Sunday, September 06, 2015

Os Maias 8



J. Tavares (11.º 5.ª)
J. Tavares (16-16,5) Pontos fortes Expressividade na leitura em voz alta: estilo entre o de uma leitura formal e o de uma representação, conseguindo transmitir uma atitude reflexiva que se coaduna com o curso hesitante de um texto diarístico. Preferência por filme mesmo, com o próprio autor a agir — em representação adequada, aliás —, em vez da imagem fixa que tantos preferiram. Aspetos melhoráveis Texto, embora adote o formato de transposição para um diário, acaba por ficar próximo do do original de Eça (e é relativamente curto). Na sintaxe: em vez de «proferiu que» seria «referiu que»; em vez de «em Lawrence», «no Lawrence».

Matilde (11.º 7.ª)

Matilde (14,5) Pontos fortes Leitura em voz alta fluente (tão fluente que, por vezes, fica demasiado rápida) e com momentos de boa expressividade. Imagem, segundo creio, é da própria autora. Aspetos melhoráveis Transposição acaba por resultar numa quase sinopse-resumo do original (eu pedira abordagens mais criativas). Uma ou duas hesitações na leitura. Parcimónia (economia, preguiça) na parte visual. «Capitulo» era «Capítulo»; «XVIII» era «VIII».

Carolina D. & R. Leal (11.º 1.ª)
R. Leal & Carolina D. (17,5-17) Pontos fortes Criatividade e originalidade, reveladas, por exemplo, na transposição para 2050 e em formato de diálogo ingénuo (a lembrar livros de ensino antigos, em que se recorria a diálogos semelhantes para se passando a matéria aos alunos). Sentido estético, conjugado com habilidade técnica, tornando o filme um objeto bem acabado (solução com imagens fixas de vários momentos em sequência — em «fotonovela», em vez de filme — é boa). Boa «representação»/leitura em voz alta (em caricatura também do próprio formato), apesar de pequenas hesitações. Aspetos melhoráveis A «capítulo» faltou o acento. Em vez de «o motivo pela qual eles foram a Sintra» seria «o motivo pelo qual eles foram a Sintra». «Alencar» tem a tónica na última sílaba (não é palavra grave, é aguda).

Sara & Ariana (11.º 7.ª)
Ariana & Sara (16) Pontos fortes Transposição para diálogo (no fundo, dramatização do capítulo). Reflexões de Carlos (escondidas de Cruges) resultam. Há alguns momentos bons de expressividade/representação (prejudicados por más condições técnicas do som e por algumas hesitações). Transposição para atualidade (é assumida, não era?) podia ter sido mais aproveitada. Aspetos melhoráveis A já mencionada recolha de som (ficam demasiado diferentes partes ditas por Sara e por Ariana, o que torna inverosímil a situação — embora não tão importante, também se sente a falta de ruídos que o contexto tornaria obrigatórios; as poucas falas de terceiros também não ficaram suficientemente difierentes das dos protagonistas). Correção linguística: «deveria de ir» é deveria ir»; «estivestes» (a 5.12’) por «estiveste».

Gonçalo (11.º 12.ª)
Gonçalo (9) Pontos fortes Ritmo da leitura em voz alta, muito pausada. Aspetos melhoráveis Imagens googladas. Texto pouco ambicioso. Correção linguística: «conhecer a Sintra» (seria: «conhecer Sintra»); «após, finalmente Carlos» («depois, finalmente Carlos»); «dissera que ele ser um génio» («dissera ser um génio»); «que ele já não vivera lá» («que ele já não vivia lá »); «se devera» («se devia» ou «se deveria»); «tivera mudado» («tinha mudado» ou «mudara»); «para que possam» («para que pudessem»). Na escrita: «capitulo» (capítulo»); «Maias» (Os Maias). Na pronúncia: em «Cruges» o é não é lido [g] mas como se lê um .

Sara G. & Stefanie (11.º 8.ª)

Stefanie & Sara G. (17,5-17) Pontos fortes Texto bem adaptado — e bem criado (cfr. reflexão de Maria Eduarda). Conhecimento da obra. Boas leituras em voz alta. Filme com recolha de imagens dos próprios locais. Aspetos melhoráveis Alguns pormenores de redação: por vezes, o relativo ficou demasiado longe do seu referente: «Cruges, por um lado, cujo pensamento [...]»; «Carlos da Maia, por outro, que [...]»; falhas de coesão temporal: «desejava conhecê-lo» (seria: «desejo conhecê-lo» — está a pensar no momento, não é?); «quando encontraria eu» («quando encontrarei eu»); «era agora o seu novo» («é agora o seu novo»); «passos que eu tivera dado» («passos que eu tinha dado»). Pronúncia: é «devaneio» (não «*desvaneio»).

Xana (11.º 8.ª)

Xana (13,5) Pontos fortes Clareza da leitura em voz alta. Transposição do original para uma carta, de Carlos a Maria Eduarda (embora, na verdade, com poucos elementos de invenção própria). Aspetos melhoráveis Imagem pobre (capa do livro apenas). Pouca extensão da gravação. Alguns problemas de redação: «sendo que obtinha imensa curiosidade» (seria: «sendo que tinha imensa curiosidade»); «e que denotes a saudade» («e que notes a saudade»); «perdendo assim aquele encontro de causalidade que lhe pretendia atribuir» («perdendo-se assim a casualidade que pretendia atribuir àquele encontro»); «o que há muito não acontecera» («o que há muito não acontecia»); finalmente, «do mesmo modo [esse amor] seja recíproco» é pleonástico.

Sam (11.º 5.ª)

Sam ([chegou-me já tão tarde o filme, que prefiro não lhe atribuir classificação, embora, de certo modo, ainda o tenha tido em conta para efeitos de avaliação final]) Pontos fortes Expressividade conseguida em muitos momentos da leitura em voz alta (o que não significa que não me parecesse que a leitura deveria ter sido mais ensaiada, já que ao lado dessas boas soluções, e da facilidade revelada pela Sam, também há várias hesitações que denotam que não houve repetições em número suficiente). Abrange-se o essencial do enredo do capítulo (no entanto, note-se, apesar da transposição para a primeira pessoa, há pouco criação pessoal). Aspetos melhoráveis Modo de ilustrar o texto através de imagens googladas (fala-se em «cães», usa-se uma imagem de um cão; etc.) já foi por mim muito desaconselhado. Alguns problemas de pronúncia: «Cru[z]es» seria «Cruges»; início de «que episódio [engraçado]!» saiu nasalado; «patrafona» será «matrafona».

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