Saturday, August 26, 2017

Poesia trovadoresca pelo 10.º 4.ª



Seguem-se trabalhos em torno de cantigas. As instruções para esta tarefa ficaram aqui. Ao longo das férias, irei escrevendo os comentários.

Rodrigo
«Porque se foi daqui meu amigo» (Fernão Froiaz) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=808&pv=sim | Rodrigo (18,5-18) Muito bom texto, de género autobiográfico, memorialístico, ainda que, aqui e ali, talvez demasiado burilado (se eu tiver um jardim todo cheio das flores mais belas, nem reparo que há flores belas — alegoria para: se todos os segmentos do texto tiverem um recurso estilístico, todas as frases um advérbio inteligente, um adjetivo que evite a repetição do que já se usou, , não nos aperceberemos de que esta ou aquela frase ou palavra são interessantes). A leitura em voz alta está também muito boa, considerando a relação entre as dificuldades postas por um texto muito complexo, extenso, a velocidade a que se conseguiu ler. Imagens muito apropriadas. Em «eventualmente arranjei uma nova melhor amiga», o advérbio é usado na aceção inglesa (‘finalmente, ‘consequentemente’, ‘enfim’, ‘então’); em português, por ora, «eventualmente» significa ‘talvez’. Em «a única relação [...] reside apenas» era desnecessária uma das palavras que sublinhei (muitos dirão que há um pleonasmo). Certos futuros («tratá-lo-á», «nunca se voltará»), no momento em que se está a reportar um passado, talvez devessem dar lugar a condicionais («tratá-lo-ia», «nunca se voltaria»).

Gonçalo
«Ai Deus, u é meu amigo» (João Lopes de Ulhoa) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=716&pv=sim | Gonçalo (17,5) Texto narrativo muito bem escrito cria uma continuação ou um sucedâneo, em prosa, da cantiga lida no início, correspondendo o narrador ao sujeito do poema de Ulhoa. Interessante a estratégia de, para nos adiar o desfecho, intercalar a parte de comentário literário imediatamente antes da conclusão da «história». Leitura em voz alta bastante perfeita (com uma única hesitação [1.30]). Imagem bonita e pertinente. Em «com uma delicadeza que só ele era capaz» creio que falta a preposição («com uma delicadeza de que só ele era capaz»); «zumbido» saiu demasiado «z[o]mbido».

Clara
«Foi-s' um dia meu amigo daqui» (Martim de Caldas) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1225&pv=sim | Clara (18-17,5) Numa espécie de desnvolvimento em prosa da cantiga de amigo, criou-se texto de 1.ª pessoa (correspondendo esse narrador homodiegético ao sujeito da cantiga), transposto já para o nosso tempo, que está bem escrito. Leitura em voz alta boa ou boazinha (sem erros, mas com duas ou três ligeiras hesitações). Parte visual — filme — revela bom gosto e cuidado técnico: cenários do filme acompanham (ou simbolizam) as fases do enredo da narrativa e da cantiga. Melhorável: «Sem confessar-se a ninguém em específico» (preferível: «sem se confessar a ninguém especificamente»; «é intitulada de» («é intitulada» ou «intitula-se» sem preposição) — já agora, não se pode dizer que «Foi-s' um dia meu amigo daqui» seja o título da cantiga (convenciona-se citar os poemas que não têm título através do v. 1, o que não implica que se possa dizer que se trata de um título).

Joana
«Esso mui pouco que hoj´eu falei» (João Garcia de Guilhade) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=406&pv=sim | Joana (17-16,5) O texto criado é uma narrativa (reconheçamos: um tanto ao estilo de telenovela ou de teatro radiofónico) que serve para estabelecer analogias com aspetos da cantiga. Está bem redigida e serve também para nos revelar capacidades da autora quanto a estabelecer interpretações das linhas dos dois textos (história e cantiga). Boa leitura em voz alta, ainda que com uma ou duas hesitações. Na leitura da parte da cantiga, o xis de «dixe» corresponde aproximadamente ao som [∫] (como em ch em português atual). Imagem é apropriada (seria um dos relógios arranjados pelo bom do José do Relógio, curiosamente ainda na caixa original). Melhorável: «*Até o carro se desaparecer pela rua» («Até o carro desaparecer pela rua»).

Emilly
«Quantas sabedes amar amigo» (Martim Codax) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1312&pv=sim | Emilly (16-16,5) Boa leitura da cantiga. A restante leitura em voz alta talvez pudesse ser mais interpretativa, parece-me demasiado igual, por vezes um pouco apressada (e há cortes na gravação). Texto criado corresponde a um depoimento pessoal a propósito do tópico ‘mar’ (não há incorreções de escrita, mas o estilo é relativamente informal, de quem conversa espontaneamente, desperdiçando-se um pouco a densidade, a complexificação, que permite a escrita). Pareceu-me repetir-se um pouco «Esta cantiga» (o que seria um exemplo da necessidade de demorar mais rtempo na escrita). Imagem apropriada e bem escolhida.

Eduardo
«Por mui fremosa, que sanhuda estou» (Pero Meogo) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1214&tr=4&pv=sim | Eduardo (17-17,5) Texto muito bom (destaco o final, com retoma da cantiga, e pequenos comentários de auto-ironia — «quinze fotos familiares depois»). Leitura em voz alta poderia ser menos rápida (essa velocidade acaba por fazer que algumas sílabas sejam quase «comidas» e propicia naturais hesitações); por outro lado, tem o mérito de ser muitas vezes expressiva, quase sempre adequadamente expressiva. Parte visual, assente em montagem de fotografias de ilustração do percurso e decerto do seu arquivo pessoal-familiar, mostra cuidado e apoia bem o texto. Melhorável: «*Leva-nos [à/há?] cerca de quatro meses [atrás]» seria «Leva-nos a cerca de há quatro meses [atrás]»; «Leonor de Castro» é lapso (Inês de Castro).

Hugo
«A dona que eu am'e tenho por senhor» (Bernal de Bonaval) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1083&tr=4&pv=sim | Hugo (16-15,5) Texto em tom pessoal, bem escrito, com momentos de bastante sensibilidade. Leitura em voz alta em velocidade correta (talvez ligeirissimamente mais rápida do que poderia ser), com boas soluções de expressividade aqui e ali, mas que talvez não perdesse em ter sido mais ensaiada. A corrigir: «*Para mim [...] causou-me» (seria: «A mim [...] causou-me»); «*pelo que me tornei hoje» («por aquele em que me tornei hoje»). Imagem muito adequada.

Diana
«Quand'eu fui um dia vosco falar» (João Airas de Santiago) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1044&tr=4&pv=sim| Diana (15,5) Boa atualização do texto da cantiga; comentário literário também procurou ser original. Texto, entre o expositivo e a reflexão pessoal, geralmente bem escrito (ainda que este tipo de texto pudesse cair facilmente em lugares comuns). Leitura em voz alta correta e em velocidade adequada, mas com uma ou duas hesitações (corrigir: «*e juntas das coisas» — «e junto das coisas»). Imagem, decerto original, é bonita (Notre-Dame, em Paris; Santiago de Compostela também seria apropriado, porque o João Airas devia ser galego e de Santiago). Melhorável: «*Irão haver pessoas» («Irá haver pessoas» — é que o verbo «haver» não tem sujeito: «pessoas» é o complemento direto).

Inês O.
«Covilheira velha, se vos fezesse» (Afonso Anes de Cotom) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1611&pv=sim | Inês O. (15) Texto criado é interessante, autobiográfico, um relato que se segue muito bem (às tantas, porém, ficou quase demasiado espontâneo, improvisado — um exemplo: «e etc.»). Leitura em voz alta da cantiga podia ser mais convicta (foi uma leitura de quem não está confiante e lê mais para si do que para os outros ouvirem); ficou melhor a leitura da parte de texto próprio, num estilo que é quase o de quem conversa. Imagem adequada à narrativa (se for verdadeira, melhor ainda). Há aspetos a corrigir em termos de escrita ou de pronúncia: «*no entretanto» («no entanto», «entretanto»); «*[in]volução» («evolução»); e, sobretudo, é preciso cuidado com o «onde», mais do que uma vez mal usado (só um exemplo: «*esta empregada, onde eles poderiam substituí-la» — talvez: «esta empregada, que eles poderiam substituir»).

Madalena
«Hoje quer'eu meu amigo veer» (João Soares Coelho) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=702&pv=sim | Madalena (17,5) Texto criado é argumentativo, o que implica um grau de dificuldade maior, bem superado. Não sei se os depoimentos (a imitar o género jornalístico que se costuma designar como «vox populi» — recolha de opiniões breves ao acaso) são verdadeiros; presumo que não, porque me parecem construídos com sub-reptícia ironia. Boa, ou mesmo muito boa, leitura em voz alta. Imagem é uma fotografia bonita (se tirada pela autora, melhor ainda). Melhorável: «*receio [...] em não querer que o filho veja o amigo» (seria: «receio de que o filho veja o amigo» ou «vontade de que o filho não veja o amigo»).

Margarida
«A meu amigo, que eu sempr'amei» (João Garcia) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=855&pv=sim| Margarida (16-16,5) Texto bem escrito, uma narrativa na 1.ª pessoa (que não podemos saber se é rigorosamente autobiográfica) associável à cantiga. Boa leitura em voz alta (só «feminismo» não saiu bem). Parte visual, que implicou reunir imagens do arquivo pessoal (e sei que com autorização das amigas), beneficia o trabalho, porque ilustra o relato memorialístico, trazendo-lhe vivacidade, movimento. A corrigir: «*e que podia contar sempre» (ficaria: «e com que podia contar sempre»); em «deveras encharcado em lágrimas» talvez prescindisse do «deveras». Note-se que o tempo mínimo não foi cumprido (ainda que por míseros três segundos).

Pedro
«U noutro dia seve Dom Foam» (D. Dinis) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1572&tr=4&pv=sim | Pedro (18) Texto muito bem escrito, transpondo para experiência própria uma característica caricaturada numa cantiga de escárnio e maldizer. Leitura em voz alta sem erros, mas abusando talvez da pontuação (nem toda a pontuação gráfica tem o seu correspondente em pausas na entoação — há sinais que são obrigatórios pelas leis da sintaxe mas que não têm de «ser lidos»). Imagem ilustra bem a memória que constitui o relato. Melhorável: «*A partir do momento que me foi contado que» (seria: «A partir do momento em que me foi contado que»); talvez também «*número de vezes que olhava» («número de vezes em que olhava»).

Inês P.
«Ai ondas que eu vim veer» (Martim Codax) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1314&pv=sim | Inês P. (16-16,5) Texto está bem escrito — com uma ou outra incorreção que assinalo a seguir. Leitura em voz alta boa (talvez muito boa), em velocidade sempre controlada (que nos pode parecer quase lenta mas é a ideal para ouvirmos bem). «Codax» deve ser lido «Coda[∫]» (este símbolo fonético corresponde ao som do «ch» em português) e não «Coda[ks]»; «veer» corresponde ao nosso «ver» (e não a «vier»). Imagens adequadas, embora nenhuma das praias seja a deTroia ou a de Vigo (em Vigo, aliás, é mais ria). A corrigir: «*o seu tempo livre que tinha» (seria «o seu tempo livre» ou «o tempo livre que tinha»); «*permite com que» (é «permite que»). Note-se que o grande terramoto de Lisboa foi em 1755 (não em 1775).

Laura
«Eu nunca dórmio nada, cuidand'em meu amigo,» (João Lopes de Ulhoa) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=720&tr=4&pv=sim | Laura (18-17,5) Texto sem erros (não gosto particularmente de narrativas que usam a estratégia de se descobrir no final enquanto sonho, mas esta está bem escrita). Leitura em voz alta muito boa. Imagem também muito adequada. A corrigir: «*limitando-me apenas» (e preferível «limitando-me», sem nada mais, para evitar o pleonasmo); «*tivera dado» é um cruzamento de «dera» com «tinha dado», as formas, simples e composta, do mais- -que-perfeito (só usaremos uma: ou «dera» ou «tinha dado»); «batida da porta» não me soa bem («bater da porta»); «e que, se tal for verdade» («e diz que, se tal for verdade,»); «corri de encontro ao meu irmão» (ou, como talvez fosse melhor, «corri ao encontro do meu irmão» — neste caso, até dá dos dois modos, uma vez que terá a autora chocado com o irmão quando ia ao seu encontro).

Mafalda
«Ai ondas que eu vim veer» (Martim Codax) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1314&tr=4&pv=sim | Mafalda (18-18,5) Texto criado, muito bem redigido, é narrativo, mas com vários momentos em que a protagonista exprime sentimentos e, por isso, também o podemos considerar lírico-narrativo ou épico-narrativo (para ser franco, preferia que o motivo fosse mais medieval, ou então assumidamente contemporâneo, do que, como é o caso, da época das descobertas — mas a escolha é legítima, é claro). Leitura em voz alta muito boa (há só uma ligeira hesitação, logo no início, cerca de 0.10), num estilo próximo do de uma verdadeira dramatização (sobre a pronúncia do apelido do jogral Codax, reproduzo o que já escrevi em outros comentários: «Codax» deve ser lido «Coda[∫]» (este símbolo fonético corresponde ao som do «ch» em português) e não «Coda[ks]». Imagem é um desenho, pela autora. Não podemos falar em leixa-prem numa cantiga de só duas estrofes (o leixa-prem propriamente dito é a repetição do 2.º verso da 1.ª estrofe como v. 1 da terceira estrofe; do v. 2 da segunda estrofe como v. 1 da quarta; etc. — no nosso manual, isto está bem explicado na p. 32, item 2; mas mal explicado no glossário da p. 69).

Francisca
«Estes meus olhos nunca perderám» (João Garcia de Guilhade) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=404&pv=sim | Francisca (16) Texto criado aproveita uma ideia da cantiga de amor, desenvolvendo-a numa narrativa de 1.ª pessoa, ficcionada, bem escrita. Leitura em voz alta da cantiga propriamente dita está muito boa, nem tanto a do texto criado pela autora (há aí hesitações [1.21; 1.40; 2.16], que destoam do resto e, portanto, valia a pena ter repetido a gravação). Imagem escolhida não é mera ilustração — dialoga, ironicamente, com o texto criado e com a cantiga.

Tomás
«Praz-mi a mi, senhor, de morrer» (D. Dinis) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=501&pv=sim | Tomás (16) Texto criado é de tipo expositivo-argumentativo, com o mérito de ir intercalando entre os exemplos expressões ou frases citadas da cantiga, que assim se entretecem com o resto da argumentação. Boa leitura em voz alta. Imagem é homenagem que responde, de certo modo, a um dos apelos surgidos no texto. A corrigir: «*demasiada curta» («demasiado curta»); «chatear» deve evitar-se a não ser num registo muito informal (que, na escrita, só aconteceria em diálogos); «sem por nós ter sido dado o devido valor» («sem por nós lhes ter sido dado o devido valor»).Trata-se, note-se, de uma cantiga de amor (e não, como se afirma, de uma cantiga de amigo.

Botea
«Sedia-m'eu na ermida de Sam Simion» (Mendinho) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=861&pv=sim | Botea (18) Texto autobiográfico bem escrito, com inteligentes recuperações pontuais de citações da cantiga. Boa leitura em voz alta, beneficiando da clareza advinda de não se ter o vício lisboeta de comer vogais e sílabas. Em termos visuais conseguiu-se que a informação veiculada pelo discurso oral fosse ilustrada, potenciada ou caricaturada, pelos «cartoons» que figuram em alguns dos slides. Há dois erros evitáveis: «*creatividade» (criatividade), «*terem havido dias» («ter havido dias»; o verbo «haver» não sujeito — «dias» e o complemento direto).

Francisco
«Jus’a lo mar e o rio» (João Zorro) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1182&pv=sim | Francisco (15) Texto está correto mas parece-me um tanto «burocrático», muito igual a outros textos expositivos no domínio da divulgação das preocupações ecológicas (teria gostado de abordagem mais criativa, mais pessoal, que implicasse escrita em que encontrasse mais claramente a marca do autor — aliás, como a leitura foi muito calma, acaba por haver pouco texto, se considerarmos que o filme demora pouco mais do que o tempo mínimo). Leitura em voz alta parece-me demasiado lenta, mas não há erros («preservação» é que não saiu bem»). Boa imagem. A corrigir: «*incêncio na qual» («incêndio em que/no qual)».

João S.
«Eu, Louçana, enquant'eu viva for» (Martim Padrozelos) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1267&pv=sim| João S. (16,5 [NB: imagem é provisória, será substituída por foto tirada pelo autor; nessa altura lançarei o meu comentário])

Lourenço
«Per ribeira do rio» (João Zorro) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1176&pv=sim| Lourenço (15-15,5) História criada é interessante (tem uma série de peripécias de vários níveis temporais, incluindo a alusão ao contexto da cantiga, que mostram engenho narrativo). Leitura em voz alta parece-me pouco preparada (às vezes, sentimos que o texto podia estar mais reconhecido e que se lê sem ter havido um ensaio mais aourado). Boa imagem. A corrigir: «Embora o vento cortante [...], tenho de ir buscar [...]» (teria de haver verbo ou, em vez de «embora», usar-se «apesar de»: «Apesar do vento cortante [...], tenho de ir buscar [...]»).

Daniel V.

«A mia senhor, que mui de coraçom» (Rui Pais de Ribela) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=310&pv=sim | Daniel V. (14) Texto criado é bastante inventivo e criativo, conseguindo-se boa ligação com a cantiga (em termos de correção de escrita, ainda que houvesse que rever melhor, aperfeiçoar a sintaxe). Leitura em voz alta é que está demasiado informal e rápida (era preciso ter ensaiado mais, ter repetido mais). Imagem fica bem.

Leonor
«Pero da Ponte, paro-vos sinal» (Afonso X) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=491&pv=sim | Leonor (16-15,5) O texto criado, uma memória de infância, está bem escrito (falta, porém, a parte de comentário literário à cantiga). Leitura em voz alta também está bem. Imagem foi bem escolhida. A corrigir: «energética» («enérgica» — as pessoas não são energéticas [‘o que dá energia’] , são enérgicas [‘o que tem energia’]).

André

«Jograr, mal desemparado» (João Soares Coelho) | http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1442&pv=sim | André (13,5) Trabalho não foi feito com a suficiente dedicação (dá-me ideia de que foi tudo feito à pressa). Tempo mínimo não foi cumprido (há uma parte sem som; há uma parte sem imagem — cada uma delas com cerca de minuto e meio, que será o tempo atingido — provavelmente a ideia era fazê-las coincidir na montagem). Memória relatada é interessante, articula-se com a cantiga, embora seja um relato mais coloquial, quase espontâneo, do que de escrita trabalhada (e faltou o comentário literário). Leitura em voz alta podia ter sido mais ensaiada. Imagens não são todas do autor (era preciso saber distingui-las para poder eu agora fazer um comentário). A corrigir: «*Fiz um grande drama sobre um acontecimento» («Fiz um grande drama por causa de um acontecimento»); «*damos importâncias a assuntos» («damos importância a assuntos»).

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