Sunday, September 06, 2015

Os Maias 11



Maria & Madalena A. (11.º 1.ª)
Madalena A. & Maria (17-16,5) Pontos fortes As imagens com desenhos relativos ao cenário de cada passo do texto, com o mérito de se tratar de criação das autoras (percebe-se que a ideia inicial era fazer ainda mais desenhos, mas terá faltado tempo; a propósito, diga-se que este trabalho foi dos mais cumpridores dos prazos, sendo mesmo, se bem me lembro, o primeiro que me foi entregue). Boa leitura em voz alta, o que não admira pois Maria e Madalena costumam ser ambas excelentes leitoras. Texto sem erros (embora seguindo bastante o original). Aspetos melhoráveis Valeria a pena terem-se repetido dois passos da leitura (há uma hesitação de Madalena a 1’32; e de Maria, a 1’46).

Tety & Tomás (11.º 5.ª)
Tomás & Tety (18,5-18) Pontos fortes Habilidade, trabalho, coordenação do complexo de artes e técnicas exigidas pelo cinema (no fundo, toda a realização, que terá implicado muita planificação). Jogo entre voz off (reflexão das personagens) e cena propriamente dita. Argumento (e redação do texto): conseguiu-se transposição da ação para filme sem se cair no erro de repetir todo o texto do livro (cinema implica condensação, portanto escolha dos pontos significativos). Música, lettering, etc. Aspetos melhoráveis Cortes dentro de cenas (e não era difícil disfarçá-los, bastando que os planos não fossem gerais, mas individuais; no entanto, há cinema contemporâneo que usa, estilisticamente, o mesmo tipo de cortes). «Ó mãe, ó mãe!» não parece dito por uma personagem que, segundo o livro, teria seis anos. Mais grave: quase no final, um *«verei-a» («vê-la-ei» é que é: futuro e condicional com pronome exigem mesóclise).

Af. Puga & João M. (11.º 8.ª)
João M. & Afonso P. (18-17,5) Pontos fortes Todo o trabalho havido, a exigir decerto grande planificação e coordenação. Capacidade de representação. Perfeição da montagem. Por outras palavras, domínio de várias destrezas de teatro/cinema. Originalidade revelada em criação própria (a pretexto do capítulo XI de Os Maias). Humor do texto (argumento), ainda que com oscilações (excelentes momentos, ao lado de outros apenas bons ou razoáveis: extensão também tornava difícil que não houvesse alguma irregularidade). Ritmo, aliás ligado também às legendas e à divisão em cenas (a propósito: bom gosto do lettering e, a certa altura, do efeito de aceleração à ‘cinema mudo’). Aspetos melhoráveis Teria evitado que a conclusão recorresse a formato diferente (filme incorporado): em geral, é preferível manter uniformidade de estilo, uma vez escolhido o género que adotamos. Julgo também que poderiam ter pervertido mais o original de Os Maias (brincam com um esquema abordado na obra, mas não vão tão longe na paródia como poderiam ter feito se conhecessem o livro de Eça mais a fundo). Correções linguísticas: em vez de «por isso é que eu lhe chamei aqui», seria «por isso é que eu o chamei aqui»; na legenda «Carlos e Dâmaso encontram-se», faltava o acento («Dâmaso» é palavra esdrúxula).

Joana M. & Henrique (11.º 12.ª)
Henrique & Joana M. (16-16,5) Pontos fortes Expressividade da leitura (creio que se procurou imitar o tom de quem escreve e, ao mesmo tempo, vai refletindo). Boa redação das cartas, que as fez ficar verosímeis, conseguindo-se também uma síntese muito razoável do capítulo. Filme, embora não original, representa bem o contexto do processo de escrita no século XIX. Aspetos melhoráveis Alguma monotonia das imagens e da música (e, na imagem, falta sempre o par masculino: não teria sido difícil tratarem disso em filme próprio). Linguagem: em vez de «apercebi-me também que», seria «apercebi-me também de que»; pronúncia de «em redor» (não é «red[ô]r», mas antes com um ó aberto) e de «néscias» (hesitante); «onde estivera» [5’05] seria «onde esteve».

Catarina (11.º 12.ª)
Catarina (12-11,5) Pontos fortes Muito boa leitura em voz alta. Redação também sem problemas. Aspetos melhoráveis Imagens googladas (tantas vezes lhes pedi que evitassem este processo de ilustração direta...). Abordagem entre a de uma sinopse e a de comentário teórico (fundada em sebentas?). Ora, eu pedira que adotassem antes uma estratégia criativa, pessoal, de transposição (e não de resumo ou de livros sobre Os Maias). Creio que não foram lidas as instruções da tarefa.

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