Wednesday, August 23, 2017

Tepecê de férias e outros trabalhos de casa para o 3.º período


Eis as tarefas que os podem ir ocupando (admito que, ao longo do 3.º período, não haja muito mais para fazer em casa). Prazos, desta vez, são rigorosíssimos. Escrevo isto a 1 de abril, mas é mesmo verdade.

Escreve frase sobre ler, leitura, livros (mas que fuja aos lugares comuns). Pensa em solução que torne a frase chamativa (alguma ideias de que me lembrei: usar charadas, emojis, várias línguas, caligrama, ironia, aliterações; mas a redação inteligente já pode ser suficientemente impressiva). Dado que, entretanto, me pediram esclarecimento acerca da extensão apropriada, direi que será a de um slogan, um aforismo, enfim, entre uma linha e, no máximo, três ou quatro linhas. Deixo-lhes estes exemplos de frases sobre leitura (mas as vossas devem ser originais). Escolherei as melhores frases, carreando-as para o CRE/Biblioteca, que mas pediu e pretende usá-las na semana de 16 de abril, para promoção do prazer da leitura. Este trabalho pode ser-me dado em papel logo na primeira ou, no máximo, na segunda aula do 3.º período.

Cria microfilme — ou um trabalho cujo suporte final seja um documento vídeo — a propósito de livro(s) lido(s) no período passado ou em curso de leitura agora. Este vídeo pode ser feito individualmente ou em pequeníssimo grupo (em pares, talvez — de qualquer modo, terão de me perguntar se aceito os pares em causa; e serei mais renitente para triplas). Terá de ter, pelo menos, dois minutos e meio (o que não significa que não deva ter um pouco mais — cerca de três minutos —; e, se se tratar de tarefa por grupo, três minutos e meio será mesmo o mínimo aceitável). Notem que, quando se refere ‘tempo mínimo’, fica explícito que trabalhos com menos tempo não serão aceites e fica implícito que o mais adequado será até que o trabalho ultrapasse aquela duração (no trabalho anterior foi surpreendente: (i) serem-me entregues trabalhos cuja duração não cumpria o mínimo; (ii) haver muitas situações em que os trabalhos pareciam não querer demorar-se nem mais um segundo — atingindo os 2.29, 2.30 e, por vezes, até fechando um pouco abruptamente, como se não percebessem que podiam continuar ainda). Não indicarei uma duração máxima, mas não se espera que os filmes vão muito além do dobro do tempo mínimo exigido.

Não se pretende uma apreciação crítica do livro ou livros; o trabalho será uma abordagem criativa cuja relação com a obra-fonte pode ser relativamente indireta. Como já expliquei para o primeiro trabalho deste tipo, sobre poesia trovadoresca, o livro que é o ponto de partida é apenas isso mesmo: um pretexto para criação vossa, original. Desta vez, gostava que a abordagem fosse até mais livre e, já agora, mais sofisticada em termos técnicos. Os melhores microfilmes de anos anteriores poderão dar ideia do que se pretende. Deem um relance a estes exemplos de bibliofilmes de há dez anos ou a estes bibliofilmes de há três anos (já fiz uma seleção dos melhores); também será possível, a partir da secção 'Alguns trabalhos antigos', ver bibliofilmes de há seis anos (mas, neste caso, vejam talvez apenas os que tiveram notas de muito bom).

Se o trabalho for em grupo, pode o vídeo fazer abordagem que, globalmente, aluda aos livros lidos pelos autores. Os temas dos dois concursos que menciono a seguir (‘Ulisses e Penélope’ [ou ‘Minotauro e o labirinto’ ou ‘Zeus e os Jogos Olimpícos’] e ‘Amor e desamor [de Inês e Pedro]’) talvez pudessem servir de agregadores (não terão as vidas de Ulisses/Penélope ou de Inês/Pedro pontos aproximávais de características dos livros que lhes terão calhado?).

Tem de haver algumas partes, pelo menos, com expressão oral (em off ou «em direto», de leitura, diálogo ou monólogo — espontâneo ou representado), mas, desta vez, este elemento pode ser menos constante ao longo do filme. Assume-se que, mais do que uma gravação com leitura em voz alta, estes trabalhos tenderão agora a ser microfilmes propriamente ditos, uma primeira experiência em termos mais cinematográficos. Não se descarta que alguns adotem um formato com menos ambições — uma simples gravação áudio mais imagem fixa —, mas adverte-se que é uma solução que será menos valorizada. Nos trabalhos em dupla (ou em tripla), os vários autores devem intervir oralmente alguma vez.

Como em todos os nossos trabalhos, seria severamente castigado qualquer aproveitamento de trechos de outros autores sem indicação clara dessa citação. De qualquer modo, esta prevenção seria mais necessária se se tratasse de comentar, analisar, apreciar as obras, fazer resumo — e, repito, não é isso que se pretende. No trabalho anterior fiz um apelo que repito: evitem as imagens googladas (a montagem de um filme fundado em slides com imagens apressadamente pesquisadas não é interessante; mesmo os slides com a capa da obra ficam, em geral, feiosos).

O microfilme deve chegar-me em formato MP4, WMV, etc. (por favor, vejam se não me enviam, por engano, o ficheiro ainda de projeto, WLMP). Tentem que o título do ficheiro seja Bibliofilme de Fulana, Beltrano e Sicrana do 10.º 0.ª ou Bibliofilme de Fulano do 10.º 0.ª. No corpo do e-mail, peço-lhes que indiquem o livro, ou os livros, que serviram de ponto de partida (e os autores do bibliofilme, se não for apenas quem subscreve a mensagem). Como sempre digo, se nada responder é que não recebi mail (agradeço sempre; infelizmente, muitas vezes para dizer que ainda está em projeto de MovieMaker ou que se esqueceram do anexo). Desta vez, não alertarei os autores de trabalhos que não cumpram o tempo mínimo (mas, é claro, esses trabalhos não serão avaliados ou, se o forem, terão sempre nota fraca).

Trabalhos serão incorporados em Gaveta de Nuvens a partir de hospedagem no YouTube ou em outra plataforma do género (de que tratarei eu). Portanto, devem ter em conta que os filmes ficam acessíveis universalmente — ainda que, segundo a minha experiência, que a estatística de visualizações confirma, acabem por só ser vistos pelos leitores do próprio blogue (e, mesmo assim, por muito poucos). Para quem se sinta constrangido, convém evitar abordagens pessoais ou que impliquem exposição do próprio autor. Não descarto substituir a incorporação em Gaveta de Nuvens por exibição em aula da gravação, mas, francamente, é solução que me parece até mais constrangedora e, sobretudo, muito menos eficaz em termos de benefício da aprendizagem de todos e da economia do nosso tempo.

Prazo: envio (para luisprista@netcabo.pt) até às 23 horas e 59 minutos de 20 22 de abril de 2018. Quem já souber que vai ter problemas com o computador no último dia para envio do trabalho deve apontar para data anterior.

Valerá a pena ponderarem se não conseguiriam que o filme correspondesse ao que é pedido num dos dois concursos que refiro a seguir. Se assim fosse, além de resolverem uma tarefa escolar, poderiam aproveitar o mesmo trabalho para concorrer a um destes concursos:

Concurso sobre Ulisses e Penélope [Olimpíadas da Cultura Clássica; também são aceites os temas ‘Minotauro e o labirinto’ ou ‘Zeus e os Jogos Olimpícos’] (http://www.rbe.mec.pt/np4/2005.html) — trabalho pode ser filme, blogue, música (clip filmado); individual ou coletivo (neste caso de dois a quatro elementos, mas, como disse já, constituição do grupo deverá ser por mim aprovada). Este concurso, para alunos ou grupos que tivessem lido a Odisseia é especialmente interessante, mas admito que mesmo para outros que partam de outros livros mas conheçam aquelas personagens de Homero.

Concurso Inês de Castro, sobre ‘Amor e desamor [idealmente com alguma alusão a Pedro e Inês]’ (http://gavetadenuvens.blogspot.pt/2017/08/concurso-ines-de-castro.html) — produto final em vídeo mas deve corresponder a artes performativas (teatro, dança, filme); grupos de dois a cinco elementos (mas constituição do grupo teria de ser por mim aprovada — e, como se depreende, da explicação genérica anterior, prefiro pares ou, quando muito, trios).


              Lê livro (integrável em literatura de viagens, de preferência, ou de outro género). Desta vez, não teremos de seguir a lista estrita dos programas, e por isso será possível escolher-se livro de que efetivamente se goste. Prazo, neste caso, é mais indefinido mas a leitura deveria ficar feita até à primeira metade de maio ou mesmo ligeiramente mais tarde (no fundo, até ao fim do ano letivo). Então, lhes pedirei um escrito (ou algum outro tipo de feed-back) sobre essa leitura (em termos que só lhes direi depois da obra lida; mas, por favor, não esperem por essa indicação para começar a leitura). A minha sugestão seria que tentassem livro de viagens ou que tivesse que ver com viagem (entraria aqui a ficção científica, todo o Júlio Verne, os livros de aventura à Robinson, os de Salgari, de Stevenson, etc., as epopeias). Os livros de contos teriam a vantagem de permitirem leituras de textos mais pequenos, em função do tempo de que ainda disponham; mas também os livros de crónicas (genericamente ou de viagens) aceitam bem este tipo de leitura parcelar. Enfim, não restringiria o âmbito destas leituras, embora não aconselhe os livros pensados apenas para comércio (em geral, cheios de diálogo e peripécias — sim, os Harry Potter, os Códigos da Vinci ou os sucedâneos de José Rodrigues dos Santos, a geração de livros recentes com vampirices, os livros melosos de Chagas Freitas ou de Nicholas Sparks, entram nesta classe de livros que, desculpem-me, não interessam para este objetivo de ter algum desafio literário ainda que sem demasiado sacrifício). Na biblioteca da escola não será difícil encontrar livros com este perfil. Também levarei para a sala exemplares meus que posso emprestar.

Escreve crónica de viagem para Fugas (suplemento do Público, aos sábados) — Depois de ver alguns exemplos da coluna «Fugas dos leitores» (http://gavetadenuvens.blogspot.pt/2017/08/as-fugas-dos-leitores.html; ou no site do jornal, em baixo; sobre ‘relato de viagem’, pode ser útil a p. 303 do manual), e percebendo que se trata de dar conta de viagem, saída, verdadeira mas que também é possível assumir como ‘viagem’, metaforicamente, por exemplo, até a leitura de um livro, escrever texto que me será enviado, ou dado em folha impressa, e que eu reverei (lançando depois vocês essas emendas no vosso ficheiro, enviando-me de novo). Se se achar que vale a pena, a crónica será enviada para o suplemento do Público Fugas (https://www.publico.pt/fugasdosleitores). Os textos, acompanhados preferencialmente por uma foto, devem ter cerca de 2500 caracteres. Esta tarefa deve ser enviada (para luisprista@netcabo.pt) entre 25 de abril e 1 de  maio.

Prepara leitura em voz alta, tendencialmente expressiva, das estâncias de Os Lusíadas que te vierem a ser atribuídas (cfr. fase final da Liga dos Campeões ou Liga Europa). Para já, em baixo deixo uma leitura de todas as estâncias do poema em português do Brasil; logo que possa, deixarei uma leitura minha mas só das estâncias que estão no manual. Depois, em função dos jogos da LC e da LE — que esclarecerei logo nas primeiras aulas do 3.º período —, prepararão as vossas estâncias. Enfim, esta tarefa não pode ser de imediato preparada, já que dependerá também da evolução dos jogos nas duas ligas.
Leituras minhas:


E já para as novas jornadas (de LC, LE e preparação do Mundial):


Estuda gramática — como de costume, não  datarei o que faremos para testar estes conteúdos — um ou dois daqueles nossos trabalhos de gramática —, mas posso fixar já os assuntos que estarão em causa: além das funções sintáticas já estudadas, veremos agora especialmente a de complemento do nome [pp. 129-130] e a de complemento do adjetivo [p. 199]; também a história da língua (o português: génese, variação e mudança [pp. 64-66]; principais etapas do português [cfr. p. 64 e pp. 203-205]; arcaísmo e neologismo [p. 239]); ao lado da história do português, a genealogia linguística [p. 269] e a geografia do português [pp. 270-272]; revisão dos processos regulares de formação de palavras [p. 319]; revisão e certo aprofundamento de classificação de orações [p. 323]; epopeias e estrutura de Os Lusíadas [pp. 216-221, 275].
[em atraso:]
Quem não enviou reformulação de palavra de estimação ou de verbete falso pode, deve, fazê-lo agora (ou mesmo enviar a primeira versão), logo que possa. Pode ajudar a redação do falso verbete esta chave que está num marcador do Dicionário Houaiss.
Quem não chegou a fazer recitação de soneto de Camões (ou a fez muito mal — no fundo, quem teve nota negativa) poderá apresentá-la logo que queira (leitura-exemplo).


Queria lembrar-lhes ainda, já fora das tarefas escolares propriamente ditas, a possibilidade de escreverem texto para Concurso literário José Gomes Ferreira (poesia; prosa narrativa; teatro), cujo prazo final é 15 de junho. Veja-se aqui o regulamento.