipocorístico de «Magdalena», após síncope de uma das sílabas mediais), com quem aliás nem nunca falara.
Peço-te que cries o que falta no corpo da carta, incluindo a fórmula de despedida (a linha final antes da assinatura «Renato»). Quanto ao cabeçalho (com o endereço da instituição remetente), não o poremos por não ser obrigatório nas cartas privadas. Também o endereço do destinatário, tratando-se de carta privada, ficaria apenas no sobrescrito. A data, completá-la-ás depois de visto o filme. O post scriptum pode ficar também para depois de vermos o trecho do filme.

Castelcuto, _______________ de 1940

Senhora Malena,
Este meu coração consumido já lhe escreveu cartas e cartas. Se não tive coragem para lhas enviar foi só por não querer fazer-lhe mal. Portanto, perdoe-me por eu ousar mandar-lhe esta.
Fique sabendo que a cidade está cheia de más-línguas, que dizem muito mal de si, que tem um amante secreto. Bem sei que não é verdade, que, a seguir ao seu marido, sou eu o único homem na sua vida. _________
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___________________
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Renato

P.S. — _______________________

O filme que veremos é Malena, do mesmo realizador de um outro filme mais conhecido, Cinema Paraíso, Giuseppe Tornatore. São de novo memórias de infância. Neste caso, memórias do começo da adolescência.
O tempo da diegese (isto é, o tempo da história, o tempo das acontecimentos narrados) está muito bem delimitado. O próprio narrador-protagonista refere que se lembra bem da data por que vai começar, o dia em que estreou uma bicicleta, na Primavera de 1940, aos doze anos e meio. E é um acontecimento histórico que permite situar o exato começo da ação: foi nessa mesma data que o Duce (Mussolini) anunciou a entrada da Itália na guerra (a Segunda Grande Guerra).
Com efeito, ao contrário dos dois filmes também de caráter autobiográfico que vimos antes, em Malena o contexto histórico tem uma função enquadradora importante. O tempo da história corresponde aos anos que dura a guerra, cuja evolução vai aliás influenciar os acontecimentos que nos são «narrados». O fim do filme coincide com o recomeço da vida normal, uma vez terminada a guerra. Esses cinco anos encerram a paixão de que trata o filme. (Além das incidências da guerra, também as fitas de cinema que o adolescente revê em sonhos constituem uma moldura contextualizadora.)
É uma história de amor e de iniciação. Não é um amor platónico (apenas espiritual, distante), ainda que o jovem protagonista e o seu objeto amoroso pouco, ou nada, contactem entre si. Isso só acontecerá no final, quando a paixão de Renato já evoluiu para ternura-admiração. O desenlace é contrário ao que se esperaria num filme de amor: o herói vê agora a amada como uma doce memória, pode gozar a saudade controladamente, sem mágoas. (Sabemos que o tempo do discurso vai até mais longe, já que o narrador compara aquele seu amor com todos os outros que depois teve, pelo que percebemos que o tempo da enunciação é o de um adulto com vida longa, próximo do nosso presente.)
O local em que começam e acabam as memórias daqueles cerca de cinco anos é o mesmo, a avenida marginal da vila siciliana. De resto, o espaço físico da narrativa está muitíssimo concentrado, tudo se passa na vila.
Castelcuto funciona como quase-personagem coletiva (e plana): o conjunto das personagens, ou figurantes, é uma espécie de galeria de caricaturas, que se contrapõe a Renato, personagem redonda (isto é, de psicologia mais complexa, menos adivinhável).

TPC — Ir fazendo tarefa «grande» (microfilme autobiográfico), cujas instruções estão há já vários dias em Gaveta de Nuvens. Prazo máximo para a entrega: 10.º 4.ª (24/nov); 10.º 3.ª (24/nov); 10.º 9.ª (25/nov); 10.º 1.ª (30/nov), 10.º 6.ª (30/nov). Porém, convém-me que alguns possam ir entregando até um pouco mais cedo.



Aula 16 (4, 7 ou 11/nov) Distribuirei por cada carteira dois livros, redigidos já há várias décadas, sobre como escrever cartas (Alda de Figueiredo, Como se escreve uma carta. O mais completo tratado de correspondência e etiqueta epistolar, Maria Celeste, Cartas de amor para namorados).
Devem relancear ambos os livros, trabalhando os alunos da mesma carteira cada um com o seu exemplar, trocando-o a certa altura.
Os parágrafos seguintes são para preencher com quatro cartas, duas de cada livro. Não gostaria que nas quatro cartas escolhidas por algum aluno estivesse alguma aproveitada também pelo outro colega de carteira.

Cartas de amor , p. ___; n.º ou título da carta (se houver): __________
Objetivo da carta: __________
Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do remetente: _________
Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do destinatário: ___________
Fórmula inicial (forma de tratamento): ___________
Fórmula de despedida (antes da assinatura): ____________

Cartas de amor , p. ___; n.º ou título da carta (se houver): ___________
Objetivo da carta: ____________
Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do remetente: ___________
Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do destinatário: __________
Fórmula inicial (forma de tratamento): _____________
Fórmula de despedida (antes da assinatura): ____________

Como se escreve uma carta, p. ___; n.º ou título da carta (se houver): ___________
Objetivo da carta: __________
Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do remetente: _________
Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do destinatário: _________
Fórmula inicial (forma de tratamento): __________
Fórmula de despedida (antes da assinatura): ________

Como se escreve uma carta, p. ___; n.º ou título da carta (se houver): ________
Objetivo da carta: ________
Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do remetente: __________
Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do destinatário: _________
Fórmula inicial (forma de tratamento): _________
Fórmula de despedida (antes da assinatura): _________


Escolhe ainda uma quinta carta. Vais reescrevê-la, de modo a atualizá-la. Manterás o objetivo e os perfis de remetente e destinatário. Porém, passados estes anos todos, a relação entre sociedade e registo linguístico evoluiu bastante. Na tua adaptação, a linguagem e o modo de encarar as relações sociais ou profissionais terão de ser os esperáveis na actualidade, em situações paralelas às da carta escolhida.
[carta a adaptar à actualidade: {circunda} Cartas de amor / Como se escreve uma carta, p. ____; n.º ou título da carta (se houver): ____________]
______________________

[TPC — Continua o espaço destinado a irem fazendo os microfilmes de género autobiográfico. Em Gaveta de Nuvens, ver Instruções (e alguns exemplos de anos anteriores). Lembro as datas-limite: 10.º 4.ª (24/nov); 10.º 3.ª (24/nov); 10.º 9.ª (25/nov); 10.º 1.ª (30/nov), 10.º 6.ª (30/nov).]




Aula 17 (10, 11 ou 16/nov) Na p. 131, lê a carta cujos remetente e destinatário são dois escritores portugueses do século XX, José Régio e Jorge de Sena.
Sem me maçares com perguntas sobre significados, em cada item que se segue circunda uma das quatro expressões à direita, a que tenha o valor mais aproximado da usada no texto (que pus a negro e à esquerda). Abstrai-te das possíveis diferenças de género (masculino/feminino).

caro (linha 1) — prezado / rico / dispendioso / importante
vagar (l. 3) — ócio / lentidão / pachorra / calma
renunciar a (5) — apartar-me de / desistir de / desprezar / renegar
sufocação (5) — asfixia / pesadelo / afronta / azáfama
implica (7) — embirra / envolve / impacienta / antipatiza
abrir-se-me (12) — correr / fugir / expor-se / viajar
justo (13) — religioso / razoável / merecido / justiceiro
notas (15) — classificações / taxas / reflexões / ofensas
sarcasmo (16) — ultraje / ironia / injúria / apodo
ferida aberta (17) — lesão / transgressão / ressentimento / infâmia
vem à pena (18) — ocorre / tem pena / inspira / comove
faça caso (18-19) — exagere / dê importância / troce / esqueça
coisas (20) — pertences / objetos / textos / posses
fundo (20) — orifício / âmago / arraial / acampamento
consola-me (21) — compensa-me / dá-me gozo / vinga-me / lembra-me
críticas (21) — tosquias / discussões / análises / sátiras
superficialidade (21-22) — aparência / narrativa / futilidade / ligeireza
apostadas (22) — atentas / enfeitadas / embelezadas / ataviadas
foram (22) — iam / fossem / eram / tornaram
multifacetado (notícia biobibliográfica) — hipócrita / diversificado / cru / estranho

O tema «Carta», do grupo Toranja, está incluído no primeiro álbum da banda, Esquissos, de 2003. Escuta o texto e, logo à primeira audição, tenta completar os espaços em branco com as palavras em falta.

Não falei contigo
com medo que os _______ (1)
e vales que me achas
_______ (2) a teus pés...
Acredito e entendo
que a _____ (3) lógica
de quem não quer explodir
faça bem ao _______ (4) que és...

Saudade é o ______ (5)
que vou sugando e aceitando
como ________ (6) de verão
nos ________ (7) do teu beijo...
Mas sinto que sabes
que sentes também
que num dia maior
serás _______ (8) sem rede
a pairar sobre o ________ (9)
e tudo o que vejo...

É que hoje acordei e lembrei-me
que sou ________ (10) feiticeiro
Que a minha bola de _______ (11)
é ________ (12) de papel
Nela te pinto nua
numa ________ (13) minha e tua.

Desconfio que ainda não reparaste
que o teu ________ (14) foi inventado
por __________ (15) estragados
aos quais te vais moldando...
E todo o teu _________ (16) estratégico
de __________ (17) do coração
são ______ (18) como paredes e tetos
cujos _______ (19) vais pisando...

Anseio o dia em que acordares
por cima de todos os teus ________ (20)
raízes __________ (21) de somas ___________ (22)
sempre com a mesma solução...

Podias deixar de fazer da vida
um ______ (23) vicioso
______ (24) ao teu gesto ______ (25)
e à palma da tua mão...

É que hoje acordei e lembrei-me
que sou ________ (26) feiticeiro
e a minha bola de ________ (27)
é _______ (28) de papel
E nela te pinto nua
Numa _________ (29) minha e tua.

Desculpa se te fiz ________ (30) e noite
sem pedir _________ (31) por escrito
ao __________ (32) dos Deuses...
mas não fui eu que te ________ (33).

Desculpa se te usei
como ________ (34) dos meus sentidos
pedaço de ________ (35) perdidos
que voltei a encontrar em ti...

É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou _______ (36) feiticeiro...

... nela te pinto nua
Numa _______ (37) minha e tua.

Ainda _______ (38) alguém
O ______ (39) passou-me ao lado
Ainda _______ (40) alguém
Se não te deste a ninguém
magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.
Letra e música de Tiago Bettencourt (texto adaptado). [Tarefa dos autores do manual.]

Comprova a natureza autobiográfica do texto, transcrevendo quatro deíticos pessoais. (Os deíticos são marcas da enunciação. Por exemplo, a 1.ª pessoa implica a referência ao enunciador — ao sujeito da enunciação; e a 2.ª pessoa implica um seu interlocutor também presente no momento da enunciação. Pronomes e flexão verbal são os deíticos pessoais mais relevantes. Palavras como «este», «esse», «aquele», «aqui», «ali» são deíticos espaciais. «Agora», «neste momento», «ontem», «amanhã» são deíticos temporais.)
____________

Justifica o título atribuído à canção.
____________

Introduz pontuação no texto que se segue. Trata-se de uma carta de Renato para Malena (que ficou, de novo, por enviar). Põe os sinais na própria linha; para assinalar parágrafo, usa §.

senhora Malena alguém bem mais capaz do que eu escreveu que o único verdadeiro amor é o amor não correspondido percebo agora porquê passou-se tanto tempo desde que não sai de casa mas quanto mais separados estamos mais forte o meu amor se torna dizem que vai casar com o advogado Centorbi posso ser miúdo como me chamou quando passou por mim nos degraus sem me ver como é costume mas como poderá viver com um velho gordo calvo e que mulher alguma quis de tão feio diz-se que ele nunca se lava e que fede como um bode como é que a sua pele tão branca e macia suportará encostar-se à suada de um velho que nunca dá um passo sem o consentimento da beata da mãe

TPC — Prepara a leitura em voz alta das cartas nas pp. 131 (carta de José Régio a Jorge de Sena) e 132 (carta de texto ficcional).



Aula 18 (11, 14, 18/nov) Preenche as lacunas com estas palavras:

momento / marcas / situação / ato / enunciado / pronomes / verbos
enunciação / deítica / determinantes/ espaço / referentes / produto / advérbios

Na última aula, fui distinguindo enunciação e enunciado. Enunciado é o _______ de uma enunciação; a enunciação é o _________ de produção desse enunciado (ou seja, desse texto).
Vimos que deíticos são _______ do processo de enunciação, porque remetem para a situação em que o ________ é produzido. São palavras que só podem ser compreendidas em função do contexto da ________.
Exemplos que dei foram os de «este», «aquele» ou «ali», cujos referentes se reportam ao ________ em que o enunciado estiver a ser produzido. Também os pronomes pessoais e possessivos podem ter função _______, porque os seus exactos ________ dependem do «eu» e do «tu» que intervenham na ________ de enunciação. Palavras como «agora», «amanhã», para serem percebidas, precisam de ser relacionadas com o ________ da enunciação.
Os deíticos podem ser arrumados em pessoais, espaciais e temporais, e são os instrumentos da referência deítica ou deixis. (Vê a p. 320, onde se mencionam ainda os deíticos textuais.) Entre as classes de palavras que mais concorrem para a referência deítica encontramos a dos _______, a dos ________, a dos _________. Os _________ e a sua flexão também podem funcionar como deíticos.

Nas frases que te vou dar, os elementos a negro nem sempre têm valor deítico. Verifica quais das palavras a negro remetem efectivamente para a enunciação, sendo portanto verdadeiros deíticos (D). À esquerda das frases em que haja deíticos escreve D (as outras — em que as palavras a negro remetem para referentes na própria frase, independentes da enunciação — ficarão sem marca nenhuma).

Encontrei ali um ornitorrinco meu amigo.
O campo estava minado, mas foi que o patrão quis fazer o piquenique.
Esses livros costumavam estar naquela banheira, aí ao lado. Ontem, porém, não os vi.
Na semana passada, falei com uma grafonola voadora.
Neste momento, já não acredito em milagres.
Um dia antes, a Ermelinda já se tinha aperaltado para o baile da José Gomes Ferreira.
Vocês fazem tudo o que lhes apetece e eu, estúpido, nem protesto!
Antes, era capaz de até nem se importar, mas agora D. Afonso Henriques não iria deixar passar aqueles disparates: estava decidido a enfrentar tudo e todos.
Amanhã, vou comer as saborosas framboesas.
Vou entregar esta folha.


[Esta segunda parte do exercício, ainda que com as frases alteradas, foi retirada de:
M. Olga Azevedo, M. Isabel Pinto, M. Carmo Lopes, Da comunicação à expressão. Exercícios.]

Depois de ouvirmos «Postal dos Correios» (Rio Grande), completa as linhas a seguir com a transcrição da letra da cantiga em formato de carta.
Tirando a data e a assinatura, que criarás tu, todos os elementos estão na própria letra da canção. Pô-los-ás em prosa e acrescentarás apenas a pontuação (que terá de ser gramatical).

Querida mãe, querido pai. Então que tal?
Nós andamos do jeito que Deus quer
Entre os dias que passam menos mal
Lá vem um que nos dá mais que fazer

Mas falemos de coisas bem melhores
A Laurinda faz vestidos por medida
O rapaz estuda nos computadores
Dizem que é um emprego com saída

Cá chegou direitinha a encomenda
Pelo «expresso» que parou na Piedade
Pão de trigo e linguiça para merenda
Sempre dá para enganar a saudade

Espero que não demorem a mandar
Novidades na volta do correio
A ribeira corre bem ou vai secar?
Como estão as oliveiras de «candeio»?

Já não tenho mais assunto pra escrever
Cumprimentos ao nosso pessoal
Um abraço deste que tanto vos quer
Sou capaz de ir aí pelo Natal.

[Data]

[Saudação inicial (vocativo)]

[Introdução]

[Desenvolvimento (notícias sobre a vida familiar; informação a acusar recepção de encomenda)]

[Conclusão (desejo de notícias da família e da terra)]

Despedida]

[Assinatura]

[PS]

Agora, inventa o endereço de remetente e de destinatário (como figurariam num envelope ou no invólucro de postal):
[Remetente]

[Destinatário]




Aula 19 (17, 18, 21/nov) Correção de questionário de compreensão em torno de carta de Régio a Sena.
Leitura em voz alta (ainda a mesma carta e a da página seguinte).
Audição de carta de Rómulo de Carvalho a Jorge de Sena, para responder a questionário de compreensão oral (V/F).

Como confirmaremos hoje, perto já do final de Malena Renato escreve uma carta a Antonino Scordia (que afinal não morrera e regressara à vila, onde já não se encontrava a mulher):

Caro Senhor Scordia,
Perdoe-me se não tenho a coragem de lhe falar de homem para homem, mas queria dizer-lhe que devo ser o único a saber a verdade sobre a sua mulher. Não leve a mal que ninguém lhe queira falar; é melhor assim, porque só lhe diriam calúnias. Acredite quando lhe digo que a sua mulher lhe foi fiel. É o único homem que ela amou, a verdade é só esta. É certo que muito aconteceu, mas, na época, o senhor estava morto há muito tempo.
A última vez que a vi foi a embarcar para Messina. Boa sorte.
Devia assinar ‘um amigo’, como nas cartas anónimas, mas eu chamo-me
Renato.

Escreve duas cartas de A. Scordia a Renato Amoroso. A primeira será verosímil (= que não estranhássemos, que parece perfeitamente possível); a segunda deverá ser mais inesperada, embora também em registo formal e apropriado ao contexto.

Resposta de Scordia, versão verosímil:
______________________

Resposta de Scordia, versão inesperada:
_____________________

Data:
Castelcuto, # de # de 1945

Vocativos de saudação possíveis (Alguns):
Exmo. Senhor Renato Amoroso
Prezado Senhor
Prezado Renato
Estimado Renato
Meu excelentíssimo amigo
Estimado amigo
Caro amigo
Caríssimo amigo
Meu prezado Renato
Meu caro Renato
Caro Renato
Renato
Puto estúpido

Despedida:
Com estima
Com muita estima me subscrevo
Muito amigo
Receba um abraço de
Com um abraço de muita estima
Sempre seu
Seu muito amigo
Atenciosamente
Muito antenciosamente
Cordialmente
Subscrevo-me com muita estima
Apresento os meus cumprimentos
De V. Ex.ª, muito atenciosamente,

Assinatura:
Nino
Antonino
Nino Scordia
Antonino Scordia (Tenente)
Nino (‘o maneta’)

Em baixo fica o que é dito pelo «narrador» de Malena, quando o filme termina. Primeiro, ainda se reporta ao tempo que está a ser evocado, o da adolescência. Depois, no segundo parágrafo, já se situa no momento da enunciação (nosso contemporâneo). Nesse segundo parágrafo há vários deíticos. Assinala cinco dessas palavras, marcando se se trata de deíticos temporais (T), espaciais (E), pessoais (P).

Pedalei como se fugisse. E eu fugia. Dela, das sensações, das recordações, de tudo. Pensei que depois esquecia, tinha a certeza de que ia conseguir esquecer.
Mas agora que estou velho e que desperdicei a vida, agora que conheci tantas mulheres que me disseram «Lembra-te de mim», tendo-as esquecido a todas, ainda hoje ela é a única que eu nunca esqueci. Malena.

Estes dois parágrafos servem para fazer o fecho de todo o longo encaixe em que consistiu a recordação daqueles cinco anos. Resume-se, ou quase se elide, uma série de décadas e regressamos ao tempo da enunciação, retomando o momento em que se iniciara o flash back, a analepse, que ocupou quase todo o filme.
O espaço em que se dá a passagem para o tempo atual até pode ser o mesmo em que se encontra o enunciador. Podemos imaginar que a estrada onde Renato anda de bibicleta e se despede de Malena é a mesma em que estará o narrador/enunciador. (No filme, um pouco gémeo deste, Cinema Paraíso, o pretexto para a igualmente longa analepse é o reencontro com o cinema da vila em que o narrador homodiegético passara a infância e a que regressava por causa do funeral de um velho amigo.)

TPC — Prepara leitura em voz alta (com certa expressividade) destes dois trechos de António Lobo Antunes: «E aqui está...» (p. 135); «Retrato do artista quando jovem» (pp. 140-141).



Aula 20 (18, 21, 25/nov) Responde às perguntas do manual sobre os dois textos de António Lobo Antunes que te pedira fosses lendo em casa. Basta completares os espaços vagos nas respostas que pus em baixo:

«E aqui está...» (p. 135)

1.1. / O narrador refere-se aos __________.
1.2. / O sogro do narrador é cuidadoso («_____________», «todo catita», «fez a barba com mais ____________»), submisso («não sei como pobre aguentava», «________»). A sogra é, quase doentiamente, _____________ («com as minúcias habituais», «a endireitar-lhe o casaco, a limpar com a ponta do lenço o que não estava sujo na cara») e perfecionista («________», «por vontade dela engraxava a sola também»).
2. / Enquanto o pintor do quadro na p. 134 parece retratar os pais com carinho, neste trecho de Lobo Antunes são destacados os traços menos ___________ de cada um dos parentes.
2.1 / O recurso estilístico que mais contribui para expressar essa atitude crítica relativamente às duas figuras é a ironia, presente, por exemplo, no uso de expressões paternalistas («todo catita»), nelas se incluindo os diminutivos («__________», gorducho»).
[Vê o cimo da p. 336, com valores do diminutivo. No caso dos supracitados diminutivos reconheceríamos valores de ironia/sarcasmo, mas talvez também de ___________ e até de _________.]

«Retrato do artista quando jovem» (pp. 14o-141)

1./1.1 / O «artista» mencionado no título e o ___________ são a mesma entidade («resolvi», «meu», «cheguei», «experimentei», «fiquei», «me», entre muitas outras, são marcas desse narrador homodiegético).
1.2 / Trata-se de crónica de cariz autobiográfico, ao longo da qual o narrador se ___________ enquanto criança e adolescente.
2. / Reflectir sobre a sua infância e sobre a opção por ___________.
3. / Desde «Estranho» (linha 39) a «_________» (linha _____).
3.1 / Comparação por exclusão.
3.2 / Permite ao narrador apresentar-se e, ao mesmo tempo, descrever o escritor português tipo, de cuja imagem ________.
4. / a) «em», «____», «____», «de».
b) «________», «sapatos».
c) «_________».
d) «outrora».


Ouviremos outra crónica de António Lobo Antunes, «Crónica da pomba branca» (do Quarto Livro de Crónicas), onde, como em tantos outros textos seus, há muitas alusões autobiográficas.
À esquerda de cada parágrafo, escreve V(erdadeiro) ou F(also).

O narrador mora numa aldeia.

O narrador vive numa zona comercial, moderna, sofisticada.

«Ainda bem que as vacas não voam» é desabafo dito a propósito de haver muitos pombos na zona em que vive o narrador.

Os vizinhos tratam-no por «Senhor Doutor + 3.ª pessoa» ou por «o António + 3.ª pessoa».

O narrador crê que os vizinhos conhecerão vagamente a sua profissão.

O narrador considera-se «carpinteiro», porque é mesmo essa a sua profissão na ficção criada na crónica.

Sempre que sai cruza-se logo com um grupo de prostitutas.

«Uma fininha melancolia entra devagar em nós» inclui citação do poeta cabo-verdiano Jorge Barbosa.

Em frente da casa do narrador não há prédios, apenas casas térreas.

Durante o tempo narrado na crónica, o narrador esteve no dentista.

O narrador vive só, o que às vezes lhe custa.

O pai do narrador já morreu.

No enterro do avô do narrador houve música de Mozart.

O narrador chama-se António por homenagem aos dois avôs.

Repentinamente, o narrador recorda-se dos seus tempos de adolescente e de treinos no Futebol Benfica.

«Poiso a caneta, olho as minhas mãos» é uma frase que remete para o próprio acto de enunciação desta crónica.

A pomba branca que o narrador imagina poder fazer surgir se juntar as mãos fá-lo recordar-se dos cocós de pombo que há nas redondezas.


No sketch cujos protagonistas são o talhante Lopes da Silva e a freguesa Dona Raquel (série Lopes da Silva), a característica mais saliente é o uso de diminutivos. Em geral, são nomes que aparecem assim graduados, mas há palavras de outras classes:



Os sufixos diminutivos dão à palavra primitiva valores variados (pequenez, estima, desprezo, etc.). Neste caso, a maioria dos diminutivos visava dar mostras de _________, sendo os últimos, depois de se perceber que a cliente não ia comprar carne, de __________.
Vê também como a ligação do sufixo inho à palavra primitiva pode requerer alguma ligação suplementar (com -z- ou com outra consoante) — ________, ________, ________ {retira da tabela exemplos com consoante anteposta a -inho} — ou não — ________ {só um exemplo}.



No sketch «Um quilinho de kunami» (série Meireles) há bastantes adjetivos (uns graduados em comparativo, superlativo, etc.; outros graduados através de sufixos diminutivos). Surgem ainda nomes que, pelo seu significado, pela entoação ou pelo diminutivo, também exprimem uma valorização.
Marca os adjetivos (com A) e os nomes (com N). Circunda todos os sufixos diminutivos.

Um quilinho de kunami.
É kunami do bom.
É fruta tropical raríssima.
Paizinho!
Isto é bom, muito raro.
Por isso o preço é upa-upa, puxadote.
Olh'ò kunami fresquinho!
Isto é só fruta podre.
É preciso ter um gosto sofisticado.
Docinho... Maravilha!
Isto faz um suminho...
Alface velha, ameixas podres, ...
Com todo respeito, a sua mulher é uma pega.
É um bocadinho, é.
Ainda há gente simpática

TPC — Enquanto revisão, no manual lê a secção ‘Relações semânticas entre as palavras’ (pp. 314-316). Depois, no Caderno de Actividades, e talvez durante toda a semana, vai resolvendo — desportivamente, digamos — os exercícios relativos a ‘Relações entre as palavras’ (pp. 28-37), cujas correções estão na p. 90.




Aula 21 (24, 28, 30/nov) No final da aula vamos ver excertos de Bean, um autêntico desastre. Interessa-nos sobretudo o discurso de Bean acerca do quadro conhecido como «A mãe de Whistler», do pintor James Whistler (1834-1903), nascido no Massachusetts. O comentário de Bean é pertinente, ainda que não seja como o que faria um verdadeiro especialista em pintura.
Para se perceber o discurso, convém saber que foi proferido perante uma plateia de cidadãos americanos, na presença do milionário benfeitor que tinha adquirido o quadro para o doar a um museu. Ao falar, Bean tinha a pintura à vista e para ela ia apontando.

Bem... Olá. Eu sou o Dr. Bean (pelo que parece).
O meu trabalho consiste em sentar-me a olhar os quadros. Portanto, o que aprendi eu que possa dizer sobre este quadro?
Bem, primeiro que tudo, que ele é muito grande. O que é magnífico, pois, se ele fosse muito pequeno — microscópico, estão a ver —, ninguém conseguiria vê-lo, o que seria lastimável.
Em segundo lugar — e estou a aproximar-me do fim desta análise do quadro —, em segundo lugar, porque é que se justifica que este homem tenha gasto 50 milhões dos vossos dólares na sua compra?
E a resposta é... Bem, este quadro vale tanto dinheiro, porque é um retrato da mãe de Whistler e, como eu aprendi ao ficar em casa do meu melhor amigo, David Langley, e da sua família, as famílias são muito importantes e, apesar de o Sr. Whistler saber perfeitamente que a sua mãe era uma avantesma atroz com ar de quem se sentara num cato, ele não a abandonou e até se deu ao trabalho de pintar este extraordinário retrato dela. Não é apenas um quadro, é um retrato de uma velha taralhoca e feiosa que ele estimava acima de tudo.
E isso é maravilhoso. Pelo menos é o que eu penso.

Numa versão puramente escrita deste discurso — destinada, por exemplo, a sair junto de notícia de jornal relativa à cerimónia —, depurada de tiques orais, o que eliminaríamos da transcrição que fiz? Circunda essas partes desnecessárias (marcas de oralidade, no fundo).

Assinala com uma letra os deíticos (E[spaciais], T[emporais], P[essoais]). Vê também se haverá deíticos textuais (v. exemplos de deixis textual na p. 320).

Sublinha os antecedentes das expressões que sublinhei e marquei a negro.

Escreve uma análise (até certo ponto, semelhante à de Bean) do quadro «Os pais do artista» (p. 134). Diferentemente do discurso de Bean, o teu texto evitará as marcas de oralidade e o vocabulário ingénuo. Ficará também na 1.ª pessoa, mas esse «enunciador»/narrador será o próprio Otto Dix, chamado a analisar o seu quadro.
Pretende-se que se comece por uma aproximação sobretudo descritiva, objetiva, e se termine com explicação já mais subjetiva, emotiva, poética, como acontecia na análise de «A mãe de Whistler». que transcrevi.



TPC — A aula de hoje fora, para algumas das turmas, a data combinada para entrega dos microfilmes autobiográficos. Começarei hoje a publicá-los no blogue e, decerto a ritmo mais lento do que as entregas, a juntar comentário meu. (Quem não entregou ainda, que o faça sem demasiado atraso.)



Aula 22 (25, 28/nov, 2/dez) Na aula passada, estudámos uma análise de um quadro, o retrato da mãe de Whistler, por Bean, e redigiram uma análise ao retrato que Otto Dix fez dos seus pais.
Num outro filme de que veremos excertos hoje — Bean em férias —, interessa-nos também a análise a uma obra de arte (embora não já a uma pintura). É um comentário da personagem Carson Clay, um egocêntrico realizador de cinema, ao próprio filme, que acabava de ser ovacionado por toda a plateia do Festival de Cannes.

Pus no texto de Clay várias vírgulas que não são necessárias (ou, em alguns casos, constituem mesmo uma incorreção). Circunda todas essas vírgulas. Talvez possas usar um círculo tracejado para as vírgulas que são prescindíveis mas não agramaticais e um círculo cheio para as absolutamente criticáveis.

Algo muito estranho se passa, quando fazemos uma obra de arte. Por vezes, não nos apercebemos da junção dos elementos, e, quando todos se juntam, algo de mágico, algo orgânico, acontece, e foi isso que se passou hoje.
Todos disseram que isto não ia resultar. Disseram que era um enorme risco, mas quero continuar a fazer filmes como este. A combinação do cinema e do vídeo é algo que já foi feito, anteriormente, mas não, exactamente, desta forma.
Estou contente por a receção ter sido tão fantástica, e estou feliz por cá estar. Viva a França. Deus vos abençoe.

Todo o filme aproveita muito o acto de tirar retratos (aliás, de filmar em câmara digital, embora os fotogramas respectivos fiquem sejam depois exibidos enquanto retratos parados também). Por assim dizer, acompanhamos o processo de «enunciação» (a recolha de imagens por Bean), sem sabermos que o enunciado que desse acto vai resultando (as imagens arquivadas na câmara) há de integrar-se num outro enunciado, o filme falhado de Clay. Neste filme figura um retrato, por caricatura bastante arrevesado:

Sublinha as comparações, recurso decerto destinado a ridicularizar o texto do filme.

Anseio esquecer-te. Esquecer os teus beijos, como fruta macia; o teu riso irrompendo na luz do dia, como prata; o teu sorriso, como a curva do quarto crescente no céu da noite; a tua beleza luminosa, a tua bondade, a tua paciência e quanto te agarravas a cada uma das palavras por mim proferidas.
Estás agora nos braços de outro. Quem é ele? Este homem? Tem porte? Tem encanto? É um amante? Ou um lutador? Que poderes tem ele sobre ti? Dançarão os teus olhos, quais pirilampos na noite, quando ele vem ao teu encontro? Amaciar-se-á o teu corpo, enquanto os teus lábios balbuciam o nome dele?

Na p. 146, lê o poema «Autorretrato com a musa», de Vasco Graça Moura.

Escreve uma frase que ilustre — sintetize — a abordagem de cada quintilha. A frase deverá ser ela também quase poética, na 1.ª pessoa. (Já resolvi duas das frases.)

1.ª (vv. 1-5) — Olho-me, envelhecido, num primeiro relance
2.ª (6-10) — __________________
3.ª (11-15) — _________________
4.ª (16-20) — Pensava em muita coisa, de espécie variada
5.ª (21-25) — _________________

Este poema não tem rima. Em compensação, a sua métrica é propositadamente constante: todos os vinte e cinco versos têm igual número de sílabas métricas.
Na p. 230 explica-se como deve ser feita a contagem de sílabas métricas — só se contam as sílabas até à tónica da última palavra do verso; pode haver elisões, quando final de uma palavra e início de outra são vogais. Mas dou exemplo de poesia de minha lavra:

Hou/ve al/gum/ en/gra/ça/di/nho/ que an/dou/ a/ di/zer/ que/ não/ ha/vi/a au/la
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Mas / não / foi / a / Pau/la
1 2 3 4 5

Faz a escansão (a divisão em sílabas métricas) do verso que corresponda ao teu número (como não há versos 26-30, os alunos de números 26 a 30 farão os versos 6 a 10).

Aluno n.º __: _______________

Este verso tem ___ sílabas métricas; é, portanto, um ____________ {os nomes dos versos estão na p. 231}.

Cria um poema não rimado, em estrofes de cinco versos, todos hexassilábicos, que constitua o teu Autorretrato («ao espelho»). Como fez Vasco Graça Moura, a primeira estrofe conterá uma perspetiva geral; a segunda, uma aproximação quase minuciosa; as restantes serão cada vez mais subjetivas, mais de preocupações do que de retrato físico.
Autorretrato com _____________
_________________

TPC — Completar ou melhorar o autorretrato começado em aula.




Aula 23 (2, 5, 7/dez) Lê o poema na p. 147. É um soneto (catorze versos, distribuídos por duas quadras e dois tercetos) de Bocage. Podemos considerar que faz a transição entre a secção de «autorretratos» e a da lírica camoniana.
Circunda a melhor alínea de cada item.
(Não me aborreças com pedidos de explicação de vocabulário. Repara, no entanto, que há um pequeno glossário sob o poema. Também a leitura do questionário que se segue no manual, a que não tens de responder, te pode apoiar na compreeensão do soneto.)

No começo do v. 1, «Camões» é
a) sujeito.
b) vocativo.
c) modificador apositivo.
d) complemento direto.

Sabendo que «fado» (v. 2) significa ‘destino’, podemos dizer que, nos vv. 1-2, o sujeito do soneto considera que
a) a sua vida foi mais difícil do que a de Camões.
b) a sua vida foi diferente da de Camões.
c) o seu destino foi muito diferente do de Camões.
d) a sua vida e a de Camões foram bastante parecidas.

O antecedente de «os» (v. 2) é
a) «acho».
b) «Camões»
c) «teu fado» e «meu».
d) «quando».

Nos vv. 3-4, o sujeito poético alude ao facto de
a) ter perdido a possibilidade de viver à beira do Tejo.
b) ter viajado por mar.
c) ter sido obrigado a fixar residência em Setúbal.
d) ter-se encontrado com o gigante Adamastor.

No v. 4, «co» corresponde a
a) ‘cu’.
b) contração de uma preposição com «o».
c) início de fezes, interrompidas por prisão de ventre.
d) contração de «como» com «o».

A ordem mais normal das palavras no v. 6 seria:
a) Vejo-me no horror da cruel penúria.
b) No horror da penúria cruel, vejo-me.
c) Na penúria cruel, vejo-me no horror.
d) Vejo-me na cruel penúria do horror.

Nos vv. 7-8, o poeta lamenta-se de
a) ter gostos excêntricos que não pôde concretizar.
b) ter tido desilusões amorosas.
c) se ter dado incondicionalmente a amante que não lhe retribuiu o mesmo afeto.
d) ter amado quem o trairia.

A palavra «desejo» (v. 7) é
a) preposição.
b) nome.
c) verbo.
d) adjetivo.

O complemento direto de «carpindo estou» (v. 8) é
a) «gostos vãos, que em vão desejo».
b) «saudoso amante».
c) «tu».
d) «como tu».

Na terceira estrofe, o sujeito poético
a) pede a morte.
b) deseja a paz.
c) já morreu.
d) regozija-se com a sorte que teve durante a vida.

«Ludíbrio, como tu, da Sorte dura» (v. 9) significa que, como Camões, o poeta
a) teve azar no jogo.
b) teve vida tormentosa.
c) foi ridicularizado por muitos.
d) foi enganado pelos seus contemporâneos.

Na última estrofe do soneto, o poeta lamenta
a) não ter a mesma paixão de Camões pela natureza.
b) ter imitado a poesia camoniana.
c) só imitar Camões nas desvantagens.
d) não ter curtido e transado tanto como Camões.

No v. 12, «Mas» exprime
a) oposição.
b) possibilidade.
c) conjunção.
d) disjunção.

A vírgula final do v. 13 explica-se por
a) se fechar uma oração causal.
b) começar depois uma oração final.
c) se seguir o advérbio «não».
d) se fechar uma oração adverbial.

O sentimento que percorre o soneto é de
a) orgulho por um dado percurso de vida.
b) inveja suscitada pelo confronto com Camões.
c) angústia por uma vida marcada pela desilusão.
d) pacificação ao pressentir-se a morte próxima.


O recorte [verbete de «banco»] permite-nos ver que o trocadilho nos anúncios do Banif aproveita duas aceções de «banco»: a segunda no verbete, ‘instituição financeira’, e a _______, ‘móvel para as pessoas se sentarem’ (embora, num dicionário mais completo, decerto figurasse ainda o sentido específico de ‘banco de suplentes’). Estamos, portanto, no domínio do campo ________ {lexical / semântico / relvado} de uma única palavra. Estamos perante um fenómeno de polissemia.
Já «canto» (‘ângulo’) e «canto» (‘ato de cantar’) — cfr. os dois verbetes «canto» — não são aceções de uma mesma palavra. São duas palavras diferentes, como se conclui do facto de estarem em verbetes próprios e confirma o terem étimos diferentes (________ e cantu-). São palavras _________ {homónimas / polissémicas / maluquinhas / homógrafas / homófonas}. São exemplos de um fenómeno de homonímia.


A propósito de «Mofo ou bafio?» e «Primeiro-ministro discursa» (série Lopes da Silva), completa:



A relação que há entre os dois verbos «mofar» cujos verbetes (do Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011) te apresento é de _________ {polissemia / homonímia}. São palavras ________ {iguais / homónimas / homógrafas / homófonas}, como se infere de terem origem diferente: o étimo de «mofar» é o germânico «_______» (‘estar mal-humorado’), enquanto «mofar» virá de «mofo» + «__».
A estas palavras, que, tendo étimos diferentes, vieram a coincidir (mas apenas na aparência gráfica e fonética), chamamos também, numa perspectiva histórica, palavras _________ {divergentes / convergentes}.
Este processo nada tem que ver com o da ________: aí, temos uma mesma palavra original a ganhar vários sentidos (várias aceções), num fenómeno de enriquecimento semântico (seja por _______ do sentido inicial, seja por redução).




Quanto a «mofo» e «bafio», são palavras _______ {polissémicas / monossémicas}, mesmo se os sentidos de «bafio» não estão numerados. Aliás, têm uma acepção comum a ambas, ‘______’, e uma outra em que o significado dado remete precisamente para o outro elemento do par de aqui se trata. Há depois uma aceção popular, coloquial, de «mofo», correspondente a ‘_______’, mas já distante das outras.
Ou seja, a diferença que no sketch se queria encontrar não está dicionarizada. A diferença percecionada pelos dois amigos dever-se-ia a uma ________ {denotação / conotação / homonímia} de ordem puramente subjectiva.





Nos verbetes de «maniatar» e de «bloquear» reconhecemos a aceção em que o político usava as duas palavras; a acepção n.º __ de «maniatar» e a n.º __ de «bloquear». No entanto, as pessoas que ouvem o discurso parecem atribuir a «maniatar» _________ {conotação / denotação / polissemia} diferente da que dão a «bloquear».
Esse matiz mais ofensivo talvez esteja contemplado na aceção n.º __ do verbete, marcada com a abreviatura que assinala sentido ________: ‘tolher a liberdade’.
Porém, também pode ser que a aversão a «maniatar» se relacione com o facto de esta palavra, na aceção 2, incluir expressões do campo lexical da ‘polícia’: «_______», «_______». A multidão interpretaria «maniatar» nesse sentido, sinónimo de «algemar».






O trecho de filme que vamos ver, o início de A invenção da mentira, mostra-nos como a máxima da qualidade e o princípio da cortesia não são, muitas vezes, compatíveis. Numa sociedade como a ficcionada no filme, em que a expressão obedecesse sempre a um princípio de veracidade (‘tudo o que se diz deve corresponder à verdade, deve cumprir as máxima de qualidade’), constantemente se gerariam situações de grande indelicadeza.

TPC — Continua a rever a gramática. No mesmo estilo que recomendei para a parte sobre ‘Relações semânticas’, vai experimentando o Caderno de Actividades, pp. 38-41 (‘polissemia’); e, no manual, vê a p. 314 (‘significação lexical’).



Aula 24 (9/dez, 12/dez) Circunda a letra da melhor alínea.

Os deíticos remetem para
a) o recetor da mensagem.
b) o espaço.
c) o próprio enunciado.
d) a enunciação.

A deixis pode ser
a) espacial e textual.
b) espacial, temporal, causal, pessoal.
c) espacial e terrena.
d) espacial, pessoal, temporal, textual.

A alínea que não tem deíticos é
a) Traz-me aí a cobra, aquela que está ao pé das iguanas.
b) Encontrou o Armando. Este estava furioso.
c) Ainda agora te vi ali atrás.
d) Comprei a caneta na mercearia. Esta ficava acolá.

Quando um enunciado tem marcas do processo de enunciação, isso significa que
a) não tem deíticos.
b) tem apenas elementos cujos referentes são absolutamente compreensíveis, mesmo sem apelo ao contexto.
c) terá decerto algum deítico.
d) tem obrigatoriamente demonstrativos ou possessivos.

O período em que não há deíticos espaciais é
a) Traz-me, José, o próximo adversário político a enforcar.
b) Amanhã vou ser feliz na Lapónia, mas agora estou aqui.
c) Aquele quadro ali é bué fofo.
d) Na Lapónia, os coelhos são cozinhados em bonitas caçarolas às riscas verdes.

O período em que há mais deíticos temporais é
a) Dá-me aí aquele deítico temporal.
b) No dia 3 de Novembro de 2007, às 23 horas da manhã, durante o lanche, Camões será eleito futebolista do ano.
c) Há uns minutos estava com acessos de frases estúpidas, mas, presentemente, as minhas frases gramaticais revelam-se na sua habitual pertinência.
d) No espaço, as narinas incham cerca de três metros na direcção dos cangurus que haja por perto.

O período que não contém deíticos pessoais é
a) Estou muito aborrecido por ainda não ter havido frases com cocó de cão.
b) Setúbal é talvez a cidade portuguesa onde eu preferia viver.
c) Eça de Queirós é um autor estudado no 11.º ano e consta que era boa pessoa.
d) A minha felicidade é, neste momento, enorme: acabei de encontrare um deítico.

A alínea em que não há palavras que costumem ter função deítica é
a) ali, este, amanhã.
b) vir, já, agora.
c) deítico, Lisboa, dezembro.
d) isso, hortaliça, eu.

A alínea em que o demonstrativo não tem uso deítico é:
a) Dá-me aquela tartaruga, a da direita, a que tem um piercing.
b) Vi a Isabel. Esta não me cumprimentou, o que me desiludiu.
c) Esse tecido é muito transparente. Leve antes este.
d) Dá-me esses. Os da esquerda estão estragados.

Não há deíticos em
a) Ó Isaltina, não te exaltes com esta minha observação.
b) Bocage espancava as anémonas holandesas.
c) Bean trouxe-me uma recordação de Cannes.
d) Se pusesse uma pala no meu olho esquerdo, escreveria como Camões.

O período em que não há deíticos espaciais é
a) A oeste da pequena cidade moldava de Zpfgrt, as flores crescem viçosíssimas e tristes.
b) Ontem, cheguei tarde.
c) Vê-me o refogado de chocolate e almôndegas que está aí à tua esquerda.
d) Aqui estou eu, ali estás tu, acolá está uma fotografia de um panda gigante.

O período em que há menos deíticos temporais é
a) Durante a Idade Média, a produção de chocolates Mars foi escassa.
b) Vou agora para a arena.
c) Daqui a pouco seguimos para a venda ambulante de gomas com sabor a peixe espada.
d) Dir-me-ás se sempre vais ler as Páginas Amarelas.

A alínea que não contém deíticos pessoais é
a) Orlanda estava cada vez mais inteligente. Ela até já sabia deíticos.
b) Não me digas isso, Sancho.
c) Naquele tempo, Conhé, guarda-redes da Cuf, era o meu ídolo.
d) Lembro-me que o Benje agarrava a bola só com uma mão.

A alínea que não tem nenhum termo intruso, considerado o campo lexical que dela se infere é
a) alface, tomate, vegetal, verde, verduras, vitaminas, Afonso Henriques, couve, couve-flor.
b) bruços, iogurte, touca, piscina, nadar, braçada, água.
c) Vasco da Gama, Camões, carica, cantar, ninfa, musa, épico.
d) casaco, calças, sapato, gravata, chapéu, blusa.

A relação que há entre «advérbio» e «nome» é a de
a) hiperonímia.
b) merónimo e holónimo.
c) co-hipónimos.
d) holónimo e merónimo.

Merónimo de «palavra» é
a) gramática
b) frase
c) língua
d) letra

A alínea em que não há relação de «hipónimo / hiperónimo» é
a) Whistler / impressionista
b) Whistler / pintor
c) Whistler / americano
d) Whistler / impressionismo

Há um holónimo e o seu merónimo em
a) laranja / gomo
b) casca / laranja
c) fruto / laranja
d) cor / laranja

A alínea em que há a sequência «merónimo, holónimo; hipónimo, hiperónimo» é
a) CRE, ESJGF; ESJGF, estabelecimento de ensino
b) Madrid, Espanha; Espanha, Europa
c) estômago, corpo humano; cantor, Toni Carreira
d) cesto, apetrecho de básquete; rede, cesto

O verso que não tem dez sílabas métricas é
a) Esta pergunta é difícil, não é?
b) Estejam mais atentos doravante,
c) Meus sacaninhas tão faladores,
d) Que ficarão a saber bem a métrica.

O verso que tem obrigatoriamente cinco sílabas métricas é
a) Mas as flores encostam.
b) Andámos por vales.
c) Viva o Natal.
d) Pintadas de amarelo.

O verso que tem seis sílabas métricas é
a) Seus energúmenos...
b) Comi as caracoletas.
c) Evaristo, tens cá disto?
d) Golo de Portugal!

Considerada a pergunta «Como está?» — entre pessoas que se cruzassem apressadamente —, a resposta «Estou bem. Mas ontem estive com uma ligeira dor no fígado. E tenho-me ressentido da humidade, o que origina uma impressão desagradável nos ossos da face. Por outro lado, estou melhor das enxaquecas» infringiria
a) a máxima de qualidade.
b) o princípio de cortesia.
c) a máxima de correção.
d) a máxima de paciência.

Se um aluno não tiver trazido livro a Português e se justificar com «Julgava que não se usava livro nesta disciplina», estará a
a) infringir a máxima de quantidade.
b) infringir a máxima de modo.
c) infringir a máxima de qualidade.
d) infringir a máxima de relevância.

O tratamento que os alunos da ESJGF usam com os professores é
a) artigo + título académico + 3.ª pessoa.
b) artigo + título académico + 2.ª pessoa.
c) você + 3.ª pessoa.
d) 2.ª pessoa.

«Você» tem como étimo
a) cê.
b) ocê.
c) Vossa excelência.
d) Vossa mercê.

Em geral, um adulto usa o tratamento de 2.ª pessoa do singular, quando se dirige a
a) crianças e a adultos que tenham estatuto social inferior.
b) crianças, adultos de quem seja amigo ou com estatuto social inferior.
c) brasileiros e crianças.
d) alguns dos seus colegas.

O período com pontuação correcta é
a) E se o jogador do Dínamo de Zagreb não tivesse sido expulso, o Lyon não ganhava por tantos.
b) Quando o árbitro, não expulsou o jogador russo, adivinhei que o Porto não ganharia.
c) E, quando estou a escrever esta frase, ainda está 0-0.
d) Moutinho o melhor portista intercetou a bola e prosseguiu pela linha de fundo.

No período «Professor Manuel Esperança, digníssimo diretor da ESJGF, apresento-lhe a minha demissão, porque as cortinas brancas cheiram mal.», os constituintes «Professor Manuel Esperança» e «digníssimo diretor da ESJGF» são, respectivamente,
a) sujeito e modificador apositivo.
b) vocativo e sujeito.
c) vocativo e modificador apositivo.
d) sujeito e vocativo.

Confere valor de pequenez o diminutivo em
a) Queriducha, você está cada vez mais linda!
b) Comprei uma ilhota ainda grande ao largo da Grécia.
c) Vamos abrir um vinhinho mesmo bom.
d) O 10.º 10.ª é uma turminha difícil.

O grau diminutivo pode ocorrer em
a) adjetivos, nomes, advérbios.
b) preposições e adjetivos.
c) nomes e adjetivos.
d) nomes e pronomes.

O período que tem uma preposição é
a) Comi a laranja e a maçã.
b) Scordia ficou sem braço.
c) Como tu sabes, vou-me embora.
d) Diziam sempre a verdade.

No período «O ensaísta e poeta Vasco Graça Moura tem sido um dos mais acérrimos opositores do acordo ortográfico — muitos o admiram por isso.», o antecedente do pronome «o» é
a) «Vasco Graça Moura».
b) «O ensaísta e poeta Vasco Graça Moura».
c) «o acordo».
d) «muitos».

No trecho «Responde a esta pergunta, circundando a alínea que seja a mais a correta. Para isso, deves fazer um círculo em torno da letra respectiva, de modo claro», predomina o tipo textual
a) expositivo-explicativo.
b) explicativo.
c) instrucional-injuntivo.
d) preditivo.

Numa carta, o remetente é
a) o destinatário da carta.
b) quem escreveu a carta.
c) o carteiro.
d) para quem a carta é remetida.

A 1.ª pessoa do plural do Pretérito Imperfeito do Conjuntivo de «ficar» é
a) ficássemos.
b) ficáramos.
c) ficava-mos.
d) ficávamos.

As palavras «rio» («O rio Tejo desagua no Porto»; étimo: lat. rivum) e «rio» («Rio com todos os dentes, exceto com os cariados»; étimo: lat. rideo) são
a) parónimas.
b) convergentes e homónimas.
c) divergentes e homónimas.
d) homófonas.

Em «Dona Noémia, não me arranja um rato?» e «Vi um rato enorme no parapeito das janela da sala D9», «rato» e «rato» são
a) evidências de polissemia.
b) palavras monossémicas.
c) palavras homónimas.
d) elementos do campo lexical de «queijo».

As palavras do meio em «Vou à praia» e «Hoje há peixe» são exemplos de
a) homografia.
b) homonímia.
c) polissemia.
d) homofonia.

As palavras «estufar» e «estofar» são
a) homónimas.
b) parónimas.
c) homógrafas.
d) homófonas.

Lê o texto de José Luís Peixoto nas pp. 76-77, «Quero».
É uma crónica (cfr. definição na p. 68). Porém, tem um final (a partir da linha 110) quase delirante, um tanto inverosímil, que aproxima este texto da ficção mais do que do género cronístico comum.
O que te peço é que troques esse final (ll. 110-140) por uma conclusão puramente reflexiva, em que o cronista se limitasse a comentar o episódio que relatara até aí. Não haverá portanto narração de agressões ao empregado, mas, como seria normal numa crónica, um comentário de índole opinativa. Não pretendo mais de cem (cento e cinquenta) palavras.

TPC — Prepara a leitura em voz alta de «Quero» (pp. 76-77) e dos dois autorretratos na p. 146.
Procura ir tendo o caderno de Português devidamente arrumado, com todas as folhas e trabalhos, para o caso de querer eu vê-lo ainda este período.






Aula 25 (12/dez, 14/dez, 15/dez) [No 10.º 3.ª, esta aula incorporou já o essencial da aula 26, que esta turma não teve — ficando como tepecê de férias a narração de uma «história devida» e abreviando-se muito o final do filme a que as outras assistiram na aula seguinte] Leitura em voz alta de «Quero» (p. 76), para eliminatória da Liga dos Campeões, seguindo-se sketch sobre o mesmo assunto.



O autorretrato de José Carlos Ary dos Santos (p. 146), cuja leitura te pedi preparasses em casa, é um soneto com muita pouca pontuação. Introdu-la tu:

Poeta é certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.

Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas partes
do meu caldo entornado na infância.

Nos olhos uma folha de hortelã
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.

Poeta de combate disparate
palavrão de machão no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura.

Seguiu-se a leitura em voz alta dos dois textos da p. 146.

Faz o relato escrito de um episódio (interessante, relevante, engraçado) da tua vida. Há três indicações suplementares:
o texto é para ser lido à turma — por ti, sem improvisações;
a leitura em voz alta não deverá demorar mais de dois minutos (cento e cinquenta segundos, no máximo);
o texto será avaliado na altura da sua leitura em voz alta.

O modelo destes textos — «[...] histórias curtas, concretas e reais [...] episódios cómicos, tristes e brutais; gaffes hilariantes e mágoas profundas; pequenos e grandes dramas; coincidências bizarras e inesperadas; sonhos, pesadelos, pressentimentos, intuições ou premonições; mas também histórias sobre a velhice e sobre a infância, sobre a amizade, o ódio e o amor. Muitas têm a forma de diálogos, narrativas e pequenos relatos; algumas são escritas num estilo seco, outras num estilo irónico ou sincero [...]» — pode ser este clip:



TPC — Completar, e melhorar, o texto que começámos em aula e trazê-lo. Trazer o caderno de Português (ou lá como lhe chamem). Quero apenas ver se nada está perdido; e se folhas e trabalhos feitos estão acessíveis e legíveis.



Aula 26 (16/dez) [No 10.º 3.ª, esta aula foi incorporada na aula 25] Explicação de algumas perguntas do trabalho de gramática que se devolvia.
Introdução à avaliação que se faria a seguir.
Assistência a resto de A invenção da mentira, enquanto se procedia a apreciações individuais, com cada um dos alunos, acerca do seu trabalho ao longo do 1.º período.
TPC — (1) Durante as férias, porei no blogue «contrato de leitura» (isto é, como proceder em termos de leituras mais ou menos combinadas com o professor); (2) trazer também este trabalho de gramática que devolvi agora, para o corrigirmos no reinício do ano letivo; (3) [só para o 10.º 3.ª e para os das outras turmas que não o tenham feito em aula: redigir a «História devida»]:
Faz o relato escrito de um episódio (interessante, relevante, engraçado) que tenhas vivido (ou testemunhado). Há três indicações suplementares:
o texto é para ser lido à turma — por ti, sem improvisações;
a leitura em voz alta não deverá demorar mais de dois minutos (cento e cinquenta segundos, no máximo);
o texto, embora entregue por escrito, será avaliado na altura da sua leitura em voz alta.

(Nestas «histórias de vidas», ou «histórias de vidas», cabem: «[...] histórias curtas, concretas e reais [...] episódios cómicos, tristes e brutais; gaffes hilariantes e mágoas profundas; pequenos e grandes dramas; coincidências bizarras e inesperadas; sonhos, pesadelos, pressentimentos, intuições ou premonições; mas também histórias sobre a velhice e sobre a infância, sobre a amizade, o ódio e o amor. Muitas têm a forma de diálogos, narrativas e pequenos relatos; algumas são escritas num estilo seco, outras num estilo irónico ou sincero [...]». Podes ver a seguir um exemplo de história de vida, embora mais longo do que o que pretendo. [Ver exemplo na aula anterior])