Tuesday, September 13, 2011

Aulas (2.º período)

Aula 27 (4, 5, 6/jan) Relance à correção do trabalho de gramática entregue na última aula do período. Antevisão do que faremos no 2.º período. [ver Apresentação, a seguir]

Na p. 142, lê a rubrica do Expresso «Jogos de espelhos» feita com Fernando Alvim. No quadro a seguir, pus vários passos do texto de Alvim que pretendem ser engraçados (não está agora em causa se o conseguem ser). Distingue entre dois perfis dessas afirmações:
V(erdadeiras), mas que, pelo estilo da linguagem usada, procuram ter graça, são irónicas;
F(alsas), em que a graça vem do absurdo e de se perceber logo que não é verdade o que se diz.

Na coluna mais à direita, podes pôr, no caso das afirmações verdadeiras, o recurso linguístico que as torna cómicas.


Na entrevista que vamos ver — de Bruno Aleixo a Fernando Alvim (O Programa do Aleixo, episódio 3) —, serão raras as perguntas que tivessem pertinência numa entrevista verídica. Está atento para anotares essa(s) pergunta(s), se existir(em).
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TPC — [Recuperação de trabalhos anteriores (para quem não os tenha feito):] (1) completar ainda trabalho de microfilme autobiográfico; (2) fazer história de/vida.

Aula 28 (6, 9/jan) Nas pp. 72-73 do livro, lê a crónica de Fernanda Câncio, «Bem-vindos ao submundo». Depois, passa à crónica aqui à esquerda, de Miguel Esteves Cardoso, «Natal Fatal», aliás recentíssima.


Sintetiza-as, num texto de cem a cento e trinta palavras. Não deixes de pôr em confronto as conclusões a que chegam os dois cronistas.
(Conselhos: (1) usa palavras tuas, embora em registo formal; (2) não te fixes em pormenores: tenta perceber o essencial da defesa que é feita em cada crónica; (3) neste trabalho, interessa-me perceber se compreendeste os textos e se rediges com elegância e objetividade.)

Escuta a crónica de Fernando Alves (do programa «Sinais», da TSF) e diz se as afirmações na p. 81 são V(erdadeiras) ou F(alsas).

A. A BBC pediu desculpas pelo equívoco que pode ter sido a desgraça de Guy Goma.
B. Guy Goma é um cidadão congolês recém-licenciado em Sociologia, mas desmpregado.
C. Goma encontrava-se na receção das BBC à espera de uma entrevista de trabalho, quando foi confundido com o diretot de um portal de Internet sobre Fisiatria.
D. Guy Goma foi levado a uma emissão sobre Psicologia no canal «24 horas».
E. Guy Goma ficou surpreendido com a pergunta da apresentadora da BBC.
F. A entrevista para a BBC valeu a Guy Goma um emprego.
G. O cronista chama a Guy Goma «o entrevistado que mordeu a maçã».
H. Segundo o cronista, o equívoco em causa é uma exceção nos dias que vão correndo.
I. O caso de Guy Goma é uma parábola feliz.

Responde à pergunta 2 da p. 81. (Depois, aproveita para ler o enquadrado em cima, com a definição de «entrevista».)

Nos sketches que veremos (Gato Fedorento, série Fonseca) caricaturam-se entrevistas e reportagens para televisão. Podemos ver em cada sketch um de cinco perfis de maus entrevistadores/repórteres:
A — O que se limita a recolher depoimentos de ‘populares’, sem relevância informativa.
B — O que gosta de reportar acontecimentos curiosos, em vez de se ocupar com assuntos relevantes.
C — O que é agressivo com o entrevistado, a quem, no fundo, não quer ouvir (já se fixou o sentido da reportagem, o mais espetacular, e a entrevista serve apenas para lhe dar colorido e fingir cumprimento dum dever jornalístico).
D — O que não concede tempo suficiente às respostas do entrevistado (em geral, porque se considera que as audiências são menores quando há momentos mais discursivos).
E — O que pretende obter um «sound bite» a todo o custo e, de certo modo, não quer saber a opinião do entrevistado, mas apenas poder anunciar uma frase, ter uma «cacha».

Sketch // Perfil
«Testemunhas de acidente» // ___
«Cão gigante» // ___
«O que quer dizer com isso?» // ___
«Padre Carla» // ___
«Tempo de satélite» // ___
«Vai candidatar-se, sotor?» // ___

Leitura para redação de resposta a «Articula o que se diz na notícia «Robôs a fazer entrevistas» (saída, já esta semana, salvo erro no Público) com a defesa que, na sua crónica, fazia Fernando Alves».

Assistência a começo de «Verdade ou Mentira», filme sobre deontologia dos jornalistas.

TPC — Ainda antes da próxima aula, espero pôr no blogue o anunciadíssimo texto sobre «leituras» [sim, já está aqui].

Aula 29 (11, 12, 13/jan) O assunto será atos ilocutórios. Podes abrir o livro nas pp. 321-322. Lê o que pus a seguir e vai completando.
Os atos de fala dividem-se em locutórios (o próprio facto de se falar), ilocutórios (o tipo de ação que se pretende realizar: uma ordem, uma promessa, uma constatação, uma ameaça, etc.) e perlocutórios (o efeito produzido no interlocutor: ficar o ouvinte ofendido, envergonhado, convencido, etc.).
Nos atos ilocutórios directos, a intenção comunicativa fica explícita no que é dito; nos atos ilocutórios indirectos, a intenção comunicativa tem de ser captada pelo interlocutor. Por exemplo, em «Leiam o texto tal» há um ato ilocutório _______; mas, se, no contexto de uma aula, o professor disser «É na p. 321», temos um ato ilocutório _______, cuja _________ (‘ordem para se começar a ler’) tem de ser inferida pelos interlocutores.
O entendimento de um ato de fala está dependente do contexto comunicativo. O que possibilita que a frase «É na p. 321» seja percebida como ordem para que se leia é o facto de se estar numa ________ de _________.
Os atos ilocutórios podem ser agrupados consoante a força ilocutória (o objetivo ilocutório) que apresentam:
diretivos (pretende-se que o interlocutor actue de acordo com a vontade do locutor) — «Querem abrir os livros na p. 321?»; «Abram os livros na p. 321».
assertivos (assinala-se a posição do locutor relativamente à verdade do que diz) — «Não há dúvida de que esta é a melhor frase»; «Admito que haja aqui um equívoco meu».
expressivos (traduz-se o estado de espírito do locutor relativamente ao que diz) — «Entristece-me que tenha partido»; «Muitos parabéns pelo teu teste».
compromissivos (responsabilizam o locutor relativamente a uma ação futura) — «Não darei aula esta terça»; «Prometo entregar os prémios Tia Albertina».
declarativos (aquilo que se diz cria, por si só, uma nova realidade) — «Absolvo-te das falhas cometidas»; «Fica aprovado com catorze valores».
declarativos assertivos (pretende-se que o que é dito surja como uma verdade a seguir) — «É imperioso evitar alimentos com açúcar» (dito por médico).

O conteúdo proposicional pode não ser determinante no objetivo ilocutório. Há que contar também com o tipo de frase (interrogativo, imperativo, declarativo, exclamativo) e com o contexto: «Estou constipadíssima», num contexto em que há uma porta aberta, pode ser um ato ilocutório {escolhe} direto / indireto que corresponda ao objetivo ilocutório (à força ilocutória) _________ (com a locutora a pretender que ___________).
Indica o tipo dos actos ilocutórios (diretivo / assertivo / expressivo / compromissivo / declarativo):

1. Fala com o diretor de turma. __________
2. Gostei que fizesses cocó no penico. _________
3. Sei que Gedeão era Rómulo de Carvalho, professor de Física. __________
4. Ficam isentos do pagamento os menores de setenta e três anos. ___________
5. A hipótese mais provável é que tenha perdido o comboio. __________
6. Duvido que te interesse. ___________
7. Chegarei às onze e sessenta e dois. __________
8. Detesto que me estejam sempre a pressionar. __________
9. Vou pensar no que me propõe. ___________
10. É inadmissível que te impeçam de ires ao jogo. __________
[fundado em M. Olga Azevedo, M. Isabel Pinto & M. Carmo Lopes, Exercícios — Gramática Prática de Português — Da Comunicação à Expressão]

Preenche as quadrículas em branco, interpretando os atos de fala dos três sketches (série Barbosa). Por vezes, previ duas interpretações (uma, direta; a outra, indireta, aliás mais verosímil). No tipo (segundo a força ilocutória), porás assertivo, diretivo, expressivo, compromissivo. (Nenhum exemplo é de ato declarativo; também não há atos declarativos assertivos.)





De anos anteriores, já conhecerás a estrutura típica de uma notícia. Transcrevo do livro do Aula Viva, manual do 9.º ano (p. 70):
«A elaboração de uma notícia, ordenando os factos por ordem descrescente de importância, criou no jornalismo a técnica conhecida por pirâmide invertida. A notícia é constituída por duas partes: a primeira denomina-se lead (ou cabeça) e a segunda, corpo ou desenvolvimento da notícia.
Como se faz o lead? Embora as opiniões variem, a cabeça de uma notícia deve conter os elementos resultantes das respostas a quatro perguntas: Quem?, O quê?, Quando?, Onde?»


Vejamos também esta notícia, que adaptei de um Público de 2006.

Engano na recepção da empresa
Erro na BBC transforma candidato a emprego em perito em tecnologias

A estação britânica BBC News convidou um especialista em novas tecnologias para comentar a batalha legal entre as empresas Apple Corps e Apple Computer, mas, em vez de um homem branco chamado Guy Kewney, a jornalista da BBC entrevistou um homem negro chamado Guy Goma, que não sabia o que estava a fazer num estúdio de televisão.
Segundo o jornal The Mail, Goma foi levado para o estúdio, onde lhe colocaram um microfone, depois de ter levantado a mão quando um produtor chamou por Guy Kewney. A BBC já admitiu o erro e indicou que Guy Goma é um cidadão do Congo, licenciado, que estava na empresa à espera de uma entrevista de emprego.
De acordo com a estação, tudo começou quando um produtor da BBC foi buscar Guy Kewney, director de um site especializado em novas tecnologias, à recepção errada no edifício da empresa. Quando perguntou pelo especialista, um rececionista apontou na direcção de Guy Goma. «Você é Guy Kewney?», perguntou o produtor, que já tinha visto uma foto do verdadeiro perito. Goma respondeu que sim e foi conduzido ao estúdio, onde ainda respondeu a três questões, em directo, mas a apresentadora conseguiu informar o editor de que o convidado parecia «sem fôlego e muito nervoso» e a emissão mudou rapidamente para um correspondente no exterior. Só então se descobriu que Guy Kewney estava ainda à espera na recepção. «Foi tudo um mal-entendido. Vamos tomar todas as medidas para garantir que isto não volta a acontecer», disse uma porta-voz da BBC.


Numa folha solta — daquelas que eu pedi que trouxesses sempre e que, por azar, hoje, e hoje apenas, não tens contigo —, escreve uma notícia inspirada no soneto de Camões que está na p. 148 do nosso livro.
O que no poema surge como pedido, ou ordem, é o que a tua notícia assumirá como acontecimento a reportar. A notícia terá título, um primeiro parágrafo (o lead) e um ou dois parágrafos de desenvolvimento. Os factos serão essencialmente os enunciados no soneto, embora em registo actual, o que deve obrigar a acrescentos contextualizadores.

TPC — Faz os exercícios sobre ‘Atos ilocutórios’ no Caderno de Atividades, pp. 60-62.

Aula 30 (13, 16/jan) Trataremos de variação linguística. Em Expressões, vai até à p. 296 e cimo da p. 297, para relanceares o ponto B, Variação e normalização linguística.

A matéria deste ponto visa explicar que o português — como qualquer língua — está sujeito a ___________. Essa variação, essa mudança, verificamo-la quer diacronicamente (ou seja, analisando diferentes momentos do português), quer sincronicamente (isto é, verificando que, mesmo num só momento histórico, o português varia em função da origem geográfica do falante, do seu perfil social — cultura, idade — e da situação de comunicação).
O ponto 1.3 define as «variedades ___________»; o 1.2 trata das «variedades ___________» (ou socioletos); o 1.1 tem como título «variedades ___________» (ou dialetos). No ponto 1.1.1 mostram-se três resultados da história do português também muito relacionados com a própria geografia: as variedades (ou variantes) ___________, ____________ (ou sul-americana) e _____________(s) do português.
No parágrafo 1.4, menciona-se a variação histórica (ou ___________), dizendo-se-nos ainda que a mudança linguística (que está na base quer da diversidade a que se aludiu nos pontos 1.1 a 1.3 quer das várias fases históricas do português) é observável até numa mesma sincronia (já que nesta podem coexistir uma gramática mais arcaizante e outra em que se vão já notando resultados de ___________ linguísticas em curso).

No primeiro sketch que vamos ver ficam salientadas as três variantes (ou variedades) do português, mas também a variação dialetal dentro do território do português europeu; o assunto será, portanto, a variação ___________. No segundo sketch alude-se à diversidade de registos (ou níveis) e à formalidade ou informalidade do uso da língua, o que já se relaciona quer com a variação ____________ quer com a variação __________.

Em «Padre que não sabe fazer pronúncia» (série Meireles), o protagonista é um seminarista que, segundo o padre seu orientador, não consegue ter a pronúncia devida. Deves estar atento às pronúncias que o candidato a padre vai tentando e ir completando o primeiro quadro:


Relativamente ao sketch «Policiês/Português» (série Fonseca), procura resumir a situação, completando o texto com os termos que ponho. Relanceia também o ponto «3. Registo formal e informal», no pé da p. 322 e no cimo da 323.
popular / familiar / corrente / cuidado / gíria / variedade regional / escrito / oral / formal / informal

Um polícia parece querer multar um automobilista. Ao descrever a manobra incorreta efectuada e a sanção que vai aplicar, recorre a um nível de língua ________, usando linguagem mais típica do meio __________ (que, em geral, segue um registo _________) do que do meio ___________ (quase sempre, mais __________). Ainda por cima, adota termos que talvez se possam considerar de uma __________ própria, específica dos polícias. Por isso, o automobilista nada percebe.
Um indivíduo que está por ali vem então traduzir o discurso do polícia para um nível de língua ________ e, às vezes, até _________ ou mesmo _________.
Acaba por se perceber que o polícia aceita ser subornado, e fica tudo resolvido.
Diga-se ainda que, pela pronúncia de três palavras («gra[b]e», «indi[b]íduo», «de[rr]espeito»), percebemos que o polícia fala conforme uma determinada __________, provavelmente a beirã (ou, então, a transmontana).


TPC — Aproveito só para lembrar os dois últimos tepecês: (i) estudar/fazer as pp. 60-62 do Caderno de Atividades, sobre atos ilocutórios; (ii) ler o que escrevi sobre ‘leituras’ em Gaveta de Nuvens e ir avançando para algum livro, ou continuando o que já se estivesse a ler. (Recordo, enfim, que quem, em novembro/dezembro, não entregou o microfilme autobiográfico deveria fazê-lo agora.)

Aula 31 (18, 19, 20/jan) Correção da síntese:
Na sua crónica, Fernanda Câncio, depois de relatar a inicial desconfiança pelo mundo da net, concluía que os blogues são um espaço de liberdade, de debate, decerto com defeitos mas talvez não mais do que os que encontramos em outros media.
Miguel Esteves Cardoso está menos otimista quanto às virtualidades da net em termos de informação, baseando-se no que sucedera no dia de Natal. Nesse dia, como os jornais não saíssem, também a internet se mostrara desoladora, porque, no fundo, está dependente das fontes convencionais. O cronista antecipa que, se os meios de comunicação tradicionais desaparecessem, faltariam as notícias (que a net, sozinha, não conseguiria assegurar).
[105 palavras]


Lê a crónica nas pp. 69-70, «Eles que», de João Aguiar. Em cada item, circunda a letra da melhor alínea.

No período que abre o texto (ll. 1-5), reconhecemos dois objetivos ilocutórios (correspondentes a cada uma das metades em que a vírgula os divide):
a) declarativo; compromissivo.
b) assertivo; compromissivo.
c) expressivo; declarativo.
d) expressivo; assertivo.

Em «E não será a despropósito, como os leitores verão» (5-7),
a) a forma de tratamento corresponde a artigo definido + nome + 3.ª pessoa.
b) a forma de tratamento corresponde a artigo definido + nome + 2.ª pessoa.
c) a forma de tratamento corresponde a você + 3.ª pessoa.
d) o narrador não se dirige a ninguém.

No terceiro parágrafo (10-20), o cronista
a) permite que depreendamos ter havido críticas à delegação portuguesa.
b) ironiza com o facto de ter havido poucos comentadores.
c) critica o facto de não se verem imagens de quem comenta os Jogos.
d) ridiculariza a semelhança das opiniões dos comentadores.

Nas falas em discurso direto a que o cronista recorre nas ll. 22-29, o que se satiriza é
a) a estranheza dos nomes dos atletas concorrentes.
b) a irrelevância de algumas modalidades nos Jogos.
c) a linguagem dos que comentavam os Jogos.
d) o excesso de repetições das mesmas reportagens.

«E com isto sagraram-se, todos, campeões mundiais da Bengala Idiota, em todas as categorias» (33-36) reporta-se
a) aos atletas.
b) aos comentadores.
c) aos membros da delegação portuguesa.
d) a todos os participantes.

«Isto é a rapaziada do desporto, há que dar-lhes o desconto...» (43-44) refere-se
a) à delegação portuguesa e aos atletas.
b) aos atletas portugueses.
c) aos atletas de todos os países.
d) aos comentadores.

O parágrafo entre parênteses nas linhas 45-51 critica
a) a condescendência que se costuma ter com a linguagem do jornalismo desportivo.
b) o facto de se ser mais exigente em termos linguísticos com os desportistas do que com outros grupos.
c) a linguagem de muitos com responsabilidades, o que quase tornaria legítima a complacência com outros erros.
d) o desprezo a que se tem votado a linguagem desportiva.

Nas ll. 52-59, o narrador assume que o bordão linguístico «sempre igual a si próprio»
a) já não é corrente.
b) ainda perdura.
c) talvez ainda perdure.
d) é uma verdadeira epidemia.

Para o cronista, conforme se anuncia nas ll. 61-62, o mais trágico é que
a) também na Antena 2, em programas culturais, se ouve já « sempre igual a si próprio».
b) a praga do «sempre igual a si próprio» já passou aos programas culturais.
c) «ele que» já extravasou dos programas desportivos para os culturais.
d) estes tiques linguísticos se revelam definitivos.

Nas ll. 76-78 alude-se a
a) produtos com prazos de validade curtos.
b) um negregado dia.
c) epidemias breves.
d) modismos efémeros.

O que incomodou João Aguiar, aquando da divulgação de Mulheres à beira de um ataque de nervos, foi
a) o próprio filme de Almodovar.
b) a menção que o título continha a «nervos».
c) o trocadilho fácil que o título do filme inspirou.
d) a escola jornalística dos totós que palravam diante de microfones.

O «vírus» na l. 101 corresponde
a) ao bordão «ele que».
b) ao bordão «eles que».
c) aos apresentadores-robôs.
d) aos comentadores-robôs e aos apresentadores-robôs.

As formas corretas das palavras em itálico nas linhas 109-112 seriam:
a) «membro»; «quaisquer»; «aversão».
b) «membrana»; «qualquer»; «medo».
c) «membro»; «quaisquer»; «medo».
d) «membro»; «quaisquer»; «atração».

Nas últimas três linhas do texto (115-117), recorre-se a
a) três das expressões em moda que o texto mencionara.
b) duas das expressões em moda que o texto mencionara.
c) uma das expressões em moda que o texto mencionara.
d) quatro das expressões em moda que o texto mencionara.

O texto trata de um fenómeno de
a) variação geográfica, que não é seguro se venha a estender a todos os falantes.
b) moda, que pode vir a implicar alguma mudança linguística efetiva.
c) dialeto do português.
d) variante do português.

Identificam este texto com o género cronístico as seguintes características:
a) linguagem informativa e objetiva; atualidade do tema.
b) preocupação com o quotidiano; tom pedagógico.
c) existência de lead; referência à atualidade.
d) linguagem literária; predomínio da subjetividade.

Como a crónica de João Aguiar, também «Dicionário Português-Manuelmachadês» caricatura a linguagem de alguém do meio desportivo. O tipo de discurso que é designado como «manuelmachadês» resulta de numa série de infrações à máxima conversacional de _______, já que é sobretudo a clareza da mensagem que sai prejudicada.
Porém, não podemos dizer que o princípio de ________ seja verdadeiramente posto em causa, porque a linguagem de Manuel Machado será compreensível para as pessoas do meio futebolístico, a quem se dirige. É certo que há um exagero de sinónimos mais «aperaltados» (usuais na gíria do futebol), mas percebemos que esse esforço de enfeitar o que podia dizer-se de forma simples até obedece à vontade de cumprir bem o papel de entrevistado. (Ou seja: é o princípio de _______ que leva o treinador a ser tão complicativo. Se ele respondesse liminarmente, o jornalista não teria grande entrevista e considerá-lo-ia convencido e descortês.)
Quais são os recursos estilísticos (as _______ de estilo) usados por Manuel Machado para conseguir a tal complexificação? Não são muitos. Em geral, pode dizer-se que se socorre de perífrases (circunlóquios; isto é, diz em muitas palavras o que poderia ser dito em poucas). Vendo mais de perto, essas perífrases resultam de:
(1) troca de palavras/expressões por outras suas sinónimas mas de registo mais cuidado (nestes casos, pode surgir uma ou outra expressão com origem em metafóra).
(2) troca de palavras/expressões por outras mais abrangentes, ou mesmo inadequadas, por eufemismo (evitando ‘ferir susceptibilidades’).


Na última fala — «este tipo que andou no meio do terreno não presta» —, o inesperado é Machado não ter recorrido a um __________ que adocicasse a crítica ao árbitro.

Vai até à p. 149 do livro. Responde a 1.1

Põe no discurso indireto as falas do cartoon:

O rapaz ruivo perguntou _____________

O miúdo mulato e com um três na camisola ____________

O catraio mais à direita ________________


TPC (a entregar nas próximas duas ou três aulas) — Para efeitos do concurso «Eu conto...», escreve um conto subordinado ao tema «Cooperação/Solidariedade», com de três a cinco páginas A4, em Times New Roman, a corpo 12, com entrelinha de dois espaços.
(Na versão em papel que me entregares, eu lançarei emendas, que introduzirás depois na versão final — não percas, portanto, o ficheiro.)

Aula 32 (20, 23/jan) Aqui estão alguns títulos de notícias assinadas por Stephen Glass, a personagem principal de Verdade ou mentira, que temos vindo a ver.
(Repara que são bastante mais livres — mais «literários», talvez brincalhões, menos informativos — do que costuma ser recomendado para a redação de notícias-reportagens. Era habitual defender-se que o título fosse uma condensação do «lead», o período inicial da notícia, o qual, por sua vez, conteria o essencial do acontecimento.)

Paraíso dos hackers
Férias de Páscoa
Uma boa alhada
Perigoso para a vossa saúde mental
Não se atrevam
Sagrada trindade
A selva
Papoilas para todos
No olho da rua
Nada é de graça
Mónica vende
Após a queda
O estado da natureza
Provável Claus
Abanem os imbecis
Fatos baratos
Encharcado

Escreve uma notícia com um destes títulos. Como são mais apelativos do que informativos, para imaginares uma situação que lhes corresponda talvez não te devas concentrar demasiado na sua interpretação.
A situação que cries deve ser verosímil (isto é, deve ser sentida como verdadeira — não pode parecer estapafúrdia, mesmo se relatar ocorrência estranha). Por outro lado, também não se deve tratar de acontecimento demasiado banal (que não pudesse ser assunto de um jornal com boa divulgação).


Aula 33 (25, 26, 27/jan)


Depois de uma observação das imagens reproduzidas na p. 145, completa as duas análises — os textos de apreciação crítica — que se seguem, usando as palavras a negro.

fundo / fecundidade / estruturados / contraste / frente / enigmática / rostos / chapéu / contrastes / contornos / crescimento / castanho / formas / enérgica / azul-claro / olhos / marcantes / vivas / auréola / camélias / inteligente / cores

Autorretrato A
Autorretrato com uma Camélia faz parte daquilo que a introspeção artística produziu de melhor, introspeção essa que será sempre capital para o pintor. Ao mesmo tempo, o pequeno quadro testemunha o seu conhecimento das reproduções dos _______ que ornamentam os caixões das múmias egípcias dos séculos II a IV da nossa era, tão impressionante com os seus enormes _______ pintados, os seus rostos claramente _______, as suas ________ reduzidas e a sua expressão mística ________. Para além destas considerações arcaizantes, Modersohn-Becker acentua o _______ de cores nitidamente delimitadas entre os tons sonoros de _______ da figura em busto vista de ________ e colocada na sombra e o _________ do plano de _________ que irradia em redor da sua cabeça como uma ________. O ramo de _________ que a artista coloca de maneira demonstrativa no eixo mediano é considerado como um símbolo de _________ e de ________.

Autorretrato B
A atitude ________, os traços ________, o ________ extravagante dizem muito sobre a personalidade da pintora, uma mulher ________ e com grande experiência do mundo. As cores _________ aplicadas em grandes pinceladas e os _________ que rodeiam as formas revelam as influências artísticas essenciais para Werefkin: a dos Nabis, evidentemente, mas também a da «pintura da alma» de Edvard Münch. Partindo destas premissas, o autorretrato exalta as _______, baseadas em ________ brilhantes para atingir uma veemência tipicamente expressionista.
Norbert Wolf, Expressionismo, Colónia, Taschen-Público, 2005 (texto adaptado)
[Tarefa dos autores do manual]

Escreve um curto trecho a propósito de cada um dos autorretratos na p. 144, de maneira a ficares com um exemplo dos quatro principais tipos de objetivo ilocutório (assertivo, compromissivo, expressivo, diretivo). Eu próprio fiz frases para os cinco tipos, relativas porém aos autorretratos da p. 145.
As frases podem ter vários registos, como se vê pelos exemplos, mas não deverão ser preguiçosas. (A matéria em causa — actos ilocutórios — está resumida no manual, pp. 321-322.)

p. 145

A. Paula Modersohn-Becker

Sairei deste quadro quando as camélias murcharem. (Compromissivo)
Detesto a porcaria das camélias. (Expressivo)
Não me sabem dizer que Amélia é esta? (Diretivo)

B. Marianne von Werefkin

Creio que o chapéu de Marianne é vermelho, mas tenho dúvidas acerca da flor no cimo. (Assertivo)
Por um milhão de euros, está arrematado o quadro «Autorretrato», de Marianne von Werefkin, por aquele senhor de óculos ali. [proclamado pelo leiloeiro] (Declarativo)

p. 144

A. Albrecht Dürer

______________

B. Joan Miró

______________

C. Pablo Picasso

______________

D. Fernando Botero

______________



TPC — Na próxima aula, deves trazer o conto relativo a cooperação/solidariedade. Por favor, não uses nada da net. Como se trata de uma primeira versão, ainda a melhorar, podes, se preferires, usar entrelinha mais apertada e, portanto, poupar papel.


Aula 34 (27, 30/jan) Os textos explicativos nas páginas 152-154 podem reduzir-se ao esquema em baixo (a partir de «lírico», já que não tratam nem da épica nem do teatro de Camões, apenas da lírica). Vai lendo esses textos (sobretudo «Aspetos gerais da lírica de Camões» e «A lírica de Camões, entre a medida velha e a medida nova) para completares o que se segue.



O texto B da p. 155, «Erros meus, má fortuna amor ardente», pode exemplificar a chamada medida nova. Com efeito, cada verso seu tem dez sílabas métricas, como a escansão do primeiro verso nos mostra {procede a essa divisão em sílabas métricas}:
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Também coerente com a vertente clássica, renascentista, da lírica camoniana é a composição: um __________ (catorze versos, distribuídos duas quadras e dois tercetos). Neste caso, o esquema rimático é: A B B A A _ _ _ C _ _ _ _ _.
Quanto a tema, podemos dizer que o texto exprime, em termos complexos, a _________ do poeta com o seu percurso de vida (e, talvez, sobretudo com as desilusões amorosas).
Ao contrário, o texto da p. 167 serve para ilustrar a medida velha. Está em redondilha {escolhe} menor/maior, já que os seus versos têm ______ sílabas métricas, são pentassílabos {faz a escansão}:
Aquela cativa
O subgénero escolhido também é típico da poesia camoniana de raiz mais tradicional. Como está no título, trata-se de ____________.
O tom é ___________, mesmo se se trata de amor. Ao longo das cinco estrofes, esse caráter leve assenta bastante no trocadilho entre «cativa» (‘escrava’, a escrava Bárbara) e «cativo» (‘aprisionado’, metaforicamente, pela paixão).

Escreve um soneto mais otimista do que «Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155). Diria mesmo: um poema na direção emocional contrária, um poema em que desespero, lamento, desilusão dessem lugar a alegria, entusiasmo, fruição.
Respeitarás um esquema rimático ABBA ABBA CDE CDE. Os versos de rima B terminarão em –aram, como podes ver a seguir. Manterás também as poucas palavras que registei nas linhas, mas podes trocar-lhes género ou número. Não te preocupes com a métrica. E, claro, o soneto não tem de se reportar a Camões.
(Ao escolheres as primeiras rimas, tem em conta que ficas obrigado a obedecer-lhes em versos seguintes. Não ponhas finais de palavras muito raros.)

_____ meus, boa ____, amor _____
Em minha ___ se conjuraram/juntaram
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TPC — Quando puderes, experimenta fazer os exercícios do Caderno de Atividades nas pp. 65-67 (anáfora, catáfora, correferência).


Aula 35 (1, 2, 3/fev) Regressa ainda à p. 155 do livro, para releres «Erros meus, má fortuna, amor ardente». Compara esse soneto de Camões com o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, que ponho aqui em baixo, «Camões e a tença».
Nesse comentário comparado, que deve ter cerca de cem palavras, tem em conta:
— a pessoa verbal usada em cada poema;
— o que se lamenta/critica em cada poema;
— o aproveitamento, na 2.ª estrofe de «Camões e a tença», de trechos camonianos.

«tença» = ‘pensão dada como em remuneração de bons serviços prestados (ao reino)’; «Paço» = ‘palácio real, sede do governo’; «sobejar» = ‘sobrar’; «invocar» = ‘chamar’, ‘pedir em auxílio’.

Camões e a tença

Irás ao Paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce

Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou seu ser inteiramente

E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto

Irás ao Paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência

Este país te mata lentamente
Sophia de Mello Breyner Andresen


a

Vai até à cantiga na p. 169. Cá temos um exemplo de lírica de Camões mais tradicional, em verso redondilho. Nota que se trata de composição a partir de um mote. Olhemos sobretudo para as voltas (o desenvolvimento desse mote).

Há três vocativos, correspondentes aos elementos da natureza a que o poeta se dirige (no fundo, apenas para valorizar a mulher amada e resolver a comparação entre os olhos dessa sua paixão e o verde dos campos). Completa o quadro:

Vocativo // Pessoa verbal // Pronomes/Determinantes // Formas verbais
_____ // _____ // te // ______
Ovelhas // 2.ª plural // ______ // ______
_____ // _______ // _______ // paceis (‘pastais’), entendeis, comeis

O esquema rimático de cada oitava é (escolhe uma delas; o esquema é igual):
A __ __ __ __ __ __ C.

Reportando-te a este esquema rimático, completa (dando prévia olhadela ao final da página 231, sobre rimas) o parágrafo a seguir:

Entre os versos 2 e 3 há rima emparelhada, tal como entre os versos __ e __. Os versos 1 e 4 fazem rima _________, já que entre eles há a tal parelha constituída pelos versos 2 e 3. As rimas em -ão (no antepenúltimo e no último versos de ambas as oitavas) exemplificam a rima ________. Há ainda um verso solto, ou branco, que é o _______.

Vai copiando os versos de «Endechas a Bárbara escrava» (p. 167), mas acrescentando em cada verso a(s) palavra(s) suficiente(s) para transformar estas endechas, que estão em redondilha menor (pentassilábicos), em versos de redondilha maior (heptassilábicos). A rima manter-se-á, pelo que deves intervir apenas no início ou no meio de cada verso.

TPC — No teu ficheiro com o conto, lança as correções que fiz à versão agora devolvida (traz-me depois ambas, para eu verificar se emendaste tudo bem).



Aula 36 (3, 6/fev) Na última aula, fizeram o exercício de transformar versos de redondilha menor (pentassilábicos) em redondilhos maiores (heptassilábicos). Mantivemo-nos, portanto, na chamada medida velha.
Agora, peço-te que transformes os versos de medida nova — decassilábicos — do soneto «A fermosura desta fresca serra» (p. 170) em versos de medida velha. Dentro desta, sugiro o heptassílabo (redondilha maior), para teres apenas de suprimir três sílabas em cada verso.
Haverá ainda outra alteração a fazer. Em vez de soneto, queria que os versos desenhassem agora uma oitava, como as estrofes da cantiga cujo mote era «Verdes são os campos» (p. 169). Para isso, terás de prescindir de alguns dos versos. Nessa escolha, farás com que o esquema rimático seja, como era o das oitavas de «Verdes são os campos»: A B B A A C D C.
A regra será nada acrescentar (ou acrescentar o mínimo); usar apenas supressões.
__________
Prepara uma leitura em voz alta decente da redondilha resultante do exercício em cima.


O quadro seguinte resume os chamados fenómenos, ou acidentes, fonéticos. Os exemplos que pus são quer da variação geográfica e social do português, quer da diacronia (dentro do português, mas também do latim ao português). Como vimos nas duas entrevistas recuperadas em «Diz que é uma espécie de magazine...», as palavras actuais também sofrem alterações fonéticas, tal como aconteceu ao longo do percurso entre latim e português do século XXI. Vai lendo e completando.




TPC — Escreve uma carta suscetível de concorrer ao concurso «A melhor carta», cujo regulamento ponho a seguir e no blogue (no blogue porei também o do concurso «Eu conto!», sobre solidariedade e cooperação, que temos vindo a preparar).
O essencial da indicação é: «Escreve uma carta a um atleta ou figura desportiva que admires, contando o que pensas dos Jogos Olímpicos». Cumpre o género ‘carta’, 500 a 1000 palavras (por mim, preferiria mais perto das quinhentas do que das mil, mas apostando mais na originalidade e na revisão).
Podes trazer-me a carta à mão ou a computador, embora, para efeitos depois de envio eventual aos CTT/ANACOM, me pareça conveniente a escrita em computador. Como tenho dito a propósito de outros trabalhos, considerarei falta grave «picarem-se» coisas da net ou de outros lados. Evitem também demasiadas ajudas de adultos.

(Haverá alguns a quem devolvi hoje os contos sobre cooperação/solidariedade. Como já dissera, lancem as emendas e entreguem-me depois as duas versões, para eu verificar se foi tudo corrigido. Infelizmente, não conseguirei decerto entregar hoje todos os contos que tinha comigo.)



Aula 37 (8, 9, 10/fev) Como se vê no nosso manual (pp. 99 e 100), a 15 de Novembro de 2008, o Expresso publicou artigos de dois críticos de cinema (Jorge Leitão Ramos; Manuel Cintra Ferreira) acerca do mesmo filme (Ensaio sobre a cegueira, do realizador brasileiro Fernando Meirelles).
Em baixo, esbocei uma síntese conjunta dessas apreciações críticas, que completarás com frases tuas. Numa síntese, as nossas frases não devem repetir as do original, pelo que evitarás reproduzir trechos sem razoável adaptação. Também seria surpreendente que as tuas frases coincidissem com as do colega do lado.

Segundo Jorge Leitão Ramos, o livro _______________ punha dificuldades especiais de adaptação ao cinema: por um lado, ______________________________; por outro, essa cegueira funciona também como metáfora e o cinema não costuma _____________________. Mesmo assim — e continuamos a seguir «Ensaio sobre o cinema», de Ramos —, Fernando Meirelles _________________________________. Conclui o crítico que, não sendo fácil adaptar grandes obras literárias, _____________.
Por sua vez, _________ não tem ____ opinião acerca do filme do realizador brasileiro. Começa por, ironicamente, pôr a hipótese de Meirelles ______________________________ (em que Woody Allen interpretava um realizador ___________________________). Depois, considera que o argumento, em termos cinematográficos, é ________ e que o próprio realizador também ___________________. Segundo Cintra Ferreira, o filme, hesitante entre o tom ______ do livro e a abordagem típica do género _____________, acaba por resultar num produto _________________, que o trabalho dos atores _____________________.



Na p. 98, tens uma sinopse de Ensaio sobre a Cegueira, incluída numa notícia da estreia do filme. Também ponho a seguir duas sinopses (do mesmo filme e de Hollywood Ending), mas destinadas a contracapa de DVD.
Escreve tu uma sinopse de um filme que, na verdade, não exista. Título, enredo e, se for caso disso, realizador, atores, etc., serão por ti criados, em estilo que os torne verosímeis e no registo típico destas sinopses. A extensão do texto pode ficar entre as da maior e da mais pequena dos nossos exemplos.


TPC — Continuação do anterior.



Aula 38 (10, 13/fev) A p. 22 do manual trata de livros (e, sobretudo, das suas partes). Respondendo à pergunta 1.1, faz corresponder os termos (1-23) a cada uma das descrições (a-w).

1. __ Lombada
2. __ Prefácio
3. __ Portada, página de rosto [frontispício]
4. __ Sinopse
5. __ Bibliófilo
6. __ Índice
7. __ Opúsculo
8. __ Capa
9. __ Prontuário
10. __ Adenda ou apêndice
11. __ Bibliografia
12. __ Manual
13. __ Contraportada
14. __ Posfácio
15. __ Contracapa
16. __ Glossário
17. __ Pilha
18. __ Biblioteca
19. __ Orelhas, abas ou badanas
20. __ Cólofon ou colofão
21. __ Epígrafe
22. __ Dedicatória
23. __ Dicionário

A maioria destes termos integra o chamado paratexto. O paratexto é o que num livro não é o texto (principal) propriamente dito. Inclui categorias que são da responsabilidade do autor (título, dedicatórias, epígrafes) e outras que são da responsabilidade do editor (capa, contracapa, orelhas, sobrecapa, cintas). Há ainda prefácio ou posfácio, notas, índices, bibliografia, ilustrações, que podem ser quer da responsabilidade autoral quer da do editor.
Para darmos esta matéria, verificarás as partes do livro que te calhar, completando o que se segue (preenchendo as linhas e circundando as alternativas dentro das chavetas):

Capa

A capa, além de autor, título, editora (________; __________; ________), tem mais algum dizer? {Coleção / Frase publicitária / Número da edição / ________} Que surge como ilustração da capa? _____________. Quem é o autor da capa? ____________ {procura na ficha, que deverá estar numa das páginas pares mas não numeradas antes do frontispício}.
A lombada tem título, autor, editora e logotipo? {circunda o que não haja}. Algum desses dizeres está abreviado (comparado com o que se encontra na capa)? ___________ Há mais algum elemento? ______________.
Há texto na contracapa? {Sim / Não}. Se há, a que corresponde essa parte escrita? {A uma espécie de sinopse / A uma biobibliografia do autor / A pequenas transcrições de críticas saídas nos jornais / A informações sobre a colecção / A ____________}.
O livro tem badanas (orelhas)? {Sim / Não}. Há texto nas badanas? {Não / Sim, só numa delas / Sim, em ambas}. O que esteja escrito é {notícia biobibliográfica sobre o autor / elenco de outros livros da colecção / lista dos livros do mesmo autor / sinopse do livro / ___________}.

Folhas

Páginas não numeradas ímpares (pp. [1], [3], [5]), de rosto, portanto
O livro tem uma guarda (folha em branco, logo a seguir à capa)? {Sim / Não}.
Há anterrosto (página que terá só o título, talvez até abreviado)? {Sim / Não}.
Há frontispício (ou portada, ou página de rosto), que contém {autor / título / tradução / editora / ________}. (Nota que é por esta página que se faz a referência bibliográfica.)

Páginas não numeradas pares ([2], [4], [6]), de verso, portanto
Qual das páginas tem a ficha técnica? {O verso do anterrosto / A contraportada}.
Que elementos são úteis nessa ficha? {título original / depósito legal / data da edição / tipografia / capista / revisor / paginação / __________ /_________}.

Páginas que se seguem ao frontispício (mas antes do texto propriamente dito)
Dedicatória? {Não tem / Tem, a ______________}.
Epígrafe (citação, máxima)? {Não / Sim, e é uma frase do autor / é um provérbio / é uma citação de outro autor / ____________}.
Sumário ou Índice? {Não / Sim}.
Prefácio {Não / Sim, por ___________}.
Há alguma outra secção? {Não / Sim, ___________}.

Páginas do texto principal
Há no cabeçalho algum dizer? {Não / Sim, nas páginas ímpares vem o título corrente (o título do livro, talvez abreviado) / e, nas pares, o nome do autor} / Sim, nas páginas ímpares, _______; nas pares, ________}.
Há notas de rodapé (pé-de-página)? {Não / Sim, do autor / tradutor / editor}.

Páginas depois do texto principal
Posfácio? {Não / Sim, pelo autor / Sim, por _________}.
Bibliografia? {Não / Sim, e reporta-se às obras _______}.
Há um índice (geral) no fim? {Sim / Não} Há também índice {toponímico (lugares) / onomástico (nomes) / remissivo (ou ideográfico) / _______}.
Há lista de ilustrações? {Não / Sim, na p. _______}.
Na última folha há colofão (ou colofon: «Este livro foi impresso em ...»)? {Sim / Não}.

Pensa numa obra (que inventarás). Tanto pode ser biografia ou autobiografia, como coletânea de crónicas, livro de viagens, correspondência entre dois famosos, romance, antologia de contos, ensaio, etc., mas sempre de autor por ti criado.
Desse livro inexistente escreverás o seguinte paratexto. (Centra-te nos elementos paratextuais desta primeira primeira página; duvido que haja tempo para os últimos itens no verso da folha.)

Anterrosto: ___________
Frontispício (ou página de rosto, ou portada) {Separa os diversos elementos por barras}: ______________
Dedicatória: _____________
Texto para contracapa: ______________
Curta biografia do autor para badanas (orelhas): _____________
Lista de obras da mesma coleção (para orelhas ou para páginas finais): ___________________
Índice (bastarão cerca de sete entradas; dispenso a indicação das páginas): ______________
Prefácio (título / autor do prefácio): ___________
Primeiras linhas do prefácio: ______________

TPC — Desenha/Compõe uma capa do conto que escreveste recentemente. No concurso em causa («Eu conto!»), o texto é avaliado conjuntamente com uma capa («que deverá estar relacionada diretamente com aquele e será também avaliada do ponto de vista da expressão plástica»). Presume-se que esta cumpra o habitual numa capa de livro — embora com o título do próprio conto.




Aula 39 (15, 16, 17/fev) Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades,

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como soía.
Luís de Camões

Refrão de José Mário Branco:
E/Mas, se todo o mundo é composto de mudança,
troquemos-lhe as voltas,
que inda o dia é uma criança.





Luís de Camões, «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», cantado por José Mário Branco
O soneto de Camões...
O refrão introduzido pela canção altera o sentido do poema: ...

Luís de Camões, «Amor é fogo que arde sem se ver» (p. 160), cantado por Pólo Norte
Construído com anáforas, o soneto, através dos muitos oxímoros (paradoxos), pretende acentuar...

Abre o livro na p. 48, que trata do requerimento. Dá um lance de olhos à zona enquadrada, na metade superior da página. Como se percebe, os destinatários dos requerimentos são câmaras municipais, juntas de freguesia, escolas, repartições de finanças, tribunais, etc. Em geral, os serviços a que se apresentam requerimentos têm minutas, que os requerentes se limitam a transcrever, acrescentando-lhes os dados pessoais e poucas outras explicitações. Portanto, a redacção deste tipo de textos acaba por exigir pouco engenho.
O texto que pus a seguir, que deverás completar, é uma tentativa minha de imitar um pedido de autorização de obras. Provavelmente, a minuta que haja nas câmaras para pedidos do género será muito diferente. (Aliás, talvez nem aconselhasse ninguém que queira fazer obras em casa a para isso pedir uma autorização à Câmara Municipal.)
Completa o requerimento, criando o requerente e o resto.

Exm.º Senhor
Presidente da Câmara Municipal de ________

___________, nascido em _________, na freguesia de __________, concelho de ____________, filho de ___________ e de __________, portador do BI n.º ____________, passado pelo Arquivo de identificação de ____________, em ___________,{solteiro/casado/viúvo/divorciado}, ____________ {profissão}, residente na ___________, vem requerer a V. Ex.ª _____________ {autorização/que autorize} _________________ {explicitar uma obra a efectuar na residência}. A referida obra, cujo projecto se anexa, destina-se a ____________________ {explicar pertinência da obra}.

Pede deferimento.
________, ____________________ {localidade, data}
_______________ {assinatura}

Depois de leres a minuta de «Requerimento para consulta de prova» (p. 48), atenta no ponto 6 (p. 49), relativo à parte enquadrada a verde, esboço de requerimento às Finanças. Reescreve esse requerimento, corrigindo já os seus vários defeitos (falta da forma de tratamento adequada ao destinatário; falta de identificação do requerente; fórmula de fecho típica de uma carta mas não de um requerimento).

______________________

Resolve a pergunta 7 (pp. 49-50):
7.1: ____; 7.2: ____; 7.3: ____.

Completa o ponto 1.1 (‘Escrita’) na p. 50, sobre «requerer» e «deferir». Basta saber que a 1.ª pessoa do singular do Presente do Indicativo de «Requerer» é «requeiro» e a de «Deferir», «defiro»; e que o Perfeito é «requeri», «deferi». Com estes tempos primitivos, chegas ao resto das formas.
(a) _______________________
(b) _______________________
(c) _______________________
(d) _______________________
(e) _______________________
(f) _______________________
(g) _______________________
(h) _______________________
(i) _______________________
(j) _______________________
(k) _______________________
(l) _______________________
(m) _______________________



TPC — Para a próxima aula prepara a leitura expressiva, ou tendencialmente expressiva, destes sonetos de Camões. Os números entre parênteses rectos reportam-se aos números dos alunos. Cada número aparece duas vezes, o que significa que cada um terá de preparar a leitura de dois poemas (um já estudado em aula; outro, ainda por estrear). No caso dos sonetos novos, além do ensaio em voz alta, bastante repetido, aconselha-se uma prévia compreensão do texto, ainda que, naturalmente, superficial.

[1, 5, 9, 13, 17, 21, 25, 29] «O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p. 148)
[2, 6, 10, 14, 18, 22, 26] «Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155)
[1, 6, 11, 16, 21, 26] «Grão tempo há já que soube da Ventura (p. 158)
[2, 7, 12, 17, 22, 27] «Busque Amor novas artes, novo engenho» (p. 159)
[3, 7, 11, 15, 19, 23, 27] «Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 160)
[3, 8, 13, 18, 23, 28] «Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 161)
[4, 9, 14, 19, 24, 29] «Leda serenidade deleitosa» (p. 164)
[5, 10, 15, 20, 25] «Um mover d’olhos, brando e piadoso» (p. 164)
[4, 8, 12, 16, 20, 24, 28] «A fermosura desta fresca serra» (p. 170)

Carnaval

À medida que for devolvendo as ‘cartas a um desportista’, os seus autores ponderarão se devem enviar versão já limpa dessa carta ao concurso dos CTT/ANACOM, cujo regulamento figura no tepecê da aula 36. O prazo de envio, que tem de ser por correio, é sexta, 24 de Fevereiro (data do carimbo), e terá de ser o eventual interessado a fazê-lo, até porque o envio implica anexar fotocópia do BI ou do cartão de cidadão.

Entretanto, aproveitem os próximos tempos para prosseguir/iniciar leituras livres de livros.


Aula 40 (17, 23, 24/fev) O organizador de um livro publicado há poucos anos — Jorge Reis-Sá, A minha palavra favorita, 2007 — pediu a intelectuais e figuras públicas, portuguesas e brasileiras, que indicassem a sua palavra favorita e sobre ela escrevessem um texto. Transcrevi o início de alguns dos textos. Nesses exemplos, as palavras escolhidas salientam-se {completa, escrevendo os títulos}:

(1) pela sua aparência (som ou imagem originais): «______________»; «______________»;
(2) por, raras ou erradas, serem palavras quase privativas: «___________»; «___________»;
(3) por se relacionarem com um hábito do autor: «______________»; «______________»;
(4) por lembrarem atitudes que o autor preza: «_______________»; «_______________».

amanhã (João Lima Pinharanda)
A partir de finais da adolescência, ao experimentar uma caneta ou uma nova inclinação de letra (sempre fui pródigo em arriscar grafismos diversos), ou simplesmente, quando rabiscava, distraído, um papel, escrevia sempre a palavra «AMANHû.
Não me recordo de quando isso («AMANHû) começou nem se a escolha («AMANHû) foi, no seu início, consciente. Frequentemente dava por mim com a palavra já escrita («AMANHû), como se se tratasse de um tique. Tomei-a então («AMANHû) como uma espécie de talismã, uma premonição optimista. Pedem-me hoje uma palavra e volto a recordar-me dela («AMANHû), reparo na distância emocional e simbólica que dela («AMANHû) me separa. Já estarei no AMANHà de então? Terá sido por isso que deixei de o/a evocar? Talvez necessite de novo dessa palavra («AMANHû) e dessa ideia («AMANHû), de recuperar o poder que lhe atribuía repetindo-a («AMANHû) até à exaustão como mantra ou ladainha. Desdobro agora a palavra («AMANHû) em componentes que nunca tinha explorado, vejo como nela («AMANHû) se escondem significados inesperados e repito-a («AMANHû) pelo espaço que me resta. [...]

Carvalhelhos (Carlos Costa)
[...] Um inglês distinto. Sozinho numa mesa, abandonado não, mas algo só. Começava por pedir água, simplesmente água, entusiasmado com as dificuldades que aquele estranho idioma parecia levantar. Sílaba a sílaba, lá ia ele, abrindo demasiadamente o A, mas até nem estava mal para uma primeira vez, contorcendo-se para que os lábios já estivessem completamente fechados para aquele U, o U de GU, que quase parecia ser uma parede onde se dava o infernal ricochete que atirava os lábios novamente para um A, que assim se abria ainda mais do que o primeiro. A satisfação com a tarefa cumprida, com aquela á-gu-á arrancada a uma vida inteira virada para outros sons, era agora claríssima no seu rosto. Mas essa água, servida, não quero estar aqui a jurar mas quase seria capaz de o fazer, numa jarra de vidro transparente, revelava-se uma desilusão ao paladar. Eis então que de outra mesa se ouvia algum nativo indicando, com a calma que só uma longa experiência hídrica e linguística pode oferecer, indicando o que deveria ser a escolha certa: Carvalhelhos. E essa sim, essa parecia ser a solução ideal, tal era o prazer que a água mineral em causa aparentemente trazia a quem a provava. Impressionante a coragem desse homem que, sorrindo sorrindo sorrindo, se lançava para o Car, aspirando aquele R complicado só por si mas ainda mais quando posicionado na esquina do V de va; ainda assim o Carva era atingido sem praticamente pestanejar; contudo isso já não posso jurar. Mas o grande momento era sem dúvida o brutal embate com o lh, pior ainda com os dois lhs cruéis, um a seguir ao outro. A vitória daquele Car-va-lhe-lhos final era algo de desmedido, um inacreditável triunfo da vontade que acabava imerso no sabor maravilhoso da tal água cristalina. E aquele homem ficava ali, sozinho numa mesa, abandonado não e algo só agora também não. E enquanto bebia um longo copo de água aquele som parecia ressoar por todo o seu corpo. Era a força dos lhs, a força de um mundo novo, o prazer de um outro prazer, o que quer que seja, mas tudo isso ressoava naquela única e nova palavra: Carvalhelhos. [...]

encertar (Clara de Sousa)
A palavra persegue-me há 20 anos. Até à maioridade fazia parte do meu vocabulário diário devido à mestria culinária da minha mãe, cozinheira profissional, excelente doceira. Sempre que havia bolo eu pedia para o «encertar». Se possível, ainda quente.
Teria perto dos 19, 20 anos quando, confiante no meu vocabulário, decidi dizer bem alto numa festa de aniversário que iria «encertar» o bolo. Olhos arregalaram-se, conversas paralelas começaram, um estranho peso se abateu na sala, perante tamanha calinada. Estava a rapariga já na Faculdade de Letras e o Português... enfim, imperdoável. Ainda por cima queria ser professora da Língua-Mãe. Fui então alertada, à parte, para a asneira. Encetar, Clara. Diz-se encetar o bolo, porque o vais abrir, vais começar...
Encetar? Estamos a brincar! Sabia perfeitamente o que era encetar, fossem conversas ou conversações, conversinhas e conversetas... mas nunca um bolo! Minha mãe da Beira Litoral e meu pai de Trás-os-Montes, ambos diziam «encertar» e tal como eles os seus irmãos e pais, sobrinhos sobrinhas, enteados e vizinhança, todos «encertavam» um bolo! [...]
Roída pela dúvida, mal pude, abri o dicionário, no encalço da minha palavra. Como se fosse uma jóia de valor inestimável transmitida de geração em geração. Letra E, um pouco mais à frente... empapar... encarnado.... encerebrar... só mais um pouco... encer... encer... encerrar. encerro. encestar. Por momentos, o mundo desabou ali mesmo. Nada de «encertar». A minha doce palavra não constava no Dicionário de Língua Portuguesa. [...]

obsidiana (Fernando J. B. Martinho)
«Obsidiana» é uma das palavras que me perseguem e acabei por fazer minhas. Não encontro facilmente uma explicação para isso. Serão restos de uma atracção pelos raros vocábulos da poética simbolista? Glosei um dia um verso de António Patrício («Os pinhais plumulavam») num poema que começava assim: «Não há rumor que chegue/ a esta sombra fria de jade/ irisado que dizem ser a morte.» Foi isto em fins dos anos 80. Mas cerca de vinte anos antes tinha feito da obsidiana a palavra axial de um poema incluído em Resposta a Rorschach, 1970: Sagra-te em fogo na obsidiana / o afago da terra / arrefecido no espelho /e afeiçoa as imagens no / enxofre da memória / verde-escuras e cortantes / com / a espessura do caos. [...]

serendipidade (Bruna Lombardi)
(Substantivo.) A capacidade, fenómeno ou agradável surpresa de encontrar algo inesperado durante a busca de alguma outra coisa.
Etimologia — a palavra se origina do conto de fadas persa As Três Princesas de Serendip. Serendip, de origem árabe (Sarandip) dá o nome da ilha de Sri Lanka, no Ceilão e seu uso no Ocidente vem de 361 D.C. Mas o sentido que conhecemos hoje vem da palavra serendipity, inventada no século XVIII, pelo escritor inglês Horace Walpole.
Serendipidade é usada com frequência na ciência, química, medicina, quando buscando um propósito acaba-se descobrindo casualmente alguma nova cura ou invenção.
Um exemplo de serendipidade remonta à época dos descobrimentos, quando Cabral, em busca das Índias, acidentalmente descobre o Brasil.
Serendipidade é um estado na vida. Busca-se uma coisa e encontra-se outra. É a arte de estar aberto ao imprevisto, de se deixar lançar na aventura, de compreender a beleza do desconhecido.


Escolhe a tua palavra de estimação. Será o título da redação (que farás em folha solta ou no verso da que usámos há pouco). Nota que se trata de aproveitar uma palavra de que gostes, o que não implica que gostes do seu referente, do objecto que ela designa.
O texto centrar-se-á nessa palavra. Podes fazê-lo de vários modos (como acontece nos trechos que leste: lembrar experiência com a palavra; explicação da sua originalidade; etc.).




TPC — (i) Aproveitem os próximos tempos para prosseguir/iniciar leituras livres de livros. (ii) Para a entregar para o concurso, tragam-me a versão limpa do conto + capa.


Aula 41 (23, 24, 27/fev) Deves estar com cada dicionário o mínimo de tempo possível (nos casos de itens a desenvolver, deverás recolher os elementos necessários e logo fazer circular o livro, completando mais tarde a parte da tarefa que já não implique ter o dicionário à mão).
Se a tarefa implicar quatro itens e vires que te estás a atrasar, é aceitável que te fiques por três respostas.

Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (José Pedro Machado)

Além de nomes de pessoas («antropónimos»), encontram-se num dicionário onomástico nomes de _______, ou seja, «topónimos».
Procura o étimo de um dos teus nomes (um dos apelidos ou dos outros nomes) ou de alguma pessoa que estimes (terá é de ser de palavra que esteja no tomo que te calhe):
Nome: ______ Étimo: _______ (significado do étimo, se houver: ‘________’); Língua a que pertence o étimo: ______.

Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (José Pedro Machado)

Através de um dicionário etimológico ficamos com ideia da evolução havida nas palavras. É, portanto, um instrumento de trabalho que nos dá uma perspectiva {escolhe} sincrónica / diacrónica da língua.
Procura o étimo de uma palavra de que gostes, escolhida entre as das letras do tomo — do volume do dicionário — que te tenha calhado.
Palavra escolhida (quase uma «palavra de estimação»): ______; Étimo: ______; Língua a que pertence o étimo: _____.

Dicionário de Rimas (Visconde de Castelões) ou Dicionário de Rimas da Língua Portuguesa (José Augusto Fernandes)

Procura palavras (de preferência, das mais inusuais) que rimem com cada um de três dos teus nomes.
Nome: _______; Palavra que rime com esse nome: _________.
Nome: _______; Palavra que rime com esse nome: _________.
Nome: _______; Palavra que rime com esse nome: _________.

Dicionário de Sinónimos (Porto editora; Tertúlia edípica)

Escreve uma frase com três palavras (para além das palavras «pequenas», como conectores ou determinantes); procura os sinónimos de cada uma dessas palavras «lexicais» (substantivos, adjetivos, verbos, advérbios) e adopta os sinónimos mais estranhos. Recompõe a tua frase (e verifica que, quase de certeza, pouco tem a ver com a frase original, apesar de construída com sinónimos).
Frase original: __________; Frase «sinónima»: _____________.

Dicionário do Palavrão e afins (Neves B. Pinto) ou Dicionário do Palavrão e Termos afins (Mário Souto Maior) ou Dicionário Obsceno da Língua Portuguesa (Carlos Pinto Santos & Orlando Neves)

Começa por evitar fazer comentários em voz alta, para que a turma não fique distraída com as ordinarices que vais encontrar.
Transcreve (1-2) palavras (palavrões, portanto) que consideres particularmente engraçadas, por serem criativas, quase poéticas; (3-4) palavras especialmente cruas (enfim, palavrões realmente grosseiros, por som, deselegância da metáfora com que se joga, etc.).
1. Palavrão: ________; significado: ‘__________’;
2. Palavrão: ________; significado: ‘__________’;
3. Palavrão: ________; significado: ‘__________’;
4. Palavrão: ________; significado: ‘__________’.

Dicionário Contrastivo Luso-Brasileiro (Mauro Villar) ou Dicionário de Português Schifaizfavoire (M. Prata)

O primeiro é um razoável dicionário contrastivo das _____ europeia e americana do português (até à p. 157: P vs B; depois, B vs P); o segundo é uma tentativa — fracota — de escolher palavras portuguesas que surpreendam os brasileiros.
Escolhe (1-2) duas palavras do português do Brasil que não tenham em português europeu a mesma aceção ou não se usem; e (3) uma palavra do português europeu com aceção diferente no Brasil (ou que não se use aí).
1. PB ________, significado ‘________’;
2. PB ________, significado ‘________’;
3. PE ________, significado ‘________’.

Dicionário do nome das coisas e outros epónimos (Orlando Neves) ou A Dictionary of Eponyms (Cyril Leslie Beeching)

Epónimos são palavras (nomes comuns, adjetivos, etc.) formadas a partir de nomes _________ (muitas vezes, os nomes das pessoas que os inventaram). Transcreve três epónimos — já em português — e põe a seguir o nome da pessoa que o originou (o étimo, no fundo).
1. epónimo: _______ (pessoa na origem do termo: _________);
2. epónimo: _______ (pessoa na origem do termo: _________);
3. epónimo: _______ (pessoa na origem do termo: _________).

Dicionário de nomes colectivos (Fernanda Carrilho) ou Dicionário de Coletivos (Osmar Barbosa)

No exemplar português há duas partes (a primeira metade do livro põe como cabeças dos verbetes o nome individual; a segunda parte é que se pode pesquisar já pelos coletivos). No livro brasileiro, vêm os coletivos como cabeças do verbete (e há um índice final que remete para os nomes individuais).
Transcreve dois coletivos que te surpreendessem (não «rebanho» ou «cáfila»). Coletivo: _________ (conjunto de _____________);
Coletivo: _________ (conjunto de _____________).

Dicionário dos Falares de Trás-os-Montes (Vítor Fernando Barros) ou Dicionário do Falar Algarvio (Eduardo Brazão Gonçalves) ou Dicionário de Falares do Alentejo (Vítor Fernando Barros & Lourivaldo Martins Guerreiro)

Trata-se de obras que inventariam o léxico mais característico de {circunda} dialetos / socioletos / variantes do português.
Escolhe (1-2) duas palavras que desconhecesses e que sejam por isso exemplos típicos da variedade regional em causa; (3) uma palavra que até te pareça também corrente em Lisboa (por isso, provável resultado de excesso de zelo do autor do dicionário).
1. ________ (significado: ‘_________’);
2. ________ (significado: ‘_________’);
3. ________ (significado: ‘_________’).

Glossário Aquiliniano (Henrique Almeida) ou Mia Couto: Brincriação Vocabular (Fernanda Cavacas)

Um glossário costuma fazer o repertório das palavras usadas num dado livro (pelas menos as mais especiais) ou por um determinado autor. Estes dois livros trazem palavras características da escrita de Aquilino ____ e neologismos criados por ______.
Transcreve (1) uma palavra que não te pareça assim tão específica do autor em causa e (2-3) duas palavras que, realmente, te pareçam ser grande novidade.
1. _________ (significado: ‘__________’);
2. _________ (significado: ‘__________’);
3. _________ (significado: ‘__________’).

Dicionário Analógico da Língua Portuguesa (idéias afins) (Francisco Ferreira dos Santos Azevedo) ou Dicionário MAIS da ideia às palavras (Lisboa editora)

Trata-se de dicionários ditos analógicos (organizados, em grande parte, por campos _______). A estes dicionários dá-se, às vezes, o nome de Thesaurus.
Encontra (1) um caso, que possas transcrever (completa ou incompletamente), de hiperónimo e respectivos hipónimos; e (2) de holónimo e respectivos merónimos.
1. hiperónimo: ____; hipónimos: _________________________.
2. holónimo: _____; merónimos:_________________________.

Dicionário da Língua Portuguesa (Porto editora; Almeida e Costa & A. Sampaio e Melo)

Este é o chamado dicionário geral. (Por acaso, mesmo não tratando de um dicionário etimológico, inclui-se também, no final de cada verbete e entre parênteses, o _____ da palavra.)
Escreve uma pequena frase (com três palavras plenas, isto é nomes, adjetivos, verbos). Substitui depois cada uma dessas três palavras pelas suas definições mais extensas encontráveis no dicionário. Recompõe a frase (fazendo as concordâncias necessárias) e verifica que deve ter ficado estranha, embora corresponda a uma «expansão» da frase original.
Frase original: _____. Desenvolvimento pelas definições no dicionário: ____________.

Dicionário de Expressões Populares Portuguesas (Guilherme Augusto Simões) ou Dicionário de Expressões Correntes (Orlando Neves)

Ambas as obras apresentam expressões de variados registos, mas em que talvez predomine o nível popular. Portanto, são dicionários úteis para nos apercebermos da variação {circunda uma ou duas palavras} geográfica / social / histórica / situacional.
Transcreve três expressões que consideres «castiças» e põe a seguir o equivalente em linguagem cuidada ou neutra.
1. ______ (= _________);
2. ______ (= _________);
3. ______ (= _________).

Dicionário de Homônimos e Parônimos (Osmar Barbosa) ou Dicionário de Parônimos (Nicanor Miranda)

São obras que apresentam pares ou tríades de palavras muito __________.
Escolhe um par de parónimos e escreve para cada palavra (1 e 2) uma frase que ilustre bem o seu sentido (daquelas que poríamos como abonação num verbete).
1.__________.
2.__________.

TPC — Passa a computador (com as minhas emendas e outras melhorias que queiras) o texto em torno de «palavra favorita» (ou palavra de estimação). Traz-me depois a versão impressa. (Não elimines o ficheiro respetivo, que pode ser depois ainda necessário.)



Aula 42 (24, 29/fev, 1 e 2/mar) Na p. 23 do manual, diz-se-nos como se pode fazer uma referência bibliográfica, embora se inculque como solução única o que é apenas um de vários modelos aceitáveis. Prefiro apresentar o assunto de outro modo.
Em baixo, temos a referência de um conto (Dionísio, 1997) e de um livro (Bryson, 2004). Vejamos outras situações. Podemos ter de citar artigo (ou conto ou poema) de um autor que não é o organizador do livro em que está inserido esse texto:
Adma Muhana, «Quando não se escreve o que se fala», Margarida Vieira Mendes, Maria Lucília Gonçalves Pires & José da Costa Miranda (orgs.), Vieira escritor, Lisboa, Edições Cosmos, 1997, pp. 107-116, p. 110.

Ou seja: estamos a citar um passo (na p. 110), de um artigo da investigadora Adma Muhana (intitulado «Quando não se escreve o que se fala» e que ocupa as pp. 107-116), que está num livro organizado por três professores. Além de «orgs.» (organizadores), podemos usar «coord.» ou «coords.» (coordenador[es]) ou, mais à inglesa, «ed.» ou «eds.» (editor[es]).
Até aqui, temos partido do princípio de que a referência é para ficar perto do trecho que citamos. Porém, no final de um trabalho, podemos apresentar a lista das obras citadas (ou apenas consultadas). Nessas bibliografias, é costume pôr os apelidos em primeiro lugar, para destacar a ordem alfabética. (No entanto, se os apelidos ficarem salientados por maiúsculas ou, como fiz, por versaletes, isso torna-se desnecessário.)
Obras sem autor explicitado — enciclopédias, dicionários, revistas — ou sites poderão ficar listados na ordem alfabética segundo a primeira letra do título. Repara que nesta lista final não pus a exata página de cada citação, já que a teríamos dado junto do trecho citado.

Referências bibliográficas
AAVV, Portugal na segunda guerra mundial, Lisboa, Dom Quixote, 1989.
Bill Bryson, Breve história de quase tudo, tradução de Daniela Garcia, Lisboa, Quetzal, 2004.
<
http://cabelinhoapaulobento.blogspot.com/2006_10_01_cabelinhoapaulobento_archive.html>, consultado a 30-10-2006.
Mário Dionísio, «Nevoeiro na cidade», O Dia Cinzento e outros contos, 3.ª edição, Mem Martins, Europa-América, 1997, pp. 15-27.
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. X, Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d.
Adma Muhana, «Quando não se escreve o que se fala», Margarida Vieira Mendes, Maria Lucília Pires & José da Costa Miranda (orgs.), Vieira escritor, Lisboa, Cosmos, 1997, pp. 107-116.

Escreve as referências correspondentes às duas citações (alíneas a e b). (Nota que, num manuscrito, o sublinhado corresponde ao itálico de um texto impresso.)
a) de um verso do poema «Ai que bom que é o pudim de manga!», escrito por António Lobo Saramago e recolhido na p. 7 da antologia Líricas gastronómicas, organizada por Agustina Modesto, publicada em 2002, na Editora Mazinha, em Sarilhos Pequenos.
_____________
b) de frase de Desidério Murcho, que escreveu para as Actas do XVII Congresso de Cientistas Vaidosões (que organizou em parceria com Nuno Crato) o artigo «Coprólitos há pouco descobertos em Ourique», que se encontra nas pp. 21 a 1067. O importante passo está na última página do artigo, editado, em 2008, nas Publicações Reles, em Silves.
_____________

Entre as pp. 55 e 57 do manual trata-se de verbetes (de dicionários ou de enciclopédias), um dos géneros incluídos nos textos do domínio transacional e educativo.

Atenta no verbete que está no cimo da p. 55. Completa:

É um verbete sobre a palavra «________». Olhando as quatro aceções que ele apresenta (e que, no fundo, constituem o campo _______ de ‘verbete’), percebemos que a que corresponde ao verbete a que me tenho estado a reportar é a aceção n.º __. Já agora, nesta e na aula anterior, temos estado a tratar de temas que se integram na ______, ramo da linguística que trata da forma e da significação das palavras (sobretudo tendo em vista a composição de dicionários).

A tira de banda desenhada sob o item 2 (p. 55) alude a um dos problemas dos dicionários gerais: é que a definição do significado de uma palavra __________________. Porém, os dicionários gerais mais completos trazem abonações da palavra em frases (verdadeiras ou criadas), que tornam os verbetes mais transparentes.

Vê o primeiro verbete de «Relógio» (no cimo da p. 56). Desenvolve as abreviaturas:

n.m. = ______
pop. = ______
fig. = _______
lat. = _______
cast. = ______
id. = _______

Vê o verbete de «Razão» (no cimo da p. 57). Escreve frases que fossem boas abonações (citações ilustrativas) das aceções 1 e 4.

1. «_________».
4. «_________».

Ainda na p. 57, lê o texto «Razão» (de uma crónica de Miguel Esteves Cardoso). Faz uma síntese do que o cronista pretende concluir, sem usares mais de vinte palavras:

Segundo Miguel Esteves Cardoso, em Portugal, _____________________.

As palavras que ponho a seguir existem, embora não sejam das mais comuns. Transcrevo a palavra, a abreviatura que indica a classe e, por fim, a etimologia. Apaguei a parte do verbete onde estava o significado, ou as várias acepções, da palavra.
É essa parte que criarás (inventarás, portanto). Gostaria que, no conjunto dos verbetes, houvesse cerca de oito acepções, o que não contende com poder ser alguma palavra monossémica — bastaria compensar no número de significados das outras. A seguir a algumas das aceções, entre parênteses (e, depois, entre aspas), podes pôr uma abonação da palavra, isto é, uma frase ilustrativa.

garança, n.f.
Do frâncico wratjia, pelo francês garance.

exergásia, n.f.
Do grego eksergasía.

turificar, v.tr.
Do latim turificare.

turgimão, n.m.
Do árabe tarjuman.






Aula 43 (1, 2, 5/mar) Lê o texto «Apagar é pintar» (pp. 102-103). Circunda a melhor alínea de cada um dos itens que se seguem.

As vírgulas na linha 1 e na linha 3 delimitam o
a) vocativo.
b) modificador apositivo.
c) sujeito.
d) complemento direto.

Do primeiro parágrafo do texto (ll. 1-6) se pode concluir que
a) Wool esteve em Serralves.
b) quadros de Wool estiveram expostos em Serralves.
c) Wool esteve duas vezes em Serralves.
d) Wool passeou de mão dada com Loock.

A expressão «há dois anos» (l. 4)
a) está mal grafada.
b) deveria ser substituída por «à dois anos».
c) deveria ser substituída por «á dois anos».
d) está correta.

O pronome «elas» (l. 8) é um
a) termo anafórico cujo antecedente é «as pinturas recentes» (l. 7).
b) termo catafórico cujo sucedente é «desmanchados e remanchados» (l. 10).
c) referente de «recentes» (l. 7).
d) correferente de «prolongam» (l. 8).

Pelo período final do segundo parágrafo (ll. 8-11) ficamos a saber que
a) haveria obras de Juan Muñoz em exposição no mesmo museu.
b) o universo de Juan Muñoz é a cidade do Porto.
c) as pinturas de Wool são cinzentas e pungentes.
d) os trabalhos de Muñoz são cinzentos e pungentes.

A palavra «remanchados» (l. 10)
a) é um antónimo de «desmanchados».
b) significa ‘feitos a partir da mancha’.
c) significa ‘manchados de novo’.
d) foi criada pelo autor do texto.

«Delas» (l. 13) contrai «de» com «elas», pronome que tem como referente (como antecedente)
a) «a dimensão das pinturas» (l. 12).
b) «a lei da gravidade» (ll. 12-13).
c) todo o texto da l. 12 e da l. 13 até «gravidade» (inclusivé).
d) «as pinturas» (l. 12).

O «autor» (l. 13) é
a) José Luís Porfírio.
b) Pollock.
c) correferente de «Wool».
d) catáfora de «Pollock».

Pollock (l. 14) é um
a) dançarino.
b) artista plástico.
c) contradançarino.
d) destruidor.

«Suponho que, muito prosaicamente, porque tem de parar.» (ll. 16-17) corrresponde a um ato ilocutório
a) assertivo.
b) declarativo.
c) compromissivo.
d) diretivo.

«Esta memória» (l .21) é
a) um deítico, indicando uma de várias memórias do enunciador.
b) o termo anafórico cujo antecedente é todo o período anterior (ll. 18-21).
c) uma anáfora cujo referente é «Mira Schendel» (l. 19).
d) uma catáfora que tem como termo sucedente todo o último parágrafo (ll. 23-25).

O penúltimo parágrafo (ll. 18-22) é
a) uma alusão a episódio do passado, para estabelecer analogias com a pintura de Wool.
b) memorialístico, constituindo aparte relativamente ao foco do restante texto.
c) a recordação de uma exposição alemã.
d) um trecho narrativo claramente fictício.

O parágrafo final (ll. 23-25), relativamente aos quadros em análise,
a) mostra-se bastante reticente.
b) é notoriamente crítico.
c) revela-se muito elogioso.
d) contém uma apreciação desfavorável.

O título («Apagar é pintar») contém
a) uma perífrase, que remete para a importância da crítica.
b) um trocadilho entre «a pagar» e «apagar».
c) uma hipérbole não isenta de ironia (e com sentido pejorativo).
d) um oxímoro que salienta o processo de trabalho de Wool.

Exte texto é um «texto de apreciação crítica», porque
a) é bastante crítico dos quadros que estão em causa.
b) desenvolve, fundamentando-a, uma opinião acerca de uma obra.
c) não é um texto jornalístico mas ensaístico.
d) é uma crónica que valoriza a obra sobre que se escreve.


No fascículo que te tenha calhado [da série ‘Génios da Pintura’], escolhe uma pintura. Na página que precede as folhas coloridas há um «índice das ilustrações», onde podes recolher informação sobre título do quadro, talvez as suas dimensões, data e, em alguns casos, indicação do tipo de suporte ou da técnica de pintura usada.
Nas pp. 293-295 do nosso manual, encontrarás algum vocabulário porventura útil em descrições de imagens.

Redige:
(1) trecho de descrição objetiva, relativamente técnica, do quadro em causa, aqui e ali, subtilmente valorativo (positiva ou negativamente). O texto seria adequado a uma apreciação crítica a sair em revista, a um catálogo de exposição, etc. (em parte, no estilo do texto que lemos hoje — pp. 102-103 —, em parte ao estilo do que está na p. 295).
(2) trecho mais subjetivo, livre, aberto a qualquer género textual ou registo linguístico, que a mesma pintura te sugeriria. Não se trata agora, portanto, de escrever sobre o quadro, mas em resultado de uma inspiração por ele provocada.

As partes 1 e 2 são absolutamente independentes.

Pintor: _______; Título do quadro: ___________; [Prancha n.º ___]

TPC — Prepara a leitura em voz alta dos textos nas pp. 162 e 163 («O primeiro amor»; «O amor»).

Aula 44 (2, 8, 9/mar) Enquanto estiveres a ver o filme Língua — vidas em português, vai preenchendo os espaços que estão sublinhados:




TPC — Prepara leitura em voz alta, tendencialmente expressiva, dos seguintes poemas (em redondilha) de Camões: «Descalça vai para a fonte» (p. 137); «De que me serve fugir»» (p. 157); «Quem ora soubesse» (p. 159). (Citei pelo mote, já que este será lido também.)

Aula 45 (8, 9, 12/mar)









Podes ter o livro aberto na p. 139.
Completa o texto em baixo com os termos seguintes (que pertencem sobretudo a dois campos lexicais: o da publicidade e o da literatura).

público-alvo / comercial / consumo / registos de língua / slogan / campanha / produto / institucional / vilancete / cidadania / beleza / formal / segura / conotações / trocadilho

Os sketches que acabámos de ver («Agência publicitária de Chelas» e «Pare de estalar os dedos», ambos da série Lopes da Silva) servem para exemplificar dois tipos de publicidade: a comercial e a institucional.
«Agência publicitária de Chelas» seria um exemplo de publicidade a incitar ao _________, encomendada por empresas, designável como publicidade ________. Já o conjunto «Pare de estalar os dedos» ridicularizava a publicidade ___________, aquela que é da iniciativa do governo ou de associações não-lucrativas, que visa informar, despertar consciências, enfim, educar para a _______.
Ao conceber a campanha para a Super Sumo, a Agência Criativa de Chelas não adaptou a sua estratégia ao verdadeiro _________ do produto em causa. Essa adaptação às pessoas suscetíveis de consumir o refrigerante determinaria que se evitassem palavras de ________ muito marcados em termos sociais ou situacionais. Quando o empresário manifesta a vontade de que houvesse outra linha diretora da ________, com mais «classe», os publicitários de Chelas limitaram-se a fazer figurar «requinte» no _________. O episódio termina com um qui pro quo motivado pelas _________ policiais da expressão «está referenciada».
Ao contrário, o anúncio na p. 139 do manual talvez peque por excesso de erudição. O slogan escolhido supõe a perceção do _________ com o verso de Camões «Vai fermosa e não segura». Com esse slogan se pretende destacar dois efeitos do ________ que se publicita: o de potenciar a __________ («vai formosa»); o de proteger dos raios solares («bem _______»). Só que não é certo que o público-alvo (mais abrangente do que os que conhecem a literatura portuguesa) perceba a alusão ao _________ de Camões, mesmo que domine o registo bastante _________ de todo o anúncio.

Procurando responder à mensagem que o empresário queria que a publicidade inculcasse — «É cool beber Super Sumo; e quem não bebe não é cool» — e mantendo um formato televisivo, cria o anúncio (enfim, melhor do que o da ACC).

Guião simplificado (descrição da cena no filme, incluindo o que haja de diálogos):
______
Slogan (frase que fecharia o anúncio, depois repescada para a campanha por cartazes):
______

Se te sobrar tempo, pensa em anúncio para o protetor Clinique (cfr. p. 139):

Guião simplificado (descrição da cena no filme, incluindo o que haja de diálogos):
_______
Slogan (frase que fecharia o anúncio, depois repescada para a campanha por cartazes):
_______

TPC — Revê gramática.




Aula 46 (9, 14, 15, 16/mar) Questionário de gramática:

Um dialeto é
a) uma maneira de falar menos correta do que a norma.
b) uma língua que não tem o mesmo estatuto das línguas nacionais.
c) a língua tal como se fala num dado espaço.
d) a língua falada num local, com características que a tornam menos aceitável do que a da capital.

O português do Brasil é
a) uma variedade socioletal do português.
b) a variante sul-americana do português.
c) um dialeto do português.
d) uma língua diferente do português europeu.

Se alguém — cultíssimo e de boas famílias — se irritar e disser palavrões, terá sucedido que
a) esse registo demasiado informal foi exemplo da variação situacional.
b) esse nível popular da linguagem adveio da variação da língua em termos socioletais.
c) ficou ilustrada a variação resultante em função da diacronia.
d) esse calão ilustrou a variação dialetal.

Na variante europeia do português, em contraste com o que acontece no Brasil, costuma haver
a) ênclise (ou seja, posposição do pronome) nas subordinantes.
b) ênclise nas subordinadas.
c) mesóclise nas subordinadas, desde que no futuro ou no condicional.
d) mesóclise nas subordinantes.

São características do português do Brasil
a) perifrástica com gerúndio; omissão de artigo antes de possessivo; anteposição do pronome ao verbo.
b) omissão de –r final; abertura maior das vogais átonas; posposição de pronome a verbo.
c) palatalização de «t» e «d» antes de i; ênclise; «você» + 3.ª pessoa como forma de tratamento.
d) perifrástica com infinitivo; «você» + 3.ª pessoa como tratamento; semivocalização de –l final.

Em Portugal são características mais nortenhas que sulistas
a) o /ü/ (à francesa); a «troca dos bês por vês».
b) a «troca dos bês por vês»; ditongações (/uâ/ ou /uô/, por /ô/).
c) certa maneira de dizer sibilantes (s- dito quase /ch/); pronúncia como /a/ do «e» antes de -lh, -ch, ... («jo[a]lho», «f[a]cho»).
d) sobrevivência da 2.ª pessoa do plural; «troca dos vês por bês»; o /ü/ (à francesa).

A introdução de uma vogal entre grupos de consoantes pouco naturais no português, que acontece muito na variante brasileira («pineu», «corrupito»), constitui uma
a) crase.
b) epêntese.
c) paragoge.
d) prótese.

«Perífrase» é dizer
a) de modo alongado o que poderia ser dito de modo directo e breve.
b) com palavras mais doces o que, denotativamente, é cru.
c) com palavras mais cruas o que é, denotativamente, desagradável.
d) algo de modo antitético.

Em «As lágrimas formavam um rio, as mães ignoravam os filhos, os cocós de cão constituíam cordilheiras inultrapassáveis», há
a) hipérbatos.
b) oxímoros.
c) paradoxos.
d) hipérboles.

Há rima entre
a) Sporting / ringue
b) ranho / tenho
c) estúpida / entupida
d) diligencia / agência

Há rima entre
a) credo / Pedro
b) Benfica / fábrica
c) estupor / stor
d) diligencia / agência

O verso que não tem sete sílabas métricas é
a) Estava o Arnaldo triste.
b) Dê-me esse lindo coprólito.
c) Ó Rosa, arredonda a saia.
d) Quem ela quer sabemos.

O verso que tem dez sílabas métricas é
a) O Benfica é melhor do que o Fofó.
b) Arnaldo era um médio da Cuf.
c) Este dinossauro fala português.
d) Aquela triste e alegre madrugada.

A lírica de Camões de cariz tradicional socorre-se de versos com
a) oito ou dez sílabas métricas.
b) dez sílabas métricas.
c) cinco ou sete sílabas métricas.
d) cinco ou seis sílabas métricas.

Numa quintilha cujos versos terminassem com –URA, -ALTA, -ALTA, -URA, -ONCE, haveria rima
a) interpolada, emparelhada e um verso solto.
b) cruzada, interpolada e emparelhada.
c) emparelhada, cruzada e um verso rosa.
d) cruzada, emparelhada e um verso branco.

Uma redondilha maior
a) é a chamada «medida nova».
b) tem cinco sílabas métricas.
c) tem sete sílabas métricas.
d) tem dez sílabas métricas.

Se pretender saber a origem de um apelido ou o de um nome de localidade, consulto o
a) Professor Karamba.
b) dicionário de topónimos.
c) dicionário onomástico.
d) dicionário onomástico-etimológico.

Os verbetes de um dicionário onomástico têm como cabeça
a) topónimos.
b) nomes próprios.
c) étimos.
d) antropónimos.

Um dicionário etimológico informa sobre
a) o significado das palavras.
b) a origem das palavras.
c) o significado dos nomes próprios.
d) sinónimos e antónimos.

Se pretender ter acesso rápido a palavras de um dado campo lexical, devo usar um
a) dicionário analógico.
b) dicionário de sinónimos.
c) dicionário geral.
d) dicionário etimológico.

A referência de um livro deve fazer-se segundo o que esteja
a) na capa.
b) no frontispício.
c) no anterrosto.
d) na ficha técnica.

A orelha de um livro
a) tem informações sobre autor, coleção, etc.
b) é a contracapa.
c) tem cera.
d) é uma badana.

O prefácio de um romance estará
a) antes do anterrosto.
b) depois do anterrosto mas antes do rosto.
c) antes do frontispício.
d) depois do frontispício.

Num texto impresso, a referência correcta é:
a) António Lobo Antunes, ‘Crónica para quem aprecia histórias de caçadas’, «Terceiro Livro de Crónicas», Lisboa, Dom Quixote, 2006.
b) António Lobo Antunes, «Crónica para quem aprecia histórias de caçadas», «Terceiro Livro de Crónicas», Lisboa, Dom Quixote, 2006.
c) António Lobo Antunes, «Crónica para quem aprecia histórias de caçadas», Terceiro Livro de Crónicas, Lisboa, Dom Quixote, 2006.
d) Antunes, António Lobo, «Crónica para quem aprecia histórias de caçadas», Terceiro Livro de Crónicas, Lisboa, Dom Quixote, 2006.

A alínea que não tem verbos que não possam ser introdutores do relato do discurso é
a) perguntar, dizer, afirmar, palitar, retorquir.
b) lamentar, acrescentar, arriscar, repetir, responder.
c) protestar, adiantar, jogar, ordenar, achar.
d) exclamar, nevar, inquirir, reafirmar, opinar.

O que corresponde ao discurso directo «— Deus, faz-me cair aqui um raio em cima deste estúpido exercício de gramática — suplicou o aluno que não tinha estudado.» é o discurso indirecto
a) O aluno que não tinha estudado suplicou a Deus que lhe faça cair aí um raio em cima do estúpido exercício de gramática.
b) O aluno que não tinha estudado suplicou a Deus para lhe fazer cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de gramática.
c) O aluno que não tinha estudado suplicou a Deus que lhe faça cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de gramática.
d) O aluno que não tinha estudado suplicou a Deus que lhe fizesse cair ali um raio em cima daquele estúpido exercício de gramática.

O que corresponde ao discurso directo «— Alfredo, ontem, entregaste o texto sobre a tua palavra favorita? -perguntou a traiçoeira Adriana.» é o discurso indirecto
a) A traiçoeira Adriana perguntou ao Alfredo se, na véspera, tinha entregue o texto sobre a sua palavra favorita.
b) A traiçoeira Adriana perguntou se, na véspera, Alfredo entregara o texto sobre a sua palavra favorita.
c) A traiçoeira Adriana perguntou a Alfredo se, na véspera, entregara o texto sobre a sua palavra favorita.
d) A traiçoeira Adriana perguntou a Alfredo se, na véspera, entregou o texto sobre a sua palavra favorita.

«— Na sexta, dezasseis de março, não darei aulas às dez horas — diz o professor.» ficaria, em discurso indirecto,
a) O professor diz que, naquela sexta, dezasseis de março, não daria aulas às dez horas.
b) O professor disse que, na sexta, dezasseis de março, não daria aulas às dez horas.
c) O professor diz que, na sexta, dezasseis de março, não dará aulas às dez horas.
d) O professor diz que, na sexta, dezasseis de março, não vai dar aulas às dez horas.

Se, no discurso directo, o verbo introdutor estiver no Perfeito do Indicativo, não acontecerá a seguinte mudança de tempos do discurso directo para o indirecto:
a) presente / imperfeito
b) perfeito / mais-que-perfeito
c) futuro / condicional
d) presente / perfeito

Se um professor disser «Ernesto, já viste que horas são?», há provavelmente um
a) ato direto cujo objetivo ilocutório é expressivo (‘mostrar descontentamento’).
b) ato indireto cujo objetivo ilocutório é diretivo (‘ordem para começar a trabalhar’).
c) ato direto cujo objetivo é declarativo (‘explicitar irritação’).
d) ato indireto cujo objetivo ilocutório é compromissivo (‘levar a que Ernesto trabalhe’).

Se o professor disser a Ernesto «Nomeio-te delegado da turma», está a praticar um
a) ato direto cujo objetivo ilocutório é declarativo (‘Ernesto passa a ser efetivamente delegado’).
b) ato indireto cujo objetivo ilocutório é assertivo (‘afirma-se a verdade do que se está a dizer’).
c) ato direto cujo objetivo ilocutório é compromissivo (‘promete-se a Ernesto o exercício daquele cargo’).
d) ato indireto cujo objetivo ilocutório é expressivo (‘felicita-se Ernesto pela nova responsabilidade’).

O período em que o demonstrativo é um termo anafórico (e não um deítico) é
a) Dá-me aquele olho de vidro e a prótese que está nesse saco azul.
b) O tempo estava macambúzio: essa é que era a verdade.
c) Essas vossas pernas de pau não parecem tão verdadeiras como este meu braço metálico.
d) Aquelas flores murcharam.

A alínea em que o demonstrativo é um deítico (e não termo catafórico nem anáfora) é
a) Essa trazia-a fisgada. Mandar-lhe a boca na altura devida ia ser óptimo.
b) Isabel e Elisabete aperaltaram-se. Estas raparigas sabiam arranjar-se.
c) Elisabete e Isabel, tragam as sandes de couratos. Este papo-seco com marmelada não presta.
d) Queria ter pensamentos mais puros. Aqueles não o eram.

O pronome pessoal é termo catafórico (e não uma anáfora) em
a) Catricoto, olha o Mwepu, mas não o rasteires.
b) Cada vez lhe achava mais piada, ao raio do tubarão.
c) Camolas era um avançado gorducho, ainda que Conhé e Tibi o temessem.
d) O jogador de que mais gostava era Araponga e até lhe dedicou um soneto.

O hiperónimo não funciona como termo anafórico em
a) O ministro da Educação é falso. O governante mente com quantos dentes tem na boca.
b) Os políticos são assim mesmo. Nuno Crato é um aldrabão.
c) A Académica vai à final da Taça. O clube de Coimbra pode até vencer.
d) Belmiro de Azevedo é do F. C. Porto. O empresário gosta de futebol.

O termo anafórico é um pronome em
a) Comi-o bem, ao belo esparregado.
b) Gosto dos limoeiros. São árvores doces.
c) A salada de pêssego da Colina está cada vez melhor. Delicio-me com ela.
d) Cada vez mais bonita a Deolinda. Está uma bela rapariga, não achas?

A correferência implica que haja
a) termos sucedentes.
b) termos antecedentes.
c) um referente comum.
d) vários termos referenciais.

Os Lusíadas, Auto da Barca do Inferno, um qualquer soneto de Camões pertencem, respetivamente, aos modos
a) lírico, dramático, lírico.
b) épico, teatral, poético.
c) épico, teatral, dramático.
d) narrativo, dramático, lírico.

Num requerimento, usa-se a
a) 1.ª pessoa do singular.
b) 3.ª pessoa do singular.
c) 1.ª pessoa do plural.
d) 2.ª pessoa do plural.

A fórmula de fecho típica dos requerimentos é
a) «Pede deferimento. / [Data] / [Fulano]».
b) «Anexo cheque (é apenas uma atençãozinha). / [Data] / [Fulano]».
c) «Com os melhores cumprimentos. / [Data] / [Fulano]».
d) «Beijinhos. / [Data] / [Fulano]»

Leitura em voz alta de redondilha de Camões (p. 157).

TPC — Prepara a recitação do poema que indico. «Recitar» significa dizer o poema de cor (terás, portanto, de o memorizar). De qualquer modo, procura também imprimir-lhe entoação adequada, alguma expressividade. Por vezes, nestes exercícios de recitação, desconsidera-se este outro lado da tarefa, acabando o recitador por tudo dizer à pressa, como se apenas o preocupasse não se esquecer do texto decorado.
Poemas (para o 10.º 4.ª): «O dia em que eu nasci, moura e pereça» (p. 148) [Alexandre C.; Joana]; «Erros meus, má fortuna, amor ardente» (p. 155) [Alexandre A.; Beatriz]; «Amor é um fogo que arde sem se ver» (p. 160) [Margarida; Mar]; «Tanto de meu estado me acho incerto» (p. 161) [Artur; Maria Inês]; «Um mover de olhos, brando e piedoso» (p. 164) [Catarina S.; Mariana]; «A fermosura desta fresca serra» (p. 170) [Catarina N.; Marta]; «Camões, grande Camões, quão semelhante» (p. 147) [Daniel; Miguel B.]; «Amor é chama que mata» (p. 217) [David; Miguel D.]; «Motivo» (p. 212) [Filipa; Núria]; «Perfilados de medo» (p. 204) [Hipólito; Rafaela]; «Sísifo» (p. 202) [Gonçalo N.; Rita]; «Palavras» (p. 188) [Gonçalo C.; Rodrigo]; «Introito» (p. 221) [Inês Mq.; Sara]; «Autorretrato» (p. 146) [Inês Mir.; Catarina B.] (para este último texto, há vantagem em ver a pontuação recomendada na apresentação da aula 25 [ver Apresentações do 1.º período]).



Aula 47 (15, 16, 19, 21/mar) Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011:

exergásia [z] n.f. recurso estilístico que consiste na repetição de uma ou mais ideias por palavras diversas, mas sinónimas, cujo significado sobre gradualmente, como: «passava a vida a imaginar, a fantasiar, a idear delícias»; sinonímia (Do gr. exergasía, «aperfeiçoamento, trabalho de composição»)

garança n.f. 1 BOTÂNICA um dos nomes vulgares da granza (planta tintorial) 2 cor vermelha obtida desta planta (Do frânc. wratja, «id.», pelo fr. garance, «id.»)

turgimão n.m. 1 intérprete oficial de uma legação ou embaixada europeia, nos países do Oriente 2 [fig.] alcoviteiro (Do ár. tarjúman, «intérprete»)

turificar v.tr. 1 incensar 2 [fig.] adular; lisonjear (Do lat. turificare, «id.»)

Luís Fernando Veríssimo, «Falsos Verbetes», Expresso, 29-10-2005:


TPC — Relanceada a crónica de Luís Fernando Veríssimo, redige um verbete de palavra inventada (criada por ti — portanto, não dicionarizada e nem mesmo conhecida de qualquer falante). Palavra deve ter aparência plausível, considerado o padrão português, e ter três aceções, pelo menos.
Não te esqueças de incluir no verbete a abreviatura da classe gramatical e uma abonação — isto é, uma frase exemplificativa, entre aspas — de cada acepção. (Nota que no dicionário que reproduzi não há abonações.) No final do verbete, podes pôr etimologia, mas esta já não será obrigatória.
Escreve a computador, não deixando de usar os tipos de ênfase encontráveis neste género de textos (itálicos, negros, etc.).

Aula 47-A [privativa das turmas 4.ª e 6.ª] (16, 21/mar)

TPC — Melhora verbete que criaste. Passa-o a computador, aproveitando potencialidades tipográficas. [É o tepecê da aula 47 das restantes turmas.]


Aula 48 (22, 23/março) Correção do trabalho de criação de paratexto de um livro inventado.
Correção do trabalho de gramática. [ver a Apresentação.]
Assistência à conclusão de Hollywood Ending; ao mesmo tempo, conversas com cada um dos alunos sobre avaliação.
TPC (para férias) - 1. Devolvi-te hoje as reformulações dos textos sobre «A Minha Palavra Favorita». Se tiver feito correções no texto a computador, lança-as agora no documento. Mais tarde — por correio eletrónico (luisprista@netcabo.pt ou luis.prista@esjgf.com) ou por pen em computador que eu traga para a sala —, dar-me-ás o ficheiro já com a versão limpa. Darás a esse documento ou anexo o nome «Palavra favorita de [o teu nome] do décimo [primeira / terceira / quarta / sexta /nona]». (Se não chegaste a entregar-me a «palavra favorita» passada a computador para eu reformular, podes ultrapassar essa fase e passar já a este outro tepecê, que eu corrigirei já a versão de computador.)
2. Continua, ou começa, a leitura de livros que a certa altura combinámos. Como já disse, não pretendo fazer depois controlo duro dessas leituras, mas fica prometida para o terceiro período alguma sondagem leve sobre esta não-tarefa. Para já, valerá a pena registares apenas a referência bibliográfica do(s) livro(s) que fores lendo, ou que já tenhas lido nestes meses recentes. (Repetindo-me muito: em Leituras está um texto meu acerca do estilo de livros que consideraria mais interessantes, bem como, no final dessa secção, uma longa lista de livros requisitáveis na biblioteca da escola.)