Monday, September 15, 2014

Aulas (1.º período, 2.ª parte: 29-52)


Aula 29-30 (5 [1.ª, 8.ª], 6 [5.ª, 12.ª], 7/nov [7.ª]) Na p. 131, lê a carta cujos remetente e destinatário são dois escritores portugueses do século XX, José Régio e Jorge de Sena.
Sem me maçares com perguntas sobre significados, em cada item que se segue circunda uma das quatro expressões à direita, a que tenha o valor mais aproximado da usada no texto (que pus a negro e à esquerda). Abstrai-te das possíveis diferenças de género (masculino/feminino).
caro (linha 1) — importante / prezado / rico / dispendioso
vagar (l. 3) — calma / ócio / lentidão / pachorra
renunciar a (5) — desistir de / apartar-me de / desprezar / renegar
sufocação (5) — pesadelo / afronta / azáfama / asfixia
implica (7) — envolve / impacienta / antipatiza / embirra
abrir-se-me (12) — expor-se / viajar / correr / fugir
justo (13) — merecido / justiceiro / religioso / razoável
notas (15) — taxas / reflexões / ofensas / classificações
sarcasmo (16) — injúria / apodo / ultraje / ironia
ferida aberta (17) — ressentimento / infâmia / lesão / transgressão
vem à pena (18) — inspira / comove / ocorre / tem pena
faça caso (18-19) — troce / esqueça / exagere / dê importância
coisas (20) — objetos / textos / pertences / posses
fundo (20) — arraial / acampamento / orifício / âmago
consola-me (21) — dá-me gozo / recorda-me / lembra-me / compensa-me
críticas (21) — análises / sátiras / tosquias / discussões
superficialidade (21-22) — futilidade / ligeireza / aparência / narrativa
apostadas (22) — enfeitadas / embelezadas / atentas / ataviadas
foram (22) — eram / tornaram / iam / fossem
multifacetado (notícia biobibliográfica) — cru / estranho / hipócrita / diversificado
 
Campo lexical é o conjunto de palavras ou expressões que abrangem um determinado campo conceptual. Já víramos que o campo lexical de ‘biografia’ inclui «vida», «histórico», «infância», etc.; e podemos dizer que o campo lexical da «____» inclui «rir», «contente», «alegria», «bom humor».
Campo semântico é o conjunto dos diferentes sentidos que toma uma palavra. A palavra «braços» aparece a seguir com diferentes aceções: «fulano está a braços com vários problemas»; «o rio desagua em vários ____»; «os braços da cadeira estão carcomidos»; «tens os ____ arranhados». Estes significados — dependentes do contexto em que ocorre a palavra — integram o campo semântico de «____».
Quanto a família de palavras (ou palavras cognatas), é um termo que reúne as palavras que têm o mesmo étimo (tendo dele derivado por diversos processos de formação): «água-pé», «desaguar», «aguardente», «aguadilha» são da família de «____».
Aproveitando o verbete «carta» do Dicionário da Língua Portuguesa (Porto Editora, 2011), constitui parte do campo semântico de ‘carta’. Basta transcreveres três aceções:
......
Indica umas tantas palavras do campo lexical de ‘carta’: .....
Quase todas as palavras seguintes são da família de ‘carta’. Circunda as quatro intrusas: «cartada», «cartão», «cartaz», «cartear», «cartel», «cartilha», «cartista», «carteiro», «postal», «cartabuxar», «cartucho», «descartar», «encarte», «CTT», «cartomante», «carta-cocó».
Abre o livro na p. 129. Lê o enquadrado relativo a «Carta» e atenta sobretudo em «Partes — sua disposição».
A carta que ponho em baixo foi escrita pelo rapaz que é o protagonista e narrador do filme que começámos a ver na última aula.
Renato, de doze anos e meio, está apaixonado por uma mulher, já casada, Malena («Malena» é um hipocorístico de «Magdalena», após síncope de uma das sílabas mediais), com quem aliás nem nunca falara.
Peço-te que cries o que falta no corpo da carta, incluindo a fórmula de despedida (a linha final antes da assinatura «Renato»). Quanto ao cabeçalho (com o endereço da instituição remetente), não o poremos por não ser obrigatório nas cartas privadas. Também o endereço do destinatário, tratando-se de carta privada, ficaria apenas no sobrescrito.
Castelcutò, __________ de 1940
Senhora Malena,
Este meu coração consumido já lhe escreveu cartas e cartas. Se não tive coragem para lhas enviar foi só por não querer fazer-lhe mal. Portanto, perdoe-me por eu ousar mandar-lhe esta.
Fique sabendo que a cidade está cheia de más-línguas, que dizem muito mal de si, que tem um amante secreto. Bem sei que não é verdade, que, a seguir ao seu marido, sou eu o único homem na sua vida. .......
.....
.....
.....
.....
.....
            .....
.....
.....
            .....
            Renato
P.S. — ......
.....
.....

O filme que estamos a ver é Malena, do mesmo realizador de um outro filme mais conhecido, Cinema Paraíso, Giuseppe Tornatore. São de novo memórias de infância. Neste caso, memórias do começo da adolescência.
O tempo da diegese (isto é, o tempo da história, o tempo dos acontecimentos narrados) está muito bem delimitado. O próprio narrador-protagonista refere que se lembra bem da data por que vai começar, o dia em que estreou uma bicicleta, na Primavera de 1940, aos doze anos e meio. E é um acontecimento histórico que permite situar o exato começo da ação: foi nessa mesma data que o Duce (Mussolini) anunciou a entrada da Itália na guerra (a Segunda Grande Guerra).
Com efeito, ao contrário dos dois filmes também de caráter autobiográfico que vimos antes, em Malena o contexto histórico tem uma função enquadradora importante. O tempo da história corresponde aos anos que dura a guerra, cuja evolução vai aliás influenciar os acontecimentos que nos são «narrados». O fim do filme coincide com o recomeço da vida normal, uma vez terminada a guerra. Esses cinco anos encerram a paixão de que trata o filme. (Além das incidências da guerra, também as fitas de cinema que o adolescente revê em sonhos constituem uma moldura contextualizadora.)
É uma história de amor e de iniciação. Não é um amor platónico (apenas espiritual, distante), ainda que o jovem protagonista e o seu objeto amoroso pouco, ou nada, contactem entre si. Isso só acontecerá no final, quando a paixão de Renato já evoluiu para ternura-admiração. O desenlace é contrário ao que se esperaria num filme de amor: o herói vê agora a amada como uma doce memória, pode gozar a saudade controladamente, sem mágoas. (Sabemos que o tempo do discurso vai até mais longe, já que o narrador compara aquele seu amor com todos os outros que depois teve, pelo que percebemos que o tempo da enunciação é o de um adulto com vida longa, próximo do nosso presente.)
O local em que começam e acabam as memórias daqueles cerca de cinco anos é o mesmo, a avenida marginal da vila siciliana. De resto, o espaço físico da narrativa está muitíssimo concentrado, tudo se passa na vila.
Castelcutò funciona como quase-personagem coletiva (e plana): o conjunto das personagens, ou figurantes, é uma espécie de galeria de caricaturas, que se contrapõe a Renato, personagem redonda (isto é, de psicologia mais complexa, menos adivinhável). [Em geral, os termos a negro que usei aqui estão definidos nas pp. 282-283 do manual.]
TPC — Vai fazendo tarefa «grande» (microfilme autobiográfico), cujas instruções estão há já uns dias em Gaveta de Nuvens; prazo máximo para a entrega ou envio: 21/nov (10.º 8.ª); 22/nov (10.º 5.ª e 10.º 7.ª); 24/nov (10.º 1.ª e 10.º 12.ª). Revê gramática.
 

Aula 31-32 (6 [8.ª], 7 [5.ª], 10 [1.ª, 12.ª], 12/nov [7.ª]) Circunda a letra da melhor alínea.


O tratamento de 2.ª pessoa do plural dirigido a um só indivíduo


a) ainda se usa no Alentejo e em alguns bairros de Lisboa.


b) só se mantém no norte (e por falantes bastante idosos).


c) deve ser usado sempre que se interpelem professores de Português.


d) só sobrevive nas orações, como tratamento para Deus.


 


O tratamento por «tu» é usado


a) entre pessoas que se conhecem mal, desde que adultas.


b) cada vez mais de pais para filhos e, generalizadamente, no Brasil.


c) entre jovens, e é mais informal do que o tratamento na 3.ª pessoa.


d) no norte, seguido da terceira pessoa verbal.


 

Se à pergunta «Como te chamas?» alguém responder «Bem, os meus pais pensavam dar-me o nome do segundo rei de Portugal. No entanto, depois de hesitarem, pensaram que devia ter antes o nome do progenitor do penúltimo, e assassinado, rei português. Chamo-me Luís», estará a infringir

a) a máxima de qualidade.

b) o princípio de cortesia.

c) a máxima de quantidade.

d) a máxima de modo indicativo.

 

No Brasil, o tratamento mais generalizado é

a) «tu» e segunda pessoa do singular.

b) «cê» e segunda pessoa do singular.

c) «você» e segunda pessoa do singular.

d) «você» e terceira pessoa do singular.

 

Em aula, apercebemo-nos de que uma evolução em curso (ou já confirmada, mesmo) era a de que os filhos

a) já tratam os pais por «vossemecê».

b) já pedem aos pais mais nenucos.

c) já tratam os pais mais por «tu» do que na 3.ª pessoa.

d) tratam os pais cada vez mais na 2.ª pessoa do plural.

 

Em Portugal, o tratamento por «você» (mais terceira pessoa) é

a) mais abrangente do que o tratamento por «você» no Brasil.

b) especialmente ofensivo no campo.

c) reservado aos interlocutores mais cultos.

d) sentido como mais distante, ou menos delicado, do que o tratamento por primeiro nome («o Luís») e terceira pessoa.

 

O tratamento de 2.ª pessoa do plural («ides») dirigido a vários indivíduos

a) já não se usa em lado nenhum.

b) ainda se usa no Norte, sobretudo por parte de falantes idosos.

c) ainda se usa no Brasil.

d) é o que deveriam usar os alunos em diálogo com um grupo de professores.

 

Quando, em vez de dizer «estudem até à página tal», um professor diz «pedia-lhes que estudassem até à página tal», está a usar uma estratégia que visa cumprir

a) a matéria do programa.

b) o princípio de cooperação.

c) o princípio de cortesia.

d) a máxima de modo.

 

A forma «tivestes» é

a) agramatical (um erro, portanto).

b) a 2.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito de «Estar».

c) a 2.ª pessoa do plural do Pretérito Perfeito de «Ter».

d) a 2.ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito de «Ter».

 

Além da tradicional 2.ª pessoa (no singular e no plural), o Imperativo socorre-se de formas do

a) Presente do Conjuntivo (1.ª pessoa do singular e do plural).

b) Presente do Conjuntivo, para a negativa ou para a 3.ª pessoa e a 1.ª pessoa do plural.

c) Presente do Indicativo (para a negativa) e do Presente do Conjuntivo (para «você», «vocês» e «nós»).

d) Presente do Indicativo (na afirmativa, na 3.ª pessoa e na 1.ª do plural) e do Presente do Conjuntivo (na negativa).

 

A primeira pessoa do singular Presente do Conjuntivo dos verbos da 1.ª conjugação (-AR) termina em

a) e.

b) a.

c) i.

d) o.

 

A terceira pessoa do plural do Futuro do Indicativo equivale a

a) Infinitivo Impessoal + ão.

b) Infinitivo Impessoal + am.

c) 1.ª pessoa do singular do Infinitivo Pessoal + am.

d) 3.ª pessoa do plural do Pretérito Mais-que-Perfeito menos desinência pessoal + ão.

 

Na 1.ª pessoa do plural, o Imperfeito do Indicativo termina em

a) ávamos (1.ª conjugação) e íamos (2.ª e 3.ª conjugações).

b) ávamos (1.ª e 2.ª conjugações) e íamos ( 3.ª conjugação).

c) ávamos (verbos de tema em A ou em E) e íamos (verbos de tema em I).

d) ámos (verbos de tema em A), emos (verbos de tema em E), imos (verbos de tema em I).

 

A sequência «Andarmos, Anda, Andasse» corresponde, por esta ordem, a

a) Futuro do Conjuntivo, Presente do Indicativo, Presente do Conjuntivo.

b) Futuro do Conjuntivo, Imperativo, Imperfeito do Conjuntivo.

c) Infinitivo Pessoal, Presente do Indicativo, Imperfeito do Indicativo.

d) Condicional, Imperativo, Futuro do Conjuntivo.

 

A sequência «Estiveram, Tenho feito, Fazia» corresponde, por esta ordem, a

a) Mais-que-perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Condicional.

b) Perfeito do Indicativo, Presente Composto, Imperfeito do Indicativo.

c) Perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Condicional.

d) Mais-que-perfeito do Indicativo, Perfeito Composto, Imperfeito do Indicativo.

 

A sequência «Falado, Olharias, Comeis» corresponde, por esta ordem, a

a) Gerúndio, Condicional, Imperativo.

b) Particípio Passado, Futuro do Indicativo, Perfeito do Indicativo.

c) Particípio Passado, Condicional, Presente do Indicativo.

d) Particípio Passado, Imperfeito do Indicativo, Imperativo.

 

A sequência «Ouvi, Visto, Caber» corresponde a

a) Perfeito do Indicativo, Particípio Passado, Futuro do Conjuntivo.

b) Imperfeito do Indicativo, Particípio Passado, Infinitivo Pessoal.

c) Imperativo, Particípio Passado, Infinitivo Pessoal.

d) Perfeito do Indicativo, Gerúndio, Infinitivo Impessoal.

 

Na frase «Dá-me Sancho a espada.», faltam duas vírgulas, que serviriam para isolar o

a) modificador apositivo.

b) complemento direto.

c) sujeito.

d) vocativo.

 

A alínea que tem a pontuação correta é

a) E, quando os ornitorrincos comem pizzas, a Alzira, gentil iguana, ressona.

b) E quando os ornitorrincos comem pizzas, a Alzira, gentil iguana, ressona.

c) E quando os ornitorrincos comem pizzas, a Alzira gentil iguana, ressona.

d) E, quando os ornitorrincos comem pizzas a Alzira, gentil iguana, ressona.

 

Em «Ontem, se nevasse, teria ido aos Himalaias», as vírgulas visam delimitar

a) uma oração subordinada adverbial condicional.

b) um vocativo.

c) uma oração subordinada adverbial temporal.

d) um modificador apositivo.

 

A alínea que tem a pontuação correta é

a) A maioria dos sacanitas que tenho como alunos vai errar esta questão.

b) A maioria dos sacanitas, que tenho como alunos, vai errar, esta questão.

c) A maioria dos sacanitas, que tenho como alunos vai errar esta questão.

d) A maioria dos sacanitas que tenho como alunos, vai errar, esta questão.

 

Em «Os cadernos ficam sobre as mesas os telemóveis ficam dentro dos sacos», falta uma vírgula, que separaria

a) dois nomes.

b) modificador e vocativo.

c) duas orações.

d) verbo e complemento direto.

 

Num diário, podemos esperar encontrar sobretudo estas marcas:

a) 1.ª pessoa,  Presente do Indicativo, Imperfeito do Indicativo.

b) 2.ª pessoa, Perfeito do Indicativo, Presente do Indicativo

c) 1.ª e 2.ª pessoas, Presente do Indicativo.

d) 1.ª pessoa, Perfeito do Indicativo, Presente do Indicativo.

 

O narrador de umas memórias autobiográficas é decerto um

a) narrador na 1.ª pessoa; e um narrador homodiegético.

b) narrador na 3.ª pessoa; e um narrador autodiegético.

c) narrador na 1.ª pessoa; e um narrador heterodiegético.

d) narrador na 2.ª pessoa; e um narrador omnisciente.

 

São elementos do campo semântico de «bolas»

a) ‘que chatice!’, ‘objetos esféricos de borracha’, ‘bolos doces fritos em óleo’.

b) bolinhas, bolita, carambola, rebolar.

c) basquetebol, voleibol, bolada, remate.

d) borracha, desportos, saltar, remate.

 

São da família de «bolsa»

a) ‘subsídio’, ‘oferta de’, ‘mala de mão’.

b) bola, bomba, bolseiro, reembolso.

c) moedas, dinheiro, roubar, rico.

d) desembolsar, bolsista, bolseiro, embolso.

 

Integram o campo lexical de «deserto»

a) areia, sede, desabitado, camelo.

b) ‘desejoso de’, ‘abandonado’, despovoado’.

c) desertar, desértico, desertor.

d) água, basquetebol, amor, ler.

 

As aceções em «fazer uma perninha», «isto tem pernas para andar», «és um perna de pau», «as pernas de Malena eram bonitas» integram

a) o campo semântico de «perna».

b) um pernil de porco.

c) o campo lexical de «perna».

d) a família de «perna».

 

Nas frases «Sancha foi beijada pelo marido», «Sancho deu um doce ao dragão», «Em Elvas, comprámos azeitonas», as preposições introduzem, respetivamente,

a) complemento agente da passiva, complemento direto, complemento indireto.

b) complemento agente da passiva, complemento indireto, modificador.

c) complemento agente da passiva, modificador apositivo, complemento direto.

d) modificador, complemento direto, complemento indireto.

 

A preposição a surge, contraída ou não, em todos os três segmentos da alínea

a) «Estou a dormir»; «O nascimento e a morte são tristes»; «Vou à feira».

b) «Ao falar, perdigotava»; «Às armas, às armas!»; «Não bastavam os rebuçados a Sandra».

c) «Há três minutos que não como cherne»; «Saiu-me o ás de copas»; «Escrevam um texto sem AA».

d) «Dei a prenda ao Honório»; «Bebamos ao Osório!»; «Cada vez mais linda a Ofélia...».

 

São contrações de preposição e artigo

a) pelo, como, à, dos.

b) no, pela, aos, de.

c) na, nu, nua, nus.

d) pelos, no, do, à.

 

A série de preposições/locuções prepositivas em que não há intrusos de outras classes é

a) a, com, por, antes de.

b) de, entre, contra, que.

c) e, em, durante, a.

d) mas, da, até, perante.

 

A sequência «Deve recolher as fezes do seu cão num invólucro de plástico. Deverá segurar o papel de apoio com a mão esquerda, enquanto deposita o cocó no referido saco. Para o efeito, procederá do seguinte modo: [...]» ilustra bem o tipo textual

a) instrucional.

b) expositivo.

c) argumentativo.

d) conversacional.

 

A sequência «O texto argumentativo tem como objetivo interferir ou transformar o ponto de vista do leitor relativamente ao mundo que o rodeia. Esse ponto de vista assenta num conjunto de normas ou valores» é exemplo do tipo textual

a) argumentativo.

b) expositivo.

c) descritivo.

d) narrativo.

 

Na sequência «Arnaldo Antunes, numa manhã de domingo, passeava pelo campo, quando ouviu o realejo do Franjinhas. Resolveu avançar na sua direção», predomina o tipo textual

a) expositivo.

b) descritivo.

c) narrativo.

d) argumentativo.

 

O tema «Carta», do grupo Toranja, está incluído no primeiro álbum da banda, Esquissos, de 2003. Escuta o texto e, logo à primeira audição, tenta completar os espaços em branco com as palavras em falta.



 

Não falei contigo

com medo que os ___ (1)

e vales que me achas

____ (2) a teus pés...

Acredito e entendo

que a _____ (3) lógica

de quem não quer explodir

faça bem ao _____ (4) que és...

 

Saudade é o ____ (5)

que vou sugando e aceitando

como ______ (6) de verão

nos ______ (7) do teu beijo...

Mas sinto que sabes

que sentes também

que num dia maior

serás _____ (8) sem rede

a pairar sobre o _____ (9)

e tudo o que vejo...

 

É que hoje acordei e lembrei-me

que sou ______ (10) feiticeiro

Que a minha bola de _____ (11)

é _____ (12) de papel

Nela te pinto nua

numa _____ (13) minha e tua.

 

Desconfio que ainda não reparaste

que o teu ____ (14) foi inventado

por _____ (15) estragados

aos quais te vais moldando...

E todo o teu ______ (16) estratégico

de _____ (17) do coração

são _____ (18) como paredes e tetos

cujos _____ (19) vais pisando...

 

Anseio o dia em que acordares

por cima de todos os teus _____ (20)

raízes _____ (21) de somas ______ (22)

sempre com a mesma solução...

Podias deixar de fazer da vida

um ____ (23) vicioso

______ (24) ao teu gesto _____ (25)

e à palma da tua mão...

 

É que hoje acordei e lembrei-me

que sou _____ (26) feiticeiro

Que a minha bola de ______ (27)

é _____ (28) de papel

E nela te pinto nua

Numa ______ (29) minha e tua.

 

Desculpa se te fiz _____ (30) e noite

sem pedir ________ (31) por escrito

ao ______ (32) dos Deuses...

mas não fui eu que te _____ (33).

 

Desculpa se te usei

como ____ (34) dos meus sentidos

pedaço de _____ (35) perdidos

que voltei a encontrar em ti...

 

É que hoje acordei e lembrei-me

Que sou _____ (36) feiticeiro...

 

... nela te pinto nua

Numa _____ (37) minha e tua.

 

Ainda ______ (38) alguém

O _____ (39) passou-me ao lado

Ainda ______ (40) alguém

Se não te deste a ninguém

magoaste alguém

A mim... passou-me ao lado.

Letra e música de Tiago Bettencourt.

[Tarefa dos autores do manual (Expressões, 10.º ano).]

 

Comprova a natureza autobiográfica do texto, transcrevendo quatro deíticos pessoais. (Os deíticos são marcas da enunciação. Por exemplo, a 1.ª pessoa implica a referência ao enunciador — ao sujeito da enunciação; e a 2.ª pessoa implica um seu interlocutor também presente no momento da enunciação. Pronomes e flexão verbal são os deíticos pessoais mais relevantes. Palavras como «este», «esse», «aquele», «aqui», «ali» são deíticos espaciais. «Agora», «neste momento», «ontem», «amanhã» são deíticos temporais.)

......

Justifica o título atribuído à canção.

......

Introduz pontuação no texto que se segue. Trata-se de carta de Renato para Malena (que ficou, de novo, por enviar). Põe os sinais na própria linha, mas gordos, para se verem bem. Para assinalar parágrafo, usa §. Põe maiúscula nas palavras que a passem a exigir.

senhora Malena alguém bem mais capaz do que eu escreveu que o único verdadeiro amor é o amor não correspondido percebo agora porquê passou-se tanto tempo desde que não sai de casa mas quanto mais separados estamos mais forte o meu amor se torna dizem que vai casar com o advogado Centorbi posso ser miúdo como me chamou quando passou por mim nos degraus sem me ver como é costume mas como poderá viver com um velho gordo calvo e que mulher alguma quis de tão feio diz-se que ele nunca se lava e que fede como um bode como é que a sua pele tão branca e macia suportará encostar-se à suada de um velho que nunca dá um passo sem o consentimento da beata da mãe

TPC — Prepara a leitura em voz alta das cartas nas pp. 131 (carta de José Régio a Jorge de Sena) e 132 (carta de texto ficcional).


 



Aula 33-34 (12 [1.ª, 8.ª], 13 [5.ª, 12.ª], 14/nov [7.ª]) Correção de exercício de compreensão de carta de Régio a Sena (ver Apresentação).



Depois de já termos relido a carta de José Régio a Jorge de Sena, ouvimos agora uma carta de Rómulo de Carvalho ao mesmo Sena.



À esquerda dos períodos 1 a 7, põe V(erdadeiro) ou F(also).



1.         Carta foi escrita há mais de quarenta anos.


2.         Rómulo de Carvalho queixa-se de não ter tempo para as suas realizações.


3.         Segundo Rómulo de Carvalho, Jorge de Sena também não tem tempo suficiente para as suas atividades criativas.


4.         Considera que Sena tem a sorte de se poder dedicar à escrita a tempo inteiro.


5.         As férias de Rómulo de Carvalho foram descansativas.

6.         Rómulo de Carvalho escreve com o objetivo de agradecer livro oferecido por Sena.

7.         Rómulo de Carvalho não escreve poesia, apenas escreve prosa.

 

Liga dos Campeões — fase de grupos

10.º 8.ª

 

Grupo I
Grupo II
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Matilde
 
 
Filipe
 
 
Carolina
 
 
Afonso
 
 
Cláudia
 
 
Sara M.
 
 
MadalenaS.
 
 
 
 
Sara T.
 
 
Henrique
 
 
João A.
 
 
Vasco G.
 
 
Xana
 
 
Natacha
 
 
Marco
 
 
 
 
 

 

Grupo III
Grupo IV
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Vitória
 
 
Madalena F.
 
 
João M.
 
 
Miguel
 
 
CatarinaP.
 
 
CatarinaA.
 
 
Vasco A.
 
 
Ana
 
 
CatarinaS.
 
 
Bárbara
 
 
Liane
 
 
Kristina
 
 
Filipa
 
 
CatarinaF.
 
 

 

10.º 5.ª

 

Grupo I
Grupo II
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Bia G.
 
 
Capela
 
 
J. Cabo
 
 
Beatriz
 
 
Ana
 
 
Bia S.
 
 
João
 
 
Leonor
 
 
Manel
 
 
Gonçalo P.
 
 
Tomás
 
 
Sam
 
 
Lucas
 
 
Tety
 
 
Rita
 
 
 
 
 

 

Grupo III
Grupo IV
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Patrícia
 
 
Joana
 
 
Diana
 
 
Susana
 
 
Catarina
 
 
Carolina
 
 
Maria
 
 
Cláudia
 
 
J.Tavares
 
 
Gonçalo S.
 
 
Pedro
 
 
Ariel
 
 
Amy
 
 
Diogo
 
 

 

10.º 12.ª

 

Grupo I
Grupo II
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Bia
 
 
David
 
 
Margarida
 
 
Madalena
 
 
Elly
 
 
Duarte
 
 
Laura
 
 
Patrícia
 
 
André F.
 
 
Joana San
 
 
Joana M.
 
 
Gonçalo
 
 
Joana Si
 
 
Márcia
 
 

 

Grupo III
Grupo IV
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Luísa
 
 
Miguel
 
 
Henrique
 
 
Bruna
 
 
Mariana
 
 
Magda
 
 
Ana S.
 
 
André S.
 
 
Joana G.
 
 
Ana N.
 
 
Helena
 
 
Catarina
 
 
Miguel D.
 
 
 
 
 

 

10.º 1.ª

 

Grupo I
Grupo II
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Maria
 
 
CatarinaC.
 
 
Beatriz S.
 
 
Carlota
 
 
Carolina D.
 
 
MadalenaJ.
 
 
Gonçalo
 
 
Bruno
 
 
R. Leal
 
 
Inês
 
 
Tiago
 
 
João S.
 
 
Carolina S.
 
 
Isabela
 
 

 

Grupo III
Grupo IV
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Sílvia
 
 
Beatriz Sá
 
 
CatarinaF.
 
 
Madalena A.
 
 
Daniela
 
 
Sofia
 
 
João C.
 
 
Mariana
 
 
Marta
 
 
Miguel
 
 
André
 
 
Rodrigo
 
 

 

10.º 7.ª

 

Grupo I
Grupo II
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Inês
 
 
Leonor
 
 
Beatriz R.
 
 
Sara
 
 
Matilde
 
 
Carolina
 
 
Catarina
 
 
Ana Sofia
 
 
Anastasiia
 
 
Débora
 
 
Beatriz S.
 
 
Solomiya
 
 
Beatriz B.
 
 
 
 
 

 

Grupo III
Grupo IV
Leitor
Nota (0-20)
Leitor
Nota (0-20)
Eu
Mestre
Eu
Mestre
Sebastião
 
 
Ariana
 
 
Dani
 
 
Diogo
 
 
Madalena
 
 
Paulo
 
 
Tomás
 
 
Iolanda
 
 
Maria
 
 
Carlos
 
 
Miguel
 
 
Tânia
 
 
Emanuel
 
 
Mário
 
 

 

A classificação de cada grupo resultará da média das pontuações de vários «jogos». Não é obrigatório que cada leitor atue o mesmo número de vezes. Serão apurados para a fase de eliminatórias da Liga dos Campeões os quatro primeiros classificados de cada grupo.

Quem não ficar apurado para a fase de eliminatórias da Liga dos Campeões disputará a Liga Europa (em que se integrarão os vencidos nos oitavos de final da Liga dos Campeões).

 



Depois de ouvirmos «Postal dos Correios» (Rio Grande), completa as linhas a seguir com a transcrição da letra da cantiga em formato de carta. Tirando a data e a assinatura, que criarás tu, todos os elementos estão na própria letra da canção. Pô-los-ás em prosa e acrescentarás apenas a pontuação (que terá de ser gramatical).

 

Querida mãe, querido pai. Então que tal?

Nós andamos do jeito que Deus quer

Entre os dias que passam menos mal

Lá vem um que nos dá mais que fazer

 

Mas falemos de coisas bem melhores

A Laurinda faz vestidos por medida

O rapaz estuda nos computadores

Dizem que é um emprego com saída

 

Cá chegou direitinha a encomenda

Pelo «expresso» que parou na Piedade

Pão de trigo e linguiça para merenda

Sempre dá para enganar a saudade

 

Espero que não demorem a mandar

Novidades na volta do correio

A ribeira corre bem ou vai secar?

Como estão as oliveiras de «candeio»?

 

Já não tenho mais assunto pra escrever

Cumprimentos ao nosso pessoal

Um abraço deste que tanto vos quer

Sou capaz de ir aí pelo Natal.

 

[Data]
 
[Saudação inicial (vocativo)]
 
[Introdução]
 
[Desenvolvimento (notícias sobre a vida familiar; informação a acusar receção de encomenda)]
 
[Conclusão (desejo de notícias da família e da terra)]
 
[Despedida]
 
[Assinatura]
 
[PS]
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________

 

Agora, inventa o endereço de remetente e de destinatário (como figurariam num envelope ou no invólucro de postal):

[Remetente]

 

                                                                                [Destinatário]


TPC — Prepara leitura em voz alta (com certa expressividade) de «Uma rapariga» (p. 126) — relanceando também o que está na página anterior sobre o mesmo texto — e «Na prisão escrevem-se cartas» (p. 127).

Não esqueças, entretanto, o trabalho de microfilme, com prazo impostergável.


 


Aula 35-36 (13 [8.ª], 14 [5.ª], 17 [1.ª, 12.ª], 19/nov [7.ª]) Correção de questionário de gramática (ver Apresentação).


Como confirmaremos ainda hoje, perto já do final do filme Renato escreve uma carta ao marido de Malena, Antonino Scordia (que, afinal, não morrera e regressara à vila, onde já não se encontrava a mulher):


Caro Senhor Scordia,


Perdoe-me se não tenho a coragem de lhe falar de homem para homem, mas queria dizer-lhe que devo ser o único a saber a verdade sobre a sua mulher. Não leve a mal que ninguém lhe queira falar; é melhor assim, porque só lhe diriam calúnias. Acredite quando lhe digo que a sua mulher lhe foi fiel. É o único homem que ela amou, a verdade é só esta. É certo que muito aconteceu, mas, na época, o senhor estava morto há muito tempo.


A última vez que a vi foi a embarcar para Messina. Boa sorte.


Devia assinar ‘um amigo’, como nas cartas anónimas, mas eu chamo-me


Renato.


Escreve duas cartas de A. Scordia a Renato Amoroso. A primeira será verosímil (isto é, que não estranhássemos, que pareça perfeitamente possível); a segunda deverá ser mais inesperada, embora também em registo formal e apropriado ao contexto.


Resposta de Scordia, versão verosímil:


.....

Resposta de Scordia, versão inesperada:

.....

 

Em baixo fica o que é dito pelo «narrador» de Malena, quando o filme termina. Primeiro, ainda se reporta ao tempo que está a ser evocado, o da adolescência. Depois, no segundo parágrafo, já se situa no momento da enunciação (nosso contemporâneo). Nesse segundo parágrafo há vários deíticos. Assinala cinco dessas palavras, marcando se se trata de deíticos temporais (T), espaciais (E), pessoais (P).

Pedalei como se fugisse. E eu fugia. Dela, das sensações, das recordações, de tudo. Pensei que depois esquecia, tinha a certeza de que ia conseguir esquecer.

Mas agora que estou velho e que desperdicei a vida, agora que conheci tantas mulheres que me disseram «Lembra-te de mim», tendo-as esquecido a todas, ainda hoje ela é a única que eu nunca esqueci. Malena.

Estes dois parágrafos servem para fazer o fecho de todo o longo encaixe em que consistiu a recordação daqueles cinco anos. Resume-se, ou quase se elide, uma série de décadas e regressamos ao tempo da enunciação, retomando o momento em que se iniciara o flash back, a analepse, que ocupou quase todo o filme.

O espaço em que se dá a passagem para o tempo atual até pode ser o mesmo em que se encontra o enunciador. Podemos imaginar que a estrada onde Renato anda de bibicleta e se despede de Malena é a mesma em que estará o narrador/enunciador. (No filme, um pouco gémeo deste, Cinema Paraíso, o pretexto para a igualmente longa analepse é o reencontro com o cinema da vila em que o narrador homodiegético passara a infância e a que regressava por causa do funeral de um velho amigo.)



TPC — Prepara leitura em voz alta (com certa expressividade) destes dois trechos de António Lobo Antunes: «E aqui está...» (p. 135); «Retrato do artista quando jovem» (pp. 140-141).


 


Aula 37-38 (19 [1.ª, 8.ª], 20 [5.ª, 12.ª], 21/nov [7.ª]) Responde às perguntas do manual sobre um dos dois textos de António Lobo Antunes que te pedira fosses lendo em casa, «E aqui está...» (p. 135). Basta completares os espaços vagos nas respostas que pus em baixo (mas não deixes de ler as perguntas):


1.1.       O narrador refere-se aos _______.


1.2.      O sogro do narrador é cuidadoso («______», «todo catita», «fez a barba com mais _______»), submisso («não sei como pobre aguentava», «_______»). A sogra é, quase doentiamente, ______ («com as minúcias habituais», «a endireitar-lhe o casaco, a limpar com a ponta do lenço o que não estava sujo na cara») e perfecionista («______», «por vontade dela engraxava a sola também»).


2.         Enquanto o pintor do quadro na p. 134 parece retratar os pais com carinho, neste trecho de Lobo Antunes são destacados os traços menos ______ de cada um dos parentes.


2.1.      O recurso estilístico que mais contribui para expressar essa atitude crítica relativamente às duas figuras é a ironia, presente, por exemplo, no uso de expressões paternalistas («todo catita»), nelas se incluindo os diminutivos («_____», «gorducho»).


[Na p. 336 vê valores do diminutivo. No caso dos supracitados diminutivos, reconheceríamos valores de ironia/sarcasmo, mas talvez também de _____ e até de ______.]





No sketch cujos protagonistas são o talhante Lopes da Silva e a freguesa Dona Raquel (série Lopes da Silva), a característica mais saliente é o uso de diminutivos. Em geral, são nomes que aparecem assim graduados, mas há palavras de outras classes:


 


Palavra derivada (com diminutivo)

Palavra sem o diminutivo

Classe

[Está] boazinha?

boa

 

[umas] espetadinhas

 

 

franguinho

 

nomes (N)

lombinhos

 

 

campinho

 

 

guisadinhas

 

adjetivos (Adj)

linguinha

 

 

coelhinho

 

 

saborzinho

 

 

[tão] gostosinho

 

 

molhozinho

 

 

porquinho

 

 

[papilas] gustativinhas

 

 

peruzinho

 

 

suculentozinho

 

 

peixinho

 

 

talhinho

 

 

poucochinho

 

 

tempinho

 

 

parvalhãozinho

 

 

cretinazinha

 

 

talhantezinho

 

 

[sua] pegazinha

pega

 

ruinha!

 

 

 

Os diminutivos conferem valores variados (pequenez, estima, desprezo, etc.). Neste caso, a maioria dos diminutivos visava dar mostras de _____, sendo porém os últimos, depois de se perceber que a cliente não ia comprar carne, de _____.

Nota que a junção do sufixo inho pode fazer-se à forma de base ou à palavra inteira, requerendo por vezes uma ligação suplementar (com -z- ou com outra consoante) — ____, ____, ____ {retira da tabela exemplos com consoante anteposta a -inho} — ou não — _____ {só um exemplo}.

Ouviremos quatro trechos de bandas sonoras de filmes. Ouvida cada música (durante cerca de uns dois minutos), terás mais uns três para escrever poucas frases (de prosa, de poesia ou de prosa poética) que a música te inspire.









TPC Faz a p. 2 da folha da aula (poesia para Concurso), aproveitando porventura como início do poema o começo de um dos trechos feitos em aula. [O Prémio Literário Correntes d’Escritas — no valor de mil euros — é atribuído anualmente e destina-se a jovens dos 15 aos 18 anos. Em cada ano, alternadamente, o concurso premeia poesia ou prosa. Nesta edição, o prémio vai galardoar um poema. Cada concorrente pode apresentar até dois trabalhos, a enviar até 30 de novembro. (Regulamento completo pode ver-se aqui, mas eu tratarei do envio dos textos que se ache valer a pena concorrerem.) Para já, queria que cada um começasse um texto de poesia. Não invistam na quantidade, mas na boa escolha do caminho do texto. Evitem lugares comuns, lamechices, piroseiras. Rima não é obrigatória, nem a aconselho (a não ser que se disponham a trabalhá-la rigorosamente). Para um concurso destes, o poema não deverá ser curto, mas podemos assumir que estas primeiras versões ainda serão melhoradas e desenvolvidas.]


 

Aula 39-40 (20 [8.ª], 21 [5.ª], 24 [1.ª, 12.ª], 26/nov [7.ª]) Responde às perguntas do manual sobre «Retrato do artista quando jovem» (pp. 141-142), crónica de António Lobo Antunes. Basta completares os espaços vagos nas respostas que pus em baixo (mas não deixes de ler as perguntas):

1./1.1    O «artista» mencionado no título e o _______ são a mesma entidade («resolvi», «meu», «cheguei», «experimentei», «fiquei», «me», entre muitas outras, são marcas desse narrador homodiegético).

1.2       Trata-se de crónica de cariz autobiográfico, ao longo da qual o narrador se _____ enquanto criança e adolescente.

2.         Refletir sobre a sua infância e sobre a opção por ______.

3.         Desde «Estranho» (linha 39) a «______» (linha _____).

3.1       Comparação por exclusão.

3.2       Permite ao narrador apresentar-se e, ao mesmo tempo, descrever o escritor português tipo, de cuja imagem __________.

4.         a) «em», «__», «__», «de». || b) «_______», «sapatos». || c) «______». || d) «outrora».



Em «Um quilinho de kunami» (série Meireles) há bastantes adjetivos (uns graduados em comparativo, superlativo, etc.; outros graduados através de diminutivos). Surgem ainda nomes que, pelo seu significado, pela entoação ou pelo diminutivo, também exprimem uma valorização. Marca os [A]djetivos e os [N]omes. Circunda os sufixos diminutivos.

Um quilinho de kunami.

É kunami do bom.

É fruta tropical raríssima.

Paizinho!

Isto é bom, muito raro.

Por isso o preço é upa-upa, puxadote.

Olh'ò kunami fresquinho!

Isto é só fruta podre.

É preciso ter um gosto sofisticado.

Docinho... Maravilha!

Isto faz um suminho...

Alface velha, ameixas podres, ...

Com todo o respeito, a sua mulher é uma pega.

É um bocadinho, é.

Ainda há gente simpática...

 

Preenche as lacunas com estas palavras:

momento / marcas / situação / ato / enunciado / pronomes / verbos / enunciação / deítica / determinantes/ espaço / referentes / produto / advérbios

Há umas aulas, fui distinguindo enunciação e enunciado. Enunciado é o ______ de uma enunciação; a enunciação é o ______ de produção desse enunciado (ou seja, desse texto).

Vimos que deíticos são ______ do processo de enunciação, porque remetem para a situação em que o _______ é produzido. São palavras que só podem ser compreendidas em função do contexto da ________.

Exemplos que dei foram os de «este», «aquele» ou «ali», cujos referentes se reportam ao _________ em que o enunciado estiver a ser produzido. Também os pronomes pessoais e possessivos podem ter função ________, porque os seus exatos ________ dependem do «eu» e do «tu» que intervenham na _________ de enunciação. Palavras como «agora», «amanhã», para serem percebidas, precisam de ser relacionadas com o ________ da enunciação.

Os deíticos podem ser arrumados em pessoais, espaciais e temporais, e são os instrumentos da referência deítica ou deixis. (Vê a p. 320, onde se mencionam ainda os deíticos textuais.) Entre as classes de palavras que mais concorrem para a referência deítica encontramos a dos _______, a dos _______, a dos _______. Os ______ e a sua flexão também podem funcionar como deíticos. 

Nas frases que te vou dar, os elementos a negro nem sempre têm valor deítico. Verifica quais das palavras a negro remetem efetivamente para a enunciação, sendo portanto verdadeiros deíticos (D). À esquerda das frases em que haja deíticos escreve D (as outras — em que as palavras a negro remetem para referentes na própria frase, independentes da enunciação — ficarão sem marca nenhuma).

Encontrei ali um ornitorrinco meu amigo.

O campo estava minado, mas foi que o patrão quis fazer o piquenique.

Esses livros costumavam estar naquela banheira, aí ao lado. Ontem, porém, não os vi.

Na semana passada, falei com uma grafonola voadora.

Neste momento, já não acredito em milagres.

Um dia antes, a Ermelinda já se tinha aperaltado para o baile da José Gomes Ferreira.

Vocês fazem tudo o que lhes apetece e eu, estúpido, nem protesto!

Antes, era capaz de até nem se importar, mas agora D. Afonso Henriques não iria deixar passar aqueles disparates: estava decidido a enfrentar tudo e todos.

Amanhã, vou comer as saborosas framboesas.

Vou entregar esta folha.

[Esta segunda parte do exercício, ainda que com as frases alteradas, foi retirada de: M. Olga Azevedo, M. Isabel Pinto, M. Carmo Lopes, Da comunicação à expressão. Exercícios.]



TPC — [Para todas as turmas fica convencionado o dia 24 (2.ª feira) como prazo de envio de microfilme autobiográfico — mais uma vez se repete: ver instruções aqui.]


 


Aula 41-42 (26 [1.ª, 8.ª], 27 [5.ª, 12.ª], 28/nov [7.ª]) Na p. 146, lê o poema «Autorretrato com a musa», de Vasco Graça Moura. Escreve uma frase que ilustre — sintetize — a abordagem de cada quintilha. A frase deverá ser ela também quase poética, na 1.ª pessoa. (Já resolvi duas das frases.)


1.ª (vv. 1-5) — Olho-me, envelhecido, num primeiro relance


2.ª (6-10) — ___________________


3.ª (11-15) — __________________


4.ª (16-20) — Pensava em muita coisa, de espécie variada

5.ª (21-25) — __________________

Este poema não tem rima. Em compensação, a sua métrica é propositadamente constante: todos os vinte e cinco versos têm igual número de sílabas métricas.

Na p. 230 explica-se como deve ser feita a contagem de sílabas métricas — só se contam as sílabas até à tónica da última palavra do verso; pode haver elisões, quando o final de uma palavra e o início de outra são vogais. Repara que, no exemplo a seguir, não contabilizei a sílaba final, porque a última palavra é grave. E há três elisões no v. 1:


Faz a escansão (a divisão em sílabas métricas) do verso que corresponda ao teu número (como não há versos 26-31, os alunos de números 26 a 31 farão os versos 6 a 11).

Aluno n.º __:            ___________________

Este verso tem ___ sílabas métricas; é, portanto, um ____.

{os nomes dos versos estão na p. 231}



Ouviremos outra crónica de António Lobo Antunes, «Crónica da pomba branca» (do Quarto Livro de Crónicas), onde, como em tantos textos seus, há alusões autobiográficas.

À esquerda de cada parágrafo, escreve V(verdadeiro) ou F(also).

O narrador mora numa aldeia.

O narrador vive numa zona comercial, moderna, sofisticada.

«Ainda bem que as vacas não voam» é desabafo dito a propósito de haver muitos pombos na zona em que vive o narrador.

Os vizinhos tratam-no por «Senhor Doutor + 3.ª pessoa» ou por «o António + 3.ª pessoa».

O narrador crê que os vizinhos conhecerão vagamente a sua profissão.

O narrador considera-se «carpinteiro», porque é mesmo essa a sua profissão na ficção criada na crónica.

Sempre que sai cruza-se logo com um grupo de prostitutas.

«Uma fininha melancolia entra devagar em nós» inclui citação do poeta cabo-verdiano Jorge Barbosa.

Em frente da casa do narrador não há prédios, apenas casas térreas.

Durante o tempo narrado na crónica, o narrador esteve no dentista.

O narrador vive só, o que às vezes lhe custa.

O pai do narrador já morreu.

No enterro do avô do narrador houve música de Mozart.

O narrador chama-se António por homenagem aos dois avôs.

Repentinamente, o narrador recorda-se dos seus tempos de adolescente e de treinos no Futebol Benfica.

«Poiso a caneta, olho as minhas mãos» é uma frase que remete para o próprio ato de enunciação desta crónica.

A pomba branca que o narrador imagina poder fazer surgir se juntar as mãos fá-lo recordar-se dos cocós de pombo que há nas redondezas.

Cria um poema não rimado, em estrofes de cinco versos, todos hexassilábicos, que constitua o teu Autorretrato («ao espelho»). Como fez Vasco Graça Moura, a primeira estrofe conterá uma perspetiva geral; a segunda, uma aproximação quase minuciosa; as restantes serão cada vez mais subjetivas, mais de preocupações do que de retrato físico.

Autorretrato com ___________

...

Tarefa grande — Quem não entregou dentro do prazo os trabalhos de microfilme (gravação), pode (e deve) fazê-lo ainda. À medida que se afastarem da data que combináramos, poderá haver alguma penalização, conforme o atraso de que se trate, mas vale sempre a pena entregar esta tarefa, que é a mais importante em termos de expressão oral.

TPC (i) Para quem queira concorrer ao Prémio literário Correntes d’escritas (o que eu aconselho vivamente aos que têm textos com alguma elaboração) — Passa a computador o poema que devolvi, já com emendas e outros eventuais melhoramentos, e envia-mo ou trá-lo para a aula (nos casos do 10.º 1.ª, 10.º 7.ª e 10.º 12.ª, o texto ter-me-á de ser mesmo enviado, de modo a que possa pôr tudo no correio durante o fim de semana). Precisarei ainda dos seguintes elementos: (1) fotocópia do CC; (2) indicação de morada, nº. de telefone e e-mail; (3) pseudónimo (que será o único nome a figurar sob o poema — se escreverem o vosso nome mesmo, façam-no a lápis pouco forte, para eu depois apagar). || Eventualmente, em outra folha, podes passar também mais algum outro poema que queiras apresentar ao Concurso Correntes d’Escritas (nada de coisas da net, como é óbvio).          (ii) [ficando isentos os de (i)] — Prepara leitura em voz alta de «Autorretrato com a musa» (p. 146).


 

Aula 43-44 (27 [8.ª], 28/nov [5.ª], 1 [1.ª, 12.ª], 3/dez [7.ª]) A hiperonímia é uma relação de hierarquia entre um termo subordinado (hipónimo) e um seu subordinante (hiperónimo): o hipónimo é um membro da espécie, da classe, que o hiperónimo designa.

Por exemplo, a palavra «crocodilo» é ____ de «animal». Entretanto, «animal» é ___ de «crocodilo». O hiperónimo «animal» tem aliás muitos outros seus hipónimos: «gato», «lesma», «pulga», «caracol», ___. Estes termos subordinados a um mesmo hiperónimo são, entre si, co-hipónimos.

Dou-te pares de co-hipónimos. Encontra o seu hiperónimo:

Os co-hipónimos «cravo» e «piano» têm como hiperónimo «______».

Os co-hipónimos «cravo» e «rosa» têm como hiperónimo «_____».

Os co-hipónimos «Camões» e «Fernando Pessoa» têm como hiperónimo «_____»

Nada impede que termos que são hipónimos de um outro termo mais geral que os subordina sejam, por sua vez, hiperónimos de termos mais específicos: «animal» é ___ de «mamífero»; «mamífero» é ___ de «cão»; «cão» é ___ de «cão de caça», «cão pisteiro», «rafeiro» (e estes termos são entre si ___).

Outra relação que estrutura o léxico é a de holonímia. Um termo representa o todo; e outro, a parte: «mesa» é holónimo de «tampo»; e «tampo» é merónimo de «mesa».

Mais exemplos: «ponteiro» é merónimo de ___; «espelho retrovisor» e «volante» são entre si co-merónimos (e sabemos que o seu holónimo é «___»); «mão» é holónimo de «___».

Completa com holónimo / merónimo / hiperónimo / hipónimo:

«cáfila» é _________ de «camelo».

«vaso sanguíneo» é _________ de «sistema circulatório».

«cocó» é ___________ de «excremento».

«texto de carácter autobiográfico» é ____________ de «memórias».

Preenche:

 


Merónimos

Holónimos

Castelo Branco, Lisboa, Faro

 

 

casa

Morfologia, Sintaxe, Fonética

 

 

livro

 

Distribuirei por cada carteira dois livros, redigidos já há várias décadas, sobre como escrever cartas (Alda de Figueiredo, Como se escreve uma carta. O mais completo tratado de correspondência e etiqueta epistolar; Maria Celeste, Cartas de amor para namorados).

Devem relancear ambos os livros, trabalhando os alunos da mesma carteira cada um com o seu exemplar, trocando-o a certa altura.

Os parágrafos seguintes são para preencher com duas cartas, uma de cada livro. Não gostaria que nas cartas escolhidas por algum aluno estivesse alguma aproveitada também pelo outro colega de carteira.

Cartas de amor , p. ___; n.º ou título da carta (se houver): ___

Objetivo da carta: _________

Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do remetente: _______

Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do destinatário: _______

Fórmula inicial (forma de tratamento): _________

Fórmula de despedida (antes da assinatura): _________

 

Como se escreve uma carta, p. ___; n.º ou título da carta (se houver): ____

Objetivo da carta: _________

Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do remetente: ________

Estatuto (social, etário, em termos de género, etc.) do destinatário: ________

Fórmula inicial (forma de tratamento): ________

Fórmula de despedida (antes da assinatura): _________

...

Escolhe ainda uma terceira carta. Vais reescrevê-la, de modo a atualizá-la. Manterás o objetivo e os perfis de remetente e destinatário. Porém, passados estes anos todos, a relação entre sociedade e registo linguístico evoluiu bastante. Na tua adaptação, a linguagem e o modo de encarar as relações sociais ou profissionais terão de ser os esperáveis na atualidade, em situações paralelas às da carta escolhida.

[carta a adaptar à atualidade: {circunda} Cartas de amor / Como se escreve uma carta, p. __; n.º ou título (se houver): ______]

...



TPC — No manual lê a secção ‘Relações semânticas entre as palavras’ (pp. 314-316). Depois, no Caderno de Atividades, vai resolvendo — desportivamente, digamos — os exercícios relativos a ‘Relações entre as palavras’ (pp. 28-37), cujas correções estão na p. 90. (Pus reproduções aqui, para o caso de não terem o Caderno de Atividades.)

Se não tivermos lido hoje em voz alta poema de Vasco Graça Moura, manter-se-á a necessidade da preparação dessa leitura de «Autorretrato com a musa» (p. 146). Irei aceitando ainda os poemas (não rimados) hexassilábicos que começámos em aula.


 


Aula 45-46 (3 [1.ª, 8.ª], 4 [5.ª, 12.ª], 5/dez [7.ª]) Lê o poema na p. 147. É um soneto (catorze versos, distribuídos por duas quadras e dois tercetos) de Bocage. Podemos considerar que faz a transição entre a secção de «autorretratos» e a da lírica camoniana. Circunda a melhor alínea de cada item. (Não me aborreças com pedidos de explicação de vocabulário. Repara, no entanto, que há um pequeno glossário sob o poema. Também a leitura do questionário que se segue no manual, a que não tens de responder, te pode apoiar na compreensão do soneto.)


 


No começo  do v. 1, «Camões» é

a) sujeito.

b) vocativo.

c) modificador apositivo.

d) complemento direto.

 

Sabendo que «fado» (v. 2) significa ‘destino’, podemos dizer que, nos vv. 1-2, o sujeito do soneto considera que

a) a sua vida foi mais difícil do que a de Camões.

b) a sua vida foi diferente da de Camões.

c) o seu destino foi muito diferente do de Camões.

d) a sua vida e a de Camões foram bastante parecidas.

 

O antecedente de «os» (v. 2) é

a) «acho».

b) «Camões»

c) «teu fado» e «meu».

d) «quando».

 

Nos vv. 3-4, o sujeito poético alude ao facto de

a) ter perdido a possibilidade de viver à beira do Tejo.

b) ter viajado por mar.

c) ter sido obrigado a fixar residência em Setúbal.

d) ter-se encontrado com o gigante Adamastor.

 

No v. 4, «co» corresponde a

a) ‘cu’.

b) contração de uma preposição com «o».

c) início de fezes, interrompidas por prisão de ventre.

d) contração de «como» com «o».

 

A ordem mais normal das palavras no v. 6 seria:

a) Vejo-me no horror da cruel penúria.

b) No horror da penúria cruel, vejo-me.

c) Na penúria cruel, vejo-me no horror.

d) Vejo-me na cruel penúria do horror.

 

Nos vv. 7-8, o poeta lamenta-se de

a) ter gostos excêntricos que não pôde concretizar.

b) ter tido desilusões amorosas.

c) se ter dado incondicionalmente a amante que não lhe retribuiu o mesmo afeto.

d) ter amado quem o trairia.

 

A palavra «desejo» (v. 7) é

a) preposição.

b) nome.

c) verbo.

d) adjetivo.

 

O complemento direto de «carpindo estou» (v. 8) é

a) «gostos vãos, que em vão desejo».

b) «saudoso amante».

c) «tu».

d) «como tu».

 

Na terceira estrofe, o sujeito poético

a) pede a morte.

b) deseja a paz.

c) já morreu.

d) regozija-se com a sorte que teve durante a vida.

 

«Ludíbrio, como tu, da Sorte dura» (v. 9) significa que, como Camões, o poeta

a) teve azar no jogo.

b) teve vida tormentosa.

c) foi ridicularizado por muitos.

d) foi enganado pelos seus contemporâneos.

 

Na última estrofe do soneto, o poeta lamenta

a) não ter a mesma paixão de Camões pela natureza.

b) ter imitado a poesia camoniana.

c) só imitar Camões nas desvantagens.

d) não ter curtido e transado tanto como Camões.

 

No v. 12, «Mas» exprime

a) oposição.

b) possibilidade.

c) conjunção.

d) disjunção.

 

A vírgula final do v. 13 explica-se por

a) se fechar uma oração causal.

b) começar depois uma oração final.

c) se seguir o advérbio «não».

d) se fechar uma oração adverbial.

 

O sentimento que percorre o soneto é de

a) orgulho por um dado percurso de vida.

b) inveja suscitada pelo confronto com Camões.

c) angústia por uma vida marcada pela desilusão.

d) pacificação ao pressentir-se a morte próxima.






O recorte em cima permite-nos ver que o trocadilho com «banco» nos anúncios do Banif aproveita duas aceções de «banco»: a segunda no verbete, ‘instituição financeira’, e a ______, ‘móvel para as pessoas se sentarem’ (embora, num dicionário mais completo, decerto figurasse ainda o sentido específico de ‘banco de suplentes’). Estamos, portanto, no domínio do campo ______ {lexical / semântico / relvado} de uma única palavra. Estamos perante um fenómeno de polissemia.


Já «canto» (‘ângulo’) e «canto» (‘ato de cantar’) não são aceções de uma mesma palavra. São duas palavras diferentes, como se conclui do facto de estarem em verbetes próprios e confirma o terem étimos diferentes (___ e cantu-). São palavras _____ {homónimas / polissémicas / maluquinhas / homógrafas / homófonas}. São exemplos de um fenómeno de homonímia.



A propósito de «Mofo ou bafio?» e «Primeiro-ministro discursa» (série Lopes da Silva), completa:


A relação que há entre os dois verbos «mofar» cujos verbetes (do Dicionário da Língua Portuguesa, Porto, Porto Editora, 2011) te apresento é de _____ {polissemia / homonímia}. São palavras ______ {iguais / homónimas / homógrafas / homófonas}, como se infere de terem origem diferente: o étimo de «mofar» é o germânico «____» (‘estar mal-humorado’), enquanto «mofar» virá de «mofo» + «____».

A estas palavras, que, tendo étimos diferentes, vieram a coincidir (mas apenas na aparência gráfica e fonética), chamamos também, numa perspetiva histórica, palavras _____ {divergentes / convergentes}.

Este processo nada tem que ver com o da ____: aí, temos uma mesma palavra original a ganhar vários sentidos (várias aceções), num fenómeno de enriquecimento semântico (seja por _____ do sentido inicial, seja por redução).



Quanto a «mofo» e «bafio», são palavras ______ {polissémicas / monossémicas}, mesmo se os sentidos de «bafio» não estão numerados. Aliás, têm uma aceção comum a ambas, ‘_____’, e uma outra em que o significado dado remete precisamente para o outro elemento do par de aqui se trata. Há depois uma aceção popular, coloquial, de «mofo», correspondente a ‘_____’, mas já distante das outras.

Ou seja, a diferença que no sketch se queria encontrar não está dicionarizada. A diferença percecionada pelos dois amigos dever-se-ia a uma _____ {denotação / conotação / homonímia} de ordem puramente subjetiva.





Nos verbetes de «maniatar» e de «bloquear» reconhecemos a aceção em que o político usava as duas palavras; a aceção n.º __ de «maniatar» e a n.º __ de «bloquear». No entanto, as pessoas que ouvem o discurso parecem atribuir a «maniatar» _______ {conotação / denotação / polissemia} diferente da que dão a «bloquear».

Esse matiz mais ofensivo talvez esteja contemplado na aceção n.º ____ do verbete, marcada com a abreviatura que assinala sentido ____: ‘tolher a liberdade’.

Porém, também pode ser que a aversão a «maniatar» se relacione com o facto de esta palavra, na aceção 2, incluir expressões do campo lexical da ‘polícia’: «___», «___». A multidão interpretaria «maniatar» nesse sentido, sinónimo de «algemar».

TPC — (i) [no 10.º 8.ª e no 10.º 5.ª: escusa de ser para amanhã] Vai revendo gramática: no mesmo estilo que recomendei para a parte sobre ‘Relações semânticas’, vai experimentando o Caderno de Atividades, pp. 38-41 (‘polissemia’); e, no manual, vê a p. 314 (‘significação lexical’) — em Gaveta de Nuvens, reproduzirei aqui a ficha do Caderno de Atividades. (ii) Prepara leitura em voz alta do soneto de Bocage que estudámos hoje (p. 147).

Ninguém deve deixar de fazer o microfilme autobiográfico. Sendo a tarefa maior que lhes pedira (e a crucial na expressão oral), a sua falta prejudicará muito a classificação final. É possível fazer um trabalho bastante aceitável, com uma simples gravação de uma boa leitura em voz alta (ensaiada!) de um texto que escrevam (memorialístico, de vivências, etc.), de dois-três minutos, juntando-se-lhe depois uma única imagem. Isto não implica grandes meios técnicos. Porém, se o problema for esse, podem até combinar comigo a utilização do meu computador. Creio que o CRE também pode ajudar.


 

Aula 47-48 (4 [8.ª], 5/dez [5.ª]) [esta aula não será dada — para já, pelo menos — nas turmas 1.ª, 7.ª, 12.ª, 7.ª, que tinham menos tempos previstos neste primeiro período] Na p. 142, lê a rubrica do Expresso «Jogos de espelhos» feita com Fernando Alvim. No quadro a seguir, pus vários passos do texto de Alvim que pretendem ser engraçados (não está agora em causa se o conseguem ser). Distingue entre dois perfis dessas afirmações:

V(erdadeiras), mas que, pelo estilo da linguagem usada, procuram ter graça, são irónicas;

F(alsas), em que a graça vem do absurdo e de se perceber logo que não é verdade o que se diz.

Na coluna mais à direita, podes pôr, no caso das afirmações verdadeiras, o recurso linguístico que as torna cómicas.

 


Trecho

V/F

Explicação da «brincadeira»

[Sou]

«Sou o indivíduo com o BI n.º 10244230 do Arquivo Nacional de Lisboa»

V

Resposta demasiado literal.

«mas eu estiquei-me todo»

F

 

«sou um idiota»

 

 

«sou um “workaholic” moderado»

 

 

«ando a pensar contratar um gestor de tempo»

 

 

«sou mesquinho»

 

 

«ainda gosto de levar a minha namorada às costas até ao segundo andar»

 

 

«estive quatro anos apaixonado por uma rapariga que não queria nada comigo»

 

 

«[envergonha-me] ficar com farinha na boca quando como pão em público»

 

 

«o meu espelho vê-me pouco»

 

 

«tenho um cabelo bizarro»

 

 

«é a minha pior característica física»

 

 

[Quero ser]

«Quero ser nome de beco»

 

 

«Quero ser dono de um avião, para viajar como quem anda a pé»

 

 

«Na velhice desejaria ser o Capitão Iglo»

 

 

«[Desejaria ser um velho de barbas brancas, simpático, [...] que diverte as crianças com os seus douradinhos»

 

 

[Pareço ser]

«Um sobredotado. Um homem inteligentíssimo. Um visionário. Bonito e sexy. Um Galileu pós-moderno com poderes extrassensoriais»

 

 

«Os meus detratores consideram-me afetado, tonto»

 

 

«O que parece fazer de mim um palerma»

 

 

 

Na entrevista que vamos ver — de Bruno Aleixo a Fernando Alvim (O Programa do Aleixo, episódio 3) —, serão raras as perguntas que tivessem pertinência numa entrevista verídica. Está atento para anotares essa(s) pergunta(s), se existir(em).





 


 

Cidade

Hiperónimo

Hipónimo

Merónimo

Holónimo

Verbo

na 1.ª pessoa. do plural do Presente do Conjuntivo

Antónimo

Antónimo

Adjetivo qualificativo no superlativo absoluto sintético

Artista

B

Bruxelas

Bebida,

7Up

Botão, Casaco

Bebamos

Barato,

Caro

Bonitíssima

(The)Beatles

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poeta é certo mas de cetineta

fulgurante de mais para alguns olhos

bom artesão na arte da proveta

narciso de lombardas e repolhos.

 

Cozido à portuguesa mais as carnes

suculentas da auto-importância

com toicinho e talento, ambas partes

do meu caldo entornado na infância.

 

Nos olhos uma folha de hortelã

que é verde como a esperança que amanhã

amanheça de vez a desventura.

 

Poeta de combate disparate

palavrão de machão no escaparate

porém morrendo aos poucos de ternura.


 


Aula 49-50 (10 [1.ª, 7.ª, 8.ª], 11/dez [5.ª, 12.ª]) Correção do questionário de compreensão (sobre soneto de Bocage); audição de gravação do mesmo soneto. (Ver Apresentação.)

 

Circunda a letra da melhor alínea.

[Versão das turmas 1.ª, 7.ª e 8.ª]

Os deíticos remetem para

a) o recetor da mensagem.

b) o espaço.

c) o próprio enunciado.

d) a enunciação.

 

A alínea que não tem deíticos é

a) Traz-me aí a cobra, aquela que está ao pé das iguanas.

b) Encontrou o Armando. Este estava furioso.

c) Ainda agora te vi ali atrás.

d) Comprei a caneta na mercearia. Esta ficava acolá.

 

O período em que não há deíticos espaciais é

a) Traz-me, Josué, o próximo adversário político a enforcar.

b) Amanhã vou ser feliz na Lapónia, mas agora estou aqui.

c) Aquele quadro ali é bué fofo.

d) Na Lapónia, os coelhos são cozinhados em bonitas caçarolas às riscas verdes.

 

O período que não contém deíticos pessoais é

a) Estou muito aborrecido por ainda não ter havido frases com cocó de cão.

b) Setúbal é talvez a cidade portuguesa onde eu preferia viver.

c) Eça de Queirós é um autor estudado no 11.º ano e consta que era boa pessoa.

d) A minha felicidade é, neste momento, enorme: acabei de encontrar um deítico.

 

A alínea em que não há palavras que costumem ter função deítica é

a) ali, este, amanhã.

b) vir, já, agora.

c) deítico, Lisboa, dezembro.

d) isso, hortaliça, eu.

 

O período em que há menos deíticos temporais é

a) Durante a Idade Média, a produção de chocolates Mars foi escassa.

b) Vou agora para a arena.

c) Daqui a pouco seguimos para a venda ambulante de gomas com sabor a peixe espada.

d) Dir-me-ás se sempre vais ler as Páginas Amarelas.

 

A relação que há entre «advérbio» e «nome» é a de

a) hiperonímia.

b) merónimo e holónimo.

c) co-hipónimos.

d) holónimo e merónimo.

 

Merónimo de «palavra» é

a) gramática

b) frase

c) língua

d) letra

 

A alínea em que não há relação de «hipónimo / hiperónimo» é

a) Vasco Graça Moura / português

b) Vasco Graça Moura / tradutor

c) Vasco Graça Moura / poeta

d) Vasco Graça Moura / poesia

 

Há um holónimo e o seu merónimo em

a) laranja / gomo

b) casca / laranja

c) fruto / laranja

d) cor / laranja

 

A alínea em que há a sequência «merónimo, holónimo || hipónimo, hiperónimo» é

a) CRE, ESJGF || ESJGF, estabelecimento de ensino

b) Madrid, Espanha || Espanha, Europa

c) estômago, corpo humano || cantor, Toni Carreira

d) cesto, apetrecho de básquete || rede, cesto

 

O verso que não tem dez sílabas métricas é

a) Esta pergunta é difícil, não é?

b) Estejam mais atentos doravante,

c) Meus sacaninhas tão faladores,

d) Que ficarão a saber bem a métrica.

 

O verso que tem obrigatoriamente cinco sílabas métricas é

a) Mas as flores encostam.

b) Andámos por vales.

c) Viva o Natal.

d) Pintadas de amarelo.

 

O verso que tem seis sílabas métricas é

a) Seus energúmenos...

b) Comi as caracoletas.

c) Evaristo, tens cá disto?

d) Golo de Portugal!

 

Confere valor de pequenez o diminutivo em

a) Queriducha, você está cada vez mais linda!

b) Comprei uma ilhota ainda grande ao largo da Grécia.

c) Vamos abrir um vinhinho mesmo bom.

d) O 10.º 13.ª é uma turminha difícil.

 

O grau diminutivo pode ocorrer em

a) adjetivos, nomes, advérbios.

b) preposições e adjetivos.

c) nomes e adjetivos.

d) nomes e pronomes.

 

O período que tem uma preposição é

a) Comi a laranja e a maçã.

b) Scordia ficou sem braço.

c) Como tu sabes, vou-me embora.

d) Diziam sempre a verdade.

 

As palavras «rio» («O rio Tejo desagua no Porto»; étimo: lat. rivum) e «rio» («Rio com todos os dentes, exceto com os cariados»; étimo: lat. rideo) são

a) parónimas.

b) convergentes e homónimas.

c) divergentes e homónimas.

d) homófonas.

 

Em «Dona Noémia, não me arranja um rato?» e «Vi um rato enorme no parapeito da janela da sala D9», «rato» e «rato» são

a) evidências de polissemia.

b) palavras monossémicas

c) palavras homónimas.

d) elementos do campo lexical de «queijo».

 

As palavras do meio em «Vou à praia» e «Hoje há peixe» são exemplos de

a) homografia.

b) homonímia.

c) polissemia.

d) homofonia.

 

A 1.ª pessoa do plural do Pretérito Imperfeito do Conjuntivo de «ficar» é

a) ficássemos.

b) ficáramos.

c) ficava-mos.

d) ficávamos.

 

No trecho «Responde a esta pergunta, circundando a alínea que seja a mais a correta. Para isso, deves fazer um círculo em torno da letra respetiva, de modo claro», predomina o tipo textual

a) expositivo.

b) explicativo.

c) instrucional.

d) preditivo.

 

Se um aluno não tiver trazido livro a Português e se justificar com «Julgava que não se usava livro nesta disciplina», estará a

a) infringir a máxima de quantidade.

b) infringir a máxima de modo.

c) infringir a máxima de qualidade.

d) infringir a máxima de relevância.

 

[Versão das turmas 5.ª e 12.ª]

A deixis pode ser

a) espacial e textual.

b) espacial, temporal, causal, pessoal.

c) espacial e terrena.

d) espacial, pessoal, temporal, textual.

 

Quando um enunciado tem marcas do processo de enunciação, isso significa que

a) não tem deíticos.

b) tem apenas elementos cujos referentes são absolutamente compreensíveis, mesmo sem apelo ao contexto.

c) terá decerto algum deítico.

d) tem obrigatoriamente demonstrativos ou possessivos.

 

O período em que há mais deíticos temporais é

a) Dá-me aí aquele deítico temporal.

b) No dia 3 de Novembro de 2007, às 23 horas da manhã, durante o lanche, Camões será eleito futebolista do ano.

c) Há uns minutos estava com acessos de frases estúpidas, mas, presentemente, as minhas frases gramaticais revelam-se na sua habitual pertinência.

d) No espaço, as narinas incham cerca de três metros na direcção dos cangurus que haja por perto.

 

Não há deíticos em

a) Ó Isaltina, não te exaltes com esta minha observação.

b) Bocage espancava as anémonas holandesas.

c) Bean trouxe-me uma recordação de Cannes.

d) Se pusesse uma pala no meu olho esquerdo, escreveria como Camões.

 

O período em que não há deíticos espaciais é

a) A oeste da pequena cidade lituana de Zpfgrt, as flores crescem viçosíssimas e tristes.

b) Ontem, cheguei tarde.

c) Vê-me o refogado de chocolate e almôndegas que está aí à tua esquerda.

d) Aqui estou eu, ali estás tu, acolá está uma fotografia de um panda gigante.

 

A alínea que não contém deíticos pessoais é

a) Orlanda estava cada vez mais inteligente. Ela até já sabia deíticos.

b) Não me digas isso, Sancho.

c) Naquele tempo, Conhé, guarda-redes da Cuf, era o meu ídolo.

d) Lembro-me que o Benje agarrava a bola só com uma mão.

 

A relação que há entre «gato» e «rato» é de

a) merónimo e holónimo.

b) co-hipónimos.

c) holónimo e merónimo.

d) hiperónimo e hipónimo.

 

Merónimo de «Messi» é

a) futebol

b) futebolista

c) pé esquerdo

d) Barcelona

 

Não há relação de «hipónimo / hiperónimo» em

a) limonada / bebida

b) Filosofia / 10.º ano

c) Cinema Paraíso / filme

d) casa de banho / divisão de casa.

 

Há um holónimo e o seu merónimo em

a) computador / disco rígido

b) tampa / caixa

c) Anselmo Ralph / cantor

d) país / Portugal

 

Há uma sequência de «hiperónimo, hipónimo || merónimo, holónimo» em

a) piano, tecla || corda, harpa.

b) flor, rosa || bolso, casaco.

c) Lisboa, Jerónimos || braguilha, calças.

d) país, Portugal || deserto, areia.

 

O verso que não tem dez sílabas métricas é

a) Esta pergunta é difícil, não é?

b) Estejam sempre atentos, por favor,

c) Ó meus sacaninhas tão faladores,

d) Que ficarão a saber bem a métrica.

 

O verso que tem obrigatoriamente cinco sílabas métricas é

a) Nani não joga.

b) Chegámos à praia.

c) Chama o António.

d) Cheias de chocolate.

 

O verso que tem seis sílabas métricas é

a) Sois inteligentes.

b) Bebeste esta sangria?

c) Evaristo, tens cá disto?

d) Embora, Benfica!

 

Confere valor de pequenez o diminutivo em

a) Fofinho, dá-me um beijão.

b) Pus três gotículas do perfume que está no frasco bojudo.

c) Esta carninha é do melhor que já comi.

d) O meu pequerrucho tem crescido tanto que tenho de lhe roupa nova.

 

O grau diminutivo pode ocorrer em

a) advérbios e nomes.

b) adjetivos e preposições.

c) nomes e preposições.

d) conjunções e pronomes.

 

O período que tem uma preposição é

a) Bebi a aguardente e a cerveja.

b) Totó riu com gosto.

c) Como a película é combustível, houve fogo.

d) Vejo sempre a fita.

 

As palavras «chama» («Ela chama pelo gato, miando»; étimo: lat. clamat) e «chama» («A chama de Talisca está a apagar-se»; étimo: lat. flamma-) são

a) parónimas.

b) convergentes e homónimas.

c) divergentes e homónimas.

d) homófonas.

 

Em «Tenho-te em boa conta, Nero» e «O Barbas trouxe-lhe a conta da refeição», «conta» e «conta» são

a) evidências de polissemia.

b) palavras monossémicas.

c) palavras homónimas.

d) elementos do campo lexical de ‘Matemática’.

 

As palavras «estufar» e «estofar» são

a) homónimas.

b) parónimas.

c) homógrafas.

d) homófonas.

 

A 1.ª pessoa do plural do Futuro do Conjuntivo de «querer» é

a) quiséssemos.

b) quisermos.

c) querermos.

d) quiséramos.

 

No trecho «As narrativas têm ação, personagens, espaço, tempo, narrador (e este pode ser, quanto à participação na ação, homodiegético — autodiegético, se for o herói — ou heterodiegético). Também há momentos descritivos», predomina o tipo textual

a) narrativo.

b) expositivo.

c) instrucional.

d) descritivo.

 

Considerada a pergunta «Como está?» — entre pessoas que se cruzassem apressadamente —, a resposta «Estou bem. Mas ontem estive com uma ligeira dor no fígado. E tenho-me ressentido da humidade, o que origina uma impressão desagradável nos ossos da face. Por outro lado, estou melhor das enxaquecas» infringiria

a) a máxima de qualidade.

b) o princípio de cortesia.

c) a máxima de correção.

d) a máxima de paciência.

 

Na pp. 282-283 do manual, temos um glossário de Narratologia. Usarei a seguir alguns desses termos, a propósito de Cinema Paraíso. Porém, procura resolver as lacunas só pelo conhecimento que já tens destes assuntos e do próprio filme.

 


Cinema Paraíso

Género e contexto

O filme é claramente de _____ de infância. Nas primeiras cenas foi dado o motivo da recordação do crescimento do protagonista numa vila siciliana (a notícia da morte do adulto protetor de então, Alfredo). A _____ entra como pano de fundo (há diversas alusões ao fim da segunda guerra mundial).

Ação e espaço

Os vários estados do edifício (o primeiro cinema, a destruição pelo fogo, o novo edifício, a ruína quando o protagonista regressar) servem também de marcos que apoiam a nossa perceção da passagem do _______.

A _____ da parte amorosa acaba também por aproveitar o cinema (salvo erro, um primeiro beijo do protagonista vai aí decorrer).

O edifício vai causar a _____ de Alfredo, tornando-se depois ocupação semi-profissional do protagonista.

Tempo do discurso vs. Tempo da história

Alteração da ordem dos acontecimentos

A analepse é um recurso essencial. Apanhamos a história já no momento em que o protagonista sabe da ____ de Alfredo, pelo que se tem de fazer depois um recuo no tempo, constituindo esse flash back a maior parte do filme. (Há um ou dois brevíssimos regressos à atualidade, só para lembrar que o tempo da ______ não é aquele, até a história contada em analepse chegar ao presente em que começara e termos depois o resto do enredo, quase um mero epílogo.)

Não há propriamente prolepses, a não ser talvez algumas falas de Alfredo, que, a certa altura, aludirá, velada mas certeiramente, ao futuro de _____.

Omissão e resumo de factos; abrandamento e aceleração do ritmo

Uma elipse notável consiste no salto dos anos entre o Totó criança e o Salvatore adolescente (o truque é descobrirmos um novo ator sob a mão de ____, o que aliás resolve também um problema que se põe aos filmes que percorrem gerações: acompanhar o crescimento físico das personagens). Há outros momentos recorrentes de aceleração do relato, que corresponderão a resumos, que aproveitam as imagens passadas na sala de cinema (pela justaposição de trechos de filmes que vão acompanhando a história do cinema, do preto e branco a Brigitte Bardot, percebemos que nos estão a ser dados vários anos em poucos ____).

Ao contrário, uma história demorada contada por Alfredo a Totó (que só veremos na próxima aula) parece fazer _____ o discurso relativamente ao tempo «real».

 

Numa resposta toda formal — à exame (fazendo as devidas citações)—, indica duas características do enunciador do poema «Autorretrato» Responde ao ponto 1 (leitura e compreensão

.....

Depois, prepara a leitura em voz alta do poema de Ary dos Santos (e dos outros dois nas mesmas páginas 146-147, se não o fizeste em casa) .

TPC — Queria que, na última aula do período, todos trouxessem o caderno, ou dossiê, de Português (com todas as folhas e trabalhos). Por favor, não gostaria de ver tudo escondido em plásticos.


 

Aula 51-52 (11 [8.ª], 12 [5.ª, 7.ª], 15/dez [1.ª, 12.ª]) Correção do questionário de gramática feito na aula anterior. (Ver Apresentação.)

Sobre avaliação (Ver Apresentação.)


Esta distribuição foi explicada na aula 1-2 (ver, por exemplo, Apresentação da aula 1-2) e cumpre os critérios de Português definidos pela escola (ver página da escola), embora de modo ora mais específico ora mais simples.

 



 


Cinema Paraíso

Níveis narrativos

No primeiro nível narrativo, o adulto a quem, em criança, chamavam __ sabe que Alfredo morreu e, enquanto decide ir ao funeral, começa a recordar o amigo. Talvez a meio do que vamos ver hoje, teremos o fecho dessa longa analepse (uma narrativa encaixada que abrangeu toda a infância, adolescência e juventude de Salvatore, até à saída de Giancaldo).

O truque fílmico da justaposição de um ___ a sair de Giancaldo e um avião a chegar ao aeroporto na Sicília funciona como uma elipse, cortando uns vinte e cinco anos da vida do protagonista, e delimita o ponto em que retomámos a ação «contemporânea» da narração (ou seja, quando regressámos ao primeiro nível narrativo).

Desenlace

O desfecho é precedido de elipse ou resumo significativo (um corte da história que não é nos dada assim em termos de discurso).

Salvatore viveu em Roma durante décadas, que são elididas no filme, passa os limites da Península Itálica (Giancaldo é na Sicília) mas é ao regressar a ____ que redescobrirá os filmes que eram a sua companhia.

Salvatore depara-se com o antigo ____, mais velho, e vemos o louco da praça, também já diferente mas com as mesmas manias.

Dá-se o regresso ao ponto de partida. Há disforia, tristeza, mas também a noção de que se conservou uma memória de quem ou do que se amava. O final é uma epifania, uma revelação.

A infância de Totó morreu com o enterro de Alfredo e a destruição do cinema, mas Salvatore resgatou parte desse passado, os fotogramas dos ____.

Salvatore vê agora as imagens que antes tinham sido cortadas e que, quando muito, vira às escondidas nas sessões de visionamento para censura pelo ____.

A narrativa não fica em aberto mas também não é uma típica narrativa fechada.

A linha de ação da paixão pelo cinema e a da memória da infância ficaram ___, mas haverá alguma indefinição ainda no que se refere à paixão Salvatore-Elena.

 

TPC — Vou pôr no blogue — entre final das aulas e começo das férias [já pus: aqui] — indicação de como proceder em termos de leituras de livros mais ou menos combinadas (o chamado «contrato de leitura»). (Quem quiser, pode tentar fazer em férias trabalhos que não tenha conseguido entregar durante o período. Isso será tido em conta no futuro.)


 

#