Sunday, September 15, 2013

Aulas (2.º período, 1.ª parte: 68-110)


Aula 68-69 (6 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 7/jan [3.ª]) Ponto da situação sobre programa neste começo do 2.º período (ver Apresentação)

Segue-se o grupo I, parte A, do exame de 2008, 2.ª fase. (Usa-se trecho do cap. XXII de Memorial do Convento, mas as respostas não implicam conhecimento do enredo.)

GRUPO I

A

Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

De Montemor a Évora não vão faltar trabalhos. Voltou a chover, tornaram os atoleiros, partiram-se eixos, rachavam-se como gravetos os raios das rodas. A tarde caía rapidamente, o ar arrefecia, e a princesa D. Maria Bárbara, que enfim adormecera, auxiliada pelo torpor emoliente dos caramelos com que aconchegara o estômago e por quinhentos passos de estrada sem buracos, acordou com um grande arrepio, como se um dedo gelado lhe tivesse tocado na testa, e, virando os olhos ensonados para os campos crepusculares, viu parado um pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho e atados uns aos outros por cordas, seriam talvez uns quinze.

Afirmou-se melhor a princesa, não era sonho nem delírio, e turbou-se de tão lastimoso espetáculo de grilhetas, em véspera das suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo, já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera. Cavalgava à estribeira um oficial a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África. Foi o oficial em pessoa, talvez por muito amar esta infanta, já sabemos que feia, já sabemos que bexigosa, e daí, e vai levada para Espanha, para longe, do seu puro e desesperado amor, querer um plebeu a uma princesa, que loucura, foi e voltou, não a loucura, ele, e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah. Recostou-se a princesa nas almofadas, pensativa, enquanto o oficial repetia e gravava em seu coração as doces palavras trocadas, há de ser velho, caduco e reformado, e ainda se recordará do mavioso diálogo, como estará ela agora, passados todos estes anos.

A princesa já não pensa nos homens que viu na estrada. Agora mesmo se lembrou de que, afinal, nunca foi a Mafra, que estranha coisa, constrói-se um convento porque nasceu Maria Bárbara, cumpre-se o voto porque Maria Bárbara nasceu, e Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o dedinho rechonchudo a primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas mãos o caldo dos pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis sente no coto do braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da mulher que teve o seu homem esmagado, e agora vai Maria Bárbara para Espanha, o convento é para si como um sonho sonhado, uma névoa impalpável, não pode sequer representá-lo na imaginação, se a outra lembrança não serviria a memória.

José Saramago, Memorial do Convento, 27.ª ed., Lisboa, Caminho, 1998

atoleiros: lugares de solo mole, pantanoso. || gravetos: galhos finos e secos de árvore ou arbusto. || ledice: alegria.

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Vários são os imprevistos da viagem que a princesa e a sua comitiva fazem, de Montemor a Évora. Refira três desses imprevistos, fundamentando a sua resposta com elementos do texto.

2. Explicite o sentido do seguinte excerto: «turbou-se de tão lastimoso espetáculo de grilhetas, em véspera das suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo» (linhas 9 a 11).

3. Identifique um dos recursos de estilo presentes no último parágrafo do texto e comente a respetiva expressividade.

4. Divida o texto em partes lógicas e apresente, para cada uma delas, uma frase que sintetize o respetivo conteúdo.

[Para fazeres só depois de concluíres e me entregares a outra folha:]

Abre o manual nas pp. 341-342, em Reprodução do discurso no discurso. No segundo parágrafo do texto que estivemos a analisar, sublinhei abonações de modalidades de reprodução do discurso. Na tabela em baixo, classifica cada um dos trechos (com discurso direto, discurso direto livre, discurso indireto, discurso indireto livre — mas não é obrigatório que estejam ilustradas todas as modalidades). Depois, na coluna da direita, fundamenta a classificação fizeste.

Afirmou-se melhor a princesa, não era sonho nem delírio, e turbou-se de tão lastimoso espetáculo de grilhetas, em véspera das suas bodas, quando tudo devia ser ledice e regozijo, já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera. Cavalgava à estribeira um oficial a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África. Foi o oficial em pessoa, talvez por muito amar esta infanta, já sabemos que feia, já sabemos que bexigosa, e daí, e vai levada para Espanha, para longe, do seu puro e desesperado amor, querer um plebeu a uma princesa, que loucura, foi e voltou, não a loucura, ele, e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah. Recostou-se a princesa nas almofadas, pensativa, enquanto o oficial repetia e gravava em seu coração as doces palavras trocadas, há de ser velho, caduco e reformado, e ainda se recordará do mavioso diálogo, como estará ela agora, passados todos estes anos.

 

trecho de Memorial do Convento
discurso...
características
já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera
 
 
a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África
indireto
 
e disse, Saiba vossa alteza que aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real, são do termo de Évora, gente de ofício, E vão atados porquê, Porque não vão de vontade, se os soltam fogem, Ah
 
Não há travessões ou aspas (embora maiúsculas isolem falas). Surge um verbo introdutor («disse»). Forma das falas originais é mantida.
como estará ela agora, passados todos estes anos
 
 

 

Veremos o início de Marie Antoinette, de Sofia Coppola. É um filme em que encontramos peripécias que nos lembrarão situações análogas de Memorial do Convento. Além disso, a história passa-se na corte que inspirou a de D. João V.



TPC — Lê páginas sobre «Reprodução do discurso no discurso» (GPP) e «Relato do discurso» (NGDP) copiadas em Gaveta de Nuvens.


 

Aula 70-71 (7 [6.ª], 9 [3.ª], 10/jan [1.ª, 4.ª]) Correção das perguntas I-A do exame de 2008 (2.ª fase) respondidas em aula anterior.

Solução possível (modelar, por isso talvez demasiado extensa):

1. Na viagem de Montemor a Évora, a princesa e a sua comitiva confrontam-se com vários imprevistos: o primeiro é constituído pelas condições climatéricas adversas que degradam o estado das estradas, assim dificultando a viagem e aumentando o desconforto dos viajantes: «voltou a chover» (l. 1); «já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio» (l. 11); o segundo tem a ver com os efeitos da chuva no estado da estrada e nos meios de transporte: «tornaram os atoleiros» (l. 1), «partiram-se eixos, rachavam-se como gravetos os raios das rodas» (l. 2); o terceiro consiste na descoberta, pela princesa, de um grupo de homens amarrados uns aos outros, recrutados à força para irem trabalhar nas obras do convento de Mafra: «viu parado um pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho e atados uns aos outros por cordas, seriam talvez uns quinze» (ll. 9-10), que mandou saber «que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para África» (ll. 13-14); e D. Maria Bárbara acabará por ficar a saber que «aqueles homens vão trabalhar para Mafra, nas obras do convento real (...), vão atados (...) porque não vão de vontade, se os soltam fogem» (ll. 17-19).

2. O excerto estabelece um contraste entre o estado de espírito da princesa D. Maria Bárbara, profundamente incomodada pela visão daquele grupo de homens amarrados, vítimas de grande violência, roubados às suas famílias, e o ambiente festivo criado à volta do seu casamento. Tudo devia ser «ledice e regozijo» (l. 10), mas era-o só no círculo restrito da corte que integrava o cortejo nupcial; lá fora, o povo, triste, agrilhoado, é forçado a trabalhar para que um rei vaidoso e megalómano veja cumprida a sua promessa no prazo marcado.

3. O recurso de estilo mais visível é a construção anafórica — «Maria Bárbara não viu, não sabe, não tocou com o dedinho rechonchudo a primeira pedra, nem a segunda, não serviu com as suas mãos o caldo dos pedreiros, não aliviou com bálsamo as dores que Sete-Sóis sente no coto do braço quando retira o gancho, não enxugou as lágrimas da mulher que teve o seu homem esmagado» (ll. 25-29) —, que realça o contraste entre a indiferença da princesa face à construção do convento e o sofrimento que essa mesma construção acarreta para trabalhadores e suas famílias.

4. O texto divide-se em três partes lógicas: os primeiro e segundo períodos do primeiro parágrafo constituem a primeira parte, em que se enumeram os contratempos e alguns dos imprevistos surgidos durante a viagem de D. Maria Bárbara de Montemor a Évora; já a segunda parte inclui o terceiro período do primeiro parágrafo e todo o segundo parágrafo, que se referem ao aparecimento de um grupo de homens amarrados a caminho das obras do convento e ao amor impossível de um jovem oficial pela princesa, a quem presta informação sobre o «pardo ajuntamento de homens, alinhados na beira do caminho»; finalmente, a terceira parte é constituída pelo terceiro parágrafo e nela deparamos com uma reflexão em torno do desinteresse da princesa por um convento que está a ser construído para celebrar o seu nascimento.

 

Lê a ode de Ricardo Reis na p. 104 do manual.

Cumpre o ponto 1 («sintetiza o seu assunto numa expressão sugestiva [título-frase-slogan-máxima-lema-epígrafe]»), mas evita «A força do destino».

...

Reescreve o primeiro verso do poema, trocando apenas cada um dos «cumpre» por outro verbo (com isso se perceberá que «cumprir» é polissémico e cada uma das formas verbais tem sentido diferente). Não uses nenhum dos verbos que estão em nota à direita.

...

Ilustra graficamente o quiasmo nos vv. 3-4:

O uso do quiasmo — a troca da posição de «cumpre» e «deseja» — acaba por servir para destacar ______.

Comenta o valor expressivo da comparação nos vv. 5-6.

A comparação dos homens com «_____» visa acentuar a impossibilidade de se lutar contra o _____.

Que atitude nos é aconselhada no último quarteto?

É-nos aconselhada uma atitude de ____.

Respondendo à pergunta 4 [lê-a antes de completares o que ponho a seguir]:

O texto, como sucede tanto com Ricardo Reis, é fundamentalmente diretivo. Essa índole imperativa socorre-se, nos primeiros quatro versos, de um sujeito aparentemente singular («cada um [dos homens]»), através do qual se faz uma _______, vincando-se um facto universal. A mudança para a 1.ª pessoa do plural dá-se quando se explicita melhor, mais próximo de nós, o efeito do destino (vv. 5-8) e, sobretudo, quando se usa o conjuntivo enquanto forma de ______. Através de uma ordem que nos é dada, exacerba-se a impossibilidade de se proceder de outro modo.

 

Na p. 110 do manual, no ponto 1, temos dois textos de José Gomes Ferreira. Analisa um deles (ou ambos), tendo como termo de contraste — ou de analogia — a escrita, a ideologia, de Ricardo Reis. Evita, porém, um comentário constantemente repartido (‘enquanto X é assim, Y é assado’). Sugiro de cem a cento e quarenta palavras.

TPC — Resolve o ponto 1, de Escrita, no cimo da p. 105. (Nota que o assunto desta dissertação, embora seja sugerido por citação de Ricardo Reis, não é, no essencial, literário. Trata-se de um tema ao estilo de grupo III de exames nacionais.)


 

Aula 72 (7 [4.ª], 9 [1.ª, 6.ª], 10/jan [3.ª]) Passa o primeiro trecho para discurso indireto livre.

já não chegava o péssimo tempo que faz, esta chuva, este frio, teriam feito bem melhor se me casassem na primavera

Passa o segundo trecho para discurso direto.

a quem D. Maria Bárbara ordenou que mandasse saber que homens eram aqueles e o que tinham feito, que crimes, e se iam para o Limoeiro ou para a África

Passa o quarto trecho para discurso indireto.

como estará ela agora, passados todos estes anos

Socorro-me mais uma vez da Nova Gramática Didática de Português. (Obrigado, NGDP.)

1. Identifique os modos de relato de discurso presentes nos exemplos seguintes.

Texto 1

— O telefone está a tocar! — disse a mãe.

— É para mim. Não atendas. — respondeu o filho.

Texto 2

— Manos! O cofre tem três chaves... Eu quero fechar a minha fechadura e levar a minha chave!

— Também eu quero a minha, mil raios! — rugiu logo Rostabal.

Rui sorriu. Decerto, decerto! A cada dono do ouro cabia uma das chaves que o guardavam.

Eça de Queirós, «O Tesouro», Contos.

Texto 3

— «E tu, Chico Calado?» — E o Chico Calado lá explicou na sua linguagem de trejeitos que gostaria de poder impingir os seus elixires sem suportar perseguições nem pedradas.

José Gomes Ferreira, Aventuras de João Sem Medo.

Texto 4

E ele respondeu que nunca na vida fora visto por um médico, nunca tomara um remédio comprado na farmácia, e não era agora que havia de mudar.

António Mota, A Casa das Bengalas.

2. Transponha as frases seguintes para o discurso indireto, utilizando alguns dos verbos listados abaixo, de forma a não repetir o verbo dizer.

insistir / anunciar / exclamar / perguntar / explicar / concordar / prometer / admitir


a) — Vou-me casar para o ano — disse o Carlos.


b) — Amanhã estou lá às 10 horas. Não faltarei — disse a Joana à irmã.


c) — Tens mesmo de ir à minha casa — disse o Paulo à Eva.


d) — Deve ligar este fio ao vermelho e carregar no botão — disse o funcionário da loja.


e) — Onde vais amanhã? — disse o Pedro.


f) — Eu menti porque tive medo. Não volta a acontecer, mãe! — disse o António.


g) — Sim, esta nota é falsa — disse o Duarte ao Rui.


h) — Não aguento mais esta situação! — disse a Maria.


3. Considere a situação seguinte.


Ontem à noite, houve um assalto na mansão dos Albuquerque. Alguém roubou as jóias da família durante a noite. O crime está a ser investigado por um detetive. Para tentar apurar a verdade, o detetive interroga o mordomo.


Transponha o diálogo para o discurso indireto.
Detetive: de esteve ontem à noite?

Mordomo: Estive toda a noite aqui no meu quarto.

Detetive: O que esteve a fazer?

Mordomo: Estive a ver televisão até às 11 horas e depois comecei a ler um livro porque estava com insónias.

Detetive: Que programa viu na televisão?

Mordomo: Vi o funeral do Eusébio e depois peguei num livro.

Detetive: Como se chama o livro?

Mordomo: Ó senhor inspetor, olhe, era este!

Detetive: Ouviu algum barulho estranho durante a noite?

Mordomo: Não, não ouvi. Dormi profundamente durante a noite.

Detetive: Obrigado pela sua colaboração.

TPC — Resolve este item — que é a parte B do grupo I do exame que começámos a resolver na última/penúltima aula. (O ideal é ter já lido toda o Memorial. No entanto, uma leitura que inclua o quinto capítulo já fornece matéria suficiente para este comentário.)

A reflexão da princesa Maria Bárbara — «teriam feito bem melhor se me casassem na primavera» — revela que outros, e não ela, é que decidiram sobre o seu casamento. O mesmo não se passa com o casal Baltasar e Blimunda, cuja relação não foi imposta e na qual ninguém interfere.

Fazendo apelo à sua experiência de leitura de Memorial do Convento, comente, num texto de oitenta a cento e vinte palavras, a relação amorosa de Baltasar e Blimunda.


 


Aula 73-74 (13 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 14/jan [3.ª]) Desta vez, peço-te que só leias as pp. 288-289. Não consultes, portanto, outras folhas do manual com matéria do Memorial do Convento — nem a própria obra, se a tiveres contigo — nem as folhas de glossário gramatical.


 


Em «para dar infantes à coroa portuguesa» (ll. 2-3), o sujeito é


a) nulo expletivo.


b) nulo subentendido, reportando-se a D. João.


c) nulo subentendido, reportando-se a D. Maria Ana.


d) «infantes».


 


«Que caiba a culpa ao rei, nem pensar, primeiro porque a esterilidade não é mal dos homens, das mulheres sim, por isso são repudiadas tantas vezes [...]» (ll. 5-7) mostra que o narrador


a) é participante e está a ser irónico.


b) está focalizado segundo a perspetiva de Baltasar.


c) é objetivo.


d) ainda que omnisciente, assume uma voz marcada pelos preconceitos de época.


 


«e inda agora a procissão vai na praça» (ll. 8-9) significa que


a) o rei ainda teria mais filhos ilegítimos.


b) só naquele momento começavam as relações entre rei e rainha.


c) rei e a rainha teriam vários filhos.


d) uma procissão atravessava realmente a praça.

 

No longo período nas linhas 18-33, é-nos dito que o rei

a) era persistente, embora impotente, ao contrário do que se esperaria de um jovem.

b) é vigoroso, tem vinte e um anos, mas, por a rainha ser pouco atraente, não concretiza o ato sexual.

c) tem relações sexuais com a rainha duas vezes por semana, ejaculando muito esperma.

d) não cumpria os chamados «deveres conjugais», por «cristianíssima retenção moral».

 

Ainda no mesmo período (ll. 18-33), ficamos a saber que a rainha,

a) nas suas relações sexuais, revelava-se humilde e paciente, pelo que se prolongavam os jogos amorosos com o rei.

b) além de rezar, após o ato sexual ficava o mais possível imóvel, a fim de aumentar as possibilidades de gerar um filho.

c) rebelde e sensual, não era, porém, suficientemente estimulada por o ato sexual ser rápido.

d) porque para ela era grande sacrifício ter relações sexuais, durante o ato rezava e ficava imóvel.

 

O sujeito de «fizeram inchar» (l. 32) é

a) nulo indeterminado.

b) «líquidos comuns».

c) nulo subentendido.

d) composto.

 

«inchar a barriga de D. Maria Ana» (ll. 32-33) é

a) uma anáfora.

b) uma perífrase para ‘engravidam a rainha’.

c) alusão brincalhona aos iogurtes Actívia.

d) hipérbole.

 

A basílica que o rei está a levantar (ao longo do parágrafo das ll. 34-59) é

a) um modelo de brincar.

b) a verdadeira Basílica de S. Pedro.

c) o modelo do Convento de Mafra.

d) o Convento de Mafra.

 

O pronome «elas» (l. 52) tem como referente

a) «a ordem e a solenidade» (50).

b) «camaristas» (52)

c) «as vigilantes entidades» (51), cujo antecedente é «as figuras dos profetas e dos santos» (46).

d) «coisas sagradas» (50).

 

Na linha 60, «no» é

a) ‘nu’, porque despiram o rei.

b) uma anáfora (que, precedida de nasal, implica um ene).

c) o pronome «nos» abreviado.

d) uma catáfora cujo referente é «o rei».

 

A enumeração nas linhas 60-66 visa

a) enfatizar a importância do ato que se seguiria.

b) mostrar o poder de D. João V.

c) justificar a impotência do rei.

d) caricaturar a repartição de tarefas pelos servidores do rei.

 

«já não tarda um minuto que D. João V se encaminhe ao quarto da rainha» (ll. 67-68) passa-se

a) em Mafra.

b) na praça de S. Pedro.

c) em Roma.

d) em Lisboa.

 

O conector que introduz o último período (l. 69) tem sentido

a) consecutivo.

b) de adição.

c) de oposição.

d) conclusivo.

 

[Seguem-se perguntas sobre informações que já não estão explicitadas nestas páginas. Fecha o manual, por favor, e responde em função da tua leitura dos primeiros capítulos da obra ou de pouco mais.]

 

A visita que se anuncia no último parágrafo do texto (ll. 69-70) visa propor ao rei que

a) prometa ter um filho.

b) seja mais paciente com Maria Ana.

c) faça uma promessa.

d) visite Mafra.

 

A gravidez da rainha virá a ser atribuída a

a) um milagre de franciscano.

b) um milagre do Papa Francisco.

c) um milagre de Eusébio.

d) ereção do convento de Mafra.

 

A promessa de construção do convento teve de ser cumprida dado o nascimento de

a) D. Maria Bárbara.

b) D. João V.

c) Baltasar.

d) D. José.

 

Um amigo de Baltasar chamava-se

a) João Lisboa.

b) João Elvas.

c) José Castelo Branco.

d) João Portalegre.

 

Sete-Sóis e Blimunda foram casados, ainda que pouco convencionalmente, por

a) Bartolomeu.

b) Frei Miguel da Anunciação.

c) Frei António de S. José.

d) Baltasar.

 

Blimunda e Baltasar conheceram-se

a) em Mafra, durante a construção do convento.

b) em Lisboa, no batizado do infante.

c) durante a guerra.

d) em Lisboa, quando a mãe de Blimunda era vítima da Inquisição.

 

Blimunda via por dentro

a) antes de comer pão, de manhã.

b) depois de beber água.

c) à noite, depois de jantar.

d) antes de fazer cocó, de manhã.

 

Responde a mais este modelo de exame:

Grupo I - A

Lê atentamente o seguinte poema de Ricardo Reis.

 

Segue o teu destino,

Rega as tuas plantas,

Ama as tuas rosas.

O resto é a sombra

De árvores alheias.

 

A realidade

Sempre é mais ou menos

Do que nós queremos.

Só nós somos sempre

Iguais a nós próprios.

 

Suave é viver só.

Grande e nobre é sempre

Viver simplesmente.

Deixa a dor nas aras

Como ex-voto aos deuses.

 

Vê de longe a vida.

Nunca a interrogues.

Ela nada pode

Dizer-te. A resposta

Está além dos Deuses.

 

Mas serenamente

Imita o Olimpo

No teu coração.

Os deuses são deuses

Porque não se pensam.

Pessoa, Fernando, 2010. Poesia dos Outros Eus. Lisboa: Assírio & Alvim

 

Apresenta, de forma clara e estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifica o modo verbal predominante no poema e justifica o seu emprego.

2. Clarifica a mensagem presente nos versos 4 e 5.

3. Mostra como se concretiza, no poema, a ideia de fatalismo.

4. Interpreta o conselho que o sujeito poético apresenta na última estrofe.


TPC — Lê, ou relanceia, «O reino das marionetas» (p. 291). Responde a esta pergunta (Grupo I-B do exame de 2009, 2.ª fase):

Refira dois dos traços de carácter de D. João V determinantes na ação de Memorial do Convento, de José Saramago, fazendo alusões pertinentes à obra. Escreva um texto de oitenta a cento e vinte palavras.


 

Aula 75-76 (14 [6.ª], 16 [3.ª], 17/jan [1.ª, 4.ª]) Lê «Autopsicografia» (p. 34), de Fernando Pessoa — ortónimo — e responde a estes itens:

1. Na 1.ª quadra é apresentada uma tese. Identifica-a e explica-a, considerando: a dor fingida pelo poeta (no poema)/a dor sentida pelo poeta (na vida real); o paradoxo presente nos vv. 3-4.

«_______» é a tese apresentada no poema. Significa que o poeta finge uma dor que não coincide com a dor sentida na ______. A dor escrita é uma invenção, uma transfiguração, criada pela ______.

2. A 2.ª quadra refere-se à sensação/sentimento que o poema provoca nos leitores. Explicita o que sentem os leitores, considerando o jogo: «as duas (dores) que ele (o poeta) teve» / «a dor lida» / «a (dor) que eles não têm».

Os leitores sentem uma dor que não é a que o poeta sentiu, nem a que ele _______, mas que é a sua não-dor.

3. Experimenta interpretar as metáforas contidas na última estrofe, na qual se estabelece a dicotomia «razão»/«coração» (intelecto/emoção). Relaciona essa dicotomia com a tese apresentada na l.ª estrofe.

A última estrofe apresenta, metaforicamente, a relação entre ______ e _____. O coração é um comboio de corda, regulado pelas ______. A razão é uma realidade à parte, mas estimulada (entretida) pelo _____.

4. Interpreta agora o título do poema, considerando os três constituintes da palavra: auto + psico + grafia.

Tendo em conta o significado de cada um dos elementos que compõem o título, «autopsicografia» remete para _____.

5. Analisa a estrutura formal do poema.

O poema é constituído por três _____, de versos _____ (também designados versos de «_____ maior»), com o esquema rimático ___ (portanto, em rima ____).

6. Expõe a teoria do «fingimento poético» apresentada neste poema.

De acordo com o poema, a criação poética assenta no _____, na medida em que um poema não diz o que o poeta ______, mas aquilo que imagina a partir do que anteriormente sentiu. O poeta é um fingidor, porque escreve uma ____ fingida, fruto da razão e da imaginação, e não a emoção sentida pelo coração, que apenas chega ao poema transfigurada, na tal emoção ______ poeticamente, imaginada. Quanto ao ______, apenas sente a emoção que o poema lhe suscita, que será diferente da do próprio poema. A poesia, a arte, é a intelectualização da _____.

 

Nas pp. 34-35, resolve 2 (2.1: __; 2.2: __; 2.3: __) e 5 (A, __, __; B, __, __; C, __, __).

Lê «Isto» (p. 36) e responde às seguintes perguntas, usando as frases já começadas:

1. Na l.ª estrofe, o poeta opõe a «imaginação» (razão, intelecto) ao «coração» (emoção). Qual deles utiliza ao escrever?

Ao escrever, o poeta usa _________.

2. Na 2.ª estrofe, compara todas as suas emoções (sonhos, vivências, ausências, perdas) a um «terraço». Como interpretas essa comparação?

As emoções são semelhantes a ______.

3. Nesse terraço de emoções, o poeta procura «outra coisa» — a emoção estética. Qual o verso que a refere?

«________».

4. Para encontrar essa emoção estética, como escreve o poeta? Sobre que escreve? (Interpreta os quatro primeiros versos da última estrofe.)

O poeta escreve distanciado daquilo que sentiu anteriormente («_______»), sem _______ («livre do meu enleio»).

5. Mostra a ironia presente neste poema.

O último verso é irónico, _______.

6. Analisa a estrutura formal do poema.

O poema apresenta grande regularidade formal: são três estrofes de cinco versos (isto é, três _____), de ___ sílabas métricas, com o esquema rimático _______ (portanto, de rima ______ e _____).

7. Estabelece a relação entre os poemas «Isto» e «Autopsicografia».

Os poemas «Autopsicografia» e «Isto» têm como tema comum o _____. Neles, o poeta expõe o seu conceito de poesia enquanto intelectualização da ____.

Na p. 37, resolve o ponto 6:          a. ___; b. ___; c. ___. E o ponto 2 de «Pós-leitura»:

1. ___; 2. ___; 3. ___; 4. ___; 5. ___; 6. ___; 7. ___; 8. ___; 9. ___; 10. ___; 11. ___; 12. ___; 13. ___; 14. ___; 15. ___; 16. ___.


O sketch — que alguns dirão demasiado ordinário — «Sessão de autógrafos» (Camada de nervos, Canal Q) tem momentos bastantes instrucionais em torno da língua portuguesa. Mesmo esses, porém, carecem de revisão cuidadosa. Completa os meus comentários.



 


Citações e elementos vários de «Sessão de autógrafos»

Comentários muito eruditos

Paratexto

Romance

 

Águas Profundas. Quão longe vai uma alma

 

José Sousa Bastos

 

Bacia Editores

 

 

Arquipélago das Vontades

 

 

Na capa do livro que o grande Sousa Bastos está a autografar, a localização do género da obra, «romance» (que se inclui no modo literário ___), é relativamente incomum (essa indicação pode surgir na capa mas talvez não no cabeçalho). O subtítulo (Quão longe vai uma alma) também não é inusual que apareça na capa, embora só seja obrigatório no ___ (ou rosto), que, como sabemos, é a página por onde se guia a referenciação bibliográfica. Note-se o «quão», decerto para ridicularizar o estilo de Bastos (em vez de «Quão...», ficaria melhor «___ vai longe uma alma». Também é brincalhão o nome da editora, que costuma, com efeito, ficar na capa e na __. Não reparei em que página o autor escreve a dedicatória, mas deverá fazê-lo no frontispício (ou, eventualmente, na página também ímpar que o precede, o __, onde só costuma estar o título). A referência a Arquipélago das Vontades, outra obra do mesmo autor (subtil alusão a Saramago e ao Memorial?), poderia constar numa das ___ (ou orelhas) ou na contracapa.

Acento grave

«’Natália’ é com acento para trás?»

 

Sousa Bastos, sabe, pelo menos, que «Natália», como ____ que é (aparente, porém, já que «ia» é mais ditongo crescente do que duas sílabas), leva acento na antepenúltima sílaba. Tem dúvidas sobre se o acento é grave ou ___ (para «circunflexo», diria um «chapeuzinho»). Devia saber que, atualmente, só há acentos graves como resultado da ___ da preposição «a» com alguns determinantes e pronomes (são poucas palavras: à, __, __, àquela, ___, àquelas, àquilo, àqueloutro, àqueloutra, àqueloutros, ____).

Hífen e conjugações pronominais

«Quero lember-te.»

«Não é uma palavra única: é separada por um hífen.»

«Mas que é isso do hífen? Ah, aquele alemão!»

«Hitler? Não, é o traço que separa o verbo do reflexo.»

Sousa Bastos confunde «hífen» e «Hitler». Repare-se que as palavras ___ terminadas em -l, -n, -r, -x, -ps, têm sempre acento gráfico (na penúltima sílaba, é claro); «Hitler» não tem acento por ser um ____. A retificação da fã do escritor não é perfeita. Em «lamber-te» (ou mesmo em «lember-te») o pronome «te» não é um pronome reflexo (em «lavo-me» [= ‘eu lavo eu’], «tu barbeias-te», etc., sim, porque há coincidência dos referentes de sujeito e complemento direto). Já agora, qual é a função sintática deste «te» de «lamber-te»? É ___. (Se tiveres dúvidas, experimenta com os pronomes de 3.ª pessoa — «o»/«a» (complemento direto) versus «lhe» (indireto).)

«Traz» vs. «Trás» e mais pronominalizações

«’Trás’ (de ‘por trás’) não é com zê é com esse.»

Realmente, todas as formas do verbo «trazer» são com zê e a preposição ou locuções derivadas sempre com esse (e acento). Experimenta pronominalizar estas frases: «Traz a fã > Trá-la.» | «Trarei o livro > _____» | «Trazia o livro a Sousa Bastos > ____» | «Traríamos o Adolfo > _____» | «Traz o livro à Dulce > ____»

Orações

«Estou farto dos fãs que têm a mania»; «Só espero que não tenha ficado melindrado»; «Quando me dá o seu número do quarto do hotel, é com agá».

Classifica as orações em itálico:

subordinada ____________________;

subordinada ____________________;

subordinada ____________________.

 

TPC — Escreve um comentário de um pouco mais de cem palavras que aproxime os textos A e B da p. 39 — e os enquadre no tema da «dor de pensar» e, em geral, nas características de Pessoa ortónimo. (Como estratégia prévia, podes resolver o ponto 1 da mesma página, mas sem a ele te agarrares depois muito.)


 

Aula 77 (14 [4.ª], 16 [1.ª, 6.ª], 17/jan [3.ª]) Correção de questionário sobre texto inicial de Memorial. (Cfr. Apresentação.)

O conceito de Marcador discursivo pode ser considerado como um hiperónimo de unidades discursivas invariáveis, apresentando várias funções no plano do texto, como: ligar segmentos maiores ou menores do discurso; organizar os enunciados em blocos (partes) textuais; contribuir para a interpretação dos enunciados; indicar o sentido da conexão dos enunciados; introduzir novos temas e registos discursivos diferentes; facilitar a interpretação do texto; manter e orientar o contacto do locutor com o interlocutor.

Os marcadores discursivos podem subdividir-se em várias classes:

 


Estruturadores de informação

Têm a função de ordenar a informação, assegurando a abertura, o desenrolar e o fecho de uma série.

 

Podem apresentar três possibilidades de origem semântica (enumeração, lugar, tempo).

enumeração: em primeiro lugar, inicialmente, de um lado, em segundo lugar, em seguida, depois, por último, finalmente, por outro lado, para terminar, em síntese, etc.

lugar: atrás, além, de um lado, na frente, em cima, à esquerda, etc.

tempo: então, em seguida, (e) depois, após, na véspera, no dia seguinte, etc.

Conectores

Têm a função de ligar enunciados ou sequências de enunciados, estabelecendo uma relação semântica e pragmática entre os membros da cadeia discursiva.

 

Morfologicamente, são unidades linguísticas invariáveis; pertencem às seguintes classes de palavras: interjeições, advérbios e conjunções.

Conectores aditivos ou sumativos: além disso, ainda por cima, do mesmo modo, igualmente, etc.

Conectores conclusivos e explicativos:

por consequência, logo, portanto, de modo que, donde se segue, etc.

Conectores contrastivos ou contra-argumentativos:

sem embargo, não obstante, todavia, contudo, de qualquer modo, em todo o caso

Reformuladores

Têm a função de explicação e de retificação.

por outras palavras, ou seja, dizendo melhor, ou antes, etc.

Operadores discursivos

Têm a função de reforço argumentativo e de concretização.

de facto, na realidade, por exemplo, mais concretamente, etc.

Marcadores conversacionais

Têm a função de manter e orientar o contacto do locutor com o interlocutor.

ouve, você sabe, então, olha, presta atenção, homem, etc.

 

Como se pôde verificar, os conectores discursivos são uma classe dos marcadores discursivos: o seu significado dá instruções, que vão orientar o recetor na interpretação dos enunciados, na construção das inferências, no desenvolvimento dos argumentos e dos contra-argumentos; verificam-se tanto na sua realização oral como na realização escrita.

O termo conexão corresponde ao encadeamento de enunciados, podendo ser assegurado por marcadores discursivos e pela pontuação (na escrita).

 

Todo o texto e tabela em cima são adaptações de um trecho de Inês Silva & Carla Marques, Estudar Gramática no Ensino Secundário ([Lisboa?], Asa, 2011). Vai agora à p. 334 do nosso manual, que aborda os conectores de modo já abrangente.

Escreve texto expositivo-argumentativo com vinte conectores, um de cada fila do quadro da p. 344. Assegura-te de que se trata mesmo de conector (por vezes, usamos a mesma expressão mas sem a função de articulador que interessa aqui — por exemplo, na frase «ficou em primeiro lugar», «em primeiro lugar» não é conector).

Procura que o texto não pareça demasiado artificial. Se os articuladores ficarem muito concentrados, a exposição perderá naturalidade.

Sublinha os conectores. Depois, sob a redação, copia-os e classifica cada um (segundo a ideia expressa, conforme as designações no manual).

TPC — Completa redação iniciada em aula.


 



Aula 78-79 (20 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 21/jan [3.ª]) Correção de tepecê sobre amor de Baltasar e Blimunda (cfr. Apresentação). Leitura de resposta a item de exame nacional (I-B) em torno da teoria do fingimento poético em Pessoa:


O grupo I-B do exame de 2009 (1.ª fase) implicava resposta que passaria bastante por assunto que tratámos recentemente, a teoria pessoana do fingimento poético:


Comente a opinião, a seguir transcrita, sobre a teoria do fingimento poético em Pessoa ortónimo, referindo-se a poemas relevantes para o tema em análise. Escreva um texto de oitenta a cento e vinte palavras.


«É na poesia ortónima que o Pessoa ‘restante’, o que não cabe nos heterónimos laboriosamente inventados, se afirma e ‘normaliza’: é então que ele ‘faz’ de si e os seus poemas são ‘chaves’ para compreender o seu extraordinário universo literário.»


António Mega Ferreira, Visão do Século As Grandes Figuras do Mundo nos Últimos Cem Anos, Linda-a-Velha, Visão, 1999


(Para resposta, cfr. Apresentação).


Na p. 64, lê o poema de Fernando Pessoa (ortónimo) «Deixo ao cego e ao surdo» e resolve o ponto 4 na mesma página.


a. __________


b. __________


c. __________


Na página ao lado (65), vê o cartoon para o poderes explicar (oralmente). Lê ainda os dois excertos (A e B) transcritos quase no pé da página.


Na p. 58, lê «Não sei quantas almas tenho», para completares a minha síntese:


Cerca de metade deste poema é uma série de declarações da estranheza do poeta por si mesmo («Não sei quantas almas tenho»; «_____»; «_____»; «Diverso, móbil e só, não sei sentir-me onde estou»). Entretanto, os versos «Sou minha própria paisagem» e «vou lendo / como páginas meu ser» servem de metáfora da necessidade que o poeta tem de se _____. Também remetem para a fragmentação do eu, na medida em que parecem supor uma consciência _____ ao próprio poeta (que o pudesse observar de fora).


Transcrevo agora uma análise do mesmo poema (tirada de Ângela Campos e Cidália Fernandes, Fernando Pessoa. Poesia em Análise, Lisboa, Plátano, 2006), a que retirei apenas termos de versificação ou metalinguísticos. Preenche essas lacunas:


Podemos encontrar no _____ dois momentos significativos.


No primeiro momento (as duas primeiras _____), o sujeito poético reconhece‑se como um ser multifacetado, que continuamente se vai revelando, resultando daí uma espécie de desencanto consigo mesmo («Nunca me vi nem achei»). Este ser excessivo vai criar uma grande inquietação no _____ poético («Quem tem alma não tem calma», «Não sei sentir-me onde estou») e, ao mesmo tempo, uma distanciação, responsável por uma postura passiva em relação ao desfile dos outros eus.


O segundo momento (última _____), introduzido pelo _____ «por isso», constitui uma sequência relativamente ao primeiro, tentativa de conhecimento de si próprio como se de um livro se tratasse: «vou lendo / Como páginas, meu ser». O resultado é, porém, um estranhamento, acabando por responsabilizar Deus pelo acto de escrita, que lhe pertence. Numa atitude de humildade, o sujeito _____ não atribui a si próprio o mérito do ato de criação. Saliente-se ainda a atitude de alheamento do poeta, responsável pelo sentimento de solidão.

Os sentimentos que dominam o sujeito poético são a angústia e a inquietação, provocados pela incapacidade de controlar as várias manifestações do seu eu. As ______ que melhor documentam este estado de espírito são «Quem tem alma não tem calma» e «Assisto à minha passagem / Diverso, móbil e só». O _____ que melhor sintetiza o conteúdo do poema é «Continuamente me estranho».

A nível formal verifica-se uma certa regularidade _____ (três oitavas), _____ (redondilha maior) e ______ (rima cruzada e emparelhada), a qual nos pode remeter para a ideia de regularidade de fragmentação do eu poético. Esta regularidade a nível formal pode justificar-se ainda por uma necessidade de busca de unidade.

Resolve o ponto 3 da p. 59:

a = ___; b = ___; c = ___; d = ___; e = ___.

Um curto poema de Mário de Sá-Carneiro de há quase exatos cem anos (é de Fevereiro de 1914) evidencia os mesmos desconhecimento e estranheza do eu face a si próprio, fragmentação interior que os determina e sentimentos do sujeito poético em relação à sua personalidade:

Eu não sou eu nem sou o outro,

Sou qualquer coisa de intermédio:

Pilar da ponde de tédio

Que vai de mim para o Outro.



TPC — A ficha 1 (de modelos de grupo II de exame) nas pp. 25-26 do Caderno de atividades é a continuação da citação B, de Maria Luísa Couto Soares, na p. 65 do manual. Ensaia resolvê-la (tens as soluções no final do Caderno; porei reprodução desta ficha e das soluções aqui, para aqueles que não têm o caderno de atividades). No manual, lê o texto expositivo «A poesia de Fernando Pessoa ortónimo» (p. 63).


 

Aula 80-81 (21 [6.ª], 23 [3.ª], 24/jan [1.ª, 4.ª]) Correção de tepecê sobre dois traços de D. João V (cfr. Apresentação).

O narrador de Memorial do Convento é, em geral, omnisciente, mas, por vezes, focaliza-se numa personagem (e, então, vemos os acontecimentos na perspetiva dessa figura).

No trecho do capítulo V que temos no manual («[Baltasar e Blimunda]», pp. 292-293), percebemos que essa focalização interna é feita através da personagem ______, logo que começam a aparecer deíticos que só fazem sentido se os acontecimentos estiverem a ser vistos por quem está a ser julgado no ______. Não se confunda esta focalização interna esporádica — classificação do domínio da ciência do narrador — com a participação do narrador na história, enquanto personagem. Nesse outro tipo de classificação, quanto à presença do narrador, diremos que é heterodiegético, embora haja muitas primeiras pessoas, que não chegam para o implicar como homodiegético (isto é, como participante na intriga).

Completa, reportando-te à p. 292:

 


deíticos

nome do sentenciado

ato por que é julgado

[foi omitido o passo no manual]

Simeão de Oliveira e Sousa

não sendo padre, dava missa

«____ que ___ vai» (ll. 21-22)

____________

___________

«aquele» (l. __)

Padre António Teixeira de Sousa

___________

«e __ __ __» (l. 26); mas também: «tenho»; «me»; «aqui vou»; «as minhas»; «comigo»; «ouvi», «minha», «mim», «ali está»; «já me viu»; etc.

____________

tem ____ e é, em parte, ____

 

A focalização interna em Sebastiana termina na antepenúltima linha da p. 292, com uma sequência em que há discurso direto, ainda que sem a pontuação convencional.

Transcreve as linhas 39-43, reformulando o texto, de modo a ficar com a disposição mais clássica do discurso direto. (Evita acrescentar ou omitir palavras. Opera sobretudo com a pontuação: travessões, parágrafo, etc.)

 

— Adeus, Blimunda, que não te verei mais — murmurou Sebastiana.

...

Na p. 294, responde por escrito (ou pensa na resposta para a defenderes oralmente) aos pontos 3.1 e 3.2:

3.1 ______

3.2 ______

Na mesma página, resolve o ponto 6:

a. = ___; b. = ___; c = ___; d. = ___.

Transpõe «Baltasar e Blimunda» para o contexto atual.

Em termos de conteúdo:

algum espetáculo ou reunião de gente — um «Baltasar» (homem com algum tipo de deficiência ou idiossincrasia física); uma «Blimunda» (rapariga, com algum poder fantástico); conhecimento e aproximação (favorecidos por um familiar, uma «Sebastiana»);

«primeiro encontro» do par — em casa; perto, um adjuvante (um «Bartolomeu», que escusa de ser padre); final sibilino.

Em termos de forma:

passos em discurso direto livre;

enumerações, polissíndeto, etc.

TPC — Lê os textos expositivos «Gastar, gastar, gastar» (pp. 284-285); «Memorial do Convento: um imaginário marcado pelo tempo» (p. 285); «Sete-Sóis e Sete-Luas, heróis do pé descalço» (p. 296); e ainda os curtos trechos enquadrados da p. 295 («O mistério do sete» e «O simbolismo das alcunhas»).


 

Aula 82 (21 [4.ª], 23 [1.ª, 6.ª], 24/jan [3.ª]) Vamos até à p. 55, ao poema de Pessoa (ortónimo) «Às vezes, em sonho triste»:

No v. 1, há uma hipálage. Justifica e explica a expressividade deste recurso.

...

Como se pode interpretar a presença de duas palavras da mesma família, o advérbio «longinquamente» (v. 3) e o adjetivo «longínquo» (v. 15)?

...

Explica como na última estrofe o sujeito poético caracteriza o sonho que foi esboçando ao longo do poema.

...



Lê agora o poema «Ó sino da minha aldeia» (p. 50), não sem antes dares também um relance ao excerto de carta enquadrado no ponto 1.

Elabora itens («perguntas») a que pudessem corresponder as respostas dadas a seguir (todas sobre o poema «Ó sino da minha aldeia»). Usa a terceira pessoa do singular, a forma de tratamento usada nos exames e pelos professores mais delicados. Usa o estilo formal, mas escorreito, deste tipo de enunciados.

1._________

1. O recurso estilístico presente no primeiro verso da primeira estrofe é a apóstrofe.

1.1. _______

1.1 Os elementos que evidenciam a existência do diálogo entre o sujeito poético e o sino são os pronomes pessoais na primeira pessoa «me, mim», os determinantes possessivos «tua, teu» e as formas verbais «tanjas, soas».

2. ________

2. O toque do sino é dolente, lento, triste e vibrante.

2.1 _______

2.1 O toque do sino não é indiferente ao sujeito poético, atingindo-o no âmago — «Cada tua badalada / Soa dentro da minha alma». Assim, cada badalada desperta no sujeito poético reminiscências e nostalgia de um passado distante, real ou imaginário — «Sinto mais longe o passado, / Sinto a saudade mais perto».

3. ________

3. A caracterização que o sujeito poético faz do sino corresponde ao seu estado de espírito, daí haver uma identificação entre os dois. Tal como o toque do sino, o sujeito poético sente-se dolente, triste e, apesar de errante, tem sempre presente cada badalada. O som do toque do sino é-lhe tão familiar que «a primeira pancada / Tem um som de repetida».

4. ________

4. Entre o sino e o sonho estabelece-se uma relação de comparação. Assim, o toque do sino remete o sujeito poético, tal como o sonho, para um tempo distante, de tal forma que o toque que ele ouve não é o físico, mas o do seu sonho.

Se houver tempo, resolve o ponto 1 da p. 51:

1.1 = ____; 1.2 = ____; 1.3 = ____; 1.4 = ____; 1.5 = ____; 1.6 = ____.

TPC — Lê os textos expositivos «O rosto e as máscaras da heteronímia» (p. 142); «O Dr. Ricardo Reis, Estoico Epicurista» (p. 110).


 


Aula 83-84 (27 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 28/jan [3.ª]) Desta vez, peço-te que só leias as pp. 297-298 («Que padre é este padre?»). Não consultes, portanto, outras folhas do manual com matéria do Memorial do Convento — nem a própria obra, se a tiveres contigo — nem as folhas de glossário gramatical.


 


Nas três primeiras linhas (ll. 1-3) há discurso


a) indireto.


b) direto e indireto.


c) direto livre.


d) indireto livre.


e) direto livre e indireto livre.


 


O pronome «lhe» (l. 4) tem como referente


a) ‘a corte’ (4).


b) ‘Baltasar’.


c) ‘Bartolomeu’.


d) ‘curiosidade’ (l. 4).


e) ‘usos’ (4).

 

A anáfora «outro» (l. 14) reporta-se a

a) «Sete-Sóis» (13).

b) «Bartolomeu Lourenço» (15).

c) «trabalho» (14).

d) «o padre» (10).

e) «moço de quinze anos» (18).

 

Segundo as ll. 9-25, Bartolomeu

a) era aldrabão.

b) tinha qualidades intelectuais indiscutíveis.

c) prometera muito, mas, na verdade, falhara.

d) tinha agora quinze anos.

e) era mais velho que Baltasar.

 

O espanto de Baltasar (l. 6) advinha de Bartolomeu

a) voar.

b) poder ser da Inquisição e, ao mesmo tempo, conhecer o rei.

c) ter acesso ao rei e, simultaneamente, conhecer Sebastiana.

d) conhecer Blimunda e o rei.

e) ser da Inquisição.

 

Já na p. 298, ficamos a saber que o rei autorizara Bartolomeu a fazer as suas experiências

a) numa pedreira.

b) em Aveiro.

c) nos arredores de Lisboa.

d) sob a jurisdição do Santo Ofício.

e) em Mafra.

 

[as perguntas seguintes implicam conhecimentos que não estão nas duas páginas do manual]

 

No início do texto, o que Bartolomeu procurara apurar («o teu caso», p. 297, l. 3) era a possibilidade de Baltasar

a) casar com Blimunda.

b) ter um espigão novo.

c) ter uma pensão.

d) ter uma casa.

e) ter gancho benzido.

 

João Francisco era da família de

a) D. João V.

b) Bartolomeu.

c) D. Maria Ana.

d) Baltasar.

e) Blimunda.

 

Álvaro Diogo era

a) pai de Blimunda.

b) irmão de Bartolomeu.

c) cunhado de Baltasar.

d) irmão de António Diogo.

e) irmão de Baltasar.

 

Bartolomeu Lourenço era

a) músico, padre, inventor.

b) cientista, orador, soldado.

c) inventor, voador, músico.

d) padre, orador, inventor.

e) jornalista, padre, jurista.

 

Depois da guerra, Baltasar

a) esteve poucos dias em Lisboa, seguindo logo para Mafra.

b) parou em Lisboa apenas para comer e seguiu para Mafra.

c) fixou-se em Lisboa, nunca mais saindo da cidade.

d) passou anos em Lisboa, até seguir para Mafra.

e) dirigiu-se a Coimbra, ao encontro de Bartolomeu.

 

Baltasar chegou a trabalhar como

a) escriba.

b) camareiro-mor.

c) almeida.

d) empresário.

e) talhante.

 

Aquando da epidemia de febre amarela, Baltasar e Blimunda

a) instalaram-se em Coimbra.

b) percorriam as ruas de Lisboa.

c) fugiram para Mafra.

d) não saíram de casa.

e) adoeceram.

 

O boato de que passara o Espírito Santo por cima das obras de Mafra resultara de

a) uma composição de Domenico Scarlatti.

b) sobre a localidade ter passado uma passarola.

c) uma visão de D. João V.

d) Blimunda ter andado pelo local.

e) intervenção franciscana.

 

A «Ilha da Madeira» de que se fala em Memorial do Convento é

a) Madeira e Porto Santo.

b) um bairro de casas de madeira.

c) uma oficina.

d) o arquipélago os Açores.

e) alusão a Cristiano Ronaldo.

 

A certa altura, o narrador

a) informa que, desde a promessa de edificação do convento, passaram dois anos até que a rainha engravidasse.

b) insinua que a rainha já estaria grávida antes mesmo da promessa feita pelo rei.

c) insinua que a rainha poderia ter dormido com um franciscano.

d) põe a hipótese de Maria Bárbara ser filha de Madre Paula.

e) diz-nos que a rainha tivera relações sexuais com o cunhado.

 

Marta Maria é

a) uma das Martas das minhas turmas.

b) alguém que fica feliz quando cai granizo.

c) sogra de Blimunda.

d) mãe de Bartolomeu.

e) filha de Maria Ana.

 

Scarlatti viera para Portugal como

a) padre e orador.

b) mestre da infanta.

c) cozinheiro do rei.

d) arquiteto do convento.

e) cantor castrado.

 

Scarlatti levaria para a quinta onde se construía a passarola

a) uma rosa.

b) um malmequer.

c) um violino.

d) um cravo.

e) diversas plantas.

 

Blimunda ficaria encarregada de recolher

a) medos.

b) espíritos.

c) indícios.

d) vontades.

e) cocós de cão.

 

Resolve o ponto 7 da p. 298:

a. = ___;

b. = ___;

c = ___;

d = ___;

e = ___.

 

Resolve o ponto 1/Pós-leitura, na parte inferior da p. 299 e na p. 300:

1 = _____; 2 = _____; 3 = _____;

4 = _____; 5 = _____; 6 = _____;

7 = _____; 8 = _____; 9 = _____; 10 = _____.

 

O texto de Fernando Pessoa na p. 40 («Não sei ser triste a valer») é um poema com regularidade métrica (heptassilábico, ou seja, em redondilha maior) e — se descontarmos os últimas seis versos — rimática e estrófica. Tem, é claro, características típicas da poesia: abordagem metafórica, discurso entrecortado, ora assertivo ora expressivo; frases relativamente curtas e, por vezes, paralelas, musicais; exclamações, interrogações.

Transpõe as «teses» defendidas pelo poeta para um texto na 1.ª pessoa mas de prosa expositiva. (Extensão não será muito maior do que a do poema. Já comecei o texto.)

Não consigo assumir os meus estados de espírito com coerência e verdade. ...

 

Se houver tempo, faz o ponto 8 da p. 41:

a = __; b = __; c = __; d = __; e = __; f = __.

TPC — Resolve este item de grupo I-B, saído numa das quatro provas do ano passado:

«Fazendo apelo à sua experiência de leitura do romance Memorial do Convento, de José Saramago, explique em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a sua exposição em dois exemplos significativos. Escreva um texto de oitenta a cento e trinta palavras».

Aproveita para, ainda antes, leres pequenos textos ensaísticos no manual acerca de Bartolomeu: «Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão: uma personagem peculiar» (p. 300); «Sonho, projeto e execução» (p. 313).

Ao responderes, podes ter em conta que, nos critérios de correção divulgados após a prova, eram estes os níveis definidos para este item:

 

Critérios específicos de classificação

Aspetos de conteúdo = 18 pontos

 


 

Descritores do nível de desempenho no domínio específico da disciplina

 

6

Explica, com pertinência e rigor, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e fazendo referências que refletem um muito bom conhecimento do romance Memorial do Convento, de José Saramago.

18

5

Explica, com pertinência e rigor, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e fazendo referências que refletem um bom conhecimento do romance Memorial do Convento, de José Saramago.

15

4

Explica, com esporádicas imprecisões, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.

OU

Explica, com pertinência e rigor, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo significativo e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.

12

3

Explica, com imprecisões, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em dois exemplos significativos e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.

OU

Explica, com esporádicas imprecisões, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo significativo e fazendo referências que refletem um conhecimento suficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.

9

2

Explica, com imprecisões, em que medida os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão o impelem à construção da passarola, fundamentando a exposição em apenas um exemplo significativo e fazendo referências que refletem um conhecimento insuficiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.

6

1

Tece comentários gerais sobre os traços de carácter do Padre Bartolomeu de Gusmão que o impelem à construção da passarola, fazendo referências que refletem um conhecimento incipiente do romance Memorial do Convento, de José Saramago.

3

 

Aspetos de estruturação do discurso (7 pontos) e correção linguística (5 pontos) = 12 pontos


 

Aula 85-86 (28 [6.ª], 30 [3.ª], 31/jan [1.ª, 4.ª]) Resolve estas quatro perguntas do grupo I-A do exame de 2007 (2.ª fase), em torno de poema de Fernando Pessoa (ortónimo):

GRUPO I - A

Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito.

 

Em toda a noite o sono não veio. Agora

Raia do fundo

Do horizonte, encoberta e fria, a manhã.

Que faço eu no mundo?

Nada que a noite acalme ou levante a aurora,

Coisa séria ou vã.

 

Com olhos tontos da febre vã da vigília

Vejo com horror

O novo dia trazer-me o mesmo dia do fim

Do mundo e da dor –

Um dia igual aos outros, da eterna família

De serem assim.

 

Nem o símbolo ao menos vale, a significação

Da manhã que vem

Saindo lenta da própria essência da noite que era,

Para quem,

Por tantas vezes ter sempre ’sperado em vão,

Já nada ’spera.

Fernando Pessoa, Poesias, 15.ª ed., Lisboa, Ática, 1995

 

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.

1. Caracterize os momentos temporais representados na primeira estrofe do poema.

2. Refira um dos sentidos produzidos pela interrogação «Que faço eu no mundo?» (v. 4).

3. Atente nos três primeiros versos da terceira estrofe. Explicite, sucintamente, a relação entre a «noite» e a «manhã» estabelecida nos versos 14 e 15.

4. Tendo em conta todo o poema, identifique duas das razões do sentimento de «horror» referido no verso 8.

 

Lê «Apócrifo pessoano» (p. 60). Trata-se de texto de Fernando Pinto do Amaral, de quem já ouvimos em aula algum outro poema (quando cada um de vocês escolheu versos de um de três dezenas de poetas portugueses do século XX).

É um pastiche de Pessoa (ortónimo). Nessa imitação, mais decisivos até do que a métrica (redondilha maior) e que o esquema estrófico (quintilhas) — realmente bastante usuais em Fernando Pessoa ele próprio — são a temática e a linguagem. Há, no entanto, dois ou três versos em que a ironia parece suplantar a imitação. Copia-os:

_____________________

_____________________

_____________________

Na p. 54, propõe-se-nos a audição de «Tudo que faço ou medito», poema em três quartetos, de Fernando Pessoa. Antes de o ouvirmos, tenta copiar o poema — cujos versos ponho em desordem (à exceção do primeiro) — na sequência devida.

 


Tudo que faço ou medito

E eu sou um mar de sargaço —

Querendo, quero o infinito.

Fragmentos de um mar de além...

Não o sei e sei-o bem.

Ao olhar para o que faço!

Vontades ou pensamentos?

Fazendo, nada é verdade.

Que nojo de mim me fica

Minha alma é lúcida e rica,

Um mar onde bóiam lentos

Fica sempre na metade.

Tudo que faço ou medito

____________________

____________________

____________________

 

____________________

____________________

____________________

____________________

 

____________________

____________________

____________________

____________________

 

Fernando Pessoa, Poesias, Lisboa, Ática, 1942

 

Na p. 52, lê o poema «Cai do firmamento», do ortónimo. Como verás, é um texto em que o sujeito poético descreve uma atmosfera exterior — fria e desagradável — que parece espelhar o seu estado de espírito — de tédio e angústia.

 

Mantendo a métrica (redondilha menor — ou seja, pentassílabos), esquema estrófico (quadras) e rimático (rima cruzada), escreve um poema em que o eu lírico revele um estado de espírito diferente do do sujeito do poema de Pessoa, ao mesmo tempo que aluda a um cenário exterior que, como em Pessoa, pareça influenciar esse bom ânimo.

______________

______________

______________

______________

 

______________

______________

______________

______________

 

______________

______________

______________

______________

TPC — Faz a dissertação correspondente ao ponto 1.1 no fim da p. 54.


 

Aula 87 (28 [4.ª], 30 [1.ª, 6.ª], 31/jan [3.ª]) Reveremos os processos morfológicos de formação de palavras. É um quadro de classificações que se assemelha à antiga «formação de palavras por derivação e composição», mas, sobretudo no que se refere à composição, com diferenças razoáveis.

Começamos pela derivação e, para já, pela derivação com adição de constituintes morfológicos. Nesta distinguimos quatro tipos de afixação à forma de base. (Na parassíntese os dois afixos aglutinaram-se em simultâneo à forma de base, não existindo as palavras sem o sufixo ou sem o prefixo.)

Começamos pela derivação, divisível em derivação com adição de constituintes morfológicos e derivação sem adição de constituintes morfológicos. Nesta distinguimos quatro tipos de afixação à forma de base:

 


derivação com adição de constituintes morfológicos

prefixação

reler, incompleto

sufixação

amável, guerrear

prefixação e sufixação

desorganização, inesperadamente

parassíntese

alindar, entristecer

 

Depois, consideram-se os processos de derivação que não envolvem afixos (ou seja, sem adição de constituintes morfológicos) No entanto, note-se que um deles, a derivação não afixal (aka derivação regressiva), implica ter havido a ideia — errada, é certo — de que uma dada palavra era já uma derivada por afixação, dela se podendo deduzir, por subtração dos supostos afixos, uma, também suposta, palavra primitiva, que é afinal a palavra «derivada regressivamente» (a derivação não afixal é sobretudo produtiva na formação de nomes a partir de verbos — esses nomes assim derivados chamam-se deverbais). Já a conversão (ou derivação imprópria) nada tem a ver com afixos: é apenas a situação em que uma palavra passa a ser usada numa nova classe.

 


derivação sem adição de constituintes morfológicos

conversão (derivação imprópria)

burro (< burro), um porto (< Porto)

derivação não afixal

pesca (< pescar), gajo (< gajão),

 

Na composição deixaram de se usar termos que terás ainda aprendido no 3.º ciclo («justaposição, aglutinação»). Distingue-se a composição morfossintática, que implica a associação de duas ou mais palavras; e a composição morfológica, em que se associam dois radicais ou um radical e uma palavra (um radical é uma unidade não autónoma, frequentemente raiz grega ou latina).

 


composição

composição morfológica

apicultura, socioeconómico

composição morfossintática

conta-gotas, bomba-relógio

 

Distribui pelos quadros em cima estas dezasseis palavras:

lambe-botas; vendável; aparafusar; ilegalmente; hipermercado; contradizer; alcance (< alcançar); guarda-redes; [o] olhar (< olhar); aviso (< avisar); Rosa; televisão; hipódromo; esfarrapar; rítmico; impor.
 



.
 

Gentilmente cedido pela Nova Gramática didática de português (Carnaxide, Santillana, 2011):

1. Atente nas frases apresentadas abaixo e identifique a classe a que pertencem as palavras destacadas.

a) — São horas de jantar e o jantar já está na mesa!

b) As irmãs Silva têm uma silva no jardim.

c) O inverno é frio e, por vezes, o frio é difícil de suportar.

d) — Ali? O teu ali é muito confuso...

e) Ele é rápido, mas o cão corre ainda mais rápido.

f) — Porquê? Queres saber o porquê?

 

1.1 Perante os exemplos apresentados, defina conversão (ou derivação imprópria).

2. Seguindo o exemplo, crie, para cada verso dado, uma frase em que a palavra destacada pertença a uma classe diferente. Identifique a respetiva classe.

[O Porto é uma cidade lindíssima! O barco atracou num porto longínquo.]

nome próprio                                                           nome comum

a) «Se eu fosse um dia o teu olhar» (Pedro Abrunhosa) | ________________________________

b) «Eu hei de te amar por esse lado escuro» (Rui Veloso/Carlos Tê) | ______________________

c) «É o poder / que você sabe que tem bem» (Nelly Furtado) | ___________________________

d) «Estou num paraíso onde nada vai mudar» (Beto) | __________________________________

e) «Pede-me que roube o azul do céu» (Rita Guerra) | __________________________________


3. Na sopa de letras, encontrará sete pares de palavras que são exemplos de derivação não afixal (ou derivação regressiva). Registe-os:

1. = ________

2 = ________

3 = ________

4 = ________

5 = ________

6 = ________

7 = ________

 

4. Forme palavras compostas utilizando radicais de origem latina ou grega.

‘Que está ao mesmo tempo em todo o lado’ — _________

‘Que tem duas dimensões’ — ________

‘Que tem forma de fuso’ — ________

‘Descrição da vida de alguém’ — _______

‘Ciência que estuda os fósseis’ — _______

‘Dor na região lombar’ — _______

‘Medo de recintos fechados’ — ______



TPC — Relanceia as páginas — de uma ou duas gramáticas — que sobre «Processos Morfológicos de Formação de Palavras» venha a pôr [já pus aqui]em Gaveta de Nuvens.


 


Aula 88-89 (3 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 4/fev [3.ª]) Correção do questionário de compreensão de texto de Memorial feito há uma semana Saramago. (cfr. Apresentação)





Depois de vermos a entrevista, completa com termos de gramática ou exemplos:


Por retórica ou por convicção, Abel Xavier assumiu que «treinador», «lutador» e «vencedor» seriam formados por _______ («treinador» = ‘treina a dor’; «lutador» = ‘luta a dor’; «vencedor» = ‘vence a dor’).


Na verdade, trata-se de palavras _____, constituídas pelas ________ «treina(r)», «luta(r)» ou «vence(r)» a que se acrescentou o ______ -dor. Este sufixo de nominalização tem o significado de ‘profissão, agente’, inscrevendo-se num grupo de sufixos que servem para formar nomes agentivos: -ário («empresário», «_____»); -ino («campino», «________»); -eiro («carteiro», «________»); -ista («pianista», «______»); -nte («estudante», «____»).


O ex-treinador do Olhanense comete ainda um lapso, ao criar a palavra «eficacidade» (em vez de «______»). Porém, foi um erro com lógica. Entre os vários _______ de nominalização que significam ‘qualidade, estado, propriedade’ estão -idade («velocidade») e -ia («alegria»), ao lado de, por exemplo, -ice («tolice») e -ura («ternura»). Só que ao adjetivo «eficaz» cabe o sufixo nominalizador -ia (e não ______).


 


Valor restritivo e não restritivo dos adjetivos


Quando os adjetivos surgem em posição pós-nominal costumam ter valor restritivo:


Os alunos passaram de ano. vs. Os alunos estudiosos passaram de ano.


A casas são caras. vs. As casas grandes são caras.


(O adjetivo incide sobre a realidade designada pelo nome, especificando-a, limitando-a, reduzindo-a.)

Estes adjetivos pospostos ao nome podem aliás ser substituídos por uma oração relativa de valor restritivo:

Os alunos que estudaram passaram de ano.

As casas que são grandes são caras.

Em posição pré-nominal surgem sobretudo adjetivos que exprimem qualidades, avaliações, noções associadas a certa subjetividade. Estes adjetivos têm um valor não restritivo:

Um bom aluno.

Um esplêndido dia.

(Neste caso, os adjetivos não restringem a realidade designada, avaliam-na.)

Muitos adjetivos podem surgir em qualquer das posições, mas a opção de colocação trará um sentido ora mais subjetivo (conotativo), quando antes do nome, ora mais objetivo (denotativo), quando depois do nome:

Um amigo velho (= ‘idoso’) vs. Um velho amigo (= ‘querido’).

Um homem pobre (= ‘sem dinheiro’) vs. Um pobre homem (= ‘infeliz’).

(À margem: os adjetivos relacionais não surgem antes do nome nem são graduáveis:

A revolta estudantil vs. *A estudantil revolta. / *A revolta muito estudantil.

O campeonato mundial vs. *O campeonato muito mundial. / *O mundial campeonato.)

 

Relê o texto — que há tempos pedira relanceasses em casa — «Sete-Sóis e Sete-Luas, heróis do pé descalço», na p. 296 do manual. O que se segue é o grupo II de um modelo de prova de exame sobre esse ensaio. Valeria 50 pontos (10 itens x 5 pontos).

1. Para responderes a cada um dos itens 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.

1.1 O adjetivo «simpático» (l. 2) é utilizado no primeiro parágrafo no grau

a) normal.

b) comparativo de superioridade.

c) superlativo relativo de superioridade.

d) superlativo absoluto analítico.

1.2 A palavra «pontes» (ll. 6-7) é utilizada com o sentido figurado de

a) construções.

b) ligações.

c) passagens.

d) elevações.

1.3 Em «dando pretexto ao narrador para a crítica política» (l. 9), o constituinte «ao narrador» desempenha a função sintática de

a) modificador frásico.

b) complemento direto.

c) sujeito.

d) complemento indireto.

1.4 No segmento «da qual sai maneta» (ll. 8-9) o referente de «da qual» é

a) «guerra» (l. 8).

b) «sucessão espanhola» (l. 8).

c) «guerra da sucessão espanhola» (l. 8).

d) «construção da máquina voadora» (ll. 9-10).

1.5 A expressão «Heróis do pé descalço» (l. 17 e 38) significa

a) Heróis sem recursos financeiros.

b) Heróis sem sapatos.

c) Heróis caminhantes.

d) Heróis extravagantes.

1.6 O recurso ao vocábulo de cariz religioso «via-sacra» (l. 26) salienta

a) o sofrimento de Blimunda em busca de Baltasar.

b) o sacrifício de Baltasar.

c) os meios de procura utilizados por Blimunda durante a sua viagem.

d) o carácter inconstante e débil de Blimunda.

1.7 Os adjetivos presentes na passagem «uma história invulgar ou insólita, de personagens modeladas ou redondas» (l. 29) possuem um valor

a) exemplificativo.

b) restritivo.

c) explicativo.

d) conclusivo.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados. [Usa frases completas.]

2.1 Identifica o ato ilocutório concretizado no sexto parágrafo (ll. 20-21).

2.2 Indica o antecedente de «esta», usado na linha 23.

2.3 Refere o valor da referência deítica «No último auto de fé» (l. 25).

Nas pp. 48 e 49 há dois textos de Pessoa (A e B) e uma crónica de Luís de Sttau Monteiro. Depois de leres os três textos, escreve um comentário sobretudo focado no modo como em Pessoa se alude à infância, em que poderás, ainda assim, fazer algum contraste com o texto de Sttau Monteiro. (Talvez cerca de 130-150 palavras.)

TPC[Pergunta B do exame de 2010, 1.ª fase:] Comenta a importância de Blimunda na consecução do sonho de voar, em Memorial do Convento, de José Saramago, fazendo referências pertinentes à obra. Escreve um texto de oitenta a cento e trinta palavras.


 

Aula 90-91 (4 [6.ª], 6 [3.ª], 7/fev [1.ª, 4.ª]) Correção do comentário (grupo I-B) sobre Bartolomeu.

Relê o texto «O rosto e as máscaras da heteronímia» (p. 142 do manual), que já te pedira relanceasses em casa.

1. Para responderes a cada um dos itens 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto.

1.1 O uso das aspas em «desaprender» (l. 6) assinala

a) o uso poético do verbo.

b) a ironia do autor.

c) a frequência da ação.

d) a invulgaridade da ação.

1.2 O recurso estilístico concretizado na expressão «complexa ‘simplicidade’» (l. 7) é

a) a antítese.

b) a hipérbole.

c) o paradoxo.

d) a metáfora.

1.3 No segmento «o intérprete sensível das grandes depressões nervosas» (ll. 12-13) possui/possuem valor restritivo

a) os adjetivos «sensível» e «grandes».

b) os adjetivos «grandes» e «nervosas».

c) todos os adjetivos.

d) apenas o adjetivo «sensível».

1.4 O constituinte sublinhado em «Alberto Caeiro, desejando-se um simples homem da natureza» (ll. 26-27) desempenha a função sintática de

a) predicativo do complemento direto.

b) predicativo do sujeito.

c) complemento do nome.

d) complemento direto.

1.5 O elemento linguístico «que» sublinhado na passagem «Ricardo Reis, por seu turno, não mais desejou que viver segundo o ensinamento de todas as culturas, sinteticamente recolhidas numa sabedoria que vem de longe» (ll. 32-34) é

a) uma conjunção subordinativa completiva.

b) uma conjunção subordinativa causal.

c) uma conjunção subordinativa consecutiva.

d) um pronome relativo.

1.6 O conector «Em suma» (l. 34), introduz, no contexto, um nexo

a) comparativo.

b) conclusivo.

c) consecutivo.

d) causal.

1.7 O termo «ininterrupto» (l. 40) é usado com o sentido de

a) breve.

b) contínuo.

c) interrupto.

d) profícuo.

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido do texto. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

a. = ___; b. = ___; c. = ___; d. ___; e. ___.

A

a. Com o uso do pronome «Isto» (l. 3),

b. Com o recurso ao conector «por sua vez» (ll. 15-16),

c. Com a utilização da expressão «o Horácio do nosso tempo» (ll. 18-19),

d. Com o recurso ao pronome «as» (l. 37),

e. Com o uso do advérbio conectivo «todavia» (l. 40),

B

1. o enunciador recupera sinteticamente o processo anteriormente descrito.

2. o enunciador insere uma ligação adversativa.

3. o enunciador serve-se de um correferente para evitar a repetição do nome.

4. o enunciador predica algo sobre o sujeito.

5. o enunciador concretiza um processo de catáfora.

6. o enunciador predica algo acerca do complemento direto.

7. o enunciador introduz uma consequência.

8. o enunciador introduz uma sequencialização.

 

Mais um grupo I-A de uma prova-modelo de exame:

Chove. Que fiz eu da vida?

Fiz o que ela fez de mim...

De pensada, mal vivida...

Triste de quem é assim!

 

Numa angústia sem remédio

Tenho febre na alma, e, ao ser,

Tenho saudade, entre o tédio,

Só do que nunca quis ter...

 

Quem eu pudera ter sido,

Que é dele? Entre ódios pequenos

De mim, 'stou de mim partido.

Se ao menos chovesse menos!

Fernando Pessoa

 

1. Regista três traços caracterizadores do «eu», fundamentando-te no texto.

2. Explicita a relação de sentido entre o tempo meteorológico e o estado emocional do sujeito poético.

3. Identifica uma expressão textual que aponte para a fragmentação do «eu», explicando o seu sentido.

4. Comprova a natureza circular do poema.

Tendo em conta o trecho do filme de Sofia Coppola e o texto «Cem homens e cem formigas» (pp. 301-302 do manual), de Memorial do Convento, completa a tabela.

 


Marie Antoinette

Memorial do Convento

Nasceu Maria _____, em vez do herdeiro que se pretendia.

Nasceu Maria _____, em vez do herdeiro que se pretendia.

Luís XVI oferece o Petit Trianon a __________.

D. João V trata do cumprimento da promessa de erigir o _______.

Maria Antonieta, no seu tempo de lazer, aproveita a natureza, vê ______ e animais.

Maria Ana visita uma série de _______ em Lisboa.

A rainha diverte-se com um nobre sueco, o Conde ______.

A rainha sonha eroticamente com o cunhado, D. ______.

O Petit Trianon está implantado no parque de ______, num ambiente campestre e doce. Perto, a rainha e a filha podem fruir dos jardins e dos animais domésticos, num cenário idílico que traduz a bondade da vida ____, frugal, campesina.

O convento será construído num lugar privilegiado, no ______, com água doce em abundância e vendo-se ao longe o mar. Os franciscanos virão a ter terras boas para cultivo — nem mereceriam eles menos do que têm os frades da ordem de _______.

No Petit Trianon ou nas imediações, as festas, os _____, os pequenos espetáculos teatrais são passatempos habituais.

Quando se chega a Mafra, dir-se-ia haver festejos: «toda aquela gente estava correndo a um lado, ouvia-se tocar uma trombeta, seria _____, seria guerra».

Por analogia com o que se põe à direita, dir-se-á que os frequentadores do Petit Trianon são _________.

Os trabalhadores são comparados com _______.

 

TPC — Em Gaveta de Nuvens, aqui, estão  instruções para um  trabalho em torno de Memorial do Convento, correspondente a uns três tepecês.


 

Aula 92 (4 [4.ª], 6 [1.ª, 6.ª], 7/fev [3.ª]) Além dos processos morfológicos de formação de palavras, arrumáveis grosso modo em derivação e composição, no domínio da formação de palavras temos de contar ainda com os chamados «processos irregulares de formação de palavras».

Vamos, portanto, até à p. 335. Revê as sete definições, e respetivos exemplos, no ponto 2, «Processos irregulares de formação de palavras». Depois lança no quadro as palavras «neológicas» seguintes (as que já estão na tabela são as que pusemos em exercício idêntico há dois anos; as que vais ter de colocar são retiradas do sketch «Possuído por vozes da rádio», que veremos depois):


Processos de neologia

Exemplos

Extensão semântica

navegar (na net), chumbo (‘reprovação’)

Empréstimo

scanear, pizza

Amálgama

portunhol, motel

Sigla

CEE, ESJGF

Acrónimo

CRE, ovni

Onomatopeia

coaxar, tiquetaque

Truncação

zoo, nega (‘nota negativa’), otorrino

 

rádio (< radiofonia) | radialista (rádio + jornalista) | chinfrim | torcicolo (< it. torcicollo) | (< ingl. fan [< fanatic]) | [voz] cava (‘grave’; < cava ‘cavada, profunda’) | hit (< ingl. hit) RASACO (< Rádio Samora Correia) | baldrocas (balda + trocas) | mala (fr. malle) | RPD (< Rádio Penhas Douradas)



Os exercícios seguintes são tirados de Nova Gramática didática do português:

1. Os exemplos listados abaixo ilustram um processo irregular de formação de palavras. Identifique-o. _______________

rato (‘animal’) > rato (‘dispositivo informático’)

leitor (‘aquele que lê’) > leitor (‘professor universitário’)

portal (‘porta grande’) > portal (‘página da Internet’)

salvar (‘livrar de perigo’) > salvar (‘guardar’)

2. Distribua as palavras que se seguem pelo quadro abaixo.

soirée | restaurante | menu | jeep | bife | lambreta | diesel | airoso | flamenco | maestro | recuerdo | futebol | confetti | piloto | dobermann | stock | alzheimer | tapa | tablier | muesli


Empréstimos

Galicismos

 

Anglicismos

 

Italianismos

 

Espanholismos

 

Germanismos

 

 

3. Descubra, na sopa de letras, seis palavras formadas por amálgama. Encontrá-las-á na horizontal e na vertical.


3.1 Defina amálgama.

4. A lista de palavras apresentada é composta por acrónimos e siglas. Classifique-as e especifique o seu significado. [Não especifiques por escrito; pensa só.]

a) PALOP — ________

b) CD — ________

c) PSP — ________

d) BD — _________

e) OTAN — ________

f) OMS — _________

g) ONU — ________

h) TAP — _________

i) UE — _________

j) PME — _________

5. Recorra ao processo de truncação para formar palavras.

a) motociclo > _________

b) fotografia > _________

c) exposição > _________

d) zoológico > _________

e) quilograma > __________

f) metropolitano > _________

g) hipermercado > ________

h) discoteca > ________

6. Proponha uma onomatopeia para cada caso apresentado.

a) avalancha — ___________

b) mergulho — ____________

c) vidro partido — ___________

d) chuva — ___________

e) batida na porta — _____________

f) vento — _____________

g) trovão — _____________

h) queda — _____________

TPC — Em Gaveta de Nuvens lê o que venha a pôr sobre «Processos irregulares de formação de palavras» [pus aqui].


 


Aula 93-94 (10 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 11/fev [3.ª]) Correção do questionário de modelo de grupo II feito na última/penúltima aula e explicações gramaticais (advérbio conectivo vs. conjunção; pronome relativo e outras palavras relativas, orações relativas adjetivas e substantivas). (Cfr. Apresentação.)


Retomando os Processos morfológicos de formação de palavras, que estudámos a semana passada, distribui pelos quadros estas palavras do sketch que acabámos de ver agora («Chatanato») e do da semana passada («Possuído por vozes da rádio»):


totalidade | psicólogo | invulgar | aeromodelismo | desconhecer | chatice | igualmente | adormecer | sorrir | caixa-de-óculos | [um] chato | visita (< visitar) | gajo | filatelia


 [o seu melhor] acordar | é desagradável | chinfrineira |os Já Fumega | passatempo | desprevenido |um transtorno (< transtornar) | telenovela | sintonizar | troca (< trocar) | transbordar


 


derivação com adição de constituintes morfológicos

prefixação

 

sufixação

 

prefixação e sufixação

 

parassíntese

 


 


derivação sem adição de constituintes morfológicos

conversão (derivação imprópria)

 

derivação não afixal

 


 


composição

composição morfológica

 

composição morfossintática

 


 


[Agora, um exercício tirado de NGDP:]

1. Seguem-se quatro grupos de palavras compostas:

 


grupo I

grupo 2

grupo 3

grupo 4

bar-discoteca

bomba-relógio

peixe-espada

couve-flor

palavra-chave

homem-rã

autocarro

filosofia

agricultura

videoconferência

telespetador

afro-americano

autarca-deputado

cirurgião-dentista

surdo-mudo

trabalhador-estudante

caixeiro-viajante

tradutor-revisor

bate-chapas

salva-vidas

abre-latas

tira-nódoas

saca-rolhas

limpa-vidros

 

1.1 Classifique os compostos de cada grupo:

1 = ____; 2 = ____; 3 = ______; 4 = ____.

1.2 Flexione essas palavras no plural. [Basta duas ou três de cada grupo.]

1: .... 2: ... 3: ... 4: ...

1.2.1 Para cada grupo de palavras, explicite a respetiva regra de formação do plural.

1: __

2: __

3: __

4: __

 

Regressemos ao texto «Cem homens e cem formigas» (p. 301-302). Repara como nele — e ao longo de todo o romance — o narrador desempenha várias funções. Na tabela, põe ao lado das transcrições as etiquetas (de tipo de narrador) que lhes convirão.

 

Narrador heterodiegético (HET)

Narrador aparentemente homodiegético (na verdade, o uso da 1.ª pessoa do plural não significa particpação enquanto verdadeira personagem) (HOM)

Narrador reflexivo (REF)

Narrador sentenciador (SENT)

Narrador levemente irónico (IRON)

Narrador omnisciente (que até exibe a faculdade de ir gerindo o enredo) (OMN)

 


Trecho de «Cem homens e cem formigas»

Narrador

«Nem sempre se pode ter tudo» (l. 1)

 

«a pobre não emprestes, a rico não devas, a frade não prometas» (ll. 5-6)

 

«porém sosseguemos» (ll. 5-6)

 

«Haveremos convento.» (l. 6)

 

«El-rei foi a Mafra escolher o sítio onde há de ser levantado o convento.» (l. 7)

 

«um homem pode ser grande voador, mas é-lhe muito conveniente que saia bacharel, licenciado e doutor, e então, ainda que não voe, o consideram» (ll. 13-15)

 

«estava a abegoaria em abandono, dispersos pelo chão os materiais que não valera a pena arrumar, ninguém adivinharia o que ali se andara perpetrando» (ll. 17-20)

 

«com todas as disposições, licenças e matriculações necessárias, partiu o padre Bartolomeu Lourenço para Coimbra» (ll. 25-28)

 

«Até à vila de Mafra, aonde primeiro vai, não tem a viagem história, salvo a das pessoas que por estes lugares moram» (ll. 29-32)

 

 

Lê depois o trecho ensaístico e o esquema no cimo da p. 303.

Lê também «O espaço físico: um espaço (simbólico) de construção» (p. 303).

TPC — [Durante esta semana, o tepecê consistirá no comentário-análise (em torno de Memorial e canção) que anunciara como tepecê da última ou penúltima aula e cujas instruções estão em Gaveta de Nuvens desde sexta-feira, dia 7, aqui. Não deixes de lê-las. Gostaria que uma primeira versão desse texto me fosse entregue ou enviada ainda dentro desta semana.]


 

Aula 95-96 (11 [6.ª], 13 [3.ª], 14/fev [1.ª, 4.ª]) Correção de tepecê sobre «Blimunda» e de comentário sobre espaços em Memorial.

Entre o passo que hoje vamos (re)ler de Memorial do Convento — «Enfim chegou o dia» — e o trecho de Marie Antoinette com que fecharemos a aula é possível encontrar contrastes, oposições, que procurei resumir na tabela a seguir.

Vai lendo o texto nas pp. 304-305 e, para já, completando apenas a parte esquerda do quadro.

 


Memorial do Convento, excertos das pp. 178-184

Marie Antoinette, últimos vinte minutos

«Enfim chegou o dia» é título que marca um acontecimento histórico: _____.

«Enfim chegou o dia» também poderia marcar um momento histórico: _____.

O primeiro parágrafo — que começa por se centrar na figura do cunhado de Baltasar, Álvaro Diogo, pedreiro, que o narrador, numa prolepse, antecipa que trabalhará depois como ______ — dá-nos conta sobretudo da azáfama provocada pela construção de ______.

O que se nos mostra é mais ______ do que ilusão, mais prolegómenos de retirada do que preparativos de alguma bênção ou inauguração. O povo não surge tanto como mão-de-obra disponível para a concretização dos caprichos dos reis mas já como ____ aos que estão no poder.

No segundo parágrafo, explica-se que uma tempestade como a que quase destruiu o estádio da Luz, comparável ao sopro do ______, implicara que se tivesse de, em tempo mínimo, ______ (e marcar novo jogo para o dia da visita de estudo do 12.º 4.ª e do 12.º 6.ª). O rei, embevecido com essa diligência do seu povo, distribui _____ (do Brasil, podemos presumir).

A fome faz o povo gritar que «não tem pão». Numa resposta célebre, Maria Antonieta rezinga que «comam ____» (ponho o nome francês, e galicismo que usamos, não o nome no filme, a tradução inglesa «cakes» — um pouco à margem: de «cake» retivemos o empréstimo, o anglicismo, «_____»). Entretanto, ao contrário do Brasil para Portugal, a América não é para a França fonte de lucros mas de ______.

Os terceiro, quarto e quinto parágrafos vincam a ____ das cerimónias, a grande admiração de todos por alguma coisa que ainda nem começou mas já se pode ir ______. A reação dos populares a estas encenações (de rei e clero) é de aparente _____ («ajoelhava à passagem, e, tendo constantemente motivos para ajoelhar-se [...], já nem se levantava» — lembrando JJ depois de golo de Kélvin). De certo modo, o rei invadiu um território que não era dele, mas todos o _______ bem.

As atitudes da rainha não são motivo de admiração reverencial mas de _____, degradando-se a sua imagem pública (desta vez, numa récita, quando ela aplaude, ninguém ______). O que temos no final do filme é desolação, num cenário que mostra que tudo já acabou (vejam-se os estragos no palácio). O povo ______, invade os domínios da realeza (qual arruaceiro Máxi Pereira à procura de canelas adversárias) e obriga a nobreza a ____.

 

Podes tentar responder aos pontos 2.1, 2.2. e 3 da p. 306:

2.1 = __ | 2.2 = 1711: ___, ___, ___; 1730: ___, ___, ___, ___; 1739: ___; ___. | 3 = __

Se houver tempos mortos, vai relanceando o texto expositivo «O tratamento do tempo em Memorial do Convento» (pp. 306-307). Podes também ir lendo a entrevista de Carlos Vaz Marques a José Saramago (pp. 308-309).

Responde ao ponto 1.2 da p. 309. No entanto, podes desenvolver a resposta, referindo-te sobretudo a outros poderes mágicos que pudesses/pudéssemos ter. (Apesar de a sugestão de um poder mágico implicar, é claro, um momento de imaginação, de inverosimilhança, gostaria que a tua exposição-reflexão no resto fosse racional, argumentativa, em registo formal.)

TPC — [Durante esta semana, o tepecê consistirá no comentário-análise (em torno de Memorial e canção) que anunciara como tepecê da última ou penúltima aula e cujas instruções estão em Gaveta de Nuvens desde sexta-feira, dia 7, aqui. Não deixes de lê-las. Gostaria que uma primeira versão desse texto me fosse entregue ou enviada ainda dentro desta semana.]


 

Aula 97 (11 [4.ª], 13 [1.ª, 6.ª], 14/fev [3.ª]) Eis uns exercícios — que agradeço penhoradamente a NGDP — sobre classes de palavras. Para já, adjetivos, advérbios, preposições:

1. Identifique os adjetivos presentes no texto e circunde-os.

Medalhas e medalhados

Para que conste, desde há muito que existem bons atletas portugueses! Ora olhemos para 2006.

Francis Ubikwelu, grande atleta naturalizado português, ganhou a medalha de ouro nos cem e duzentos metros nas Competições Europeias de 2006. Naide Gomes conquistou o segundo lugar no salto em comprimento e João Vieira, o terceiro lugar nos 20 km marcha. Nos Mundiais Juniores de Triatlo, João Silva ficou em terceiro lugar. Nos Campeonatos do Mundo de Atletismo para Deficientes, a estafeta 4 x 100 metros portuguesa obteve o primeiro lugar. Gabriel Potra conquistou o terceiro lugar no pentatlo para amblíopes. Na Taça do Mundo de Lisboa, o judoca João Neto obteve o primeiro lugar e Pedro Dias alcançou o segundo, na categoria de 66 kg.

Estes são apenas alguns exemplos de sucesso no desporto português. Nem só de futebol vive Portugal e é lamentável que tão bons desportistas não tenham o destaque merecido!

1.1 Classifique os adjetivos que identificou:

qualificativos — ...

relacionais — ...

numerais — ...

2. Assinale os pares de frases em que a posição do adjetivo qualificativo implica uma mudança de sentido.

A — O falso médico fez um mau diagnóstico. / O médico falso fez um mau diagnóstico.

B — Um rapaz bonito entrou na sala. / Um bonito rapaz entrou na sala.

C — É uma grande mulher! / É uma mulher grande!

D — Uma jornalista verdadeira participa num debate. / Uma verdadeira jornalista participa num debate.

E — A pobre mulher trabalha de sol a sol. / A mulher pobre trabalha de sol a sol.

F — Desejo-te um feliz dia. / Desejo-te um dia feliz.

3. Partindo das frases seguintes, transforme o nome destacado num adjetivo relacional.

a) Ele propôs uma transação de comércio. | transação ____

b) A empresa fez uma proposta de negócio. | proposta ____

c) Gosto de ler literatura para jovens. |literatura ____

d) Fiz uma receita de França. | receita ____

e) Ela procura produtos da horta. | produtos ____

f) Li um romance de Camilo. | romance ____

g) Tenho uma casa no campo. | casa ____

h) Hoje houve uma revolta de estudantes. | revolta ____

i) Ele é um excelente crítico de literatura. | crítico ____

j) Gosto da vida na cidade. | vida ____

4. Descubra nesta canja de galinha vinte e um advérbios de predicado:


4.1 Distribua os advérbios consoante o seu valor:

valor locativo — ...

valor temporal — ...

valor de modo — ...

5. Usando advérbios interrogativos, formule as questões para as respostas em baixo.

a) P: __________

R: Estou no Estádio da Luz.

b) P: __________

R: Chegámos anteontem à tarde.

c) P: __________

R: Não me sinto nada bem (com toda esta lã de vidro).

d) P: __________

R: Eles foram ao estádio porque são corajosos e não receiam ficar soterrados.

6. Substitua as expressões destacadas por advérbios com o sufixo -mente.

a) Jornal que se publica todos os dias.

b) Revista que sai todas as semanas.

c) Festa que decorreu de modo agradável.

d) Aluno que faz o exercício com cuidado.

e) Ator que atua com frequência.

f) Alguém que avança com cautela.

g) Criança que age de modo instintivo.

7. Na sopa de legumes seguinte, descubra dezanove vegetais (aliás, preposições).


8. Complete as frases seguintes com as preposições adequadas, fazendo contrações sempre que seja necessário.

a) ____ as refeições, não é aconselhável entrar __ mar.

b) Quero o trabalho feito ___ quinta-feira. E __ vocês!

c) Não vamos falar mais ___ esse assunto. Que isto fique só ___ nós!

d) O réu apresentou-se ____ o juiz ___ o advogado de defesa.

e) Posso ir ____ o Júlio às compras, mãe?

f) Conheço o meu vizinho ____ o dia em que vim morar ___ esta casa, mas é como se nos conhecêssemos há muito mais tempo.

g) Estou a falar ___ sério!

h) Trabalho nesta empresa ___ 2001.

i) Sou ___ essa política do governo.

TPC — Porei em Gaveta de Nuvens páginas de gramática sobre classes de palavras.


 


Aula 98-99 (17 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 18/fev [3.ª]) Relendo «Um segredo» (pp. 310-311 do manual), vai completando o que falte.


 


ll.

Trecho de «Um segredo»

Paráfrase em registo neutro

O que se deve inferir

2-3

«Em tom que facilmente dava a entender não ser essa a matéria importante que ali se iria tratar»

Num estilo pelo qual se percebia não ser aquele o assunto ___________

Scarlatti tinha ____

5-6

«Com que a mim não me distinguiu nunca, mas não o digo por qualquer sentimento de inveja, antes me louvo de ver honrada num seu filho a nação italiana»

Nunca tive eu a sua sorte, mas até fico contente de o rei dar esse privilégio a um ____

Bartolomeu talvez tenha ficado ____, mas recompõe-se e disfarça muito bem.

7-8

«Dizem-me que el-rei é grande edificador, será por causa disso este seu gosto de levantar com as suas próprias mãos a cabeça arquitetural da Santa Igreja, ainda que em escala reduzida»

O rei gosta muito de fazer construir (monumentos); talvez por isso também goste de construções em ______

Scarlatti talvez esteja a ser crítico do ______ e da discricionariedade do rei.

10-11

«Como se mostram variadas as obras das mãos do homem, são de som as minhas»

Cada um tem a sua arte, a minha é a ______

Scarlatti identifica-se como _______

14-16

«Parece apenas um gracioso jogo de palavras, um brincar com os sentidos que elas têm, como nesta época se usa, sem que extremamente importe o entendimento ou propositadamente o escurecendo»

O diálogo anterior parece um jogo de linguagem (com quiasmos, metáforas, ...), mais elegante que claro, como é de uso nesta ________

O narrador lembra que estamos na época _______

18-19

«Disseram a verdade do que então viram, depois ficaram cegos para a verdade que a primeira escondeu»

O que ouviu quanto à primeira experiência é verdadeiro mas, desde aí, tenho sido ______

Bartolomeu mostra-se _________ por não acreditarem em si.

20-21

«Há doze anos que isso foi, desde então a verdade mudou muito»

Nestes doze anos, a situação ______.

Bartolomeu insinua __________

21-22

«A essa pergunta responderei que, quanto imagino, só a música é aérea»

Para mim, só a _____ se levanta no ar.

Scarlatti diz não _______ (para o acicatar a revelar-lhe mais).

24-26

«Domenico Scarlatti aproximou-se da máquina, que se equilibrava sobre uns espeques laterais, pousou as mãos numa das asas como se ela fosse um teclado, e, singularmente, toda a ave vibrou apesar do seu grande peso»

Scarlatti tocou na passarola como se estivesse a tocar cravo, e esta, estranhamente, ______

A música e a arte _____

33

«Baltasar e Bartolomeu olharam-se perplexos»

Baltasar e Bartolomeu ficaram sem saber como _____

Ambos eram bastante _______

34-35

«Há um tempo para construir e um tempo para destruir, umas mãos assentaram as telhas deste telhado, outras o deitarão abaixo, e todas as paredes, se for preciso»

Quando for necessário, destroem-se telhas e paredes para ______

Blimunda é _________

38-39

«É Vénus e Vulcano, pensou o músico, perdoemos-lhe a óbvia comparação clássica»

A Scarlatti, que tem _______ clássica, Blimunda e Baltasar sugerem Vénus e Vulcano.

Bartolomeu, por trabalhar na ________, é como o deus do Fogo (que era casado com a deusa do Amor e, como Baltasar, deficiente: era coxo).

61-63

«e Domenico Scarlatti ouviu ressoar dentro de si a corda mais grave duma harpa.»

Scarlatti ficou emocionado ao ver _______

Os poderes mágicos de Blimunda tiveram algum reflexo em quem ela olhava ou Scarlatti _______

63-65

«Ostensivamente Baltasar levantou o cesto quase vazio com o seu gancho, e disse, Acabou a merenda, vamos trabalhar»

Baltasar, com alguma _______, interrompeu a conversa.

Baltasar ficou ______

70-72

«Senhor Scarlatti, quando o enfadar o paço, lembre-se deste lugar»

________ sempre que quiser.

_______ confia em Scarlatti.

75-78

«Senhor Escarlate, disse Baltasar, tomando bruscamente a palavra, venha quando quiser, se o senhor padre Bartolomeu Lourenço autoriza, mas, Mas, No lugar da minha mão esquerda tenho este gancho, ou um espigão em vez dele, sobre o coração uma cruz de sangue»

Acato as decisões do Padre Bartolomeu, mas poderei não ser ______ consigo, Senhor Scarlatti.

Baltasar, talvez ciumento (ou com medo de que o músico os ____), pretende atemorizar Scarlatti.

78-79

«Sou o irmão de todos, disse Scarlatti, se me aceitarem»

Se permitirem, farei parte deste vosso grupo, como membro ______

Scarlatti procura ______ a sua boa intenção.

80

«Senhor Escarlate, querendo que eu ajude a trazer o cravo, não tem mais que dizer»

Senhor _______, se quiser, ajudá-lo-ei a transportar o cravo.

Baltasar já ____ no músico.


 


Resolve o ponto 8 da p. 312:


a. = ___; b. = ___; c. = ___; d.= ___.


Ouviremos agora o trecho correspondente ao momento em que principia a jornada aérea. Podes ter o livro aberto na p. 314 e ir lendo, no cimo, o ponto 1.

Depois, na mesma página, releremos «Que maravilha é viver e inventar».

Resolve o ponto 2 da p. 314



TPC — (1) Lança emendas no texto que devolvi hoje (comentário-análise em torno de Memorial e canção) e envia-mo já corrigido. (2) Como já pedira que fizesses, vai relanceando as páginas sobre «Classes de palavras» que copiei no blogue. (3) Lê «Da trindade terrestre ao quarto elemento: um percurso simbólico» (p. 313).


 

Aula 100-101 (18 [6.ª], 20 [3.ª], 21/fev [1.ª, 4.ª]) Na p. 143, lê o poema «Tenho tanto sentimento», de Fernando Pessoa, ele-mesmo, para responderes depois às perguntas 1 a 4 na mesma página. Em alguns dos casos, já iniciei as respostas, mas falta completá-las.

1.1. Na primeira estrofe, desenvolve-se a oposição «sentimento» (v. 1) / «pensamento» (v. 5), central na obra de Pessoa ortónimo. O sujeito poético não consegue apenas sentir, ainda que, por vezes, assim lhe pareça. Contudo, ao analisar-se («ao medir-me», v. 4), compreende que ________

2. Com a mudança de pessoa verbal, da primeira do singular para a primeira do plural, o eu lírico _________

3. Segundo o sujeito poético, a «única vida que temos» é __________

4. ______

Depois de leres «Quem foi Pessoa?» (p. 144), responde aos itens 1.1 a 1.7 e 2.1 a 2.3.

1.1 = ____; 1.2 = ____; 1.3 = ____; 1.4 = ____; 1.5 = ____; 1.6 = ____; 1.7 = ____.

2.1 ____________

2.2 ____________

2.3 ____________



No sketch «Estava balofa» (série Fonseca), surge com muita frequência uma dada classe de palavras (sobretudo no fim das frases que a senhora mais velha profere: «balofa», «nojenta», «gorda», «magra», «forte», «inchada», «luzidia», «pesadona», «banhosa», «grande»). Qual é essa classe? _____. Podem as palavras acima ficar antes e depois de nomes? ____ São graduáveis (isto é, flexionáveis em grau)? ____ Assim sendo, dentro da classe de palavras em que já as integrámos, pô-las-íamos no subgrupo dos _____ {qualificativos / relacionais / numerais}.

Algumas das palavras do sketch apareciam graduadas. Faz corresponder um dos graus 1-8 às abonações a-d.

a) muito mais magra [do que antes]; b) mais magra [do que antes]; c) muito gorda; d) gorda.

(1) superlativo absoluto analítico; (2) superlativo absoluto sintético; (3) normal; (4) comparativo de superioridade; (5) comparativo de inferioridade; (6) comparativo de igualdade; (7) superlativo relativo de superioridade; (8) superlativo relativo de inferioridade.

a) ___; b) ___; c) ___; d) ___.

Repara em «Parecia porca» / «Parecia uma porca».

Indica a classe das duas palavras «porca». Na primeira frase, «porca» é _____. Na segunda, _____. Repara que se trata de palavras diferentes (embora iguais na aparência). Em termos do processo de formação, o que aconteceu foi o seguinte. Tínhamos «porca», pertencente a uma dada classe, a dos _____. Essa palavra levou ao aparecimento de «porca» agora como palavra de outra classe, a dos _____. Este processo de formação designa-se ____.

Vejamos ainda outra classe. Indica a classe das palavras em itálico:

Sentiu-se mal, com certeza. // mal — ____

Sinto-me bem. // bem — ____

Em «Sinto-me melhor [do que como estava antes]», melhor é um ______ {adjectivo / advérbio} no grau _____. Se «melhor» estivesse no grau normal, a frase ficava assim: «____».

Atentemos em: a) uma dietazinha;  b) as dietas; c) uma dietazona.

Indica a classe das palavras em itálico: ______. Não são apenas os adjectivos ou os advérbios que se podem flexionar em grau. Indica os graus em que estão as três palavras:

a) ______; b) ______; c) ______.

Em termos de formação, a) e c) são ______, tendo aliás em comum a mesma ______, correspondente ao singular de b). Olhando o que se diz sobre os valores de sufixos aumentativos e diminutivos na p. 352 do teu manual, que valores atribuirias aos sufixos em a) e em c):

a) ____; c) ____

Já mais no plano da sintaxe, podemos notar que nas falas da senhora velha predominam expressões predicativas que atribuem propriedades ao sujeito: «[A Dona Sandra] está mais magra»; «[A Dona Sandra] estava balofa», «Eu estava fortezinha»; «Agora, [você] está bem»; «[Você] parecia uma porca»; «A pele parecia gosma», «[A pele] era como sebo». Estas expressões predicativas que pus em itálico incluem todas um verbo ________ («estar», «ser», «parecer»), seguindo-se um segmento que desempenha a função sintática de _______.

Há, ainda assim, casos em que o predicador é um verbo transitivo: «A Dona Sandra fez uma dieta». Quanto a funções sintáticas, diremos que «uma dieta» é o ________, sendo o segmento «fez uma dieta» o _______.

E é possível encontrar pelo menos um caso de verbo transitivo-predicativo (ou seja, de verbo que selecciona complemento direto e predicativo do complemento direto). Com efeito, em «Agora, [eu] sinto-me melhor», «me» é o __________ e «melhor» é o ________.



TPC — O que se segue é o Grupo I-A de exame nacional de há poucos anos. O texto usado coincide em boa parte com o que lemos na última (penúltima) aula, «Um segredo». Não o transcrevo todo (em parte, por causa dessa coincidência, mas também porque o item que queria que resolvessem, o quarto, implica só o último parágrafo).

[...] Baltasar e o padre Bartolomeu Lourenço olharam-se perplexos, e depois para fora. Blimunda estava ali, com um cesto cheio de cerejas, e respondia, Há um tempo para construir e um tempo para destruir, umas mãos assentaram as telhas deste telhado, outras o deitarão abaixo, e todas as paredes, se for pre­ciso. Esta é que é Blimunda, disse o padre, Sete-Luas, acrescentou o músico.

Ela tinha brincos de cerejas nas orelhas, trazia-as assim para se mostrar a Baltasar, e por isso foi para ele, sorrindo e oferecendo o cesto, É Vénus e Vulcano, pensou o músico, perdoemos-lhe a óbvia comparação clássica, sabe ele lá como é o corpo de Blimunda debaixo das roupas grosseiras que veste, e Baltasar não é apenas o tição negro que parece, além de não ser coxo como foi Vulcano, maneta sim, mas isso também Deus é. Sem falar que a Vénus cantariam todos os galos do mundo se tivesse os olhos que Blimunda tem, veria facilmente nos corações amantes, em alguma coisa há de um simples mortal prevalecer sobre as divindades. E sem contar que sobre Vulcano também Bal­tasar ganha, porque se o deus perdeu a deusa, este homem não perderá a mulher.

José Saramago, Memorial do Convento, 11.ª ed., Lisboa, Caminho, 1998

1. Considere o primeiro parágrafo do texto. Descreva o comportamento de Scarlatti imediatamente antes de ser iniciado no «segredo», fundamentando a resposta em três citações do texto.

2. Interprete a resposta do músico: «Quantas vezes assim mesmo se volta dele» (linhas 6 e 7).

3. Scarlatti e Baltasar têm perceções diferentes da «ave gigantesca» (linha 15). Explique em que consiste a diferença, ilustrando o ponto de vista de cada uma des­tas personagens com uma citação adequada.

4. No último parágrafo, o narrador assume uma atitude de comentador. Transcreva do texto dois excertos exemplificativos de tal atitude e explicite a intenção que pode estar subjacente a esses comentários.


 

Aula 102 (18 [4.ª], 20 [1.ª, 6.ª], 21/fev [3.ª]) Explicação sobre nomes contáveis e não contáveis (ver Apresentação).

Retomamos os exercícios sobre Classes de palavras, tirados da generosa Nova Gramática Didática de Português. Aproveito para te aconselhar a leres o capítulo «Classes de palavras», da mesma gramática, que, ilicitamente (com grande risco meu, portanto), copiei na íntegra em Gaveta de Nuvens.

Nos provérbios seguintes, sublinhe as conjunções e as locuções conjuncionais e classifique-as.

a) A viagem é mais rápida quando se tem companhia.

b) A vida é uma escola: enquanto vivemos, aprendemos.

c) O galo fecha os olhos quando canta porque sabe a música de cor.

d) Basta uma ovelha ronhosa para perder o rebanho.

e) Se saudades matassem, muita gente morreria.

f) Quereis que vos sirva, bom rei? Dai-me do que viva.

g) Ninguém é tão pobre que não possa dar nem tão rico que não possa receber.

h) Segue a razão, ainda que a uns agrade e a outros não.

Leia atentamente a letra da canção que se segue e circunde os nomes comuns que encontrar. Depois, distribua-os pelas subclasses referidas nas alíneas abaixo:



sei de cor

cada traço do teu rosto, do teu olhar

cada sombra da tua voz e cada silêncio,

cada gesto que tu faças,

meu amor sei-te de cor

 

sei cada capricho teu e o que não dizes

ou preferes calar, deixa-me adivinhar

não digas que o louco sou eu

se for tanto melhor amor sei-te de cor

 

sei por que becos te escondes,

sei ao pormenor o teu melhor e o pior

sei de ti mais do que queria

numa palavra diria

sei-te de cor

 

sei cada capricho teu e o que não dizes

ou preferes calar deixa-me adivinhar

não digas que o louco sou eu

se for tanto melhor

amor sei-te de cor

 

sei de cor

cada traço do teu rosto, do teu olhar

cada sombra da tua voz e cada silêncio,

cada gesto que tu faças

meu amor sei-te de cor

Paulo Gonzo, «Sei-te de cor»

Nomes contáveis — _________

Nomes não contáveis — ________

Preencha os espaços em branco com uma palavra da classe indicada entre parênteses. Utilize as palavras fornecidas no quadro abaixo.

finalmente | malta | cinema | curioso | hoje | à tarde | onde | bastante | não | boa | primeiro | computador | férias | português | ali | realmente | sempre | turma

______ (advérbio de predicado com valor temporal) acordei com uma _____ (adjetivo qualificativo) sensação. _______ (advérbio conectivo) chegaram as ______ (nome comum não contável)!

A ______ (nome comum coletivo não contável) da _______ (nome coletivo contável) combinou ir ao _______ (nome comum contável) ver um filme _____ (adjetivo relacional) que a professora de Língua Portuguesa tinha recomendado. É o _______ (adjetivo numeral) filme de Manoel de Oliveira que vou ver, por isso, estou ______ (adjetivo qualificativo).

_______ (locução adverbial de tempo), combinámos ir _____ (advérbio de predicado com valor locativo) ao parque para nos encontrarmos com o resto do pessoal para dois dedos de conversa. Este é o sítio _____ (advérbio relativo) passamos grande parte do tempo juntos.

Além dos programas com os amigos, também vou passar _____ (advérbio de quantidade) tempo a dormir, a ver televisão e a jogar no meu ______ (nome comum contável). _____ (advérbio de frase), as férias perderiam toda a graça se eu _____ (advérbio de negação) tivesse estas máquinas ______ (advérbio de predicado com valor temporal) à minha disposição! É claro que haverá muita coisa para fazer, basta haver imaginação.

Complete o torto crucigrama com nomes coletivos. Siga as indicações. Conjunto de...


(1) animais característicos de uma região.

(2) desportistas.

(3) prisioneiros.

(4) foguetes simultâneos.

(5) atores.

(6) pinheiros.

(7) mercadores.

(8) navios.

(9) lobos.

(10) mosquitos ou gafanhotos.

(11) eleitores.

(12) plantas características de uma região.

(13) porcos.

(14) pássaros.

(15) pessoas.

(16) ilhas.

Dos nomes coletivos identificados, indique os não contáveis.

TPC — Em «Duas mil vontades» (p. 308), vemos Bartolomeu a aconselhar a Blimunda uma série de acontecimentos sociais (procissões, touradas, autos de fé) onde recolheria «vontades» mais facilmente. Depois de relanceares também o item «Pós-leitura» (p. 309) e o enquadrado «O espaço social em Memorial do Convento», escreve um comentário (de cerca de cento e cinquenta palavras) em torno da importância desses momentos, e de outros similares, no retrato do povo e, em geral, na economia de Memorial do Convento.


 


Aula 103-104 (24 [1.ª, 4.ª, 6.ª], 25/fev [3.ª]) Ouvida esta primeira metade do documentário sobre Memorial do Convento na série ‘Grandes Livros’, circunda a opção certa (entre as que ponho dentro de chavetas:





Começa por se considerar que o convento de Mafra é o {centro / epicentro / diâmetro / fulcro} de Memorial do Convento.


A primeira cena (da adaptação feita pelo grupo Éter} tem como personagens {D. João V e D. Nuno da Cunha / D. João V e um franciscano / Bartolomeu e Baltasar / D. João V e o padre Bartolomeu}.


Para Carlos Reis, o começo do romance tem alguma coisa de {surrealista / inesperado / paródico / satírico}.

O narrador do documentário considera que naquele tempo andavam de mãos dadas os poderes {espiritual e carnal / temporal e espiritual / espiritual e militar / espiritual e secular}.

Considera ainda que a construção do convento é, relativamente ao que o autor quer contar, o {fim último / ponto de partida / âmago / tronco}.

Saramago nasceu em 1922 numa aldeia {alentejana / ribatejana / minhota / da Côte d’Azur}.

Antes de profissional da escrita, Saramago foi {mendigo, arrumador de carros, banqueiro/ futebolista, modelo, ator / serralheiro, funcionário administrativo, desenhador / professor, funcionário administrativo, publicitário}

O seu primeiro romance foi {A terra do pecado / Terra do pecado / Os Maias / Levantado do Chão}

A viúva de Saramago chama-se {Pilar del Rio / Pila del Rio / Pilar del Mar / Pilar del Ribero}.

Para ela, o marido, ao trabalhar, assemelhava-se a um {artista ou compositor / artesão ou camponês / operário têxtil e futebolista / revisor e burocrata}.

Por dia, Saramago escrevia, geralmente, {duas / três / quatro / cinco} páginas.

Rui Tavares descobre em duas personagens de livros de José Saramago semelhanças com o escritor, reportando-se a {Levantado do Chão e Ensaio sobre a Cegueira / História do Cerco de Lisboa e Todos os nomes / A viagem do elefante e Ensaio sobre a lucidez / A Caverna e O homem duplicado}.

No fim dos anos cinquenta, José Saramago trabalhou em {Paris / editora / Espanha / escolas}.

Tornar-se-ia depois, por alturas do 25 de abril, diretor-adjunto do {Diário de Notícias / Voz Ativa / Jornal de Letras / Diário de Lisboa}

É demitido aos {cinquenta / zero / cento e dez / cinquenta e três} anos.

Manual de pintura e caligrafia é um {manual / ensaio de romance / poema em prosa / flop}.

O primeiro livro em que Saramago subverteu as regras de pontuação foi {Memorial do Convento / Levantado do Chão / As pequenas memórias / A Jangada de Pedra}.

Quando descobriu Memorial do Convento, a então jornalista e futura mulher de Saramago estava acompanhada de {quatro amigas / cinco amigas / três caniches / setenta e oito amigos}.

Carlos Reis destaca no amor de Blimunda e Baltasar o tratar-se de um amor {físico / intuitivo / carnal / platónico}.

Rui Tavares considera Bartolomeu de Gusmão um {barroco / pré-iluminista / aldrabão da pior espécie / padre castiço}.

[Preceitos para Jogo do Stop:] Os determinantes não contam (a letra será a do nome); preposições, se for caso disso, podem contrair-se com os determinantes; frases têm de ficar completas (não pode haver só uma oração subordinada, faltando a subordinante, por exemplo); frase pode ser inútil, estranha — como são as dos exercícios de gramática tantas vezes —, mas não deve ser «surrealista» ou demasiado poética.

 


Letra

Estrutura da frase

 

B

Adjetivo qualificativo

Nome próprio de Memorial

Verbo no Pretérito perfeito

Advérbio de predicado

O bravo

Bartolomeu

barbeou-se

bem

 

Adjetivo qualificativo

Nome próprio de Memorial

Verbo no Pret. imperfeito

Advérbio de predicado

 

 

 

 

 

Nomes de desportistas a formarem sujeito composto

Verbo transitivo

Quantificador numeral

Nome comum alusivo a Memorial

 

 

 

 

 

Nome de figura pública

Verbo transitivo-predicativo no presente

Nome contável

Adjetivo como Predicativo do complemento direto

 

 

 

 

 

Advérbio de frase

Nome

Verbo no Pret. perfeito

Advérbio de predicado

 

 

 

 

 

Conjunção subordinativa

Nome comum

Verbo no Presente (na 3.ª pessoa)

Verbo no Presente (na 1.ª pessoa)

 

 

 

 

 

Conjunção subordinativa

Nome próprio

Verbo no Presente (na 3.ª pessoa)

Verbo

 

 

 

 

 

Nome de Memorial

Verbo no Imperfeito

Conjunção coordenativa

Verbo no Pret. imperfeito

 

 

 

 

 

Verbo na 1.ª pessoa do plural

Nome

Palavra relativa

Verbo no Pret. mais-que-perfeito

 

 

 

 

 

Nome de desportista

Verbo

Preposição

Nome

 

 

 

 

 

Composto morfológico

Verbo no Pretérito perfeito

Conjunção subordinativa completiva

Verbo no Pret. imperfeito

 

 

 

 

 

Nome de músico ou banda

Verbo derivado por prefixação

Nome

Adjetivo relacional

 

 

 

 

 

Nome de ator

Verbo transitivo

Advérbio no superlativo absoluto sintético

Composto morfossintático

 

 

 

 

 

Gentílico

Verbo copulativo

Adjetivo

Nome comum contável

 

 

 

 

 

Nome coletivo

Verbo transitivo

Adjetivo numeral

Nome comum derivado por sufixação

 

 

 

 

 

TPC — Vê resto do documentário (aqui).


 

Aula 105-106 (25 [6.ª], 27 [3.ª], 28/fev [1.ª, 4.ª]) Na p. 286, vai lendo «Esta é a história de Memorial do Convento...» (p. 286) e, como se pede no ponto 1, completando as lacunas com nomes próprios ou comuns:

1. ___;           6. ___;11. ___;

2. ___;7. ___; 12. ___;

3. ___;8. ___; 13. ___;

4. ___;9. ___;

5. ___;10. __;

Passa ao texto em fundo rosa nas pp. 280-281 («Saramago. Morreu o escritor que inventou Blimunda»), para resolveres as escolhas múltiplas 1.1 a 1.9 (pp. 281-282).

1.1. ___; 1.2. ___; 1.3. ___; 1.4. ___; 1.5. ___; 1.6. ___; 1.7. ___; 1.8. ___; 1.9. ___.

Na p. 287, atenta no verbete para ‘memorial’ do Grande Dicionário da Língua Portuguesa, reparando nas quatro aceções aí anotadas. Lê depois os dois trechos ensaísticos no enquadrado «Memorial do Convento: o título».

Em escrita muito castigada, responde a estas duas perguntas:

Explica — desenvolvendo-a — esta questão posta por Carlos Reis (no último dos trechos no final da p. 287):

«este “memorial do convento” privilegiará o que numa certa memória se reteve acerca do Convento, da sua origem, da sua construção e dos que nela trabalharam; mas não será ele também um memorial pelo Convento?».

Pensa em um outro título que pudesse ter o livro de Saramago. Indica esse título e justifica a tua escolha à luz dos aspetos da narrativa que esse título vincasse.

...


Memorial do Convento

Cinema Paraíso

Ambos os títulos incluem referência a um espaço, mais propriamente a um edifício, a saber:

___________ (de Mafra)

_____________

Ambas as obras têm feições de memorialismo.

Logo o título inclui uma expressão que parece evocar o género memorialístico. Com efeito, a palavra «_________» tem três aceções possíveis: ‘exposição sumária para esclarecer questão prática’; ‘obra em que estão relatados factos memoráveis’; ‘monumento comemorativo’, o que confirma que a narrativa tem índole ________ e, em sentido lato, memorialística.

O filme é claramente de _______ de infância. Nas primeiras cenas foi dado o motivo da recordação do crescimento do protagonista numa vila siciliana (a notícia da morte do adulto protetor de então, Alfredo). A _______ entra como pano de fundo (para já, há diversas alusões à segunda guerra mundial).

Ambas as obras se movem entre a história (do XVIII ou do XX), a ficção e a sociedade.

No caso de Memorial, devemos ter em conta que, no rosto, ou frontispício, há a indicação «romance». Enfim, não será muito errado considerar este um romance histórico, com uma intenção também de intervenção ______.

O filme não deixa de retratar situações que revelam preocupações de ordem _______, ainda que, por estarem filtradas pela perspetiva memorialística, nos pareçam menos programáticas do que as do livro de Saramago.

Em ambas as narrativas, a construção do edifício é uma das linhas de ação.

A construção do convento implica boa parte do enredo, marcando temporalmente a ação (por exemplo: em 1717, bênção da primeira pedra; em 1730, a _______).

Os vários estados do edifício (o primeiro cinema, a destruição pelo fogo, o novo edifício, a ruína quando o protagonista regressa) servem também de marcos que apoiam a nossa perceção da ________.

Em ambas as narrativas, o edifício (ou o espaço em que se situa), além de ser o foco da linha de ação principal, é cruzado pela intriga das outras linhas de ação.

Passarola passa por Mafra; família de _______ vive em Mafra; Blimunda e Baltasar vão viver para Mafra; etc.

A _______ da parte amorosa acaba também por aproveitar o cinema (salvo erro, um primeiro beijo do protagonista vai aí decorrer).

Ambos os edifícios se relacionam com a vertente sociológica, o retrato da vida dos desfavorecidos.

Em Memorial, a construção do convento é a causa da exploração dos trabalhadores e até da _______ de personagens (Francisco Marques, Álvaro Diogo), embora também seja fonte de emprego temporário.

Em Cinema Paraíso, o edifício causa a _______ de Alfredo, tornando-se depois ocupação semi-profissional do protagonista. É no adro em frente que se contratam os trabalhadores à jorna.

 

TPC — Termina respostas iniciadas em aula.


 

Aula 107 (25 [4.ª], 27 [1.ª, 6.ª], 28/fev [3.ª]) Explicações sobre determinantes, pronomes, quantificadores.

Ainda da Nova Gramática Didática de Português:

Complete as frases com determinantes das subclasses indicadas.

a) ________ (det. artigo definido) pessoas deviam praticar algum exercício físico.

b) Comprei o _______ (det. possessivo) presente na loja perto da minha escola.

c) ________ (det. artigo indefinido) dia vou até ao México.

d) ________ (det. demonstrativo) casas são mais antigas do que estas.

Faça corresponder o tipo de determinantes à afirmação que lhes diz respeito.


 

Classifique as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).

A — Os quantificadores são palavras que quantificam os elementos de um conjunto.

B — Qualquer é um quantificador existencial.

C — Ambos é um quantificador universal.

D — Um quantificador existencial expressa uma quantidade não exata de elementos de um conjunto.

E — Os numerais ordinais são um tipo de quantificadores.

F — Na frase «Fiz tudo quanto pude», a palavra quanto é um quantificador interrogativo.

Complete as frases seguintes com as palavras a negro, antecedidas dos quantificadores adequados. Siga o exemplo e faça as alterações que achar necessárias.

sumos | quadros | anos | pessoas | pão | gaivotas

Tenho fome! Vou comprar algum pão.

a) _______________________ foram pintados por Renoir.

b) Nunca tinha visto __________________ à volta de um barco! Deve vir cheio de peixe.

c) Eu conheço ________________ capazes de ajudar os outros sem esperar nada em troca.

d) Comprei _________________ para beber ao jantar; um para ti, outro para mim.

e) _______________________ viveste em Angola?



São frases do sketch «General e soldados» (Meireles). Entre as palavras sublinhadas, distingue determinantes (demonstrativos, possessivos, indefinidos, [relativos], [interrogativos], artigos definidos, artigos indefinidos), pronomes (pessoais, indefinidos, demonstrativos, [possessivos], [relativos], [interrogativos]), quantificadores (existenciais, numerais, [universais], [relativos], [interrogativos]). Entre parênteses retos, pus as subclasses que não aparecem representadas nas frases. Sublinhei um único adjetivo numeral. No caso dos pronomes pessoais, tenta também indicar a função sintática que está em causa.

Euvos disse que eles são anões?

eu = ___ | vos = ___ | eles = ___

Este pau sozinho matou trinta alemães.

este = ___ | trinta = ___

Este pau fez a segunda guerra mundial.

este = ___ | a = ___ | segunda = ___

Meu general, temos outra dúvida.

meu = ___ | outra = ___

Nós também somos muitos, soldado Meireles.

nós = ___ | muitos = ____

Os inimigos dispõem unicamente de canhões, algumas metralhadoras e três mísseis.

os = ____ | algumas = ____ | três = ____

São os soldados mais cobardolas que alguma vez vi na minha vida.

os = ____ | alguma = ____ | minha = ____

Isso é verdade.

isso = ___

Eles são trinta mil.

eles = ___ | trinta mil = ___

Somos só nós os três.

nós = ___ | os = ___ | três = ___

Ainda bem que faz essa pergunta.

essa = _________________

São uma vergonha para o exército!

uma = ____ | o = ____

 



Ainda da NGDP (no segundo item, inseri três alíneas e tirei outras tantas).

Leia atentamente a letra da música que se segue e identifique a classe a que pertencem os elementos destacados.

 

Eu queria ser astronauta,

O meu país não deixou,

Depois quis ir jogar à bola,

A minha mãe não deixou.

 

Tive vontade de voltar à escola,

Mas o doutor não deixou,

Fechei os olhos e tentei dormir,

Aquela dor não deixou...

 

Ó meu anjo da guarda,

Faz-me voltar a sonhar,

Faz-me ser astronauta,

E voar...

 

O meu quarto é o meu mundo,

O ecrã é a janela,

Não choro em frente à minha mãe,

Eu que gosto tanto dela.

 

Mas esta dor não quer desaparecer

Vai-me levar com ela...

 

Ó meu anjo da guarda,

Faz-me voltar a sonhar,

Faz-me ser astronauta,

E voar...

 

Acordar, meter os pés no chão.

Levantar, pegar no que tens mais à mão,

Voltar a rir, voltar a andar, voltar, voltar...

Voltarei... (8x)

 

Acordar, meter os pés no chão,

Levantar, pegar no que tens mais à mão,

Voltar a rir, voltar a andar, voltarei...

Tim, «Voar»

queria = __

minha = __

vontade = __

O = __

Não = __

Eu = ___

tanto = __

Mas = __

Ó = __

a = __

Transforme as frases simples que se seguem em frases complexas recorrendo a uma palavra relativa (pronome relativo, advérbio relativo, quantificador relativo, determinante relativo).

 

a) O João frequenta a minha faculdade. A minha faculdade fica em Entrecampos.

b) Os meus amigos compraram um carro. Eles trabalharam durante as férias para juntar dinheiro.

c) O Nuno viajou. Falei-te ontem do Nuno.

d) Alguns iogurtes têm bolor. As tampas desses iogurtes registam prazos de validade ultrapassados.

e) O Arnaldo comeu bastantes amoras. O Arnaldo comeu as amoras que lhe agradavam.

f) A Irondina vive numa vila. Nessa vila há um monstro.

TPC — Estuda/treina a resolução de toda a ficha 5 de modelos de exame no Caderno de Atividades (pp. 84-87; soluções na p. 95). Entregar-me-ás apenas a resposta I-B. (Reproduzirei a ficha aqui, para o caso de haver quem não tenha Caderno de Atividades.)


 


Aula 108-109 (6 [3.ª], 7/mar [1.ª, 4.ª], 10/mar [6.ª]) Lê «Nova vida» (p. 315) e responde às duas perguntas de «leitura — compreensão»:


1. ...

2. No excerto, a intervenção de José Pequeno junto do abegão, em favor de Baltasar, é integrada no discurso do narrador, primeiro em discurso indireto, depois em discurso indireto livre e, finalmente, em discurso direto livre:

discurso indireto: «_______»;

discurso indireto livre: «_______»;

discurso direto livre: «________».

De seguida, ouviremos o longo parágrafo a que se alude na página 316, ponto 1.


Depois de ouvido o episódio, e atentando no verbete de «ara» (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, 2004), interpreta a pintura de José Santa Bárbara (p. 316). Identifica o momento ilustrado na imagem e justifica o título.

Responde ao ponto 1.3:

Através da enumeração alfabética dos nomes dos operários, o narrador ...

Lê a «A epopeia da pedra», na mesma p. 316.

Compara o passo de Memorial do Convento (1982) que trata da «epopeia da pedra» e o filme de Werner Herzog, Fitzcarraldo, também de 1982.



 


Memorial do Convento, cap. XIX

Fitzcarraldo

Tanto o passo do romance como o filme são epopeias de um transporte,

de pedra de _____ para _____,

de barco de um rio ao outro,

feito por humildes

operários vindos de ______

índios arregimentados

ao serviço de um megalómano,

________.

Fitzcarraldo.

Ocorre a morte, por esmagamento, de

________,

um índio,

tudo a pretexto de um capricho de ordem estética,

uma ___ esculpida numa _____.

uma ópera na selva.

 

TPC — (1) Lê os textos ensaísticos nas pp. 318-319. (2) Escreve um pequena dissertação (cerca de 150-200 palavras) a partir da seguinte afirmação:

«Memorial do Convento evidencia os contrastes existentes no século XVIII, período em que coexistem práticas retrógradas, a par de algumas tentativas de modernização e de abertura a novas mentalidades.»


 

Aula 110 (6 [1.ª, 6.ª], 7 [3.ª], 11/mar [4.ª]) Conjunções, Coordenação e subordinação, Pronomes, Coesão

[Exercício de Gramática Prática de Português. Da Comunicação à Expressão. Exercícios:]

Completa o texto com as conjunções e locuções conjuncionais desta lista:

mas / por mais que / que / embora / que / se / logo / sempre que / para que

____ muitos já não vivam no campo, ___ há mais trabalho, toda a família vem ajudar. ____ este ano, na altura das colheitas, os lavradores verificaram ____ a fruta era tanta ____ a família só não chegava. ____, contrataram mais pessoas ____ tudo fosse apanhado a tempo. ____ não tivessem tido essa ideia, ____ trabalhassem, não teriam conseguido.

Classifica as conjunções e locuções conjuncionais que ficaram nos espaços em cima (já exemplifiquei com a primeira):

 


Conjunções e locuções

Coordenativas

Subordinativas

Embora

 

concessiva

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Transforma as seguintes frases numa só frase complexa, utilizando diversas conjunções coordenativas.

D. Quixote de La Mancha é um livro muito conhecido em todo o mundo. Eu nunca o li. Também não vi o filme. Gostaria de o ver. Vou comprá-lo. Seja caro, seja barato.

[Exercício tirado de Estudar Gramática no Ensino Secundário:]

Atente nas frases e pontue-as adequadamente (de acordo com o tipo de oração subordinada relativa nelas presente). Depois, indique ao lado de cada uma se se trata de uma oração adjetiva relativa restritiva ou explicativa:

A casa que Carlos da Maia veio habitar em Lisboa chama-se Ramalhete.

Afonso que durante muitos anos vivera em Santa Olávia decidiu vir morar com o neto em Lisboa.

O Ramalhete que durante anos estivera ao abandono sofreu profundas obras para se adequar aos gostos de Carlos.

Afonso ficou triste porque a vista maravilhosa para o rio que tanto o encantara outrora estava diferente.

A água que corria em fio caía agora numa cascatazinha deliciosa.

[Exercício tirado de Estudar Gramática no Ensino Secundário:]

Atenta nos seguintes excertos de Memorial do Convento:

«A arca donde os retiram cheira a incenso, e os veludos carmesins que os envolvem, separadamente, para que não se trilhe o rosto da estátua na aresta do pilar, refulgem à luz dos grossíssimos brandões.» (p. 12)

«Perguntou el-rei, É verdade o que acaba de dizer-me sua eminência» (p. 14)

«Então D. João, o quinto de seu nome, assim assegurado sobre o mérito do empenho, levantou a voz para que claramente o ouvisse quem estava [...]» (p. 14)

«Prometo, pela minha palavra real, que farei construir um convento de franciscanos na vila de Mafra se a rainha me der um filho no prazo de um ano a contar deste dia em que estamos [...]» (p. 14)

 


Coluna A

Coluna B

Coluna C

envolventes / pesados / ...

 

 

 

grupo nominal

 

 

 

substantiva

 

 

adjetiva

 

Na coluna A, substitua as orações subordinadas relativas por expressões não frásicas. Na coluna B, identifique a classe de palavras que utilizou em cada substituição.Na coluna C, especifique o tipo de oração subordinada relativa (substantiva; adjetiva).

[Exercício de Gramática Prática de Português. Da Comunicação à Expressão. Exercícios:] Reescreve as frases, substituindo as expressões destacadas pelos pronomes pessoais convenientes:

a) Elas lavaram os pratos.

b) Amanhã faremos o bife.

c) A Vénus e eu comprámos os hipopótamos.

d) O Eduardinho telefonou à Júlia e a ti.

e) O meu primo falou aos traficantes.

f) A Iva ofereceu os presentes à aniversariante.

g) Diz a verdade, estúpido!

h) Faria a viagem contigo, Eusébio.

i) Não provarei o cozido.

Este texto foi escrito por Fabiano, guarda-redes suplente do Porto, na sua página de Facebook. Como já alguém notou, tem demasiadas vírgulas (mais do que os jogos em que o guarda-redes brasileiro joga efetivamente). Emenda a pontuação (e apenas esta), circundando o que esteja a mais e acrescentando o que falte):

«A vida de goleiro, é difícil. Mais difícil quando se dá tudo no treinamento, e raramente, joga. Sinto-me triste, por este acontecimento, em minha carreira, de goleiro. Falta de confiança? Veremos em Agosto, o que poderá vir... Valeu.»

TPC — Experimenta ir resolvendo a ficha sobre ‘Coordenação e subordinação’ no Caderno de Atividades (pp. 9-12), olhando também as soluções. Pus reprodução da ficha/soluções aqui, para o caso de não terem o Caderno de Atividades.


 

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